OS JECAS

 A TOP 30 DOS JECAS E IDIOTAS DO INSTAGRAM

Como já em curso de poucos anos para cá, uma creditada ONG britânica, tem se debruçando sobre os “qualifyings, culturais e cognitivos de grupos de pessoas, que se optaram por imersão (de forma cativa e aliciante) na Pedagogia de Internet e sites antissociais de mídias virtuais como Insta e Face, xis. Os pesquisadores vão a cada mês de estudo elaborando os tops 5, 10, 30; os dados, posts, vídeos, frases, textos; os mais buscados e cultuados entre os “amigos físicos e virtuais”. Aqui deliberamos publicitar os últimos titulados top 30. Ei-los: sem classe hierárquica. Mas, destaquem-se estas: o vídeo da tartaruga em cópula e outra cheia de mariscos e cracas, fotos de gente em poses ridículas, viola que toca, certo cantor Mick Jagger, a comida preferida, o restaurante tal e qual, e o bichinho, o tigrinho, o veadinho, a corça. Ai. Ai, ai. Dá um dó! E a comida apetitosa do dia. Quem vai? Eu vou. A rolinha, o alcinho. Ui, ai!

1.    Fotos. Assim, existem para os variados gostos. Há gente que se exibe até como diletante de bons autores. Willian Blake, Itamar Vieira Junior (1979-) de Torto Arado, Shakespeare, Yuval Harari (1976-). Será que esses usuários, dizem alguma metáfora, citada por esses nomes, tem mínima noção de quem os foram e são. A ver e conferir pelos predicados postados no Instagram.

2.    Fotos de bizarrices, chocarrices e truísmos. Elas estão lá, às dezenas. Nenê, bichinho de amplexos e kiss com outros de mesma iguala e pendores. Ah, que gracinhas! Você porque não viu as fotos dele no Instagram. Veja lá.

3.    Fotos de cenas pueris e de infantes de reino animal. Os reflexos e comportamento; antes amenidades que fatuidades. Ai, ai, ai. Arre. Quanto de truísmos, tautologia e platitudes. E tem-nas como virtudes!

4.    Paletinhas que lembram borrachas. Hum! vai de chulice a  parvoíce. Evohé! Criancice e sininhos de Never Land, do nunca, das calendas! Guitarras.

5.    E as fotos de regalos e espaços de orgíacos digestórios e encontros refeitórios! Não bastam os orgasmos e instintos dos prazeres de boca, dionisíacas. Tudo sugere gutas e resquícios de pitecantropo. Luzia, você era mais, porque andava de quatro e não caia.  Há tipos agora que se caem de 4, não erguem sozinhos (Paulo Francis neles).

6.    Registro dos gáudios e de gentilidade de mesmo jaez e predicados; catervas, manadas; haustos, a la pantagruel e gargântua.  E esses são reiterantes, deliberantes e de máximos gozos e orgásticos delírios. Ai, ai!

7.    Registros fotográficos de bizarrices e trunfas e grenhas. De algum mentecapto que o dia a falsificou. O insta replica como se todos ali fossem de mesmo jaez e diletante apaziguador. Doi, dá um dó! Evohé!  Arre!

8.    O que dizer dos vilipêndios e compêndios; um Adolfo Bioy Casares, Itamar; de suas degradações pictóricas? Acodem-nos por piedade, senhores!

9.    Fotos e registros, imagens originais e reais de crianças de baixíssimas idades. Pergunta acaciana, de Eça de Queiroz? Onde se foi a noção do ECA? Existe uma estultice de informação, deformação e sandice na quintessência.

10. E as frases, na estirpe e gênero abracadabra. Mágicas, ilusórias, fé cega e plena de necedade (atenção néscios!) Pratiquem e acontece o efeito.

11. Citações de princípios de autores reconhecidos, de autoajuda, progressistas, alentadoras. O publica-te e replicante, possui plena e nítida ciência de que são princípios. Entretanto, amador de insta e face nunca tem essa iniciativa. É bom o que replico, mas, nunca faço tal tarefa e labor! Curioso, não?

12. E a glosa do Chico, de Jesus voltar, o medo dos internautas, de Ele voltar e pegar o património, dinheiro e distribuir aos pobres. Ah, que dó de alguém compartilhar tal idiotice em suas páginas! Socorra-nos, oh, Deus! “Onde está que não responde”, precisamos do Senhor, mais que nunca.

13. E as fotos de catervas, guetos e maltas dos regaladores, em seus gáudios, gozos e gozosos de boca e Dionísio! Ai, ai, cognitivos e sensitivos de boca e estomacal. Hum.  Topo 10.

