quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

O tucupi e tacacá de cada qual

 Conta-se, aqui no Nordeste, Piauí, para ser preciso. Conta-se por gente experiente e da arraia-miúda, dos feitos e eitos das labutas e lidas diárias.  E nem preciso dizer que quem por aqui nasce, está destinado, predestinado aos labores e dissabores, se quiser experimentar os sabores e saberes da Região. O cabralino chega em alguma estalagem e logo vem o garçom. Experimente! Este prato sabe ao pato tucupi. Mas, não é tucupi, nem tacacá. Apesar de feito de Mandioca.  Este tubérculo, a mandioca brava, no caso, tem princípios ativos que geram ácido cianídrico, que gera cianeto, que se ingerido, mata, venenoso. Ou seja, bom para oferecer aos inimigos figadais e biliosos. Como os tais e quais que tem no distrato e infâmia do outro os seus gáudios e regalos cotidianos.

Entretanto, há boas notícias, porque na cocção, eliminam-se esses elementos e ficam apenas os nutracêuticos, isto é: os componentes com propriedades nutritivas e reparadoras celulares. Acreditem! Há inclusive, em sua fécula, os chamados ingredientes antioxidantes! Aqueles componentes que eliminam ou neutralizam os ditos chamados radicais livres. Estes constituem moléculas imperfeitas, exemplo são as quebras do oxigênio que lesam as células do organismo humano. Detalhes da físico-química. Mas, deixemos essa matéria para outro dia.

Aos sabores, labores e dissabores de nordestinos, cujos destinos, estão estampados em suas fainas cotidianas. Todos aqui são crescidos nessa didática. A maioria mesmo pós internet com poucos recursos de informática. Estudam linguagem, relações sociais e matemática. Aritmética, nada de cosmética e muita ética no viver e relações humanas. Estas, no concernente ao compartilhamento vivencial. Explica-se melhor: todo o trabalho é ensinado desde a infância. Porque o existir na Terra, e sobretudo em terras áridas e inóspitas como as aqui nomeadas, esse existir é imprescindível   de disposição, de ânimo de vida e produção. Nunca de esbulhos e parasitar. Isto para citar essa face do existir, onde muitos vivem à mingua da participação estatal, com seu estamento de privilégio a poucos. No referente a essa condição o indivíduo laborioso sabe o custo da vida.

Vamos aqui lembrar de ideias euclidianas, da Obra Os Sertões. Acertou o nosso magistral Euclides da Cunha quando cunhou o termo, o mais legítimo atributo do nordestino. “O nordestino é antes de tudo um forte”. Porque esse sujeito não resmunga, não reclama à toa, ele vai à luta, vive, sobrevive, convive, pós vive e antevê. Mesmo ainda nascituro, já traz essa energia vital. Laborar, produzir, pugnar, vencer. E pronto. Para encerrar: se preciso for, come até calangos, chimangos e sem reclamar. Agora imagine se tiver tucupi e tacacá. Aí virou festa e patuscadas! Cápside! Fui. Se você leu esta matéria e gostou, pode difundi-la entre os seus apaniguados e acólitos, sem mexericos. Porque mexericos e mexericas, até hoje, não se sabe ao certo, apenas conjecturas, de quem deu nome a quem, se essa da bergamota, se a bisbilhotice a outra. O que se tem de certo é lá pelas bandas de Canudos, desde as plantações do canudo-de-pito, o popular pau-de-cachimbo, se sabe bem sabido do valor que tem o bracejar, o laborar para individual subsistência. Essência!

No mais o que se vê, por aqui, alhures, nordeste e algures de ontem e hoje, é gentalha, vivendo de prebendas e no estilo sibarita. A pessoa, com toda jactância, sem energias e jabás para essa frente, se põe a vergalhar moral e crediticiamente outros sujeitos, como se essa distratadora fosse o sal da terra. Onde iremos parar?

Joao Dhoria Vijle

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