domingo, 31 de janeiro de 2016

CHILE, A SUÍÇA SULAMARICANA

  POR TERRA E DE OLHO NOS ANDES DO CHILE
 João Joaquim


E  assim eu fiz mais alguns avanços no meu périplo pelo Mercosul. Desta feita percorri o Chile, considerado a Suíça da América do Sul. Em cada viagem que faço fora do Brasil eu constato que não valemos nada. Ou melhor, não valemos nada como ser humano, como pessoa. Trata-se daquela relação onde somos não-pessoas. O que valem mesmo são nossos cartões de crédito, os dólares que trocamos pelos reais entre outros códigos e direitos pré-pagos( passagens aéreas, hotéis etc).
 No meu caso, desta feita, foi até com um leve susto e pitoresco. No departamento da Polícia Federal, área de imigração do aeroporto de Guarulhos São Paulo , passei por uma ligeira detenção. Ao consultar meu passaporte o agente de plantão da PF me informou, o sr. consta como procurado pela justiça. Aí pensei, uai!  será que matei alguém culposamente e não estou sabendo? Feitas as devidas averiguações, consultado o meu dossiê e currículo civil , o policial me tranqüilizou. Não, não;  trata-se de um homônimo e homógrafo. As mães são diferentes. Olha o quanto as mães são importantes até nesses tipos de  apuros.
De resto, tirando algumas turbulências e a fetidez corporal (cê-cê) de um indiano que exalava no avião, o mais  correu tudo normal. Nesse ponto, fiquei matutando, a Índia além das águas do Ganges tem tantos outros rios, por que o povo de lá só toma banho a cada 7 dias?
Falando especificamente do Chile. Tem razão o seu cognome de Suíça sulamericana. Antes de suas virtudes, vamos aos seus vícios e defeitos. Primeiro, as variações climáticas que são terríveis. A temperatura vai de neve ao calor escaldante do Saara Africano (até 55ºc). O país é estreito (média de 160km), mas tem mais de 4000km de extensão. Outro ponto ruim é a gastronomia. São alimentos de má qualidade e caros. Em quase todo prato a batata (palla, em Espanhol) entra como iguaria. Ainda na culinária, não se tem os restaurantes “self-service”; tudo a la carte”.
As belezas naturais e a arquitetura são de padrão Fifa e com muita influência europeia. Uma curiosidade , o país tem um expediente e atitude de segurança em relação ao gás de cozinha e etanol com apenas 4 acidentes domésticos de  incêndio caseiro,  em 20 anos. Ao final eu conto a razão desta peculiaridade.
A balança em termos de qualidade de vida é altamente favorável. Não é à toa que a nação tem um IDH  próximo dos países escandinavos ( Islândia, Dinamarca, Suécia, Noruega). O trânsito é extremamente organizado, com baixíssimo índice de acidentes. Detalhe, crime de tráfego tem punições pesadas. Omissão de socorro e embriaguez ao volante são qualificadoras de elevada gravidade; nenhum atenuante de primariedade ou responder em liberdade por esses delitos.
A limpeza urbana e destinação dada aos lixos se equiparam ao visto em países europeus. Praças e parques naturais são mantidos como se fossem jardins residenciais. As pessoas são extremamente gentis e receptivas com os turistas.
 Os pontos turísticos mais frequentados são os parques naturais e as vinícolas. Os vinhos são de ótima qualidade e de baixo custo.
Os principais vinhedos estão nos arrabaldes de Santiago como Concho y Toro, Santa Rita , Vale de Maipo etc .
Por fim, duas coisas eu exalto daquele povo: primeira, o quanto as pessoas valorizam os seus verdadeiros herois e personagens da cultura. Andando pela cidade deparamos com muitos monumentos, bustos e estátuas daqueles que lutaram pela independência e outros feitos pela pátria.
 Na cultura por exemplo, fiquei admirado com as casas (museus) de Pablo Neruda e Gabriela Mistral (prêmios Nobel  de Literatura).
A segunda proeza chilena a se registrar se refere a um presente da natureza; falo de um trecho da cordilheira dos Andes. Sua imponência e magnificência deixam embevecido qualquer amante da natureza.
O esplendor dos Andes me causou tamanho deslumbramento que veio em mim a suposição de que aquelas montanhas e picos foram talhados e esculpidos não por abalos sísmicos, como teorizam;  mas pelas mãos de Deus. Ali me senti tão minúsculo que declamei para mim mesmo um verso de Castro Alves: “ Eu sou pequeno, mas só fito os Andes”. O país não tem etanol nem gás de cozinha.  Os 4 acidentes domésticos com este combustível  , em 20 anos , teve uma origem  clandestina. Algum latino entrou no Chile  com botijões de gás e os utilizava de forma ilegal. Pelo menos é o que me contou um guia local, ele não soube me  assegurar se era algum brasileiro.    Jan/16



