É NATAL -HUM!
Datas Festivas
Por joão Joaquim
Quando olhamos na retrospectiva de nossas vidas e de nosso país, é momento de meditação e reflexão. Quantos não foram os atos tresloucados de homens e mulheres que poderiam ter melhorado a vida da humanidade e do planeta. Da cop30, por exemplo, realizada no Pará Brasil! O que se tirou de concreto e bons resultados para o planeta e para fauna e flora? Para a fauna humana. Seguramente nada. A poluição e destruição da Natureza continuam em ritmo nunca visto.
Nós humanos! Sobretudo as pessoas que tanto dependem do que produz a Natureza, na sua generosa produção de água pura e alimentos de todo gênero. Nesses objetivos da cop 30, pouco se vê de concreto e frutífero. Foi tanto blá blá, blá, que tudo parece ter ficado na retórica, e tudo na alegórica. Certamente vai dizer algum especialista em arte gongórica. Porque no íntimo, muitos desses homens ditos de Estado, não passam dos discursos, dos laudatórios, falam bonito e demais, mas na hora do vamos ver na prática. Nada!
Certas datas em certas famílias são momentos de compreender com mais proximidade a índole, o caráter de muitos tipos sociais. São muitas pessoas desses rebanhos de gentes que não sabem o significado pagão do Natal/da antiguidade e de hoje . Sua origem, o que tenha a ver na antiguidade com o sol invicto? A maioria se torna copista. São indivíduos que vão repetindo aqueles rituais e entendem bulhufas desses comemorativos e datas festivas. Por que do papai Noel?
Há um outro contexto e comportamento que bem revelam o caráter, os valores sociais, os indicadores de felicidade de grupos sociais. É o hábito de as pessoas se chafurdarem em tudo quanto há de comida e beberagens. Pouco importa se bebidas alcoólicas ou refrigerantes. Coca-Cola. E aqui um adendo! Que qualificativo! Não é mesmo! Impróprio em absoluto; não tem nenhuma propriedade de refrigerar nada da pessoa. Ao contrário, estimula o indivíduo a comer mais e mais. Com altos índices de insalubridade. Agua salgada, sais e corantes e caramelo.
E aqueles que se embriagam. Trata-se aqui de um capítulo à parte, porque o indivíduo vai se empanturrando de cerveja, de vinhos e destilados; e paulatinamente vai perdendo o senso crítico e de civilidade. E vem o gesto de ter que tolerar (pelos presentes convidados, que são sóbrios) as chulices, as baixarias, os chistes de mau gosto e ofensas aos brios e caráter de quem não se entrega a esses exageros.
Nessas datas, há aqueles indivíduos, homens e mulheres, que mostram todos os seus baixos instintos e bem lembram aqueles personagens do escritor francês François Rabelais, o pantagruel e o gargântua. Autênticas pantomimas, momescos. Ou certos personagens do decadente império romano. Quando os convivas e festeiros, comiam, comiam, se empanturravam de vaca, de porco, de galinhas, de massas, de doces. Quando se achavam repimpados e ingurgitados de tanta comida, era costume, irem ao mato, ou mesmo em via pública, dedo na garganta e provocavam vômitos, vomitavam tudo e voltavam a comer, beber, empanturrar. Era chique, prazenteiro, gozoso, tais gestos. Hoje soa grotesco e animalesco. Mas, há gente moderna nesse vício de comer.
A pergunta que fica é esta: que diferença há entre aqueles dos tempos de Rabelais e de hoje? Pessoas para as quais a felicidade máxima está nos prazeres dos chamados baixos instintos, comer, beber, se empanturrar, se encharcar de massas, açucares, doces. E vai se tornando roliças ( barrigas, bumbuns, papadas) de tanto acúmulo de adiposidade. Ah, mas tem uma solução drástica, cirurgias para obesidade mórbida. Quanta morbidez! São os pantagrueis e gargântuas da era digital, da pós modernidade.
João Joaquim de Oliveira - médico e articulista do DM
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Datas Festivas
Por Dhoria Vijle
Existem certas datas que são oportunas para se aquilatar, sopesar e compreender o que é o caráter, a personalidade e perfil moral, social e comportamental das pessoas, no que tange a todo o seu bojo de valores, de relações sociais e éticas com as pessoas à sua volta. Inclusive nos seus mais frugais gestos de sobrevivência, de convivência em grupo. Quer um exemplo bem comezinho? Nos hábitos do próprio comer. Há gente que traz, que despende esforço e energia em graus máximos para se refestelar em comidas. De preferência quando o faz às expensas de terceiros.
Tomemos certas datas tipo Natal e Ano Novo. Há certos tipos humanos que chegadas essas datas eles se tornam fissurados, esfuziantes e sôfregos por comidas. Não se trata de poucas gentes. Talvez se salva pouca gente! Mas, vêm-me à memória certas famílias com diversificados membros, que chegados os dias de Natal e Ano Novo, eles são preparados, aptos a se servir de uma, duas, três ceias natalinas, a quantas eles como filas-boias forem capazes. E se refestelam em tudo quanto for comida. Tornam-se repimpados, pantufas de barrigas. E acham normal tal expediente! Vamos ao contexto e vale a pena:
O " fila-boia" tradicional refere-se a uma pessoa que costuma visitar a casa de amigos ou conhecidos em horários de refeição, com a intenção — às vezes disfarçada — de ser convidado para comer. Nos tempos modernos, com a evolução dos chamados Direitos Humanos, quando também deveria haver o Instituto dos chamados Deveres Humnaos. O “fila-boia moderno”, aquele parental, o fraternal, o big Brothers de boa lábia e bem formado tecnicamente, usa de toda sua expertise para enganar e cooptar pessoas próximas. Sai para comer, e gosta de levar vantagem, não paga sua cota, ou paga sempre a menor. E sorri, sai de alma e cara-lavada. Como consegue hein!
Por que fila-boia. Origem do termo: Deriva da expressão "filar a boia". "Filar", em gíria, significa obter algo de graça ou por esperteza, enquanto "boia" é um termo informal para comida ou refeição (especialmente o almoço).
Esta é uma expressão da Natureza humana. Há gente, e não poucas gentes, há gente que têm na comida, do prazer da boca, de preferência filada dos convivas generosos e fraternos o máxime de sua felicidade. E vão repimpado de comida. Etiqueta à mesa? Que etiqueta! Se a farinha for pouca, o primeiro pirão é meu. Cruz credo desses tais! Vade retro pantagrueis e gargântuas. O Belzebu os espera, bem feliz.
João Dhoria Vijle Lisboa