14. E as imagens, os reels do insta, do face, de mãe pássaro, dando de comer aos filhotinhos. Ah, que construtivo, que cognitivo. Ninguém tinha visto. Precisa, gente. Não critique, criatividade, novidade, invectivas!

15. Imagens de nenê animal, nas ninhadas. Ah, que empolgante, suplicante e degradante. Precisa divulgar. Achado, inventivo. Descoberta e tanta.

16. Expressões, falas desconexas, de sexos e outros truísmos em anexo. Não vamos divulgar, formativo, incentivo. Vamos fazer igual. Tipo o pascoal.

17. Gente, atenção os náufragos de face e do insta. Atentem para as prédicas e cânones do dia. Existem sempre as palavras de ordem, aquela prece, aquela reza, aquele termo de poderes miraculosos. Gravou e repetiu. Acontece. Mas, atenção precisa fé, acreditar, força, magnetismo espiritual. Creem e verão como funciona o fluido cósmico. Batata! Pratiquem-no.

18. E atenção!  Atenção, atentem, fixem, fixação mesmo> não esqueçamos o que está expressando, ditando o célebre instantâneo de momento. Façamos aqui um colchete ou parental. Um portador de idiotia cultural, está em seu mural. “Faça isso e colherá isto, proceda assim e colherá assado! Pleno, sem beiras.

19. As boçalidades das postagens, os posts de eficácias mágicas e miraculosas. Faça e repita. Atenção, tenha fé e certeza que o resultado virá. Cada mês, siga essa prece. Abracadabra, evole, caburé. Batata, pode esperar. Quantos néscios e Natércias tem que aturar. Lei de casa de penates! Hum, ai, ai!

20. Bizarras fotos e posts de cenas de infantes e pueris. Bogaris e ridentes. No fundo, condizentes com os autores e autoras, os instas. Sem pejo e zero lampejo! Ui, ai!

21. E as novenas virtuais. Costumam ser mês a mês, com convites, chamadas, recalls aos de mesma iguala. Façam-me! Dá resultados. Agosto, setembro, outubro eterno-retorno, moto-contínuo. Reels de inteligência alheia. Ai, ai!

22. Álbuns e coletivas de cenas de inocentes e ingênuas criaturas, nas suas distrações, mata-piolhos, restolhos, coçaduras. Canduras de infantes. Crias!

23. Bichinhos e seus comportamentos. Meneios, os seus reflexos, genuflexos. Empinados. Ah. Você viu que fofinho, que inteligência, que amor. Ai, ai, ai. A gata que pariu filhotes pretos e brancos! Como explica-se, não sabem. Néscios e suas necedades, hebetismo na quintessência! Merencórios.

24. E as preces, as palavras de ordem, do faça que acontece! Experimente! Acalente. Perdoe um idólatra e traíra de suas falas e falsidades. Mas, olhe, não o receba mais, olhe de envolta, para vocês amigas.   Não volte mais.

25. E vamos; não acabou. Vem as fotos, os posts de pets, da humanização dos bichos, alguns tem trancinhas, fitas de adereços. Eu conheço. Ah. Aguente. A gatinha que pariu, olhem os filhotes. Novidades, ninguém sabia.

26. E as agendas de prédicas do calendário. Olha gente faça isso: mais amor, mais carinho com os bichinhos. Sonhos para sonhar. Ah. Não esqueçam: em nome de Jesus e Deus no comando. Acenda uma vela, a chama, o fluido.

27. Logo em seguida, aquela fofoca pelo WhatsApp. Nossa, mas você viu o que fulana ou sicrana fez? Atente para a beleza vernacular. Vermicular! Horrores. Isto feito, logo depois de em Nome de Jesus! ah, se não fosse, hein! E os comes e bebes da Sagrada Noite do Menino Jesus. Senhor, perdoe-os!

28. E os reels de toda hora, há que se aguentar. Rolo pedra ao cume do monte, cai pedra. Polia, sem folia. Gente, gente.

29. Como bem dizem os ianques e franco-argelinos, os que analisam, além dos especialistas da ONG britânica, todos os instas e faces, beiram a dupla de “folie a deux”. Os lé com lé, e os cré com cré! Entendem. Os jecas e as jecas.

30. Enfim, humanos, humanoides, bípedes, pitecantropo. Todavia, em qualquer via, muitos indivíduos, pessoas de insta e de face, que tornaram aos primevos da espécie, ou como prolatava o Jornalista Paulo Francis (1930-1997), são tipos sociais e civis que se caem de quatro, não se levantam. Atróficos cognitivos e sinápticos. Sintomáticos e esquálidos de um elementar de cérebros ativos e intuitivos! Deus, oh Jesus, ajudem-nos daí, a entender e suportar esses quejandos e inopinados, membros do homo demens!

João Dhoria Vijle - Crítico Social e Escritor 

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