sexta-feira, 4 de outubro de 2013

VIOLÊNCIA DE ESTADO...



A VIOLÊNCIA ESTATAL PELO MUNDO E O PAPEL AMERICANO.

                                                                                                       João Joaquim de Oliveira  



É difícil para as pessoas de bem, fraternas e solidárias compreender tantas injustiças, humilhações, violação de direitos e perda de dignidade pelas quais milhões de pessoas ainda passam neste planeta, em pleno século XXI.
Todos temos visto e assistido ao longo da História uma forma de violência que parece sem data de validade, sem fim. Falo da violência do Estado contra os seus cidadãos. Vamos começar por alguns países de regimes totalitários e tirânicos como a Síria, Cuba e Coréia do Norte. No continente africano são vários as nações com regimes extremamente tirânicos, cujos chefes de Estado se perpetuam no poder por 30 a 50 anos.
O Sudão é um caso emblemático desses regimes de exceção com ditadores que se julgam proprietários da nação. Os cerca de 400.000 mortos de Darfur  e 2.500,00 de refugiados, têm sido um dos mais bárbaros genocídios ( ou limpeza étnica )  cometidos pelo aparelho estatal contra um povo já oprimido pela miséria e fome , próprias de muitas nações da África. Omar Al-Bashir tomou o poder em um golpe em 1989. Acabou com a oposição e é o responsável por essa tragédia sem precedentes . O país é tomado pela guerra civil. Milícias tribais e grupos apoiados pelo governo lutam contra o Movimento pela Libertação do Povo Sudanês (MLPS). A Human Rights Watch classificou as condições dos direitos humanos no Sudão como imensuráveis. ONGs acusam o país de continuar com o tráfico de negros como escravos sudaneses.
 Em 2003, Al-Bashir começou uma campanha de perseguição étnica e  religiosa com o objetivo de dominação total e reinar de forma absoluta.  Ele já foi condenado à prisão e julgamento por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, mas a ordem se torna difícil de ser cumprida pela cooptação da própria corte de justiça sudanesa .  
Na África tem sido assim. São países que por serem pobres, sem petróleo e outras riquezas de interesse dos EUA são completamente esquecidos pelas nações mais ricas do ocidente. Ali são milhares de mortos por fome, doenças endêmicas, AIDS; mas, sobretudo por violência, guerra civil e abandono do próprio Estado. Uma calamidade e mortandade que supera em muito a 2º guerra mundial, se contar o próprio período pós-guerra.
Já o  povo sírio – no Oriente Médio-  tem sido a bola da vez desse cenário de violência e opressão do próprio Estado. São mais de 100.000 mortos, a maioria civis, inclusive crianças, e mais de dois milhões de refugiados vivendo em condições degradantes e subumanas. São humilhações e sofrimentos sem precedentes iguais.
Cuba e Coréia do Norte não têm conflito há muitos anos. Nesses países parece que o povo sofreu uma espécie de lavagem cerebral, torpor ou imunização contra qualquer protesto ou reclamação contra o Estado. Todos parecem dopados com a domesticação e submissão impostas pelo sistema estatal. Fico a pensar: a que ponto de horrores chegamos em plena era digital, da comunicação globalizada instantânea e em tempo real!
Tomar conhecimento de fatos e feitos perpetrados pelos tiranos e déspotas desses regimes, nos força a indagar: será até aonde vai a maldade do homem, do opressor contra o oprimido? Ver cenas e vídeos do terror de Estado dessas nações parece delírio ou vinhetas de filmes de horror. Será que não há limites para tanta barbárie? O que tem feito a ONU? As convenções do pós-guerra? E a declaração universal dos direitos humanos de 1948?  Será que todos estes órgãos e acordos de paz e respeito à dignidade da pessoa humana estão adormecidos e sem eficácia?
O interessante e curioso é que os EUA se mostram muito preocupados e dispostos a intervenção em países em conflitos, quando por exemplo está em jogo interesses econômicos a exemplo de jazidas de petróleo. A intervenção e guerra contra o Iraque foi uma dessas intervenções desastradas. Por que nunca sabemos  da preocupação americana com os massacres cometidos por ditadores da África? Seria uma bela demonstração de intervenção em função da democracia, da dignidade e direitos humanos ,com sentido estritamente a favor dos excluídos  e pobres.
Será que podemos ver um dia esta preocupação e investimento de governantes da nação ianque com os povos humilhados e oprimidos e mortos de nações mais pobres a exemplo de um Sudão e Zimbabwe? Vamos esperar bem sentadinhos porque trata-se de  uma possibilidade bem longínqua. 