João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM  

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO...

A CULPA DA FALTA DE EDUCAÇÃO E  DE CIDADANIA É DAS FAMÍLIAS                                                

João Joaquim  


Eu penso ser uma premissa consensual e fundamental entre pensadores e educadores mais antigos ( de pré-socráticos, até  idade média) de que o processo educacional do indivíduo está centrado no núcleo familiar onde ele é criado. A razão  desta afirmação certamente conflita com uma cultura  de grande parcela de nossa sociedade que tem uma tendência em delegar ou terceirizar toda a formação de uma criança e jovens a esta e outra escola contratada para o que sempre foi, é e será uma  nobre e indelegável missão, a educação e formação do indivíduo. É oportuno que façamos aqui, para clareza de entendimento a distinção de dois conceitos.
Êi-los.  Educação se refere àquele conjunto de ensinamentos conferido a toda criança, desde o nascimento, capacitando-a nas suas relações sociais, desde as mais simples e naturais até aquelas com o mundo, com os estranhos e com o meio ambiente onde ela se acha inserida. Nessa educação ,que é tarefa intransferível da família, vamos pontuar alguns exemplos. O exercício da ética, da generosidade e da virtude. Esses são aprendizados que devem ser repassados  e exercitados em família. Todo indivíduo nasce com um potencial para ser bom ou mau. O cultivo ou exercício  de uma ou outra tendência é que o tornará generoso e bom ou egoísta, predador e mau.
Outro conceito que não se deve confundir com educação se chama instrução. Instrução envolve escolarização, aquisição de conhecimentos e formação profissional. Fica patente que em todas as etapas da escolarização (missão das instituições de ensino) entram também os expedientes e estratégias da educação (códigos de conduta, ética, leis, disciplina de convívio em sociedade, etc.).
Nunca se pode perder de consideração - é importante ter esta questão como pacificada - que a família é parceira da escola no conjunto educacional da criança e vice-versa. Todavia, a responsabilidade maior nas etapas de educação do indivíduo é da família. Os pais e/ou cuidadores, parentais ou não, terão papel decisivo, marcante e eterno no conjunto educacional da criança e jovem; influências estas que vão moldar , inclusive o caráter e personalidade dessa pessoa no futuro.
Como andam a Educação e Escolarização de nossas crianças e jovens no atual mundo de tanta globalização ?  Com pretextos e justificativas de que o mundo para todos se tornou acelerado e competitivo; de que o pai e mãe precisam trabalhar fora para fazer face ao orçamento doméstico cada vez mais apertado e caro; enfim de que a mulher se equipara ao homem em direitos e deveres, os filhos têm sido criados e educados por terceiros. Trata-se de um ponto sobre o qual não se diverge.  Essa transferência na criação e educação dos filhos tem sido deixada para as  babás, os  parentes (avós na maioria dos casos) e instituições de ensino. Instituições essas que começam nas creches, que no âmbito dos órgãos públicos (prefeituras, Estados e União) são muito mal equipadas e geridas por pessoas amadoras. Ou seja, fala-se aqui no Estado Brasil. As primeiras escolas para alfabetizar, instruir e “educar” nossas crianças têm em sua gestão e administração pessoas, muitas vezes, amadoras que estão ali como monitoras e guardadoras desses filhos, sem nada ou pouco a lhes oferecer no que se refere à formação, educação e alfabetização desses menores.
Com razões e motivadas pelas mudanças do mundo em que vivemos; qual seja a era da celeridade em tudo, do capitalismo e competitividade em todos os níveis; as etapas mais importantes da educação, da instrução e escolarização do indivíduo (entenda-se desde o fase de berço) têm sido atribuídas aos órgãos de ensino. Sejam esses órgãos públicos ou privados. Órgãos públicos  que, repita-se, no caso Brasil se não são os piores, estão entre os piores do mundo. Isto pode ser assim entendido quando se olha os índices de avaliação de alunos e escolas brasileiras(Pisa, Ideb, Prova Brasil). Estamos sempre na 2º página de avaliação; 50º ou 75º lugar, em pesquisas de ONGs independentes, ONU e UNESCO, por exemplo.
 Há outros pontos a se questionar e influenciar na Educação  e Instrução de nossas crianças e jovens. O progresso, os avanços socioculturais e as conquistas de direitos de opinião, de livre manifestação, de participação em tantas questões da vida civil,  etc, ao que nos sugerem,  vem contaminando todas as etapas na formação e construção de nossos cidadãos. E cidadania se faz não apenas, repita-se, em escolas, mas de forma permanente desde o berço, com a Educação dada pela família.
Muitos dos avanços tecnocientíficos e dos direitos humanos não se deram sem efeitos colaterais nocivos na criação, educação e instrução  de nossos filhos. Basta citar uma dessas aberrações no bojo dos direitos humanos, a chamada lei da palmada. É o Estado (petista como bola da vez, poderia ser o partido x ou y também ) interferindo num princípio pétreo ou sagrado do pátrio-poder da Educação .
Dentro , por consequência ,  dessa triste realidade, cada vez mais as famílias brasileiras têm se amparado no código de defesa do consumidor e orientações do MEC com a seguinte argumentação: Srs professores,  Srs diretores de escolas;  a relação que estabelecemos( relação pais/escolas)  é de consumo; se eu  pago, o meu filho tem que passar de ano, tenha ele alcançado a nota mínima ou não!
Todo esse contexto  aqui referido tem  o amparo legal e beneplácito de nossas políticas educacionais. Resumo de enredo; somado o papel e diretrizes do Estado ( no momento o PT como mandatário ), mais o subtotal  das lições do submundo de nosso mundo Brasil e os apelos das baixarias e putrefação das redes sociais da internet, cada vez mais estamos criando verdadeiros monstrinhos  e idiotas sociais.  Jan./ 2016  


