domingo, 31 de janeiro de 2016

PERDA DE ALIMENTOS ...

A Fome no Mundo
joao joaquim


Assistindo ao marketing , cada vez mais  apelativo,  e convivendo com o mundo do consumo nos dias de hoje, vem-me à lembrança a teoria de um economista britânico Thomas Robert  Malthus (1766-1834). Sua tese era de que  se não houvesse um controle de natalidade, a população cresceria em ritmo acelerado (progressão geométrica) enquanto a produção de alimentos se daria numa proporção menor (progressão aritmética). O resultado é que pobreza, miséria, fome e subnutrição seriam inevitáveis. Numa análise rasa, sem argumentos complexos, podemos concluir que tinha e não tinha razão e cientista Malthus. A um tempo tinha motivo a sua teoria porque de fato, no mundo temos milhões de pessoas desnutridas por não ter os alimentos básicos em sua dieta diária. Essa é uma triste constatação em muitos países de 3º mundo, na África e Ásia por exemplo, e mesmo no continente Sul Americano.
Ao mesmo tempo pode-se afirmar que a previsão malthusiana estava errada no sentido de que alimentos para todos existem, o que não há é uma justa distribuição e provimento dos suprimentos nutritivos às pessoas, na medida de suas necessidades.
E por que da não exatidão das profecias do economista inglês? Dois dados explicam bem esta conclusão. Estudos e estatísticas bem conduzidos mostram que da colheita até às centrais de abastecimentos (CEAGESP, por exemplo) se perde de 30% a 40% dos alimentos. Dessas centrais até as mãos do consumidor se perde mais 20% a 30% dos produtos alimentícios. Ou seja, de tudo que é colhido (grãos, frutas por exemplo) perde-se mais da metade.
As etapas desse desperdício e apodrecimento de muitos alimentos se tornam bem perceptíveis e de fácil entendimento. Sãos estratégias na colheita e armazenamento de grãos, frutas e hortaliças, o transporte, a qualidade dos recipientes e conserva dos produtos; entre outros fatores. Nessas questões tem culpa por exemplo o governo com suas políticas , diretrizes e leis voltadas para o setor agropecuário. Imagine por exemplo o produtor de leite e derivados. Vez e outra presenciamos pecuaristas jogando o leite fora, haja vista o preço quase sempre injusto percebido por esses insumos, essenciais na alimentação dos brasileiros. São protestos contra as políticas do Ministério da Agricultura. Agora, um conselho a esses protestantes , deem esses produtos para os mais pobres e instituições filantrópicas.
Uma outra etapa da grande perda alimentar está na própria mesa do consumidor. Claro, fica estabelecido que do consumidor que pode gastar e consumir. Notadamente, é bom que se diga em letras caixa alta, aquele consumista que tem na comida a primeira ou única  fonte de prazer e felicidade. Há uma classe de gente para a qual a última diversão na vida são as orgias alimentares e libações alcoólicas de dar má digestão e ressaca. São influências da ruína do Império Romano.
Eu nunca vi pesquisa ou estatística sobre essa avarenta e desumana forma de desperdício de alimentos. De que modo ela se dá? A primeira etapa são as sobras de comida servida à mesa. Quanto de alimento é  jogado fora, a todo dia, das mesas de famílias e restaurantes? A reciclagem e doação desses excedentes para instituições filantrópicas são tímidas e exceção ao que deveria ser uma generosidade e partilha de todos.
 A segunda etapa desse desditoso desperdício se chama gulodice das pessoas. Se cada pessoa pegasse um pouco do muito a mais que ela come todos os dias, a fome no mundo estaria saciada e saneada. Nessa atitude de tirarmos um pouco do excesso que comemos e oferecer aos que passam fome estamos até reduzindo nossa obesidade;  é o caso da maioria das pessoas; e melhorando nossa pressão, nosso colesterol e os diabetes que não são poucos , e  que matam mais do que formicida.
Olha o quanto cada um pode fazer para contrariar a teoria malthusiana!   Jan./2016  



