terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Ser (vir, vil, vido)

 É por demais intrigante e instigante o resultado que se estabelece com os chamados efeitos do benefício. Tanto no beneficiador quanto no beneficiado. São sentimentos diversos, bem estudados pela Sociologia, pela Psicologia Social e até Pela Psicopatologia (Psiquiatria).

São teses muito interessantes porque quando se vê suas expressões e definições, basta que olhemos ao nosso redor, em usuários e mutuários de nossa convivência. E logo refletimos, oh, como é verídica essa tese, essas proposições e postulados. Não havia pensado que as Ciências Humanas têm as explicações e teorias a respeito.

O que nos dizem as Ciências Humanas a esse propósito? Partamos do estado da privação ou desejo de alguma coisa abstrata ou material. Que seja um simples amparo, segurança social, afetiva ou jurídica. De começo o beneficiado é movido por essa carência. E toda energia mental e física é posta nessa tarefa. Eliminada essa carência ou privação, por algum tempo o beneficiado mantém certa conexão de gratidão e reconhecimento com o beneficiador (quem fez o favor). Em seguindo essa energia e mobilização vai se esvaindo, esmorecendo e caindo no esquecimento.

Na mente do beneficiado, do filantropo e generoso, existem alguns sentimentos interessantes. Quantos não são os voluntários que expendem suas energias, recursos, trabalhos, fadiga e esforços no socorro e ajuda a tantas pessoas desvalidas e necessitadas? Subsiste na mente e sentimento recôndito de muitos a sensação de superioridade e vaidade. “Olha, eu estou aqui, eu vim lhe ajudar e trazer esses donativos para sua subsistência. Eu sou forte, eu tenho poder” (palavras do ego de muitos voluntários). Então? O voluntário e generoso traz internalizado sua vaidade e sensação de poder na ajuda prestada.  

A memória e reconhecimento do beneficiado, em muitos deles, não se esvaem de todo. Muitos guardam em lembrança o benefício primeiro. Porque sabem que podem precisar de mais benefício. No íntimo é a memória da primeira privação. Vá que posso querer e precisar de nova ajuda, novo empréstimo, novo benefício etc. Então, oh, muito obrigado, está bom e até breve.

Assim, chego ao estudo de cognatos. São muitos. Eu tenho uma predileção por estudo de cognatos. Porque através dele se pode entender a índole dos idiomas, dos idioletos e dialetos. Stelio Labareu, gostava de se debruçar sobre o modus vivendi de certos cognatos, em se tratando de Português e correlatos.

Lagartos e lagartixas. Tudo a ver. Estilão trazia no dorso as marcas que lhe caracterizavam. Subterfúgios e evasivas, à farta, e com jactância de legatário de certo estilo endodérmico.  No íntimo, e nos recônditos intentos, bem a tento, busca esse Estilão obter via ardis e, à sorrelfa, proveitos de gente ingênua e tipificada como boazinha e fraternal. Era um autêntico cognato lagartixa, em face de outros atributos e meneios gestuais. Arre. Cada um na sua lagartixa para melhor entendimento da alma e espirito do benefício, lembremos Erasmo de Roterdã, com seus dois asnos, um coçando o outro. Mas, um se coça o outro melhor, surge na memória desse o prazer da coçadura. Hum. Entendido!

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