João Joaquim - médico - articulista DM

sábado, 26 de dezembro de 2015

PIB EDUCACIONAL...

QUAL O MELHOR PIB DE UMA NAÇÃO ?
João Joaquim  



Eu penso que o maior PIB de qualquer país seja a educação de seu povo. Educação aqui em toda sua extensão de significados. O próprio PIB monetário destinado ao setor e políticas de escolas, desde o ensino fundamental até a universidade e formação de mestres, doutores e cientistas. Eu gosto muito daquele pensamento de Monteiro Lobato  de que “ um país se faz de homens e livros”.
O homens(palavra) aqui de nosso famoso escritor nordestino já merece significados menos abrangentes. Que sejam homens que na direção do Estado tenham espírito de políticos e estadistas como concebiam Aristóteles e Platão. Bom seria que muitos de nossos homens públicos lessem por exemplo as obras Ética a Nicômaco (Aristóteles) e A República ( Platão ). Um pouco também dos diálogos de Sócrates traria mais decência e luz aos nossos representantes. Outro significado de homens seria o respeitante ao seu cabedal de educação no sentido amplo, desde sua conduta moral e ética até sua formação técnico-profissional. O ideal seria que todos fossem cidadãos , não no sentido literal de citadinos, mas homens de uma bagagem de honestidade, honradez e ética.

A excelência do PIB educacional de uma nação seria 100% de pessoas alfabetizadas. Agora vamos refletir a situação do Brasil. De plano é bom que esqueçamos os índices educacionais do atual governo (petista), que aliás, já são sofríveis e lastimáveis. Segundo o último censo do IBGE há hoje no Brasil 8% de pessoas analfabetas, ou seja cerca de 16 milhões de patrícios que não sabem ler e sequer assinar o próprio nome; uma cegueira escolar absoluta. Para um nível de comparação isso equivale a 5 nações (população) do Uruguai.
Se esse índice já nos entristece , embora não  vexe ou faz corar os nossos representantes do parlamento ou do executivo, vejam os indicadores e outras estatísticas não maquiadas da verdade real que é a educação dos brasileiros.

