o custo social da dependência química

  É por demais instigante e intrigante (de forma nociva, obviamente) quando se estuda a evolução ou biografia do indivíduo adicto de qualquer substância. O quanto essa pessoa se torna um contributo negativo e oneroso para os seus convivas, os parentes da casa, de forma intensa e contagiante aos coabitantes; pais, cônjuges, filhos. Basta tomar dois exemplos muito encontradiços: os dependentes da cannabis sativa (maconha) ou cocaína e o alcoólatra. São dois vícios dos mais perversos, com continuados e lesivos danos ao convívio social e à saúde mental e orgânica, ao desempenho laboral e profissional da pessoa.

É pertinente e próprio considerar que são duas drogas pesadas, uma, socialmente aceita, o álcool; e a maconha ou cocaína, já liberada pelo STF, de não ser crime o uso dessas drogas. Que haja alguma discordância, é natural, elas representam efeitos devastadores no bem-estar social, na saúde mental e orgânica do indivíduo. Ingênuo engano e autodefesa imaginar que maconha não faz mal. Não se trata de opinião, são dados científicos seriíssimos.

E no caudal dos efeitos nocivos dessas drogas, as pessoas do convívio e coabitantes do drogado vão sendo tragadas para os seus gravosos efeitos, nomeadamente nas relações sociais, no poder aquisitivo dessas pessoas, nos gastos, na produção de receitas, na saúde social e emocional do domicílio do indivíduo viciado e dependente químico. O índice de recuperação de um alcoólatra por exemplo é baixo, idem para outras drogas pesadas (maconha, cocaína, crack).

Um exemplo muito presente socialmente aceito e “lícito” é o alcoólatra (homem ou mulher). Enquanto esse indivíduo está mais jovem e saudável, menos danoso e maléfico para os familiares do convívio. Porque não idoso e ainda com boa saúde orgânica (quando não tem comorbidades), esse alcoólatra, ainda trabalha,

E vêm outros somatórios. Esse alcoólatra, envelhece. E o vício inalterável. Muitos são os convivas e comensais de mesa e copo a rodeá-lo, a incensa-lo, a o encorajar “mais uma geladinha”, “mais um copo”. Comida em profusão, todos se gabam como comilão e beberrão. A vida corre, a saúde também vai morrendo! Paulatina, mas vai. Não há perdão e nem concessão. É para todos!

Doenças invalidantes! Repugnantes! Ah, eh, que saudades daqueles tempos dos amigos. Fulano, sumiu! Aonde anda sicrano. Aquele era “amigo”, não faltava um fim de semana sem visitar, se partilhar, saborear nossa mesa, a geladeira, as geladinhas.

Eh! Vocês têm notícias do José? “E agora José”, aonde anda? do Paulo? do Chico. Eta Chico! Aquele era bom de garrafa e copo! O João! O Leleco, o Neca, o Zeca! Sumiram!

Este o desiderato, o tráfego, a via de prazeres de um adicto, quando era de prazeres. Todavia, se um dia houve a via de prazeres, a Natureza orgânica, fisiológica, de sanidade não falha. São leis da Natureza. Tome o modelo do alcoólatra. Em idade de madureza da vida, trabalho, produtividade, mantença da casa e algum ônus doméstico. O tempo passa! Vem senilidade, senectude, fragilidade, vida de esterilidade. Resultantes tributos do vício, quedas física e de finanças. Foi-se os amigos da bonança. Agora doenças, sequelas, via crucis. Aquenta família que foi tolerante, complacente, respeitante, compadrio. Estrupício, estrovenga, trambolho, andrajo humano. Dava para prever, viram! A natureza é implacável e nunca reducionista em suas leis humanas. A complacência, a tolerância com tipos sinistros item. Não há de quê. Um dia a conta é ativada e cobrada dos tolerantes e ingênuos! Tempo, tempo, tempo! O Supremo liberou o consumo de drogas. Traficar não pode! Continua crime portar para vender para o usuário. De quem adquirir então? Eis a sinuca de bico! Quem está pró Saúde Pública e Privada, Congresso ou o Supremo?

 

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