quarta-feira, 27 de março de 2024

Doentes malígnos

 

O DOENTE MALIGNO QUE ADOECE OS DESCENDENTES

Independentemente de credos, acreditação ou religião, o que se tem de reto e concreto é a constituição dual da pessoa, de corpo e alma, de uma estrutura biológica e outra anímica, espiritual, em essência, a alma humana. O curso oferecido pelo crítico social e moral, Celso Lopes, no departamento de Filosofia e Letras da UFPB, João Pessoa – PB, era no sentido do quanto cada indivíduo, na sua trajetória biológica, no seu viver, no seu modus vivendi, no seu comportamento, nas atitudes sociais e morais vai fazendo sua poupança espiritual e na sua constituição como criatura de Deus. Ou para seu próprio bem ou mal ou no auto adoecimento e adoecimento dos descendentes, os que estão à sua volta como cuidadores.Assim como há em Medicina as doenças ditas malignas (canceres) ; existem no campo doutrinário, espiritual e metafísico, os indivíduos de igual forma malignos no que concerne às suas relações sociais, éticas, familiares e civilizatórias.

O que se fica de certo e aberto à compreensão dos que querem compreender, é que, são vidas estanques, quer isso significar, que há uma vida terrena, forte e perenemente ligada à vida espiritual. Noutros termos, tudo que o indivíduo faz nessa passagem terrena, profana e social tem corolários e dividendos. Nenhuma pessoa, tendo se comportado assim ou assado, nos padrões imorais e antissociais, passará incólume. E essa purgação, essa dívida e pagas iniciam para muitos aqui na vida biológica.

Ao buscar as religiões, as religiosidades (que não se confundem com seitas ou religiões), as doutrinas e filosofias, todos falam em uníssono. “Se queres findar sua vida terrena e ter a outra tranquila, a vida póstuma, procure ser um cidadão correto, social, civil, moral e de relações aceitáveis em todos os seus cenários”

Se tantos luminares assim expressam em uníssono, como deles discordar! Não há como! São os exemplos de um Jorge Angel Livraga Rizzi (1930-1991), de um Sri Ram (1889-1973), de um José Herculano Pires (1914-1979). O próprio fundador do espiritismo, Allan Kardec (1804-1869) e tantos outros religiosos, filósofos sociais, espíritas e cientistas da constituição binária da pessoa humana.

 Allan Kardec, Sri Ram, falavam muito dos vícios comportamentais, de ter uma vida desregrada nos hábitos, costumes e deveres cívicos e materiais, seja essa conduta com parentes e não parentes. Essas condutas geram uma dívida no âmbito espiritual, haverá um purgatório aqui mesmo, em vida biológica. Explica-se assim o padecer, o longo cortejo de doenças crônicas, dores físicas e morais, o estado vexaminoso que traz para quem agora carece de cuidados, a exposição, a humildade imposta por dores e limitações, a humildade e generosidade faltantes em vida ativa, agora, se fazem presentes e prementes!

E nesta resenha sem tecer circunlóquios chega-se ao ponto fulcral da questão trazida à baila. Ler as referidas doutrinas e pensadores aqui citados traz respaldo para a seguinte questão: existem indivíduos que de fato vão fazendo uma poupança negativa em suas vidas, pela vida que levam. Muitos pagam aqui mesmo na Terra pelos seus erros, desvios sociais, de conduta, pelos vícios daninhos a si e a seus cônjuges e filhos. Aos casos concretos. Um adicto de drogas ilícitas, ou mesmo lícitas como um tabaco e álcool. Ou seja, nem de tanta ilicitude química ou social e familiar precisa para esse adesista e viciado portar esse ônus, essa nocividade para si e os familiares do convívio; filhos, esposas outros parentes.  Qualquer dependência química se constitui em um estado de automutilação, um lento e paulatino suicídio. E com um nocivo e desleal agravante, um sofrimento social, ético e moral às pessoas do convívio, que são abstemias de qualquer substancia química.

E pode-se citar diversos outros vícios e adesões, conduta de irresponsabilidade na educação de filhos, quando esses estão em idade educanda (crianças, adolescentes, jovens). A omissão, o desleixo, a desídia, a banalização nas questões financeiras da casa, do cônjuge e filhos. Enfim, nem de adicção química (alcoólatra, viciado em maconha, cocaína) precisa para que o indivíduo vá constituindo seu passivo, ante sua vida de Criatura de Deus. Porque até nas palavras de Sri Ram e Chico Xavier, ou de Santo Agostinho: Deus concedeu ao homem o livre-arbítrio, inteligência e liberdade; todavia, deu inteligência diferenciada para que ele possa decidir entre o bem e o mal. E esta é a grande questão porque o homem pode iniciar aqui mesmo a sua purgação dos pecados. E esse purgatório costuma ter nome e sobrenome: dores físicas, doenças crônicas incuráveis, invalidez para tudo, dependência total de sobrevivência.

