Utilidade póstuma

“A vida é muito curta para ser pequena” (Benjamin Disraeli 1804-1881). Já basta que ela curta seja, para que consiga apequená-la de algum modo, e quando é que eu e você apequenamos a vida? Responso (ore comigo): quando temos uma vida pequena, banal, fútil, inútil, superficial”. Pergunta: Se você não existisse, que falta faria? Esse é o título do Livro do Professor e filósofo Mário Sérgio Cortella. Há certos humanos que se vão e nenhuma falta faz!

Partindo desse mote/introdução, façamos algumas reflexões sobre como tem sido a vida de muitas pessoas e para muitas dessas pessoas, com quem deparamos, com quem encontramos em nosso vai-e-vem, em nossas jornadas diárias. Sejam essas movimentações em vias urbanas, no trabalho, nos condomínios onde moramos, horizontais e verticais, em nossos lazeres, viagens. Os espaços de convivência, de trabalho, de com ou colaboração (laborar juntos), de diversão; enfim todos os encontros, constituem um laboratório a céu aberto e grátis de estudo da natureza humana, seus gostos, suas ocupações, suas produções, suas jornadas.

O instigante e significante é que em tudo que a pessoa faz, expressa, comunica, fala de si e de outras pessoas e tudo à sua volta, essa pessoa está revelando todo o seu conteúdo, sua moral, sua cultura, seus valores sociais, morais e éticos, civilizatórios. Essa constatação começa pelos gestos mais básicos como sua higiene corporal, bucal, seu asseio de corpo e vestes, cabelos, unhas, banhos diários, alinho da marcha, o ritmo da conversação. Há gente que até no ritmo de mastigação, de coçadura de sua rinite, de falar de boca cheia se revela o quanto é xucra, casca-grossa e vilã.  

Depois vem outros expedientes. Sua educação e polidez nas comunicações com os circunstantes, transeuntes de corredores e vias urbanas, os cumprimentos diários! Há gente por exemplo capaz de atropelar o outro e não dar um simples bom dia ou boa noite, passa pelo outro como se um fantasma fosse. São os tipos inservíveis, que gostam de ser bem servidos. Imagine não servir e ser vil.

Vamos a algumas demonstrações dos qualificativos produtivos, laborais e culturais de certos tipos humanos. E nesses expedientes diários, temos de grande exposição as redes sociais. Mas, pode ser de igual relevância as vias urbanas, as ruas, avenidas, praças e parques. Quantos homens e mulheres se revelam o que são nas rotinas diárias. Levantar! Ai que tédio! Comer, repimpar de frituras, pães, laticínios e café. Mal organizar seus quartos de dormir e louças. Algumas são como o deus sísifo: sair com os pets, alguns sequer recolher as fezes dos bichos, e vai e volta, e vai e volta. Há tipos não civilizados que todos os dias rolam pelos quarteirões com um pet, fitados nas telas de celulares, posts conferidos. Vai, vem, vai, vem. Diariamente. Ah, que tédio!

E os posts, as fotos de futilidades e inutilidades no Instagram e Tik Tok. Ah, que frivolidades. E sempre as mesmas frases, expressões e preces mágicas. Façam tal coisa ou tal prece, palavra de ordem que acontece! Batata!

E há muitos homens e muitas mulheres que até trabalham, hein! Isso é fato! Existe a chamada coerção social. Muito mais que o coração social! Cada um e uma necessitam de dispor de alguns caraminguás! Almoço e janta custam caros! E existem mais. Alguns formigões de esbulhos alheios. E zangões da praça. Ah. Existem os finórios e sevandijas. Não se pode esquecer deles. Os perdigotos!

Existem certos tipos sociais, biótipos repimpados! Gente tão ordinária, inútil, fútil, inane, oca, passiva e nociva que passam a vida inteira como fardos pesados e fatigantes de membros parentais. Esses tipos sociais e éticos, são tais e quais, tantos e tantíssimos que quando morrem, provocam dois efeitos bem parentais: primeiro que não fazem nenhuma falta; depois trazem um alívio geral e parental de merecer algum comemorativo. Também, coitado (a), estava mesmo na hora. Descansou e nos descansou!  A vida corre, segue o seu curso! Decurso!

Que dia vamos sair? a gente marcar aquela feijoada, aquele rodízio? Pode ser no popular mesmo. O preço é o mesmo! Vale a pena! Marcado! All rigth “Oh, você viu? Ninguém tem nada com minha vida, né” 

 João Dhoria Vijle

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