terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Alcoolistas e filhos mórbidos gourmets

 Interessante a tese de mestrado que fez o concluinte de formação, o médico Rogério Liame Song, brasileiro nato e descendente coreano. Sua graduação se deu na Unifesp, mas com especialização na Seoul National Universty – Seul, Coreia do Sul (https://www.estudarfora.org.br/seoul-national-university/).

Muitas teses de mestrado são abertas àqueles profissionais médicos e de saúde que tenham esse interesse e cadastro naquela Instituição. São acessos seletivos aos solicitantes e estudiosos dos assuntos de saúde, de Psicologia, de Medicina, de Psiquiatria, Nutrição e outros temas de Ciências da Vida>Biologia.

Alguns pontos marcantes da tese, porque também se funda e se justifica em pesquisas amplas, envolvendo ramos de Psicologia, Sociologia Comportamental, Sociologia Familiar e vínculos culturais com os membros parentais, onde inserido, criado, instruído e escolado o indivíduo. Muitos meandros, descrições e solidez dessas pesquisas, aqui as especificas dos hábitos gastronômicos e alimentares do sujeito trazem fortes nexos com a cultura, o cabedal social dos pais, como primeiros modelos espelhares na construção e formação da pessoa. Não é redundante lembrar. A pessoa tem duas heranças: a social-familiar e a genética.

O ponto fulcral e que muito chama à atenção de quem a lê (essa tese) diz respeito ao estreito nexo que existe entre filhos e filhas de alcoólatras e seus hábitos alimentares (deles descendentes). Há como que um efeito em cascata, de espelhamento nos descendentes dos bebedores adictos, sejam aqueles de hábitos diários ou apenas os bebedores de fins de semana e feriados, nos chamados dias de farras e patuscadas.

Quanto maior a dependência de uma pai ou mãe alcoólatra, maiores as chances de os filhos desses alcoólatras mimetizarem o mesmo vício de beberagem etílica do pai ou mãe. Com dois braços possíveis de influência: o filho ou filha se tornar “viciado, adicto” de bebidas alcoólicas ou de refrigerantes, notadamente os de conteúdo com cafeína, como Coca-Cola ou equivalentes. Outra influência determinante, e essa com grande ênfase da tese de mestrado, os descendentes se tornarem adictos, isto mesmo, se tornarem adictos, viciados em comida; se tornarem nos populares hiperfágicos.O comedor prazenteiro e compulsivo!

No grupo desses populares “comilões e comilonas” (tradução popular e livre). Uma explicação: conforme explicita os dados dos Estudos e essa tese de mestrado em foco. Crianças, adolescentes e jovens criados nesse ambiente etílico, muitos não se tornam alcoólatras. Entretanto se tornam polifágicos e glutões (tradução livre). Esses descendentes ao reprimirem e se oporem ao hábito etílico daquele pai ou mãe, esses filhos e filhas buscam a recompensa na glutonaria. Como consequência, se colocando em alto risco de se tornarem obesos pré mórbidos e mórbidos, com o espectro disfuncional e metabólico da obesidade e suas correlatas consequências fisiopatológicas e   síndromes metabólicas crônicas.  

O que se tira dessa tese e de pesquisas anteriores já consolidadas (japonesas e coreanas) é esta: filhos de alcoólatras, em função do efeito mimético e de espelhamento apresentam uma, as duas ou mais tendências. A saber, se tornarem igualmente dependentes de bebidas espirituosas ou cafeínicas (coca-cola como modelo) e/ou indivíduos adictos de comidas de toda ordem. Massas, vacas, churrascos, galinhas, galetos, doces, açucares, farináceos, amidos, pizzas, alimentos sacarídeos, lipídicos etc;. Se tornando cronicamente comilões e comilonas, e como referem outros pesquisadores, sem pudor e sem vexame nos hábitos alimentares e de libações de toda natureza.  A centralidade da vida e projeto de muitos desses tipos sociais e gastronômicos estão no comer sem temer qualquer consequência. Inclusive a concernente a etiqueta nos rituais de sentar-se à mesa, no ritmo e quantitativo alimentar. Ditirambo; “Evoé / o padre Leneu / Saboé / Evan / Bassareu”

 

Joao Dhória Vijle

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