quarta-feira, 24 de junho de 2020

O Direito das Cores

UM OLHAR DIFERENTE SOBRE O PRECONCEITO ÉTNICO-RACIAL 
                Joao Joaquim

Com efeito , o planeta inteiro está assistindo com atenção aos funerais do americano negro George Floyd. Ele foi assassinado cruel e indefesamente  por um policial, em plena via pública, sob a suspeita de tentar usar uma cédula falta de U$ 20. A audiência e repercussão global do caso ganharam em importância, pelas gigantescas passeatas em ruas de Capitais e cidades americanas que resultaram em outros protestos por diversos países; todos tendo como mote, faixas, reivindicações e exigências de mudanças contra o racismo ,o preconceito, a exploração dos afrodescendentes; todos contra a violência e segregação da etnia negra, entre outros pedidos de mudanças.
O que a imprensa registra e exibe  são extensas passeatas, desfiles, confrontos exaltados e as mensagens aos governantes, ao presidente dos U.S.A( Donald Trump) e outros chefes de Estado no sentido de revisão de leis, protocolos e diretrizes das polícias_ notadamente dos U.S.A_ para um tratamento isonômico, democrático e sem violência que contemporizem todos ,indistintamente. Sejam negros, latinos, brancos e outras minorias sociais e étnico-raciais.
A questão do preconceito racial, da discriminação étnica, da intolerância de grupos, de minorias quaisquer, remontam às origens do próprio homem, não importa como foi o surgimento do homem no planeta(teoria criacionista ou  teoria evolucionista). Quando revisitamos as Sagradas Escrituras, deparamos com várias descrições de escravidão, de intolerância, de conflitos, de perseguições, de graves, gravíssimos distúrbios de convivência e eliminação de pessoas. De guerras, de extermínios de comunidades  que não professaram a mesma fé dos agressores e perseguidores. Fatos históricos que perduram até hoje(e.g, fundamentalistas).
A História da humanidade registra inúmeros movimentos de perseguidores a outros grupos, a outras minorias por razões as mais variadas: étnicas, culturais, religiosas, fé, símbolos de crenças e doutrinas. Por uma questão ancestral e fatores genéticos intrínsecos o gênero humano é um animal cheio de inveja, de sentimentos de vingança, do desejo de subjugar e humilhar os outros indivíduos, sejam da mesma espécie ou não.
Eu quero concentrar o presente artigo na inesgotável discussão da discriminação ou preconceito com os negros, especificamente. Torna-se impossível os estudos, os censos, as estatísticas enfim,  mostrarem o quanto por aproximação que seja, o quanto há no planeta de negros e brancos. De Índios , tal contagem se torna fácil, tendo em conta o quanto se reduziu a sua população, pela própria dizimação que sofreram ,em  autênticos genocídios.
Com a população de negros , esse processo se torna impraticável pela ocorrência de miscigenação , dos longos séculos de escravidão , pelo processo de colonização , da grande imigração dos africanos negros em todos os países colonizadores.
São milhares de afrodescendentes espalhados pelo mundo, por isso a variação da cor da pele é mito grande. Referida questão se torna bem característica  em questionários de antropometria e a dificuldade em definir-se como negro ou branco pela simples tonalidade da pele. No ingresso em universidades todos querem ser negros.
O que se tem de certo é que a etnia negra pura, originária, sem miscigenação é minoria, e esta de fato e de concreto é que mais sofre os ataques racistas, as injúrias, a rejeição, o preconceito. E todas são passíveis de punição porque já há  previsão legal para tais crimes. Todos somos uníssonos nessas punições.
Como conclusão , pode-se cravar essas previsões  , essas tendências , em que pese frustrações e lamentações.  Porque é da natureza, é da índole, do comportamento e atributos do homem. O gênero humano, de forma individual, em grupo , em sociedade ou cultura tem a tendência, a inclinação em rejeitar quem é diferente, pequeno, minoritário e estranho ao grupo maior. Tal fenômeno se verifica com o índio, com os LGBTI, com os obesos, com os deficientes físicos , com os fora do modelo de beleza e padrões impostos pela própria  sociedade, pelos sistemas reinantes como capitalismo e consumismo.
Portanto, apesar das leis, dos protestos, dos atos de espernear , das cotas raciais, dos movimentos de igualdade; passados 100 anos( lá pelo ano de 2100), dois séculos, esses sentimentos de intolerância, de rejeição  e preconceitos estarão vívidos e praticados pela maioria da população do planeta, sob nossos protestos e movimentos  de indignação, porque todos injustificados e insensatos .

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