quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Pessoas e seus diabinhos

 EM religiões e doutrinas, fala-se muito em Deus e Satanás. É esse antagonismo, o bem e o mal, A Divindade do Bem (Deus). E de outro, o anjo torto e decaído, o príncipe das trevas ou do mal. Tanto Deus quanto o diabo são abstrações, entidades invisíveis. Embora haja muitas representações físicas para elas. Deus, aquela divindade apoteótica, esplendorosa, plena de beleza e irradiação vivificante para os corpos e os espíritos.

E o proscrito e decaído diabo, aquela representação terrificante, asquerosa, cheia de garras, chifres. Ora com os tridentes de tortura, com o cutelo, a foice, labaredas reverberando pelas ventas, horripilantes. São modelos da imaginação e criação da mente e inteligência do ser humano, de bondade (Deus); ou do mal, do perverso, do pecaminoso, do degradante, do medo, do pavor, do mórbido, do nocivo e indigno (diabo). São símbolos da concepção e criação humana. Imaginação! Existências que se fundam na fé, na crença.

Ao buscar as referências do que seja o diabo ou satanás, e dele fala este artigo, encontram-se atributos e conceitos diversos. Os mais instigantes e pertinentes são os de religiões como a espírita, as evangélicas, as católicas. Igualmente nas doutrinas e filosofias, orientais e ocidentais. E algumas dessas ideias, valem aqui serem reeditadas, porque convincentes e convenientes ao bom entendimento de qualquer pessoa, mesmo os menos escolados.

Assistindo à palestra do estudioso de religiões e psicólogo Virgílio Facundo (Campinas SP), fica-se saciado das interpretações diabólicas, e o que cada uma representa desse depravado anjo. Cada pessoa por si mesma vai expressando em suas vidas e gestos diários, os diabos e diabinhos que ela traz dentro de si. Não só no que faz, mas no que deixa de fazer quando podia ter mudado certos resultados e fatos de que teve ciência. E como se dão essas expressões diabólicas? A seguir, como de igual sublinhar expõe magistralmente o teólogo doutor Fausto Vergel PhD, de mesma Instituição de Facundo.

Muitas são as famílias que criam os seus diabinhos, que um dia, enxotados ou não do paraíso (ninho paterno) encenam os diabos familiares. Imaginemos aquele indivíduo, membro parental que nas suas desídias frugais e insidias diárias, se torna um desadaptado do convívio padrão. Imaginemos o outro ou outra, que labores e resultados feitos, são recorrentes far-nientes. E nesse laissez-faire representam peso passivo, negativo ou nocivo aos outros membros parentais.

Alguns outros indícios abstratos desses diabos familiares. Aquela pessoa, que dispondo de ociosas horas diárias, ainda se ocupa de buscar vícios, sedição e labéus de desafetos, para com eles se passar como laureada ante outras pessoas de igual pendor e atração. São esses diabos e satãs familiares que, de forma sardônica e patusca fazem práticas místicas, com palavras, preces, orações com fins miraculosos. E expressam, em nome de Jesus, Deus no comando.

E fiquemos por aqui. Sem antes não citar a obra “o demónio familiar”, obra escrita, de José de Alencar, que versa magistralmente sobre questões escravas e cativas. E no simbólico oposto e construtivo, os demônios mencionados por Sócrates nos diálogos com Platão. E mesmo as referências da eudaimonia de Aristóteles. Aqui ao reverso, o indigitado máximo da virtude e da felicidade maior. Um quase nirvana, também citado por Buda. O maior!

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