Águias

Corvos e urubus não geram  águias

 Existe um axioma dos mais simbólicos que diz: “ A natureza não se faz por saltos. ” Vamos deslindar e exemplificar esse princípio existencial. O que a sabedoria filosófica nos ensina é que não se pode nada contra as leis naturais. As estações correm, os rios correm, a chuva cai, o sol brilha, o dia clareia, a noite escurece. Pergunta: nós humanos podemos mudar o curso e funcionamento desses fenômenos?

Em alguns podemos até causar alguns danos. Intoxicar e adoecer os rios e mananciais, adulterar o fluxo das chuvas e rios; porque são componentes do universo a que o homem tem acesso e com eles convivemos! Entretanto, imagine querer alterar a lei da gravidade, a lei de Newton, a relatividade de Einstein, o brilho e calor do sol etc.

Assim, como não podemos alterar e adulterar muitos fenômenos e funções dos componentes abstratos, físicos e químicos da Natureza, de igual forma se pensa na geração, crescimento, instrução e formação integral da pessoa humana: biológica, ética, moral, social, psíquica, escolar e intelectual. Cientistas e educadores, psicólogos e espiritas e outras doutrinadores e religiosos concebem em uníssono sobre essa ubíqua realidade, aqui, ali, alhures e no universo inteiro. Existe a natureza humana, mas há uma educação.

Não apenas a sabedoria doutrinária, religiosa; mais que estas, as Ciências esclarecem para que nossas mentes não embruteçam sobre ser o indivíduo o resultado de duas determinantes heranças: uma genética com suas leis infalíveis e minimamente modificáveis; e uma segunda herança moldável a cada meio social e família, a herança social familiar. É o princípio da pessoa se tornar um cidadão participativo, daí civilizado; ou o reverso, um vilão de classificação variegada e multifacetária. O homem integral para o bem ou o mal.

Eis o homem (ou mulher) como produto e corolário do meio, da família, do entorno parental domiciliar e extradomiciliar, da comunidade onde inserido, dos contatos de amigos, dos correligionários de hobbies, de entretenimento, das preferências de toda ordem, das escolas frequentadas etc.;

Cientistas de Humanidades e Pensadores são uníssonos neste ponto.

Além de Teorias e sistematização de matéria tão significativa na existência humana, aos exemplos sociais para fácil entrada na mente e entendimento dos leitores e leitoras. Primeiro bom exemplo de uma profícua e benéfica construção. Um caso ético social de uma família composta por pai e mãe com disciplinada e construtiva educação dos filhos: centralidade na instrução e ensinamento dos filhos, acompanhamento do aprendizado dos filhos nas tarefas escolares, educação e limites amorosos, diálogos francos e diretos, nenhum castigo físico, mas até algum corretivo mais rígido se assim for a última medida pedagógica.

Pergunta: excetuando algum filho ou filha com afecção psíquica (doença mental), qual a chance desses futuros adultos serem cidadãos plenamente integrados, operosos, trabalhadores, honestos, não esbulhadores e parasitas de alguém e de Estado? Enormes! Cientificas! Estudos, ensaios sociais e estatísticas são convergentes neste propósito.

Vamos ao reverso. Na hipótese de filhos e filhas, gerados e engordados, “instruídos” por um pai e mãe, displicentes na formação integral desses filhos. Mãe estilo passiva, pateta, submissa. Ambiente onde os filhos se sentem os membros alfas do grupo e mandões e nada obedientes e disciplinados com diretrizes e normas de convivência. Pior que esse cenário: um pai que deveria ser modelar e espelho, QUE se mostre adicto de alguma droga, comportamento social e civil fora do aceitável e convencional. Imagine esse tipo antissocial de um pai entregue aos vícios e condutas antissociais, desonestas, irresponsáveis, nada preocupado em que vão dar os filhos e filhas! Imagine. “Dona fulana, onde está sua filha? Ah, não sei, saiu por aí com as amigas e companheiras dela” Ah, eh! Hum, tá bom.

Qual a chance de esses filhos, crescidos nesse contexto e com esses pais, resultarem em cidadãos e cidadãs de boa estirpe ética, de boa conduta social e de convivência, de eles serem generosos e cooperativos uns com os outros, participativos na família e até nos cuidados dos pais quando estes estiverem decrépitos e inválidos? Qual a chance? Baixíssima! Científicos dados! Portanto, fica essa analogia e similitude. Somos partes do Universo, do cosmos! Há um genoma, com suas propriedades e fisiologia. Inelutável e inexpugnável DNA. Mas, outra herança, a social familiar, da qual todos somos o espelhamento dos pais e família. Corvos e Urubus não geram águias

 

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