João Joaquim - médico - articulista DM

O BEM SUPERA O MAL


                EXEMPLOS  DE MALDADE  E GENEROSIDADE HUMANA

João Joaquim  


A imprensa mostrou com imagens e vídeos os casos de dois cadeirantes. Um verdadeiro, de fato deficiente físico, em São Paulo, na cidade de Jundiaí . Trafegando pelas ruas, esse segurado e aposentado do INSS(sr. Benedito do Carmo , 53 anos)  foi brutalmente assaltado por um marginal que na aproximação simulou alguma ajuda à vítima. O assaltante surrupiou-lhe dinheiro e a carteira e ainda o arremessou ao chão . O lado bom dessa história é que em seguida o meliante foi preso e responderá pelos crimes cometidos. O segundo caso ocorreu em Vancouver , Canadá , onde um policial( sargento Mark Horsey) se fez passar por um deficiente físico e se pôs em vias públicas, como cadeirante,  com pertences e algum dinheiro à mostra no sentido de ver a reação de assaltantes  e ladrões, frequentadores dessas ruas,  que pudessem assaltá-lo considerando-o uma presa fácil.
Os dois casos registrados, o de fato deficiente físico, de Jundiaí   e o cadeirante no papel de ator, no Canadá, aliás muito bem encenado são emblemáticos da natureza, dos sentimentos, da torpeza e virtude do bicho homem, ainda tido, classificado e aclamado como inteligente, racional e constituído da dualidade corpo e alma.
Vamos novamente reportar ao que foi documentado e veiculado pelas TVs. Na entrevista com a vítima de São Paulo( Sr Benedito), passados o susto e os ferimentos leves da agressão do assalto, foram-lhe mostradas as cenas do cadeirante-ator, do policial canadense que se fez passar como deficiente .
Como nessa simulação( Canadá) o propósito era registrar as atitudes, as reações e comportamento de quem deparasse aquele homem em condição vulnerável, todos os que o abordaram puderam ser entrevistados e inquiridos do por quê em  ter agindo dessa e de outra maneira.
Foram apresentadas cerca de 10 cenas. Alguns desses transeuntes que abordaram o cadeirante eram pessoas de alta periculosidade, pelo visto criminosos com processos na justiça. E então eis que vêm as surpresas. E assim se expressa o cadeirante sobrevivente do assalto em São Paulo quando vê o primeiro pedestre se aproximar do ator-cadeirante   - Meu Deus, esse sujeito vai roubar-lhe a bolsa, o seu dinheiro, como aconteceu comigo.
Estupefação e espanto de quem assiste aos vídeos. O primeiro que encosta no cadeirante tenta confortá-lo e  o consola generosamente. Mais que gestos de amparo, ele  reza com a “vítima”. E assim sucessivamente os estranhos e anônimos que falam e oferecem ajuda ao nosso ator-cadeirante o advertem na guarda de sua bolsa e do dinheiro que propositalmente tinha sido deixado de forma a facilitar um furto. O certo é que ao final das cenas mostradas nosso cadeirante em simulação tinha 24 dólares a mais, recebidos como esmola.
O que nós humanos, humanos que somos, e humanos que devemos buscar ser em nossas relações podemos extrair e aprender com as cenas reais de tais documentários? Assim penso eu, como cronista que se motivou em tais cenas para esta mensagem. O ser humano por mais perverso que ele tenha sido em alguma atitude ou ação contra o outro, resta-lhe sempre alguma chispa de virtude e generosidade.

Acredita-se que todo indivíduo nasce predestinado ao bem, excetuando  os casos patológicos; e estes existem numa estatística menor e não desprezível. Crimes existem de tamanha hediondez que só graves transtornos de personalidade e psicopatias para explicá-los. A esses tais eu me recuso a nomeá-los de humanos e racionais.
As questões e causas da perversidade, da maldade e delinquência de um grupo menor de pessoas têm implicações múltiplas, indo de elementos genéticos,  filogenéticos, ontológicos, até os sociais, educacionais entre outros.
O que podemos tirar de aprendizado dos relatos que abrem esta crônica é que sempre devemos acreditar na potencialidade do animal humano como uma criatura da qual esperar uma ou muitas atitudes de bondade e generosidade.
Nessa visão e esperança, da generosidade contida no íntimo e no coração de cada um,  do bem guardado em cada pessoa é que vem-me à lembrança a pequena Anne Frank, vítima do holocausto( morreu aos 15 anos de idade). Sobrevivente de tanta crueldade, ela escreveu em sua agenda diária “Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana” 
Tal afirmação de tão generoso espírito ( Anne Frank) nos encoraja a ser melhores. Sempre!  Jan. /2016  



João Joaquim - médico - articulista DM 

CORCUNDAS....

OS CORCUNDAS DE NOTRE.... 