      
   João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


FORA DO....



FORA DO CENTRO

                                                                                  João Joaquim de Oliveira 


Uma palavrona que as pessoas bem sucedidas ou sábias empregam muito se chama concentração. Mas, afinal o que significa concentração? Atenção para sua dissecção etimológica,  con-centro-ação, ou seja estado ou ação voltada para o centro, o núcleo, o cerne ,a essência daquilo que se faz. Simples assim não? Ao escrever esta pequena crônica sobre esta condição que também encerra disciplina no que  se faz, será que eu estou bem centrado neste meu mister? Bem, pelo menos vou procurar exercer esta técnica ao discorrer sobre ela própria (concentração).
Muito já se ouviu dizer que as novas gerações ou têm uma dupla capacidade de concentração ou não se concentram em coisa nenhuma. É o caso por exemplo de se estudar ouvindo música, de dirigir atendendo o celular e enviar uma mensagem etc. Aliás constitui infração de trânsito dirigir e usar o celular. O risco é grande .
A mim, de uma geração mais madura, me parece meio complicado, fazer simultaneamente duas destas atividades, quase como assobiar e chupar cana. Eu penso e observo que a perda de foco ou centro no que se faz se deve muito ao ritmo frenético da “vida moderna”. A sociedade vem primando pela velocidade e quantidade, mas perdendo em qualidade. E põe falta de qualidade nisso. Sem qualidade de vida, de relações sociais, de laços afetivos, de vida conjugal, de afeto com os filhos e pessoas queridas e por aí vai. A dispersão das pessoas na modernidade de hoje é tamanha que elas se desconcentram até de si próprias. Querem exemplos cristalinos? Com que periodicidade  essas pessoas intituladas aceleradas e muito produtivas procuram um médico de confiança para um “check-up” básico? Quantas vezes por ano elas vão ao cinema com o cônjuge ou filhos? Quantos livros agradáveis elas lêem  por ano? Quantas viagens de lazer elas fazem com a família?
Esses tipos comportamentais aqui citados podem até estar concentrados na profissão, mas desfocados do que lhes são mais valiosos; a auto-estima, a saúde, as relações sociais e afetivas em todos os seus graus. Todos os insumos e produtos das ciências e tecnologia têm tornado as pessoas reféns ou escravas destes avanços. Os objetos de informática e de mídias digitais podem muito bem exemplificar este grau de alienação a que chegamos. Hoje as pessoas estão muito mais centradas nas redes sociais( sociais?) e suas mídias do que na família, nos amigos ou em si próprias .
A cada apetrecho eletrônico ou digital que a pessoa incorpora em sua rotina de vida, esta pessoa  se torna refém dele. Aqui há uma inversão de valores. De possuidor do objeto moderno, o indivíduo se torna possuído pelo objeto, porque este não desgruda mais do (ex) dono. São exemplos típicos dessa relação inversa o telefone celular, o notebook, os tablets, o iPhone e tantos outros objetos de informática.
Não se quer aqui demonizar ou tachar de fúteis tantos recursos eletrônicos, de informática e as mídias em geral. Chama-se a atenção apenas pelo uso certo, no contexto próprio e hora certa. Se assim não for procedido, as pessoas estão perdendo o foco, a concentração e o próprio rumo de suas vidas. Isto é perverso, nocivo e perigoso; com riscos de tornarmos tão frios e autômatos como os próprios computadores.
Se a pessoa não puder fazer uma caminhada, ir a uma cerimônia qualquer, a uma academia de  ginástica sem levar o celular e outros  penduricalhos digito-virtuais, melhor seria dar uma pausa em tudo;  talvez umas sessões psicanalíticas;  e repensar as prioridades da vida. Pode ser  falta de concentração ou foco. Cada atividade, seja no labor diário  ou lazer  merece uma dedicação exclusiva, para não sair do centro do que se faz  ou da rota certa da vida. Finalizo com este conselho: Todo utensílio ,  objeto ou invento moderno pode ser útil ou bom pelo bom ou mau uso que se faz dele; o dono é que pode ser tornar um benéfico ou nocivo( excêntrico ) usuário do próprio bem.      

  
João Joaquim de Oliveira   cronista DM 

LEIS E ÉTICA...



