segunda-feira, 31 de julho de 2023

A FELICIDADE ESTÁ NA COMIDA

  • Foi empreendido um importante estudo na Universidade Federal de Camberra – Austrália, a propósito dos alimentos como fontes de doenças e mortes derivadas dessas afecções. A maioria tipificada de natureza degenerativa. E para contextualizar, torna-se claro esse entendimento. As doenças cardiovasculares e metabólicas fazem parte desse bojo, desse cardápio de doenças degenerativas.

As doenças coronárias, a obesidade (maldita obesidade porque com um imenso espectro de morbidades) os acidentes vasculares cerebrais ou sistêmicos, o diabetes, as dislipidemias de colesterol e triglicérides, a hipertensão arterial entre outras. Todas ao cabo e consequências se caracterizam por uma degeneração dos órgãos afetados: nomeadamente o coração, coronárias, os rins, as retinas, a circulação e tecido cerebral, articulações, nervos periféricos, cartilagens, ligamentos. Meu Deus! Socorro!

O instigante e singular desse trabalho é porque ele envolveu diversos participantes não médicos. Se compôs o estudo de pesquisadores e analistas: de médicos, biólogos, fisiologistas, psicólogos, psiquiatras. E olha que interessante, sociólogos e filósofos. Enfim, um estudo multidisciplinar de folego e altamente representativo na compreensão desse tão buscado, tão praticado, tão exauriente e desejado gesto e hábito de comer.

Os participantes e voluntários do estudo entre outros instrumentos e recursos na colaboração, andavam com micro gravadores, e os ligavam apenas nos momentos das refeições, do desjejum, dos lanches, das beberagens e colas refectórias. Tudo com base em cláusulas de bioética e confidencialidade. As gravações eram entregues, com o número de prontuário e inscrição, sem a identificação individual ou cadastro de pessoa física.

Falar todas minudências desse abrangente ensaio e estatísticas do gosto, da atração, do investimento social, de prazer, de diversão, de regalo, de gozo, de realização digestória, de aquisição e plenitude das satisfações instintivas de boca e baco; falar tudo é oneroso e exauriente para leitores e leitoras. No entanto, valem algumas tintas, algumas curiosas e desconhecidas nuances para os que leem boas fontes de nutrição e nutrologia.

Um ponto a se sublinhar: comida deveria preencher duas indicações fulcrais: nutrição e paladar. Nunca se deve comer pondo o prazer e satisfação orgástica em primeiro lugar; o mais racional e civilizado seria que os glutões e glutonas alimentassem com esses dois objetivos, nem de mais nem de menos.

É justamente essa degeneração que sobreleva na procura por comida. É nos gestos e hábitos das gentes que põem na comida, na mesa, nos lanches, nos farináceos, nas vacas, nas galinhas, nas massas, nos chocolates, nas tortas, nas bebidas espirituais; é toda essa sanha que manifestam aqueles sujeitos, homens e mulheres, maridos e esposas, amigos, aderentes e parentes, comensais; nos principais momentos de entretenimento e diversão em suas vidas, na comida e refeições.

E tem mais o que nos possa instigar. Quando confrontadas as glutonarias (pecado da gula!) e hábitos de libações de cocas e sumos xaropes, de infusões de sacarose e outros quejandos e quais; quando compilados e pareados com quilates e qualificativos culturais do indivíduo. Esse pormenor é importante. Quando se avalia o index calorias ingeridas e padrão sociocultural e diferencial tecnocientífico dos agentes do escopo científico, vê-se uma relação inversa nesses índices. O valor de p, as covariantes estatísticas, o índice de confiança PI, todos resultam em uníssono.  Fica nítida, o porquê, há gente que come mais e há gente que come menos, e outros na exata proporção do fisiológico e natural.

O adensamento curioso e instigante, uma análise aqui filosófica e existencial, é de como se dá a relação dos humanos com comida e bebidas na era pós industrial. A pessoa come despudoradamente, desbragadamente, animalmente, debiloidemente. Essa satisfação instintiva e digestiva demencial e afoitamente. Depois vem o resultado. Doenças degenerativas, invalidezes, má qualidade de vida, remédios sem fim, próteses de toda ordem, lipoaspiração, cirurgia bariátrica, demência de Alzheimer. Este é o homem, racional e superior! Será?

 

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