JOÃO JOAQUIM


Na conversa que tive com aquele renomado médico o assunto não saiu dos distúrbios de alinhamento da coluna vertebral, mais seletivamente a parte cervical ou pescoço das pessoas mais jovens.
Aliás, eu queria entender melhor, mas minha coluna no jornal é restrita, o porquê de tantos significados para uma palavra de muita  graça, de muita  afetação. Isto é que se pode chamar de termo presunçoso .  Até os derivados são de muita  galhardia , colunata, colunelo, colunista. Trata-se na verdade do princípio da polissemia, um termo com um sem-número de signos e significados . Tem-se por exemplo o pilar do prédio, uma pilha , ruma ou coluna de objetos, uma coluna liquida do recipiente e assim por diante.
O sujeito tem lá um espaço no jornal, referimo-nos a ele como coluna do fulano de tal. Vai-se fazer uma fezinha na esportiva tem lá a coluna direita, do meio e da esquerda. Tem-se uma construção imobiliária pomposa, entre um e outros arranjos tem-se lá as colunas para adornar  e sustentar aquele imóvel(pilar).
A coluna mais histórica e ruidosa do Brasil foi a coluna Prestes. Ela foi capitaneada pelo maior de nossos comunas, o Sr Luiz Carlos Prestes. Sua coluna foi praticamente imobilizada e fraturada na ditadura Vargas ( 1930-1945) e na última tirania militar  de 1964-1985. Nesses tempos não havia coluna que aguentasse tanto peso e tamanha opressão.
Mas, torno então à minha coluna propriamente em questão e já de plano lembrar que em verdade temos três: a de cima (cervical), a do meio(lombar) e a de baixo (lombo-sacra). A extremidade inferior da coluna se chama cóccix. Palavrinha feia, talvez pela origem desse segmento do corpo humano. O cóccix é na verdade um resquício de nosso rabo. Com a evolução do homem ele acabou se atrofiando e ficamos sem rabo. Mas também imagina, se fôssemos dotados de rabo, quanto de gente a mais não teria de rabo preso. A Antropologia e  sociologia , e mesmo  a política tem as suas prevenções. Com a evolução perdemos o rabo. Foram modificações que se fizeram de cabo a rabo.   E por falar em prevenção e profilaxia nada melhor para as afecções e desvios da coluna vertebral ( agora a que sustenta o corpo humano) do que os cuidados com a postura e cargas de peso e trabalho a que ela é submetida.
A alocução que tive com o Dr. Idiolino Fuentes, um brasiguaio ,  fora justamente sobre o porquê dos crescentes casos de dores e encurvamento da coluna. Uma prevalência que vem se verificando sobretudo na população de adolescentes e jovens.
Em tempo e para melhor entendimento. Quando a coluna se desvia para o lado direito ou esquerdo tem-se a escoliose. Quando se dá para frente tem-se a lordose. Para trás, cifose. Entretanto, vale lembrar que existem as curvaturas normais na parte cervical (lordose do pescoço) e lombar (na altura do abdome), dentro de limites normais de função e anatomia. A esse excesso de curvatura é que se dá o nome de lordose disfuncional . Então pode-se ter uma lordose normal ou fisiológica e a patológica .
Dr. Idiolino referiu-me que há cerca de 10 anos vinha enfrentando e buscando deslindar a razão do aumento preocupante de casos de cifose cervical. Eram jovens e adolescentes corcundas. Eram queixas não só dos consulentes, mas dos pais que percebiam aquele desnível de postura na coluna dos filhos. Muitos jovens eram levados à clínica ortopédica do dr Idiolino não por essa ou aquela dor ou desconforto que o valha, mas tanto mais pelo lado estético. Era comum ao final da consulta os acompanhantes fazer a capital pergunta: Dr.,  meu filho ou filha não vai ficar corcunda?  Ao que retorquia o médico de espírito fleumático, igual ao corcunda  de Notre Dame, não!
E assim prosseguia-se o diligente e criterioso ortopedista. Eram tratamentos com anti-inflamatórios, relaxantes musculares, sessões de fisioterapia, reeducação postural de coluna(RPC) e nenhum resultado corretivo daquela que era  uma epidemia   nas doenças posturais da coluna cervical de pacientes tão jovens .
Eis que houve um congresso de Medicina Alternativa em São Paulo. Ali iam se apresentar, se não renomados, mas experientes profissionais chineses e indianos. Os temas iam da  Terapia ayuvérdica  a medicina  quântica. Oportunidade em que se apresentou um médico chinês, professor Qiang xuleve. Dr. Qiang falou de sua experiência com lumbago (ou lombalgia para nós) e dores cervicais da cifose (encurvamento posterior do pescoço, postura cabisbaixa). Na íntegra  foi feita uma preleção histórica. A cifose tinha sido descrita já em idos a.C, quando os antigos monges e sacerdotes  tinham por hábito estudar horas a fio numa mesma posição de quase debruçamento sobre os textos e pergaminhos. Não era incomum a tal postura cabisbaixa , até pelos achados arqueológicos de múmias. A cifose é uma doença de priscas eras , concluiu o professor Qiang .
E assim para alívio dos presentes, naquele quase anônimo congresso de terapias alternativas arrematou o sábio Qiang Xuleve, a cifose é um defeito de postura da idade do próprio homem . Ela já era descrita nos tempos pré-socráticos, singrou pelos dias dantescos e se repete com recrudescimento preocupante no século XXI. A cifose da era digital e da internet se dá não por hábito da leitura e culpa dos livros ou pergaminhos . Ela se dá em nossa juventude diuturnamente antenada e conectada aos objetos de mídia e das redes sociais. Todos estão ali cabisbaixos, plugados e cifóticos . São crianças e jovens  presos e ensarilhados na grande rede, nas garras da virtualidade, eles são vitimas das conquistas da modernidade
 Se essa constatação vai ajudar o Dr. Idiolino e seus pacientes com cifose, o futuro responderá!