 Ei-las: somando nosso analfabetismo absoluto (8%) com o funcional, temos cerca de 60% da população analfabeta. Em tempo: analfabeto funcional é o indivíduo que assina o nome, sabe algumas operações de aritmética, mas é incapaz de entender o significado de um parágrafo de um texto popular; de uma revista, um jornal ou um livro qualquer.

Essa é a realidade, crua, nua e melancólica de a quantas anda nossa educação brasileira. Não é sem razão que as escolas privadas se tornaram um mercado promissor em nosso país. O que é um dever do Estado tem sido cada vez mais custeado pelas famílias que podem (poder monetário ) dar uma educação de melhor qualidade aos filhos. O que o MEC deveria implementar seria um plano nacional de educação, com um currículo básico em todos os estados e de maneira uniforme, dar dignificação à carreira de professor à semelhança do judiciário e provimento de material e abrigos decentes, e a altura de serviço público tão nobre que é a formação educacional de nossas crianças e jovens.

Todos, estadistas e sociedade, devemos entender que educação de qualidade significa mais saúde, menos violência, menos desemprego, menos gastos com segurança pública, mais humanização e valorização da vida.

O Brasil se encontra com o seu povo em plenos albores do século XXI, era da informática e da internet, mas, a educação continua empacada nas primeiras décadas do século XX. Em conexão com a internet e posse de mídias digitais (tablets, celular, smartphones) somos o segundo do planeta. Todavia, quando olhamos nossos indicadores de alfabetização somos os primeiros dos piores do mundo. Os testes de habilidade em matemática e leitura por exemplo. Estamos na segunda página dos menos ruins. Que triste não! E pelo barulho dos clicks e bips  dos smartphones a coisa vai piorar. Toda a garotada e juventude quer mesmo é estar conectada em suas mídias. Ler, pensar, senso crítico e redigir que transformam as pessoas e o mundo se tornaram atitudes e hábitos caretas e ultrapassados.  Que século, este estamos vivendo hein!   Dez/15.  
  

