Espíritos e Espíritas - de Comida e Porco-
Quem usa a massa cerebral, em lugar de massas farináceas, se extasia com a ciência do que nos dizem as Ciências. Não importa a que braço científico a pessoa tenha pendores e gosto. Estudar e refletir por exemplo sobre os gatilhos dos sentidos que levam muitos indivíduos fazer opções de vida, inclusive os regalos da mesa. Há muito a depender de como foi o seu padrão ético e educativo familiar. Bem cristalino essa natureza. Os gatilhos, impulsos e fluxos que levam a pessoa a centrar, a ancorar seus maiores projetos de vida, nos prazeres! Justamente nos prazeres gustativos e genitivos. Em termos mais meridianos ao entendimento, nos prazeres do sistema digestivo e genital.
Muitos são os sujeitos (de sujeição ao sistema capital/consumo) cujas maiores alegrais e realizações perenes, estão centradas (centralidade e ponto gravitacional) na comida. Não importa os meios transitados para permanecer nesses gozos e regalos. De preferência com neurais de sevandija e ancilóstomos. Causas comuns de obesidade de todos os graus. Arre!
Aliados aos prazeres da chamada boca e do baco (deus baco ou dionísio) ou os arquétipos ancestrais (vide costumes romanos), oriundos e/ou perpassados da decadência do Império Romano. O que se tem com a revolução digital e de redes sociais (antissociais, no caso concreto) são esses dois aliados= prazeres digestórios e entretenimentos pelo puro e fruído entretenimento. Sem agregação de qualquer valor construtor da pessoa.
“Ah, não! Mas, eu também pratico a espiritualidade. Tenho minhas doutrinas, meus autores prediletos, doutrinários, mentores a quem eu sigo. Existem até provas testemunhais e fáticas do que apregoam. Luzes e iluminuras, são o que vejo nesses luminares que sigo” .
Atentemos ao que prolataram e com muita persuasão e dissuasório. M.F. Figueira; Bezerra de Menezes; Xavier Pinheiro. Foram renomados espíritas, de trajetória, feitos e práticas. Matérias difundidas, no final de século XIX (Gazeta de Notícias Rio de Janeiro), e repicadas em robusta e acredita periódico de intelectuais, Revista Piauí. Imprensa para intelectuais e não rebotalhos de Instagram e WhatsApp e tik tok.
Allan Kardec, assim relatam seus estudiosos, era uma encarnação de grande sábio druida. Praticamente foi o criador e/ou difusor da doutrina espírita (atenção, doutrina e não religião, uma filosofia de vida). Os espiritas citados no parágrafo anterior se espelharam nele em muitos aspectos.
Na Terra, há dois tipos distintivos de espíritos. Um tipo superior, que busca o engrandecimento permanente de sua condição humanista. De que forma? Cultuando e aprimorando sua constituição binária superior: alma, espírito, ânimo, intelecto, cognição, senso ético e moral de convivência, generosidade, cuidando de quem dele carece, filantropo e cordial.
De outra parte, deixando de comentar os espíritos intermédios. Na escala classificatória da constituição septenária, podemos até buscar os ensinamentos dos Vedas, do Bhagavad Gita. Entretanto, simplificando: o sujeito (homem ou mulher de sujeição ao sistema capital/consumo, como já dito) pode, a depender dos incrementos familiares e do entorno, essa pessoa terá o chamado espírito de porco; transitório, afeito a hábitos de chafurdar-se em bebidas, comidas, à farta, a mancheia, a la pantagruel. Fartar, repimpar e sempre. Instintos digestórios e libidinais aflorados, instigados e açulados. Hum que gostoso! E intelecto, o laboremos, o pró-labore, os sólidos e solidário! Às favas. Não há de que! Esse quid e quais e tais entornais, estão sempre à espreita. Se pudessem teriam um tubo de gavagem, na fruição e gozos desses ancestrais instintos! Arre! Vade retro! Dó, ré, mi, fá, lá, Si. Sinistros e sinistroses!
João Dhoria Vijle - Crítico Social e Escritor