João Joaquim  - médico e articulista do DM

CHILE, A SUÍÇA SULAMARICANA

  POR TERRA E DE OLHO NOS ANDES DO CHILE
 João Joaquim


E  assim eu fiz mais alguns avanços no meu périplo pelo Mercosul. Desta feita percorri o Chile, considerado a Suíça da América do Sul. Em cada viagem que faço fora do Brasil eu constato que não valemos nada. Ou melhor, não valemos nada como ser humano, como pessoa. Trata-se daquela relação onde somos não-pessoas. O que valem mesmo são nossos cartões de crédito, os dólares que trocamos pelos reais entre outros códigos e direitos pré-pagos( passagens aéreas, hotéis etc).
 No meu caso, desta feita, foi até com um leve susto e pitoresco. No departamento da Polícia Federal, área de imigração do aeroporto de Guarulhos São Paulo , passei por uma ligeira detenção. Ao consultar meu passaporte o agente de plantão da PF me informou, o sr. consta como procurado pela justiça. Aí pensei, uai!  será que matei alguém culposamente e não estou sabendo? Feitas as devidas averiguações, consultado o meu dossiê e currículo civil , o policial me tranqüilizou. Não, não;  trata-se de um homônimo e homógrafo. As mães são diferentes. Olha o quanto as mães são importantes até nesses tipos de  apuros.
De resto, tirando algumas turbulências e a fetidez corporal (cê-cê) de um indiano que exalava no avião, o mais  correu tudo normal. Nesse ponto, fiquei matutando, a Índia além das águas do Ganges tem tantos outros rios, por que o povo de lá só toma banho a cada 7 dias?
Falando especificamente do Chile. Tem razão o seu cognome de Suíça sulamericana. Antes de suas virtudes, vamos aos seus vícios e defeitos. Primeiro, as variações climáticas que são terríveis. A temperatura vai de neve ao calor escaldante do Saara Africano (até 55ºc). O país é estreito (média de 160km), mas tem mais de 4000km de extensão. Outro ponto ruim é a gastronomia. São alimentos de má qualidade e caros. Em quase todo prato a batata (palla, em Espanhol) entra como iguaria. Ainda na culinária, não se tem os restaurantes “self-service”; tudo a la carte”.
As belezas naturais e a arquitetura são de padrão Fifa e com muita influência europeia. Uma curiosidade , o país tem um expediente e atitude de segurança em relação ao gás de cozinha e etanol com apenas 4 acidentes domésticos de  incêndio caseiro,  em 20 anos. Ao final eu conto a razão desta peculiaridade.
A balança em termos de qualidade de vida é altamente favorável. Não é à toa que a nação tem um IDH  próximo dos países escandinavos ( Islândia, Dinamarca, Suécia, Noruega). O trânsito é extremamente organizado, com baixíssimo índice de acidentes. Detalhe, crime de tráfego tem punições pesadas. Omissão de socorro e embriaguez ao volante são qualificadoras de elevada gravidade; nenhum atenuante de primariedade ou responder em liberdade por esses delitos.
A limpeza urbana e destinação dada aos lixos se equiparam ao visto em países europeus. Praças e parques naturais são mantidos como se fossem jardins residenciais. As pessoas são extremamente gentis e receptivas com os turistas.
 Os pontos turísticos mais frequentados são os parques naturais e as vinícolas. Os vinhos são de ótima qualidade e de baixo custo.
Os principais vinhedos estão nos arrabaldes de Santiago como Concho y Toro, Santa Rita , Vale de Maipo etc .
Por fim, duas coisas eu exalto daquele povo: primeira, o quanto as pessoas valorizam os seus verdadeiros herois e personagens da cultura. Andando pela cidade deparamos com muitos monumentos, bustos e estátuas daqueles que lutaram pela independência e outros feitos pela pátria.
 Na cultura por exemplo, fiquei admirado com as casas (museus) de Pablo Neruda e Gabriela Mistral (prêmios Nobel  de Literatura).
A segunda proeza chilena a se registrar se refere a um presente da natureza; falo de um trecho da cordilheira dos Andes. Sua imponência e magnificência deixam embevecido qualquer amante da natureza.
O esplendor dos Andes me causou tamanho deslumbramento que veio em mim a suposição de que aquelas montanhas e picos foram talhados e esculpidos não por abalos sísmicos, como teorizam;  mas pelas mãos de Deus. Ali me senti tão minúsculo que declamei para mim mesmo um verso de Castro Alves: “ Eu sou pequeno, mas só fito os Andes”. O país não tem etanol nem gás de cozinha.  Os 4 acidentes domésticos com este combustível  , em 20 anos , teve uma origem  clandestina. Algum latino entrou no Chile  com botijões de gás e os utilizava de forma ilegal. Pelo menos é o que me contou um guia local, ele não soube me  assegurar se era algum brasileiro.    Jan/16