João Joaquim - médico - articulista DM 

DA GALERIA A FUTILARIA

NOSSO ÍNDICE DE BAIXARIA E FUTILIDADES  E A   ESCOLA DE IDIOTIZAÇÃO E IMBECILIZAÇÃO DAS PESSOAS

 João Joaquim

 A ONU soltou estes dias mais um IDH, o índice de desenvolvimento humano. Neste, que aliás resume vários outros indicadores temos por exemplo educação, saneamento básico, moradia, renda per capta, saúde dentre outros fatores. A notícia ruim é que o Brasil piorou. Dos 188 países analisados estamos em 75º lugar, pior do que o Sri Lanka e a Venezuela do agora declamado bolivarianismo. Numa conclusão acaciana além de não evoluirmos, nós pioramos em desenvolvimento humano. Estamos em involução .  Uma outra  pesquisa realizada em 33 países pela global Ipsos, Perils of Perception (Perigos da Percepção) avalia os problemas e as características de cada um deles. No Brasil, o estudo revelou, entre outros pontos, que o país é o terceiro país mais ignorante do mundo. Nesses dados , dá para se confiar porque trata-se uma compilação não politiqueira, sem ideologia comunista ou petista qualquer.
Fazendo um paralelo com esse seriíssimo IDH divulgado pela ONU e do Ipsos, eu pensei num outro índice. O IBF, ou índice de baixaria e futilidade. Esta classificação iria mostrar o desempenho de cada sociedade nos quesitos de bom ou mal gosto e a dedicação a toda sorte daquilo considerado fútil, mesquinho e sem nenhuma agregação de valor à vida social ou profissional da pessoa.
Eu tenho a sensação de que no IBF o Brasil ficaria numa posição semelhante a que ele ocupa no ranking da FIFA, entre os 10 primeiros lugares; seria uma distinção digna de menção ignóbil .
As cenas brasileiras se tornaram um rosário do que temos na quintessência do fútil, do inútil e do indigno. Tal riqueza desses comportamentos não se faz sem razão. Isso ganha consistência naquele princípio pedagógico de que ao filho se ensina com cartilha e com exemplos. Nesse sentido basta um cenário pedagógico:  o mundo político encenado em Brasília. Trata-se, atualmente, do que temos de mais vil e indecoroso da história republicana do Brasil. Se os adeptos de indignidades precisam de exemplos , esses ( os políticos) se acham em profusão em Brasília;  poucos escapam aos maus exemplos para os eleitores e cidadãos. “Dos filhos deste solo  és mãe gentil, Pátria amada Brasil ” ( Hino Nacional) .
E assim se dá em todas as esferas da vida. Tal prática de inutilidades tem invadido até os templos que deveriam ser sagrados. Não são poucas  as seitas religiosas que têm empregado o evangelho (boa nova) como um mercado da fé. Não se trata da parte deste escriba de sectarismo ou proselitismo dessa ou aquela religião. O que se afirma aqui se constata facilmente pelos meios de comunicação empregados pelas diversas denominações eclesiais ou religiosas. Basta zapear pelos canais de TV e ver o que se passa nos programas de muitas igrejas.
Um exemplo do inútil e do fútil que tomaram conta dos rituais de muitas igrejas classificadas de pentecostais e neo-pentecostais têm sido a exploração do baixo discernimento, baixa cultura e susceptibilidade à doutrinação e preleção  da maioria dos fieis dessas igrejas. O que vimos de muito frequente apregoado como milagre de muitos pastores, apóstolos e bispos não passa de exploração por parte desses treinados oradores como uma exploração ao baixo senso crítico das pessoas. Milagres existem, mas, muitos “deles” são  uma reação fisiológica da natureza humana, de cada organismo, de cada criatura humana,  que já encerram um prodígio da criação divina. A vida e nossa fisiologia já são   um milagre. Ou não ?
E assim temos a sucessão de outras frivolidades e vazios que dominam a vida brasileira. Na música por exemplo que deveria ser a expressão de arte. Quanta barulheira, baixaria e mau gosto no que chamam esse e outro estilo de música. Que na minha apreciação e gosto encerra- como arte-  um conjunto harmoniosa de sons , combinado a uma letra com feições de poesia . Como exemplos um Tom Jobim, um Vinicius de Moraes.
Nas idas décadas pré-internet e pré-celular se valorizava muito o hábito da leitura de bons livros, dos clássicos da literatura nacional e mundial. Um status muito almejado era aquele do domínio de uma boa cultura geral, uma boa formação colegial e acadêmica. Hoje falar de conhecimentos gerais, do domínio do português, da fluência num idioma estrangeiro, de noções básicas de Ciências Humanas se tornou janotice e um hábito careta para nossa juventude. O uso de forma alienada e compulsiva das tão badaladas redes sociais e da internet vem se transformando numa escola de idiotização e vulgarização da vida humana. Ninguém mais quer saber de estudar. Parece que o senso crítico, analítico, pensante doem a cabeça.
É o mundo e o palco da alienação e da imbecilização que vem inutilizando e esvaziando as mentes de nossas crianças e jovens de qualquer outros sonhos e projetos que os engrandeceriam como racionais e inteligentes que são. Quão triste realidade estamos vivendo com tanta porcaria e vilania que tomaram conta da rotina das pessoas  É isto aí, ao deparar uma galeria, lá tem de tudo, tudo que rima com baixaria:  funilaria, pizaria, padaria e o que a garotada e jovens mais  gostam ,  as vitrines de futilaria. Quanto de vazio e sem sentido se tornou a sociedade da era da Internet  !                 DEZ/2015 .
  

João Joaquim 

COP 21...