      SOCORRO!  LEIS  E ÉTICA ATROPELADAS 

                                                                                  João Joaquim de Oliveira 


 Para as pessoas que usam a massa cinzenta do cérebro, especialmente o lobo esquerdo (razão e lógica), se torna intrigante e motivo de reflexão, o quanto se muda as regras de Estado em nome daqueles que detêm o poder (situação). Quero aqui pegar dois exemplos atuais de como as regras do jogo podem mudar em proveito de um grupo de políticos com as rédeas e o leme  na condução do país. Refiro-me ao governo lulopetista, sob a presidência de Dilma Rousseff. Os dois fatos vigentes são o programa assistencial Mais Médicos e o imbróglio criminoso do mensalão.
Um questionamento que faço sobre o repetitivo e cansativo andamento do mensalão é se os réus fossem não ligados ao PT, mas, de partidos de oposição. Será que o estágio do julgamento seria o que temos hoje? Réus soltos e certos de que as penas serão minimizadas ou até mesmo canceladas por muitos crimes cometidos.
 É sabido de todos que os réus mais graúdos (doze no total) ganharam o direito de um novo julgamento através dos embargos infringentes. Vamos raciocinar de forma simples o objetiva. A suprema corte de justiça ,composta por onze luminares e inteligência do direito e da justiça, passaram oito anos debruçados sobre os autos e provas do processo(ação penal 470). Chegam a um veredito: dos 38 réus, 25 são culpados. Frente aos recursos interpostos por advogados dos mensaleiros, nossos sábios e eruditos juízes do STF não têm mais certeza da culpabilidade dos condenados. A bem da verdade real, foram seis (6x5) os ministros que votaram pró-mensaleiros. É de causar estupefação nas pessoas leigas um desfecho como este num julgamento tão longo e com provas tão robustas contra os saqueadores deste país, de tantas injustiças para os mais pobres.
Um outro fato, na realidade um seriado cheio de incertezas e trapalhadas, é o programa assistencial do SUS Mais Médicos, que segundo a mídia já vinha sendo gestado há longo tempo e agora veio a lume.
Nunca na história deste país se viu um empreendimento oficial  desse gênero, que tanto desrespeito e atropelamento causasse às nossas leis e a ética. Todos sabemos que nosso país, como outras repúblicas democráticas, se fundamenta nos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. O judiciário tem a função maior de guardião das leis e corrigir desvios da Constituição. Devem ser independentes e harmônicos em nome do bem comum, do povo. Na câmara e senado, o governo se tiver maioria, ótimo para o executivo, tudo a contento da situação. No caso do judiciário, o que fica a parecer? Que este poder, se torna cooptado, a favor de atos ilegais e sem ética do governo, que no momento detem o poder . No caso do “mais médicos”, quantas decisões absurdas e lesivas aos princípios éticos. Para ficar em dois exemplos.  Primeiro: o trabalhador (o médico cubano) recebe apenas uma fração do salário. A maior parte fica com a ditadura dos irmãos Castro(Fidel/Raul). Segundo: a questão ética. A justiça está obrigando os conselhos de medicina a fornecer o registro aos estrangeiros. Isto sem o exame “revalida”, que são os testes para avaliar a capacitação (suficiência) dos médicos ao exercício da profissão.


Nossos gestores da saúde pública tomaram outra decisão esdrúxula : o próprio ministério da saúde se diz disposto a oferecer o registro e autorização para a atuação dos médicos estrangeiros, independentemente  da veracidade, da origem dos documentos apresentados pelos profissionais.
  Para os brasileiros formados no exterior sempre foi assim: o  recém-formado apresenta o diploma, não importa onde formou , e passa por provas, para ratificar  sua aptidão à função ( médico).  Por que mudar as regras do jogo agora? Apenas para atender a um programa cheio de dúvidas e ilegalidades do nosso governo  ?  
Epílogo e resumo da ópera:  Este malfadado , contestado, eleitoreiro e comunista programa “ mais médicos”, de nosso governo lulopetista e aliados, está sendo implantado em nosso país, com o total atropelamento de muitas leis e da ética. O que ressoa  pior e melancólico , sob os beneplácitos de nossos juízes e do judiciário . Só mesmo no Brasil!  


 João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

SINDROME DE ESTOCOLMO ....



