glotões e glotonarias
Em tempos digitais, de comunicação veloz e instantânea, de inúmeras fontes cientificas confiáveis, tornou-se muito prática e eficaz a pesquisa em qualquer área do conhecimento. Entre tantas informações, recomenda-se cautela e filtro na sua qualidade Porque além de muito charlatanismo, de pós verdades, de factoides e invectivas existem – quando a questão é medicina e saúde- existem muitos trabalhos elaborados por encomenda, com vieses que favoreçam esse e aquele grupo, essa e aquela indústria farmacêutica, aquele comércio desses e tantos insumos propagados.
Nessa
hora, uma boa recomendação é avaliar quem disse o quê, quem está dizendo, qual
a Instituição onde ocorreu o estudo, os métodos empregados, as credenciais de
quem pesquisou. E muito importante para credibilidade: quantos foram os voluntários e participantes
do estudo, dos ensaios, o consentimento e aprovação do comitê bioético. Aí,
sim, dá para acreditar nas informações.
Nesse
ponto é que certos tratamentos, terapia de plantas, as chamadas medicinas
alternativas, a homeopatia, a acupuntura, a medicina ortomolecular, os florais
de bach, a reflexologia, ondas magnéticas, constelação familiar etc. etc. Nesse
ponto então é que esses tratamentos não resistem a nenhum estudo sério, ensaios
clínicos, seguimento de casos-controle, comparação com placebo e tratamento
tradicional. Vamos ver? Testar a verdade das propostas? Elaborar os ensaios, os
comparativos, os métodos, etc.
Com
efeito, com robustas provas de que nem tudo é perfeito e deixando gente, muita
gente contrafeita, lá na Rússia e Estônia foi empreendido curioso estudo com
ensaios clínicos, psicológicos e sociais no que concerne aos hábitos
digestórios das pessoas viciadas (dependentes) de comidas e beberagens. Ou seja,
a dependência gustativa e olfativa de alimentos. Cerca de 2000 voluntários
participantes, trabalho bem conduzido, científico; aprovado por dois centros de
bioética, de Rússia e Estônia.
Pontos
nevrálgicos, o cerne e conclusivos do estudo e os ensaios clínicos, psíquicos e
sociais e culturais e metabólicos e neurocientíficos dos analistas e
meta-análise da pesquisa. A maioria das pessoas viciadas em orgias, em esbórnias,
em festins gastronômicos e libações de todo gênero padece de atributos
neuropsíquicos e sensoriais para outras satisfações. Independe essa
predisposição, essa idiossincrasia do grau escolar e instrutivo das pessoas
adictas de comidas, bebidas, da mesa e beberagens.
Nao importa se formou em engenharia, medicina,
direito, administração. Enfim, a glutonaria, a hiperfagia (comum em obesos e
mórbidos) tem deficiência sensorial na busca de satisfação para as artes, a
literatura, a cultura geral e especializada. Muitos se comprazem, se realizam,
se satisfazem predominantemente no gozo do comer e beber, desbragadamente, viciosamente.
Arre, triste, não? Os comilões e glutões comem como um expediente único e sem
esforço, não crítico e menos cognitivo, de buscar outras opções de cultura e ocupação
da consciência e da inteligência como
humanos. São animicamente ingestores (glutões e glutonas) de comida, instintivamente. Muitos desses indivíduos padecem do que chama o estudo de deficientes noéticos). Não se comprazendo da contemplação de outras artes e belezas naturais. Curiosa e convincente essa pesquisa
científica.