POR UM PLANETA MAIS LIMPO E MAIS OXIGENADO

JOÃO JOAQUIM



Uma questão que me despertou muito interesse e leitura nesses dias iniciais de dezembro foram as conclusões a que chegou a COP21. Trata-se da reunião dos 195 países ( que compõem a ONU), em Paris ,sobre o clima no mundo. Essa conferência visou debater sobre como combinar desenvolvimento com um planeta mais oxigenado. As discussões travadas em Paris se convergiram sobre a produção industrial com menos emissão de gases de efeito estufa ( CO2 por exemplo).
Eu fiquei aqui do Brasil recebendo notícias dessa tal conferência e pensando com meus cabelos (ainda os tenho) e meus botões (esses os terei para sempre). E continuo com minhas reflexões: quanta conversa afiançável e resultados práticos pouco prováveis para a humanidade.
Todos hemos de lembrar por exemplo do protocolo de Kioto assinado pelos EUA e Japão em 1997. Passados todo esse tempo o que melhorou em termos de toneladas de CO2 e o emprego de energia suja a exemplo de petróleo? Na minha avaliação quase nada.
Mais recentemente tivemos o IPCC ou numa tradução livre o painel do clima. Nesse encontro, a grande preocupação dos países presentes era o aumento da temperatura do planeta, o derretimento das geleiras da Antárdida, o impacto na vida marinha, o aumento de temperatura, principalmente  naqueles países de clima tropical etc.
Um alvo de muitas discussões e grandes preocupações tem sido as fontes de energia. O que parece ser um consenso entre as nações tem sido a busca por fontes de energia limpa, ou seja aquelas sem emissão de gases para a nossa já intoxicada atmosfera.
Poucas nações têm investido de forma satisfatória em produção de energia limpa e sem impacto ambiental. Como exemplos dessas fontes a eólica e fotovoltaica. Como mais clareza desse grupo: as usinas que usam as correntes naturais de vento (eólica) e o emprego das chamadas placas solares.
Basta lembrarmos que as hidroelétricas produzem energia limpa, sem missão de CO2. Todavia , a construção dessas usinas são extremamente complexas e onerosas e trazem um grande impacto ambiental na montagem das represas e alagamento de extensas áreas com remoção de pessoas e extinção da fauna e flora locais.
Os grandes vilões da poluição do planeta têm sido os chamados combustíveis fósseis, dos quais o petróleo, o carvão e o gás natural são os principais representantes, dado que eles contêm em sua estrutura o carbono e o hidrogênio e quando em combustão liberam altas concentrações de CO2. Este, sim, é o maior poluidor de nossas cidades, nos deixa com falta de ar ( entenda-se O2), polui a nossa vida  e deixa a atmosfera roxa e toda estufada de tanta intoxicação.
As pessoas não têm noção dessa toxidez do ar que respiramos  porque ela se dá de forma paulatina. É o mesmo princípio da tragédia. Ela não impacta ou pasma as pessoas porque se faz no varejo. Para melhor compreender o adágio de que é a dose que faz o veneno, suponha cada um entrar para uma sala, fechar as portas e janelas e deixar nesse cômodo um carro ligado por 30 minutos. Ao final desse tempo, essa pessoa entrará em coma por anóxia com grande risco de morte. Este é o grande risco de nosso tão cotidiano e fiel acompanhante CO2.
Enfim, na COP21 de Paris desse dezembro/2015, muito se falou sobre clima, sobre o risco do aumento de temperatura entre 1,5ºc e 2,0ºc, sobre os limites do CO2 na atmosfera de 450 ppm e da responsabilidade dos maiores poluidores da terra. O que se tem de certo é que os EUA e a China capitaneiam os maiores sujões da  terra. Resta-nos, como dito na introdução, saber se esses países vão encabeçar estratégias para que todos os povos evoluam, tenham progresso, aumento do PIB, de renda per capta; mas, sobretudo o tão declamado desenvolvimento sustentável. Ou seja, que tenham ordem nos respectivos progressos.  Dez./2015




João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

BIOGRAFIA dos governantes ...

