segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Indicadores de Civilidade e Etiqueta

 Imagine aquela festa onde você é um dos convidados e lá chegando um conviva. Não um comensal simplesmente. Porque assim é fácil, sem beira nem eira. Essa de que aqui descrevo deveria ser um paradigma, uma régua em prédicas e diretrizes de deontologia (oh sua hebetada, não misture com odontologia).  Porque merece os qualifies (ops um anglicismo!). Assim com este discrimine: a todos coube levar algum adjutório. E assim ocorreu. Porque imagine, certas festas de amigos e de família, quando uns se esfalfam de energia e recursos e levam proteínas das boas, outros chocolates. E outros tais e quejandos e certo quid levam Coca-Cola, guaraná, H2O. Faltam-lhe óleo de peroba facial, e só, para dizer o básico.

Essa a que me refiro e concerne se deu nos requisitos de humanos direitos e de boa alma e índole social. Das músicas por exemplo. Todas eram de estilo instrumental, e não aquelas de melancolia, com apologia de adultério, termos de baixo calão, dores de cotovelo e outras de duvidoso gosto e produção. Eram músicas de tom ameno Havia alguns ambientes quase inaudíveis de tais melodias, para quem quisesse conversar.

Os diálogos entre os convivas e convidados. Não eram tantos. Não revelo os presentes e que estrato social. Não quero dar esse spoiler por questões éticas e fiduciárias. Mas, as palestras encetadas entre os circunstantes eram mútuas, de bom proveito. Falava-se e com conteúdo e boa articulação e proveito de questões culturais, sociais, literatura. Pouco se via de celulares e redes sociais.

Como registrado, o cardápio era o resultado de participação equânime e pecuniária isonômica. Numa demonstração de cidadania “amicus curiae”. Imagine uma confraria ao jeito e intentos de casa de orates! Imagine! Uns assim, outros assados! No popular, gentes folgadas, expansivas e sugadoras de manjares, acepipes e ágapes capitosos.

Das comidas, ainda. Numa estratégia preventiva, alguns convivas haviam levado micro-ondas. Porque assim, dava-se para aquecer aqueles alimentos já esfriados pela espera. Então ninguém precisava ingerir comida fria. Imagine aquela carninha assada, mas fria, temperada, mas fria. Somos carnívoros, mas nem tanto.

No tocante ao término e fecho desse “rega-bofe” (perdoem-me a gíria). Atentem para essa demonstração de generosidade, fraternidade e gratidão. Todos foram para as pias lavar louças e guardar a baixela empregada. Cada qual se encarregou de lavar pratos e talheres sujados e emporcalhados e separar alguns pertences seus. Bem guardados.

Dos banheiros e lavabos, das pias, dos sanitários, dos papeis-toalhas, dos lixos e excrementos. Ao final tinha-se a impressão, este o maior gesto de civilidade, de boa educação, de ética e convivência. Todos esses dispositivos e produtos de higiene passavam a sensação de não terem sido usados. Tal era o grau de limpeza, acondicionamento das porcarias, da limpeza pós uso e descartes de higiene.

E assim, poder-se-ia enumerar distintos itens, gestos, expedientes, maneiras boas nesse encontro de festa, de confraternização, de votos de parabéns! Ah, em tempo: o cardápio se resumia a alimentos frugais, nada chique, nada dito de grife ao de alto custo monetário. O maior sabor deixado nessa festa foram esses gestos de civilidade, quando nenhum conviva teve aquele bufê como o último da vida. Acima de tudo cada qual se alimentou e não fez dessas disposições e ofertas de comida, uma aposta de se refestelar, embriagar e depois adoecer do bucho, de enxaqueca e mal-estares! Civilidade e Educação de Convivência. Grandes lições! Raras nesses tempos de redes sociais.

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