João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM  

EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO...

A CULPA DA FALTA DE EDUCAÇÃO E  DE CIDADANIA É DAS FAMÍLIAS                                                

João Joaquim  


Eu penso ser uma premissa consensual e fundamental entre pensadores e educadores mais antigos ( de pré-socráticos, até  idade média) de que o processo educacional do indivíduo está centrado no núcleo familiar onde ele é criado. A razão  desta afirmação certamente conflita com uma cultura  de grande parcela de nossa sociedade que tem uma tendência em delegar ou terceirizar toda a formação de uma criança e jovens a esta e outra escola contratada para o que sempre foi, é e será uma  nobre e indelegável missão, a educação e formação do indivíduo. É oportuno que façamos aqui, para clareza de entendimento a distinção de dois conceitos.
Êi-los.  Educação se refere àquele conjunto de ensinamentos conferido a toda criança, desde o nascimento, capacitando-a nas suas relações sociais, desde as mais simples e naturais até aquelas com o mundo, com os estranhos e com o meio ambiente onde ela se acha inserida. Nessa educação ,que é tarefa intransferível da família, vamos pontuar alguns exemplos. O exercício da ética, da generosidade e da virtude. Esses são aprendizados que devem ser repassados  e exercitados em família. Todo indivíduo nasce com um potencial para ser bom ou mau. O cultivo ou exercício  de uma ou outra tendência é que o tornará generoso e bom ou egoísta, predador e mau.
Outro conceito que não se deve confundir com educação se chama instrução. Instrução envolve escolarização, aquisição de conhecimentos e formação profissional. Fica patente que em todas as etapas da escolarização (missão das instituições de ensino) entram também os expedientes e estratégias da educação (códigos de conduta, ética, leis, disciplina de convívio em sociedade, etc.).
Nunca se pode perder de consideração - é importante ter esta questão como pacificada - que a família é parceira da escola no conjunto educacional da criança e vice-versa. Todavia, a responsabilidade maior nas etapas de educação do indivíduo é da família. Os pais e/ou cuidadores, parentais ou não, terão papel decisivo, marcante e eterno no conjunto educacional da criança e jovem; influências estas que vão moldar , inclusive o caráter e personalidade dessa pessoa no futuro.
Como andam a Educação e Escolarização de nossas crianças e jovens no atual mundo de tanta globalização ?  Com pretextos e justificativas de que o mundo para todos se tornou acelerado e competitivo; de que o pai e mãe precisam trabalhar fora para fazer face ao orçamento doméstico cada vez mais apertado e caro; enfim de que a mulher se equipara ao homem em direitos e deveres, os filhos têm sido criados e educados por terceiros. Trata-se de um ponto sobre o qual não se diverge.  Essa transferência na criação e educação dos filhos tem sido deixada para as  babás, os  parentes (avós na maioria dos casos) e instituições de ensino. Instituições essas que começam nas creches, que no âmbito dos órgãos públicos (prefeituras, Estados e União) são muito mal equipadas e geridas por pessoas amadoras. Ou seja, fala-se aqui no Estado Brasil. As primeiras escolas para alfabetizar, instruir e “educar” nossas crianças têm em sua gestão e administração pessoas, muitas vezes, amadoras que estão ali como monitoras e guardadoras desses filhos, sem nada ou pouco a lhes oferecer no que se refere à formação, educação e alfabetização desses menores.