GOVERNANTES,  DIZEI-ME COM QUEM 

ANDASTES PARA COMPREENDER A


 NOSSA CRISE

 João Joaquim


 A história de vida de cada pessoa é um capítulo interessante da própria vida “lato sensu”. A trajetória do indivíduo quando nasce, poderia se comparar a uma marcha olímpica. Claro, vamos aqui excetuar aqueles bebês com algum déficit físico ou cognitivo ou uma doença congênita. Então peguemos todas aquelas crianças com iguais marcadores de saúde e posicionemo-las em um ponto de largada para a vida. Soa então o tiro de partida e começa a corrida para todos. O tempo de prova serão os anos de cada um, que  terá o seu cronômetro e podômetro. O critério de ser o primeiro, segundo ou milésimo também não tem muito significado porque o percurso dessa jornada também será individual, e as barreiras e circunstâncias também serão as de cada competidor. Mas, as chances serão para todos se tornarem vitoriosos.
E então, vêm os fatores, as circunstâncias, os contratempos para o triunfo ou fracasso desses participantes pela maior das maratonas e corridas, a própria vida. Isto deve ser expresso assim porque constitui em si o maior espetáculo da existência humana. A vida. Vamos partir de um princípio de que o indivíduo no mundo não é uno (filosofia do solipsismo). Cada pessoa é ela e suas circunstância, seu meio, as pessoas que a rodeiam e a interação que ela estabelece com tudo à sua volta. “Eu sou eu e minhas circunstâncias e só chegamos a ser uma parte mínima do que poderíamos ser” Ortega y Gasset.
Vamos pegar um postulado do filósofo e sociólogo Jean Jaques Rousseau. Todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe (princípio do bom selvagem). Por aqui infere-se que os fatores determinantes na trajetória do indivíduo são as pessoas à sua volta. O núcleo de influências  as mais significativas para qualquer pessoa, constitui, por óbvio, a família, tendo a mãe como a protagonista nesse grupo. Ela é a primeira e eterna referência para o indivíduo .
As primeiras regras, aquelas que vão iniciar os valores, as referências éticas, o convívio social respeitoso e solidário, os sentimentos de fraternidade; enfim todo um arcabouço de cidadania e civilidade será adquirido dos membros parentais.
Trata-se do princípio da tábula rasa do filósofo John Locke . Todos nascemos com nossa memória , nosso cérebro e intelecto como se fôssemos uma lousa em branco. Nessa tela em branco é que iremos inscrever e gravar tudo o que iremos ser no futuro.
Ao nascer, cada indivíduo é apenas um broto em potencial para o bem ou para o mal. Do ponto de vista ético e moral ninguém nasce pronto, ele se faz com a marcante influência social e familiar  ao longo da vida. A família é a primeira referencia social e de convivência  eterna para cada um.
Um segundo fator de grande relevo na formação e caráter da pessoa é o ambiente escolar. Desde os ciclos fundamentais até a universidade. A escola, desde os períodos  iniciais, será um suporte significativo junto da  família em impingir na criança, adolescente e jovem não só uma formação técnica e cultural mas também de igual modo uma preparação e aptidão ética e cidadã. Virtude e ética não são congênitas, elas devem ser ensinadas e praticadas. Todo esse trajeto pelo qual passa cada um de nós desde o berço, núcleo familiar, escola, interação social será decisivo no comportamento do indivíduo, nas suas condutas sociais e toda forma de interação com outras pessoas e com o meio ambiente.
Um Estado na sua organização social e política é composto de homens que o governam, desde o posto mais elevado (presidente) até o funcionário mais subalterno. Esse organismo a que damos o nome de Estado, composto de normas e de homens, terá as mesmas características, indicadores de decência, ética e eficiência, na dependência dessas pessoas em seu comando e prestação de serviços públicos (ao povo).
Em resumo e já direto ao ponto, bate aquela comichão de perguntar: o Brasil está vivendo a maior crise ética, moral, econômica e administrativa de sua História recente. O organismo Estado, repito é o conjunto de Estamento, de Leis, de Normas, enfim de uma constituição que o rege. No leme e direção desse aparato político e constitucional estão as pessoas que nos governam .   Pergunta-se: como foram a infância (influência familiar), a interação social e formação escolar de seus principais mandatários? No caso, a presidente da república, os presidentes  da assembleia legislativa e senado federal?   Eu fico curioso em saber melhor de suas biografias, não as autobiografias,  para conferir a grau de culpa das famílias, das escolas e meio social por onde passaram os atuais mandatários de nossos destinos. É muito provável que o que vemos de nossos governantes hoje, tenha começado bem lá no começo de suas vidas, nas famílias, nas escolas por onde passaram e outras influencias sociais. Eu gostaria de ler a biografia de muitos de nossos políticos que colocaram o povo e o Brasil nessa roubada em que nos encontramos .   Dez /2015    

  

João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

NO FUTEBOL ....