         Epidemia da Síndrome de Estocolmo

                                                                                  João Joaquim de Oliveira 

 Os ditados populares têm muito de engenhoso e demonstram o quanto o povo, as pessoas anônimas, mesmo não escoladas são inteligentes e criativas. Eu inicio esta matéria com dois provérbios populares. Ei-los: (1)diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. (2)Quem dorme com o diabo cria chifres. É aqui eu pego o espírito, ou melhor a moral desse  de que dorme com o gênio do mal e herda-lhe um atributo físico, que em última análise simboliza a própria maldade (um signo metonímico da parte pelo todo).
A biopsicologia na sua parte de estudo comportamental estuda as relações ou influência das circunstâncias sobre o indivíduo. Noutros termos o quanto o convívio pode ser marcante na conduta, nas atitudes de uma pessoa a partir desse novo contato, dessa nova interação social ou circunstancial.
É próprio e inerente do ser humano o fenômeno da síndrome de adaptação. Significa nada mais do que o indivíduo se ajustar, harmonizar ou sintonizar com o modo ou princípios de alguém num convívio próximo ou íntimo, ou em  condições adversas ou favoráveis , numa relação mais lógica .  No mundo, mas falo mais seletivamente no Brasil,  temos vivido vários exemplos da síndrome de adaptação. Trata-se de  um tipo comportamental de que os governantes tiram muita vantagem, notadamente aqueles políticos com ideologia ditatorial, populista e demagógica.
O individuo se adaptar ou acomodar com algo novo e melhor é fácil de compreender e aceitar. Quem por exemplo não se sente bem e feliz com uma promoção funcional, com um reajuste salarial, com a prestação de um serviço público de qualidade etc? Não exige nenhum sofrimento, stress ou sacrifício. Basta acontecer e de pronto a pessoa se adapta ao novo estado. No outro extremo, a psicologia também bem o descreve, o  individuo é propenso não só a adaptar ou acomodar ao ruim, ao nocivo, ao antiético, ao imoral e ilegal; mas a passar a estas práticas por incitamento, ameaça ou mesmo identificação com este novo ordenamento, esta nova circunstância.
 O Brasil tem sido um campo de comprovação deste fenômeno da síndrome da adaptação ( ou acomodação). A corrupção é epidêmica e sem punição?  Então vamos todos roubar que vale a pena; a saúde pública sempre foi ruim então vamos aceitar que não tem jeito mesmo; o trânsito sempre matou muito, então fazer o quê? A educação no Brasil esteve sempre entre as piores do mundo, então reclamar para quê?
Para quem ainda não ouviu falar da síndrome de Estocolmo eu conto-a resumida. Estocolmo ( Suécia )agosto /1973. Dois sequestradores invadem um banco e fazem de reféns quatro pessoas. A policia entra  em ação; são  longos dias de negociação. Os quatro reféns  são o trunfo dos bandidos. São usados como escudo. A principio por ameaça e coerção, mas com o passar do tempo os  reféns criam uma ligação afetiva com os meliantes. De forma voluntária e muito simpatizante eles(reféns) iniciam um negociação até mesmo com o primeiro ministro em prol dos criminosos. Findo o sequestro, os criminosos são presos e condenados, os reféns  são libertados incólumes. Mas, eis que para perplexidade do mundo, não só duas jovens(reféns ), outras pessoas criam simpatia e admiração pelos ladrões em cumprimento de pena. As famílias dos ex- reféns  e criminosos se tornam afetivas e amigas. Uma refém, Kristin Enmark, explicou isso em uma inesperada entrevista telefônica: "Não tenho o mínimo medo de Clark e do outro cara( os bandidos). Tenho medo da polícia. Vocês entendem? Acreditem ou não, mas passamos bons momentos aqui".
Não é raro a mídia noticiar adolescentes e jovens sendo recrutados e aliciados para o crime. Trata-se de um fetichismo ou glamourização que produzem os criminosos audazes e inteligentes como foi o famoso AL Capone da máfia italiana. Precisamos estar alertas, sobretudo os segmentos organizados, lúcidos e honrados de nosso país. Volta e meio a síndrome de Estocolmo nos ataca e nossos governantes gostam! São mais impostos, mais doenças públicas, mais estradas esburacadas, mais insegurança pública, mais indecência em tudo e vamos acostumando, adaptando a tudo o que  é ruim  num fenômeno símile à síndrome de Estocolmo.
“Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil… - até quando?..”. Maiakovski. Teoria Do Caos
 Por falar nisso aonde andam as manifestações de nossos jovens e trabalhadores de junho/2013? Por um Brasil com hospitais padrão FIFA, transporte público de qualidade e menos corrupção.