Com razões e motivadas pelas mudanças do mundo em que vivemos; qual seja a era da celeridade em tudo, do capitalismo e competitividade em todos os níveis; as etapas mais importantes da educação, da instrução e escolarização do indivíduo (entenda-se desde o fase de berço) têm sido atribuídas aos órgãos de ensino. Sejam esses órgãos públicos ou privados. Órgãos públicos  que, repita-se, no caso Brasil se não são os piores, estão entre os piores do mundo. Isto pode ser assim entendido quando se olha os índices de avaliação de alunos e escolas brasileiras(Pisa, Ideb, Prova Brasil). Estamos sempre na 2º página de avaliação; 50º ou 75º lugar, em pesquisas de ONGs independentes, ONU e UNESCO, por exemplo.
 Há outros pontos a se questionar e influenciar na Educação  e Instrução de nossas crianças e jovens. O progresso, os avanços socioculturais e as conquistas de direitos de opinião, de livre manifestação, de participação em tantas questões da vida civil,  etc, ao que nos sugerem,  vem contaminando todas as etapas na formação e construção de nossos cidadãos. E cidadania se faz não apenas, repita-se, em escolas, mas de forma permanente desde o berço, com a Educação dada pela família.
Muitos dos avanços tecnocientíficos e dos direitos humanos não se deram sem efeitos colaterais nocivos na criação, educação e instrução  de nossos filhos. Basta citar uma dessas aberrações no bojo dos direitos humanos, a chamada lei da palmada. É o Estado (petista como bola da vez, poderia ser o partido x ou y também ) interferindo num princípio pétreo ou sagrado do pátrio-poder da Educação .
Dentro , por consequência ,  dessa triste realidade, cada vez mais as famílias brasileiras têm se amparado no código de defesa do consumidor e orientações do MEC com a seguinte argumentação: Srs professores,  Srs diretores de escolas;  a relação que estabelecemos( relação pais/escolas)  é de consumo; se eu  pago, o meu filho tem que passar de ano, tenha ele alcançado a nota mínima ou não!
Todo esse contexto  aqui referido tem  o amparo legal e beneplácito de nossas políticas educacionais. Resumo de enredo; somado o papel e diretrizes do Estado ( no momento o PT como mandatário ), mais o subtotal  das lições do submundo de nosso mundo Brasil e os apelos das baixarias e putrefação das redes sociais da internet, cada vez mais estamos criando verdadeiros monstrinhos  e idiotas sociais.  Jan./ 2016  


João Joaquim - médico - articulista DM

sábado, 26 de dezembro de 2015

PIB EDUCACIONAL...

QUAL O MELHOR PIB DE UMA NAÇÃO ?
João Joaquim  



Eu penso que o maior PIB de qualquer país seja a educação de seu povo. Educação aqui em toda sua extensão de significados. O próprio PIB monetário destinado ao setor e políticas de escolas, desde o ensino fundamental até a universidade e formação de mestres, doutores e cientistas. Eu gosto muito daquele pensamento de Monteiro Lobato  de que “ um país se faz de homens e livros”.
O homens(palavra) aqui de nosso famoso escritor nordestino já merece significados menos abrangentes. Que sejam homens que na direção do Estado tenham espírito de políticos e estadistas como concebiam Aristóteles e Platão. Bom seria que muitos de nossos homens públicos lessem por exemplo as obras Ética a Nicômaco (Aristóteles) e A República ( Platão ). Um pouco também dos diálogos de Sócrates traria mais decência e luz aos nossos representantes. Outro significado de homens seria o respeitante ao seu cabedal de educação no sentido amplo, desde sua conduta moral e ética até sua formação técnico-profissional. O ideal seria que todos fossem cidadãos , não no sentido literal de citadinos, mas homens de uma bagagem de honestidade, honradez e ética.