ENEM PARA  COMENTARISTA DE FUTEBOL


João Joaquim 



Como a crise chegou para todo o mundo,  assim se referiu Filisteu Apolíneo,  eu achei de procurar uma segundo profissão para reforço de orçamento. E então penso daqui, penso dali e resolvi ser comentarista de futebol. Um amigo, sabedor de meu intento admirou.
- Comentarista de futebol? De onde tirou conhecimentos nesse esporte tão imprevisível?
- De pronto já retruquei-lhe. Jogando e assistindo ao próprio há quase quarenta anos.  Com tal intenção na telha me dei a fazer contatos com algumas empresas do segmento. Primeiro fui a um jornal impresso me propor a colunista esportivo. Não tinham vagas.
- O Sr. já tem experiência no ramo? Indagou-me o redator chefe.
- De muitos anos. Além de peladeiro profissional, sempre assisti a muitos jogos.
- Não basta, rebateu- me diplomaticamente o suposto diplomado jornalista.
- Ora, posso provar o contrário. Qual torcedor ou leitor vai lá querer saber se tenho ou não diploma para comentarista desse ou aquele esporte. Inda mais o futebol, onde todos damos o nosso pitaco e mostramos ser entendidos? Não somos o país de mais de 200 milhões de técnicos ?
E continuei arrotando os meus argumentos de pretenso comentarista.
- veja no seu próprio cenário. Não faz muito que numa decisão de nossa suprema corte de justiça ficou pacificado que para ser jornalista não precisa de diploma.
- Então façamos um teste.
Teste executado; eu fiquei no banco, isto é, no cadastro de reserva para vaga futura.
Dirijo-me a uma emissora de rádio. Ali as exigências foram mais amenas.
- O Sr. já trabalhou de comentarista esportivo?
- De futebol, que é mais o meu terreno.
- Em quais veículos atuou na área?
- Nos meus próprios. Sempre que ia para as peladas nos meus carros, quero dizer, nos meus  veículos ia comentando com os amigos sobre as partidas onde atuava ora como volante ora de centroavante.
- Não, estou a referir a órgãos de imprensa, jornal, rádio, televisão.
- Eu lhe garanto, que não há essa precisão. Mostro os meus qualificativos; o que eu acerto como palpiteiro em futebol é uma grandeza.
 Propuseram-me um teste. O redator-in-chefe gostou. Mas, também me deixou na reserva, isso é, em cadastro para eventual vaga na função.
Numa reação de pertinácia, vulgo teimosia, não desisti, bati num canal de TV,  e fui bem recebido com votos de bem-vindo.
Propuseram-me um teste de simulação , sem outras exigências formais.
A condição era que minha atuação tivesse direito de ir  ao ar apenas da  própria emissora. Minha atuação não podia ter circulação fora os estúdios  .
O jogo escolhido foi Palmeiras x Santos, pela copa do Brasil, na arena do Palmeiras. Assim se deram alguns lances de minha atuação, secundado pelo meu avaliador.
- O Palmeiras está verde de coragem para ganhar o jogo. Se o ataque do verdão não se amadurecer na partida o time vai ser derrotado novamente. Lembro que no primeiro jogo da decisão, o Santos tinha ganho por 1X0.
- O Santos está atacando e levando perigo ao gol adversário. O Palmeiras tem que sair desta marcação cerrada.
- Se o Gabi gol ( o atacante Gabriel do Santos) tivesse mirado melhor ele teria abrido o placar.
- Chove muito e o campo fica mais pesado para o adversário!
- Fica muito encharcado o campo mas, a dificuldade é igual para as duas equipes, rebateu meu avaliador.
Enfim, e já pedindo demissão eu desisto da carreira. Afinal é um campo minado de possibilidades, onde todas as opiniões são possíveis ou prováveis. Valeu pela (in)expertise!
Em tempo o Palmeiras venceu por 2X1 no tempo normal  e foi campeão nos pênaltis.


João Joaquim - médico - articulista DM

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...