quarta-feira, 24 de junho de 2020

Ser e se Fazer

 MAIS  Jonh Locke e menos Platão

João Joaquim
Quando se estuda Filosofia OCIDENTAL – da antiga Grécia -  temos lá a teoria das ideias de Platão; ou o mundo das ideias. Segundo sua tese, tudo que existe no mundo como objetos, design, artes, etc, são cópias imperfeitas de um modelo ideal original. Vem daí a teoria do inatismo, aquilo que existe de forma inata ou nativa na memória e cérebro do indivíduo. Segundo  essa tese a pessoa quando nasce já traz intrinsecamente uma infinidade de  informações. Embora bem pensada, essa suposição não encontra paridade em outros filósofos. É o exemplo de John Locke(1632-1704) que escreveu a magnifica obra Ensaio Acerca do Entendimento Humano. Locke foi o principal representante do Empirismo. Sua tese é de que todo conhecimento humano se faz através dos sentidos. Para isso ele criou a alegoria da tábula rasa, representando nosso cérebro, mente, memória e registros. Todos nós nascemos como uma folha em branco. Aos poucos, pelas percepções sensoriais vamos tendo contato com tudo e todos à nossa volta, e as inscrições vão se fazendo em nosso cérebro, em nossa memória, a exemplo de um disco rígido(hd) de um computador. A teoria de John Locke em confronto com a de Platão é muito plausível, mais assimilável  e de fácil entendimento e convincente.
O pensamento de John Locke é muito semelhante à teoria de J.J Rousseau (1712-1178), com o título de teoria do Bom Selvagem, cujo mote ou ideia central é : todo homem nasce bom a sociedade é que o corrompe.
Ao se comparar a tese das ideias inatas propostas por Platão e as proposições do Empirismo de Locke, estas se ornam bem mais perceptíveis no cotidiano, nas vivências da sociedade, das famílias e das pessoas, como delineado a seguir:
Do Folclore temos dois provérbios como epígrafe: filho de peixe peixinho é ; ele é o pai esculpido em Carrara. O senso comum , ou em outros termos a voz do povo é a voz de Deus. Não sobra dúvida de que o empirismo popular, a observação atenta das pessoas tem tudo a ver com a parábola ou alegoria de John Locke. Muitos teóricos da Educação e Psicopedagogia são uníssonos de que a vida imita a vida, o filho imita os pais. Mas, no geral as tendências e fluxo de comportamento, as atitudes, os expedientes com que cada pessoa( criança, adolescente, jovem) toca a sua vida devem ser relativizados. O melhor é mostrar o que a sociedade e cada observador de per si registram e acompanham no seu entorno familiar e circuito social.
Tome-se o caso do provérbio  popular filho de peixe peixinho é . Esta criança, esse peixinho é um aprendiz e poderá se tornar um peixe voraz e predador se somente seguir os seus instintos como um animal feroz, rapinante e parasita de outros indivíduos. E dificilmente desse pendor se desviará porque se guiará  unicamente pelos sensores de sobrevivência.
Tome por agora o provérbio modificado : aquele filho é o pai esculpido e encarnado... Com este anexim tem que se relativizar. Na imensa maioria dos indivíduos essa é a regra a se produzir os seus efeitos. Casos concretos. Um pai cujo perfil é de um homem laborioso, produtivo, com uma vida disciplinada em tudo. O filho deste cidadão operoso e responsável em todos os âmbitos da vida. Será que esse filho quando na sua maioridade se tornará semelhante ou equivalente ao pai ? Resposta simples e sem circunlóquios, vai depender da educação recebida.
Muitos são os terráqueos  , brasileiros natos que copiam o pai muito mais nos seus vícios de conduta , na sua vida indisciplinada e desonesta do que copiaria se ele fizesse o contrário: honesto, probo, disciplinado, trabalhador, ético.
Temos notícias de muitos cidadãos e cidadãs  que imitam muito mais as famílias no que elas possuem de perverso e antissocial do que contrariando-as em uma vida de prudência, de moderação , de trabalho e organização construtiva. Por isso pode-se cravar que nesses quesitos de hereditariedade dá-se o princípio da vida imitando a vida. A família , os pais , o entorno social são determinantes no cabedal moral, civil e de honradez do sujeito( criança, adolescente, jovem) até ele se tornar um adulto definitivo em tudo, de um caráter permanente e resistente a qualquer  mudança. Assim, teremos uma influência do bem prevalecendo sobre o mal; a virtude ou honestidade triunfando sobre  o desviante, o pernóstico, o feio o indecoroso e ponto final.

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