Há mulheres e homens. Muitos são certos homens que sendo ou não de hábitos caipira, sugerem aficionados ao caiporismo. Sendo esses tais e quais produtos de uma educação canhestra e nas coxas, tolerante, mimada. Podem ter nascidos em qualquer época, não importa. E vão acumulando um rosário de uma vida torta, irresponsável, caloteira, farofeira e baloteira, omissos e devassos em todos os deveres de pessoa proba e civilizada. É o modelo emblemático daquele alcoólatra, obeso, repimpado de adipócitos, prazenteiro de galinha, porco, vaca, mandioca, batatas e manguaça da boa, entremeada de cervejas em profusão. Obeso, sedentário, glabatário, pouco gregário que tem na comida e bebidas a centralidade e regalos maiores da vida.

E o estabelecimento se dá nesse ritmo: um rosário de sestros antissociais, de higiene, de esbórnias e orgias alimentares, outros de lambuja e herdadas, doenças, invalidez, prolongamento do sofrimento. As poucas economias vão sendo dilapidadas por parentes folgados e aproveitadores da mesa e copo. E vai e vai. Caiporismo, filhos adoecidos, mormente os que cuidam. São mórbidas heranças vindas desses mortificantes e pecaminosos ancestrais. E não para, porque o caiporismo e outras purgações passam de pais para filhos..  e vai, e vai.

E o que anuem os especialistas, Bezerra de Menezes, Sri Ram, José Herculano: vejamos: Uma consequência desses sujeitos possuídos por espíritos malignos, porque são retroalimentados de igual forma pelos poucos e remanescentes convivas da boca, do baco, do copo e mesa farta de tudo. Há como que uma interação desses tais e quais indivíduos, sejam parentais ou autoproclamados amigos e interesseiros no bem-estar desse agora perene e continuo doente, da mente, das faculdades mentais, do discernimento e habilitação social. Um corpo objeto de fluidos malignos que contagiam, inclusive outros que dele cuidam.

Esses padecentes longevos, doentes do corpo, são nesse cortejo mantidos, porque esses tais e quais indivíduos, acham no seu purgatório carnal e terreno, antes de seu desencarne, assim dizem concordes diversos doutrinários e espíritas consagrados. O melancólico e sofrível, se pensando nos descendentes, esses também assumem certa carga de purgação. Alguns, classificados como pouco empáticos e nada generosos de vocação, se abstém, com meneios dissimulados e capciosos desses cuidados e mantença do carente de zelo, higiene, alimentação, saúde e diálogos fraternais ou filiais. Os bens materiais, os recursos financeiros vão paulatina e continuadamente sendo esbulhados, por espíritos marotos e influenciados malignamente. Assim, se faz um períspirito, assim se torna um geraseno, ou múltiplos devassos e esbulhadores e sovinas.  

 "Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus te conjuro que não me atormentes.", ao que Jesus respondeu-lhe: "Qual é o teu nome?""Legião é o meu nome, porque somos muitos.".

Muitas são as pessoas a quem os determinismos por elas mesmas forjados hão de submeterem-se em vida terrena. Elas tiveram o livre-arbítrio da devassidão, das infidelidades aos cônjuges e descendentes, tiveram a arrogância de incólumes, de serem não atingidas por moléstias debilitantes e achaques limitadores. E continuam mesmo nos leitos de enfermos, mantidos por cuidadores briosos e generosos, nos resmungos e impertinentes com influências malignas, espíritos noviços como o geraseno das escrituras sagradas. Dizem os espiritas: canalização mediúnica, maus períspiritos, transtornados de identidades. Agravantes: adoecedores de quem os cuidam e os protegem. Porque esses males, moléstias físicas e espirituais são contagiosas e contagiam os circunstantes. Merencório, spleen! 

 Manual para a Imprensa - Boas Práticas de Comunicação e Guia com recomendações para um texto claro e esclarecedor sobre doenças mentais e psiquiatria Arquivado em 7 de outubro de 2010, no Wayback Machine., site da Associação Brasileira de Psiquiatria

 Freud, Sigmund. Uma neurose demoníaca do século XVII (1922), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, Imago, 1976.

 History of ‘Spiritist madness’ in Brazilsite da Associação Brasileira de Psiquiatria

 Estudos sobre religião e saúde mental realizados no Brasil: histórico e perspectivas atuais. Rev. psiquiatr. clín. v.34 supl.1 São Paulo 2007 PDF Jan.2011

 

Joao Dhoria vijle – Escritor espírita e crítico social.

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