DOS CASCÕES E SUJISMUNDOS
Em verdade existem vários indicadores e atributos de civilidade e disciplina das pessoas. Civilidade aqui é um termo genérico abrangente de muitos outros itens e predicados da pessoa. Um desses é a capacidade e polidez nas relações sociais as mais variadas. A começar no microcosmo familiar.
A família é esta mini sociedade onde o indivíduo além de aprender sobre civilidade, ética e generosidade, ele vai incorporando os valores como cidadão. Cada pessoa é a consequência do padrão social e civilizatório de mãe e pai. Destaque especial para a mãe, como primeira e determinante educação ética e social do filho (a). Mãe tabaroa ou tabajara não vai ter filhos de raça.
A pessoa é fora de casa, de seu domicílio, o que ela é como integrante e cria (crescimento e educação integral) dessa família. Bem comparada, a pessoa se torna como a abelha para a colmeia, operosa, obediente e obreira. Ou como vespa venenosa e produtora de mal; tipo um marimbondo, capaz de ferroar e atacar, e nada além desse instinto de só laborar para a sua colmeia, na preservação da espécie. Fácil não é!
Vamos a alguns outros atributos e expedientes que bem ou mal caracterizam o grau de civilidade ou disciplina da pessoa. Quando a referência é disciplina, pode-se abrir uma enorme chave, porque são muitos aspectos da existência e estadia do indivíduo na sociedade, família e mundo. Uma questão bem comezinha e da ordem diária. A higiene em tudo que a pessoa faz e produz. Não é demais lembrar que o padrão higiênico da pessoa está intimamente ligado com sua saúde e saúde de pessoas próximas e da intimidade.
A higiene, vai muito além da mera e rotineira higiene pessoal, banhos, escovação de dentes, limpeza e lavagem de calçados, vestes sempre lavadas e bem passadas, cabelos limpos e bem penteados. Basta sublinhar um item marcante no grau de civilidade da pessoa no correto acondicionamento de seu lixo pessoal, tanto os de alimentação; e o mais contributivo e civilizado: a destinação adequada e segura desse lixo. Quantas questões de saúde, contaminação, feiura e agressão aos espaços domiciliares, condominiais e urbanos. O lixo é um grande reservatório de pragas como roedores, insetos, animais peçonhentos como cobras e aranhas e viveiro de uma infinidade de doenças.
Se existe um espaço privado que bem caracteriza o grau de civilidade humana e disciplina da pessoa é a sua morada. Entre em uma casa de amigo ou parente, mas de surpresa. Veja os móveis, piso, sala de estar, a mesa e baixela servidas para um lanche e almoço. Se ainda há dúvida sobre o esmero e cuidado desses residentes quanto à higiene comum e pessoal, existe um truque infalível: peça para usar o lavabo, o banheiro/toalete. Pronto, aqui se define com grande acerto se essa pessoa e membros da casa são civilizados, higiênicos e organizados ou autênticos sujismundos. Infalível teste.
Por último, um registro muito visto e presenciado nesses propalados tempos digitais. Trata-se do chamado desregradamento no estilo de viver. Os tipos sociais e familiares ilustram bem esse estado de vida. Há uma dissociação entre a postura da pessoa no seu ambiente público ou de trabalho e na sua vidinha privada, particular, familiar, pessoal. É na prática o exercício do princípio: faça o que eu mando, mas, não faça o que eu faço.
Como modelo dessa gente, imagine aquele homem ou mulher, que se se chega em casa dessa pessoa e precisar de um copo d’água, deve-se pensar duas vezes, dada a precária higiene da casa e pessoal. A começar pelos odores fétidos e pestilentos deixados pelos pets da casa. É a antropomorfização dos bichos. Marcas encontradiças de nossos tempos. Os lixos e excrementos desses amados pets, de tais pessoas, costumam ser cultura para larvas e insetos.
E vem a dissociação desse jeito nocivo, desregrado e fedorento de tocar a vida. Alguns desses tais e quais indivíduos, homens/mulheres, costumam ser dados a práticas místicas, espirituais, religiosas, verbalizar ou postar no Instagram palavras de ordem, de cunho sagrado. Agora, como última reflexão aplicada a esses tipos antissociais e fétidos, tendo em consideração que nosso corpo é a morada da alma. Como deve se sentir a alma dessas pessoas, em um lar tão fedorento e pestilento, em uma pessoa tão porca e sujismunda! Como aceitar! Nossa casa e nosso corpo não são a morada de nossa alma. É de se pensar que essa alma não se sinta bem nessas casas e corpos. Vade retro!