quarta-feira, 27 de março de 2024

Eu devassei a vida dele

 Tem sido vastas as notícias sobre o estado atual de nossa Política Brasileira. Mas, nada chama mais à atenção que o episódio da tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro 2023, promovida pelo ex mandatário do Brasil e sua claque de apoiadores. Fala-se, assim, de Jair Bolsonaro e seus bolsominions, seus higienizados cerebrais e seguidores. Bolsonaro se tornou de sobrenome e de fato um messias, porque em seu caudal, vão milhões de admiradores, acólitos e associados.

Fracassada a tentativa de golpe, cujos cabeços e líderes incluíam religiosos, cidadãos comuns, civis e militares, militantes de vários estratos sociais; veio para esses tais e quais a desonra, a prisão, as sentenças, a cadeia, as multas e tantas outras penas e agravos pessoais e familiares. Nesse séquito de pessoas, estão agora os delatores que querem abrandamento de suas penas, perdão pelos feitos delituosos e malfeitos contra a Democracia e contras as Instituições Republicanas. Basta ver os exemplos nos noticiários diários. Veja por exemplo quem está na cadeia e agora quer fazer delação premiada, denúncia, entrega dos golpistas. Pretensões essas por troca de benefícios.  Atente ao caso do tenente coronal Mauro Cid, que resolveu abrir o jogo e entregar diversos líderes e sublevadores do chamado 08 de janeiro de 2023, o golpe fracassado.

E não pensem os leitores e leitoras que devassa, denúncia, fofoca, bisbilhotagem, fuxico, invectivas, fakenews, factoides, pós verdades; não pensem que esse ardiloso, caviloso e rasteiro expediente é malfeito de nossos tempos. Ele sempre existiu. A pior devassa, em se falando de Brasil, foi a devassa pela coroa portuguesa na época do Brasil Colônia, contra os conjuradores que queriam a independência do Brasil.

Havia na época o chamado auto de devassa. Quando o inconfidente era castigado com pena de morte. Caso do Tiradentes! Que horror! O sujeito era torturado, enforcado, estripado, esquartejado. E para enviar mensagens a algum insurrecto, o cadáver era exposto em postos e praça pública. O recado era: não conspire contra a coroa, senão o seu destino será o mesmo! Que horror e que terror.

Aquela gente, chamemos os devassadores, os áulicos da coroa portuguesa, eram pessoas escroques, devassos da pior estirpe, energúmenos, escrófulas, vermiculares, ignóbeis, vis e serpentinos. Ninguém se compara a eles, porque eram fofoqueiros, mexeriqueiros e candongueiros da pior classe. Para mais prestígio com o Rei da época, haviam os fofoqueiros, os devassadores que entregavam os revoltosos e desejosos de uma nação mais justa, independente, fraterna, esclarecida.

Fazendo um paralelo com a vidinha comum de tantas pessoas, dotadas de tempo livre, ociosas, improdutivas, niilistas e apoucadas e pequerruchas em suas ambições de crescimento moral, intelectual, profissional e até, acreditem, espiritual. Eh, atenção, tudo em nome de Jesus e Deus no comando. Agora, demos um salto evolutivo e entremos na era digital. Época de internet, redes sociais como face, whats, Insta.

Quantas não são as pessoas, as gentinhas, povileu e gentalhas, que na ausência de uma intelecção maior e melhor, em lugar de prover melhor instrução a quem dessas tais e quejandas gentes precisam; quantas dessas tais se comprazem, se regozijam e se tripudiam em intentos de devassa da vida de desafetos? E atenção! Muitas não só vão a esses malfeitos. E também falam, arrotam vantagens por ter feito, divulgam, comentam. Com um detalhe que esquecem, costumam deixar documentados tais malfeitos, áudios, gravados, ao vivo e em cores. Traidores, traíras e pérfidos, dissimulados e que agem à sorrelfa e ao jeito subterrâneo. Se cuidem. Querem sujar, sujem-se gordo! Porque magro pode não valer a pena! Acautelem-se e não deixem nada registrado em áudios, mensagens, vídeos, ligações telemáticas.

Enfim, são tão desprovidas de substância, de autenticidade, de consistência, que mais lembram as proezas do exército de Brancaleone, ou empreitada tabajara, mambembe. Tais e quais patacoadas vindas à baila, dá de rir a qualquer hum. Imagine tal pessoa que diz ter feito uma devassa na vida de certa pessoa e esquece que do outro lado da linha, com outro digital na mão o interlocutor está a gravar tudo e depois divulga para outros. Eh, Cid, Eh, Moura, menos tá!” Eh! Sabe aquela foto, que te enviei, pois é né. Ela é aquela da cara assim, assado, foi cortada!” Não fale o meu nome, quando falar com ele tá! Cuidado. Se cuida hein!” Êta portuga hein.

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