A excelência do PIB educacional de uma nação seria 100% de pessoas alfabetizadas. Agora vamos refletir a situação do Brasil. De plano é bom que esqueçamos os índices educacionais do atual governo (petista), que aliás, já são sofríveis e lastimáveis. Segundo o último censo do IBGE há hoje no Brasil 8% de pessoas analfabetas, ou seja cerca de 16 milhões de patrícios que não sabem ler e sequer assinar o próprio nome; uma cegueira escolar absoluta. Para um nível de comparação isso equivale a 5 nações (população) do Uruguai.
Se esse índice já nos entristece , embora não  vexe ou faz corar os nossos representantes do parlamento ou do executivo, vejam os indicadores e outras estatísticas não maquiadas da verdade real que é a educação dos brasileiros.

 Ei-las: somando nosso analfabetismo absoluto (8%) com o funcional, temos cerca de 60% da população analfabeta. Em tempo: analfabeto funcional é o indivíduo que assina o nome, sabe algumas operações de aritmética, mas é incapaz de entender o significado de um parágrafo de um texto popular; de uma revista, um jornal ou um livro qualquer.

Essa é a realidade, crua, nua e melancólica de a quantas anda nossa educação brasileira. Não é sem razão que as escolas privadas se tornaram um mercado promissor em nosso país. O que é um dever do Estado tem sido cada vez mais custeado pelas famílias que podem (poder monetário ) dar uma educação de melhor qualidade aos filhos. O que o MEC deveria implementar seria um plano nacional de educação, com um currículo básico em todos os estados e de maneira uniforme, dar dignificação à carreira de professor à semelhança do judiciário e provimento de material e abrigos decentes, e a altura de serviço público tão nobre que é a formação educacional de nossas crianças e jovens.

Todos, estadistas e sociedade, devemos entender que educação de qualidade significa mais saúde, menos violência, menos desemprego, menos gastos com segurança pública, mais humanização e valorização da vida.

O Brasil se encontra com o seu povo em plenos albores do século XXI, era da informática e da internet, mas, a educação continua empacada nas primeiras décadas do século XX. Em conexão com a internet e posse de mídias digitais (tablets, celular, smartphones) somos o segundo do planeta. Todavia, quando olhamos nossos indicadores de alfabetização somos os primeiros dos piores do mundo. Os testes de habilidade em matemática e leitura por exemplo. Estamos na segunda página dos menos ruins. Que triste não! E pelo barulho dos clicks e bips  dos smartphones a coisa vai piorar. Toda a garotada e juventude quer mesmo é estar conectada em suas mídias. Ler, pensar, senso crítico e redigir que transformam as pessoas e o mundo se tornaram atitudes e hábitos caretas e ultrapassados.  Que século, este estamos vivendo hein!   Dez/15.  
  

