pecados e culpas originárias

João Dhoria Vijle - Crítico Social e Escritor 

 Existe em conhecimentos filosóficos e doutrinários o chamado princípio do carma ou pecado hereditário. Mesmo quem discorde há como que um certo liame lógico e verossímil. Mas, grosso modo o que seria esse chamado pecado hereditário ou carma hereditário? De forma simplificada, para melhor entendimento, seria uma dívida moral que uma pessoa tem a pagar por vícios, erros de comportamento, deformidade de caráter e índole antissocial, ilícita e até delitos cometidos por ascendentes: pais, avós. E curiosa e instigante essa interpretação. Mas, ela é tratada em vários ramos de conhecimento, filosofia, doutrinas e religiões. Culpas e penitências hereditárias. Imaginem bem!

Quando se olha de forma isenta, com uma crítica impessoal e genérica, fica a impressão de que o que passam algumas pessoas, os reveses, uma vida sofrida; ansiedade, depressão, doenças físicas, afecções dolorosas e disfuncionais e mesmo perdas inesperadas de pessoas próximas, etc. Fica a sensação de que essas pessoas estão sendo penalizadas com esses determinismos da existência (basta revisitar por exemplo como o afirmam muitos espiritistas, budistas, bramânicos, xintoístas). Interpretações convincentes e verossímeis, como referido acima.  Um filho ou filha cumprindo uma culpa de um pai de vida torta!

Tome-se esse modelo genérico, mas encontradiço e por vezes cediço e demonstrativo. Aquela pessoa, homem ou mulher. Que por natureza se mostra afável, amorável, meiga, que ali na adolescência goza de uma saúde global/física e psíquica padrão: comunicativa, estudiosa, dedicada nas lides de boa aluna, cooperativa nos afazeres doméstico junto à mãe e demais membros parentais. E nesses quesitos, mostra-se herdeira e símile da mãe.

E atentem a esse revertério, leitores e leitoras. Não é que a regra de Murphy vem de se aplicar a essa pessoa, antes destinada a uma vida feliz, equilibrada, harmônica, prudente!

·         Aos poucos, gradativamente, essa serena e pura pessoa, de boa alma e bom coração, daí cordata e generosa. Há de conviver com um pai adicto de certo entorpecente que o torna um andrajoso e malcheiroso e dopado domiciliar (primeiro pecado familiar). Esse pai, sem um descritivo de profissional habilitado, mas se mostra portador de certa parafilia muito reprochável e delitiva, nas leis vigentes (mais um pecado ou carma familiar). E não para por aqui. Mais, esse pai se torna um infiel contumaz, mesmo ciente do estado doentio e degradante para esposa e filhas. A quebra desse vínculo juramentado ante uma autoridade doutrinária/eclesial; (american psychiatric association (2018) manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales dsmv). Fideicomissário infiel, recalcitrante e idiossincrásico.

A mãe, a pessoa mais próxima e companheira, adquire uma doença crônica incurável, padece por alguns anos e falece, em plena maturidade física e emocional (mais pecado ou carma familiar). Essa jovem senhora e filha, busca reparar essa perda. Práticas místicas, terapêuticas: grupal, terapias várias, substâncias psicoativas, cias e tais; paliativos, não curativos, não resolutivos. E segue os determinantes cárpicos heráldicos.

Como culpas originais não são poucas culpas, vem aditivos. Entram na vida dessa jovem senhora e já prendas domésticas e filiais, alguns parentais ditos no vulgo e populaça valises ou alforjes sem pegas. Hajam malotes e maleitas. Malárias poucas são bobagem! E na amenização desses carmas, tentativas de amaciamento, sem mandamentos formais; naturalização.

As relações sociais e familiais, ops/ não confundam com familiares, costumam serem eivadas, conspurcadas de volutabros e labéus, que Ciências e espiritistas nenhuns explicam. Tais as morbidezes que vão advindo nesse cipoal de disformes jogos comuns.

Imaginem, aqueles parentais genômicos e não genômicos, que vão se aditando no convívio dessa senhora, que supunha ter uma biografia plácida, lenitiva e paregórica, por toda vida. Quanta ilusão sonhou essa mulher! Carmas, culpas e embaraços psíquicos.  

Exatamente esse revertério, que foi se vivendo. Quantas valises e embalos vai tendo que suportar. São as previsíveis e convencíveis vidas boas, tortas, passivos, sevandijas e esbulhadores das energias, ingenuidade e boa-fé dessa pessoa. Haja resignação, purgação, purificação. Quando se chegarão os dias de paraíso. Algum nirvana à vista! Meritória!

 

João Dhoria Vijle - Crítico Social e Escritor 

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