     

João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com

domingo, 22 de setembro de 2013

SALVE-SE PELA BOCA


     O HOMEM SALVA-SE PELA BOCA 


                                                                                        João Joaquim de Oliveira  



Atualmente com o crescimento das doenças relacionadas ao chamado estilo de vida, tem crescido também não só o arsenal de medicamentos convencionais, como também a chamada medicina alternativa. Entenda-se aqui aquelas práticas terapêuticas não alopáticas. São medicamentos fitoterápicos (plantas) e outras modalidades não tradicionais os meios terapêuticos empregados nessa chamada medicina alternativa. Outros recursos adjuvantes na prevenção e combate a muitas doenças cardiovasculares e endócrino-metabólicas tem sido a prescrição, ou contra indicação de diversos alimentos.
Conceituamos estilo de vida em medicina como a maneira de se viver, os hábitos de se alimentar, de libações alcoólicas ou não, o vício do tabagismo e outras drogas, e a prática ou não de alguma atividade física. O estilo de vida será determinante na qualidade e quantidade de vida do indivíduo. Ou seja, é desse modo de se viver que surgirão os temíveis fatores de risco (FR) para diversas doenças  gerais ou cardiovasculares de elevada morbidade, seqüelas físicas e maior  mortalidade.
Para ilustrar melhor vamos imaginar uma pessoa de 40 anos, sedentária, com sobrepeso de 20 kg,  com hipertensão  arterial leve (15/10), tabagista e colesterol de 250 mg/dL. Trata-se neste exemplo de uma pessoa de estilo de vida insalubre com 5 FR. A não correção desse estilo de vida trará a essa pessoa riscos significativamente aumentados de doenças renal crônica, diabetes tipo II, doença cardíaca, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Atentem bem que são condições mórbidas de elevado risco, estritamente relacionadas aos hábitos e comportamento ( estilo de vida). A correção ou anulação desses fatores se faz como? Com mudança de atitudes e hábito alimentar saudável, abstenção do vício do álcool e cigarro e atividade física regular. Sem o uso de nenhum medicamento, a custo zero.
 Tem sido muito difundo e até moda o emprego de muitos alimentos com a crença ou informação dos efeitos terapêuticos desses alimentos, frutas e vegetais. Para o bem-estar e felicidade de todos vamos ao que se tem de mito e verdade ao que se divulga por aí.
 A maioria dos alimentos mais populares tipo alho, cebola, none, berinjela, limão  não têm efeito de baixar colesterol ou pressão alta ou açúcar (glicose) no sangue. Trata-se apenas de alimentos saudáveis como nutrientes e fontes de vitaminas e minerais. A grande maioria dos alimentos, frutas, ervas e muitos vegetais da medicina popular, não tem nenhum poder terapêutico como acreditam as pessoas, e propagam os seus mercadores. A comprovação do efeito terapêutico das substâncias presentes em  alimentos e plantas se dá mediante ensaios clínicos bem conduzidos, dentro de critérios científicos e normas éticas bem estabelecidas. Entre estes exige-se número significativo de participantes (pacientes) e tempo longo de observação e controle. Isto nem sempre se dá com alguns estudos de muitos desses vegetais e fitoterápicos.

Para concluir eu ressalto que o conjunto de atitudes saudáveis (estilo de vida) é que fará a diferença em ter melhor qualidade de vida e longevidade com saúde. E mais, desde que isto seja feito a vida toda e não depois que surgiram os chamados fatores de risco e suas complicações. Após um infarto do miocárdio, AVC ou doença renal crônica, o que se pode fazer é minimizar as suas seqüelas.
Finalizo com três exemplos de hábitos para a saúde. O vinho faz bem ao coração? Sim. Desde que ingerido em doses leves de forma continuada como é cultural em algumas regiões da Itália e frança. Os óleos de peixe ômega 3 e 6 têm efeitos terapêuticos? Sim! Desde que ingeridos a vida toda como fazem os esquimós do Alaska. Por que as pessoas caucasianas (Rússia) vivem saudáveis por mais de 100 anos? Porque elas têm a cultura de um estilo de vida saudável continuado , vivem em harmonia com a natureza, se alimentam sem agrotóxicos, se movimentam a vida inteira , são felizes com o pouco que têm, e não sofrem com o estresse massacrante das tecnologias eletro-eletrônicas e digitais.
Quer viver mais e melhor ? Dê mais ouvidos à natureza; alimente-se o suficiente para ter boa saúde; faça exercícios físicos sempre; seja menos ambicioso e mais feliz com o que conquistou  até aqui; ame mais as pessoas e as coisas belas à sua volta; assim terá vida de qualidade, longa e morrerá feliz.     




    João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


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