Aspargo e Melindrada
EU já li sobre mulher melancia (por que não sei, porque é doce?), mulher melão (porque é desenxabida? e muito branca?). Agora, e mulher aspargo? Mulher aspargo samambaia! Já ouviram falar. Pois não é que ela existe. Também chamada melindre. Ah, mulher melindre! Aquela que parece portar um melindrômetro. Tipo aquela que tem a chamada up regulation no referente ao melindre, sistema ativador de vaidades.
Com a mulher aspargo ou samambaia, há de se ter cuidado porque qualquer coisa fora de seu julgamento, é motivo de sensibilização. E nada há para dessensibilizar. Ah, sicrana! Você me paga, você não fez tal coisa de meu desagrado. Eu te pego. Ah, se eu te pego, acabo com sua raça.Na gênese da pessoa melindrada, fala-se aqui dos dois gêneros. Mas, frise-se bem, a mulher é massivamente mais susceptível. Talvez uma influência do cromossoma xis e da educação familiar. Explica-se essa gênese.
O mecanismo da mulher com o termostato up regalation para melindre, vem de uma educação com o tratamento da filha princesa. Princesinha para cá, princesinha para lá. Por vezes uma mãe de baixo cabedal sociocultural, tosca e vespa da praça. Há como que uma criação e consciência crescente e pubescente, auto avaliação da criança. Olha bem eu sou uma princesa. A criança vai crendo nessa fantasia e mentira.
E esses falsos valores e imagens vão como que sendo introjetados e plasmados na avaliação personalíssima da criança. Tudo falso e de autoengano, imposto pela família, mãe, babás, parentes e aderentes que criam esses falsos atributos. Ou há alguma divergência. Quantas crianças, meninos e meninas são nobres, príncipes e princesas? Títulos nobiliárquicos reservados a poucos nobres.
Aditados a esses falsos valores da criança e adolescente, costumam ser criados outros qualificativos, dissimulados e falsos, porque tudo fictício. Os adolescentes e jovens com privilégios. Alguns introjetam a síndrome do peter pan. Eternos e perenes adolescentes. Mas, um dia, vão dar de testa com a vida lá fora! Realidade crua e nua!
Sem preparo, no contato, nas relações intersociais com outras pessoas, esse jovem, essa jovem vai se deparar com certos caracteres e outras personalidades. Choque, espanto. Eu sou príncipe, eu sou princesa; responde o ego, o superego desse jovem, dessa jovem. Melindre exaltado. Ofendida, melindrada! Hum. Fulano, sicrano! Esqueceram de mim. No meu dia da mulher, no meu aniversário! Ah. Vou chorar!
João Dhoria Vijle - Crítico Social e Escritor