domingo, 29 de dezembro de 2019

Rinhas de Gente pode

OS HORRORES DAS RINHAS DE CÃES

João Joaquim  

 Com muitos efeitos e reverberações negativas foi noticiada a prisão de uma malta de homens que tinham como diversão, entretenimento e prazer uma rinha de cães da raça Pitbull. Estamos a falar de um fato dantesco (por alusão ao inferno da divina comedia de Dante Alighieri), mas que está ocorrendo agorinha, século XXI, em plena era digital, aqui no  coração do Brasil - Centro Oeste, na cidade de Anápolis GO. Informam-nos a imprensa local, Tvs e redes sociais que a horda de gente foi presa,  pagaram fiança e os convivas do espetáculo de horrores vão responder ao processo em liberdade. Na verdade ao que sugerem as investigações, há uma rede de pessoas que vem explorando esse macabro negócio- São Paulo e Paraná já com alguns indiciados pela Polícia Civil.
Os cachorros foram liberados, alguns morreram pelos maus tratos, outros foram mortos e viraram churrasco dos criminosos.  Muitos  deles com ferimentos graves estão sendo tratados em clínicas veterinárias. Os animais eram treinados, açulados e atiçados para as lutas; tudo  para deleite, aplausos, gozo e diversão das pessoas ali presentes e organizadores do espetáculo macabro, de violência e sangue.
Como massivamente divulgado, os participantes do lúgubre evento eram de classes sociais e profissionais diversas. Do perverso espetáculo fazia parte um médico goiano , de renome entre a categoria profissional. Ao que sugere, Este indigitado profissional da saúde jogou na latrina o juramento (hipocrático) de defender a saúde e a vida, independentemente de quem quer que seja e que animal for, se racional como ele ou não ,como um cachorro.
Lendo e assistindo essas referidas cenas de maus tratos aos animais veio-me à lembrança um outro teatro de horrores que foi o coliseu Romano.
O termo deriva de colosso (houve o de Rhodes e o  de Nero). O coliseu foi construído no século I, por ordem e desejo do imperador Flávio Vespasiano. Este nome nos remete a vespa, aquela peçonhenta abelha  chamada marimbondo. Com esse nome, não se podia esperar alguma virtude dessa governante romano.
Nesse gigantesco teatro (de horrores) se davam as lutas entre guerreiros X guerreiros ou gladiadores; e o mais medonho e tenebroso entre homens e animais selvagens como tigres e leões. Morriam centenas de lutadores e milhares de animais ferozes. Cenas de nos remeterem aos círculos do inferno imaginado por Alighieri na obra a Divina comédia.
O coliseu Romano funcionou para essas tétricas lutas e combates até o ano de 404, quando o imperador Flavio Honório proibiu essas atividades. Atualmente, restam partes da construção.
Quando lemos sobre algumas barbáries da história da humanidade , sem uma reflexão mais detida, pensamos de imediato: ainda bem que isto não vai acontecer de novo. E erramos. Quantitativamente nem tanto. Mas, quantos pequenos massacres, chacinas e assassinatos ocorrem todos os dias.
Fica uma sensação daquela concepção de que o homem é um animal violento, que se deleita, se  diverte, se regozija com a dor, com a humilhação e com o sofrimento do outro. Principalmente quando se trata de um rival, um desafeto, um inimigo. E nem precisa ser um desafeto , basta ter um galo ou cachorro.
Quantas não são as pessoas que se comportam como sádicas e perversas e tem atração e um certo fetiche por brigas, agressões, ofensas, tortura animal, programas policiais, etc.
Um exemplo gigantesco e robusto do que são as mentes mórbidas e destrutivas de muitas pessoas está se regozijar com uma  luta de pugilismo;  modernamente e muito midiáticas, as lutas de MMA ou UFC. Para essas rinhas humanas ou octógonos do horror existem os empresários, os patrocinadores e as redes de televisão. Todos se irmanam e se pervertem no mesmo mau gosto pela violência, em agressões brutais e aniquilantes do perdedor e de preferência com  hematomas, ferimentos e sangue. Às vezes mortes.
Portanto, nossos convivas e anfitriões das horrendas rinhas de galo e cães, a exemplo das que vimos esses dias no interior de São Paulo, no Paraná e em Goiás,  têm muitos exemplos televisivos em que espelhar.  Dezembro/2019

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