João Joaquim - médico - articulista DM 

DA GALERIA A FUTILARIA

NOSSO ÍNDICE DE BAIXARIA E FUTILIDADES  E A   ESCOLA DE IDIOTIZAÇÃO E IMBECILIZAÇÃO DAS PESSOAS

 João Joaquim

 A ONU soltou estes dias mais um IDH, o índice de desenvolvimento humano. Neste, que aliás resume vários outros indicadores temos por exemplo educação, saneamento básico, moradia, renda per capta, saúde dentre outros fatores. A notícia ruim é que o Brasil piorou. Dos 188 países analisados estamos em 75º lugar, pior do que o Sri Lanka e a Venezuela do agora declamado bolivarianismo. Numa conclusão acaciana além de não evoluirmos, nós pioramos em desenvolvimento humano. Estamos em involução .  Uma outra  pesquisa realizada em 33 países pela global Ipsos, Perils of Perception (Perigos da Percepção) avalia os problemas e as características de cada um deles. No Brasil, o estudo revelou, entre outros pontos, que o país é o terceiro país mais ignorante do mundo. Nesses dados , dá para se confiar porque trata-se uma compilação não politiqueira, sem ideologia comunista ou petista qualquer.
Fazendo um paralelo com esse seriíssimo IDH divulgado pela ONU e do Ipsos, eu pensei num outro índice. O IBF, ou índice de baixaria e futilidade. Esta classificação iria mostrar o desempenho de cada sociedade nos quesitos de bom ou mal gosto e a dedicação a toda sorte daquilo considerado fútil, mesquinho e sem nenhuma agregação de valor à vida social ou profissional da pessoa.
Eu tenho a sensação de que no IBF o Brasil ficaria numa posição semelhante a que ele ocupa no ranking da FIFA, entre os 10 primeiros lugares; seria uma distinção digna de menção ignóbil .
As cenas brasileiras se tornaram um rosário do que temos na quintessência do fútil, do inútil e do indigno. Tal riqueza desses comportamentos não se faz sem razão. Isso ganha consistência naquele princípio pedagógico de que ao filho se ensina com cartilha e com exemplos. Nesse sentido basta um cenário pedagógico:  o mundo político encenado em Brasília. Trata-se, atualmente, do que temos de mais vil e indecoroso da história republicana do Brasil. Se os adeptos de indignidades precisam de exemplos , esses ( os políticos) se acham em profusão em Brasília;  poucos escapam aos maus exemplos para os eleitores e cidadãos. “Dos filhos deste solo  és mãe gentil, Pátria amada Brasil ” ( Hino Nacional) .
E assim se dá em todas as esferas da vida. Tal prática de inutilidades tem invadido até os templos que deveriam ser sagrados. Não são poucas  as seitas religiosas que têm empregado o evangelho (boa nova) como um mercado da fé. Não se trata da parte deste escriba de sectarismo ou proselitismo dessa ou aquela religião. O que se afirma aqui se constata facilmente pelos meios de comunicação empregados pelas diversas denominações eclesiais ou religiosas. Basta zapear pelos canais de TV e ver o que se passa nos programas de muitas igrejas.
Um exemplo do inútil e do fútil que tomaram conta dos rituais de muitas igrejas classificadas de pentecostais e neo-pentecostais têm sido a exploração do baixo discernimento, baixa cultura e susceptibilidade à doutrinação e preleção  da maioria dos fieis dessas igrejas. O que vimos de muito frequente apregoado como milagre de muitos pastores, apóstolos e bispos não passa de exploração por parte desses treinados oradores como uma exploração ao baixo senso crítico das pessoas. Milagres existem, mas, muitos “deles” são  uma reação fisiológica da natureza humana, de cada organismo, de cada criatura humana,  que já encerram um prodígio da criação divina. A vida e nossa fisiologia já são   um milagre. Ou não ?
E assim temos a sucessão de outras frivolidades e vazios que dominam a vida brasileira. Na música por exemplo que deveria ser a expressão de arte. Quanta barulheira, baixaria e mau gosto no que chamam esse e outro estilo de música. Que na minha apreciação e gosto encerra- como arte-  um conjunto harmoniosa de sons , combinado a uma letra com feições de poesia . Como exemplos um Tom Jobim, um Vinicius de Moraes.
Nas idas décadas pré-internet e pré-celular se valorizava muito o hábito da leitura de bons livros, dos clássicos da literatura nacional e mundial. Um status muito almejado era aquele do domínio de uma boa cultura geral, uma boa formação colegial e acadêmica. Hoje falar de conhecimentos gerais, do domínio do português, da fluência num idioma estrangeiro, de noções básicas de Ciências Humanas se tornou janotice e um hábito careta para nossa juventude. O uso de forma alienada e compulsiva das tão badaladas redes sociais e da internet vem se transformando numa escola de idiotização e vulgarização da vida humana. Ninguém mais quer saber de estudar. Parece que o senso crítico, analítico, pensante doem a cabeça.
É o mundo e o palco da alienação e da imbecilização que vem inutilizando e esvaziando as mentes de nossas crianças e jovens de qualquer outros sonhos e projetos que os engrandeceriam como racionais e inteligentes que são. Quão triste realidade estamos vivendo com tanta porcaria e vilania que tomaram conta da rotina das pessoas  É isto aí, ao deparar uma galeria, lá tem de tudo, tudo que rima com baixaria:  funilaria, pizaria, padaria e o que a garotada e jovens mais  gostam ,  as vitrines de futilaria. Quanto de vazio e sem sentido se tornou a sociedade da era da Internet  !                 DEZ/2015 .
  

João Joaquim 

COP 21...

POR UM PLANETA MAIS LIMPO E MAIS OXIGENADO

JOÃO JOAQUIM



Uma questão que me despertou muito interesse e leitura nesses dias iniciais de dezembro foram as conclusões a que chegou a COP21. Trata-se da reunião dos 195 países ( que compõem a ONU), em Paris ,sobre o clima no mundo. Essa conferência visou debater sobre como combinar desenvolvimento com um planeta mais oxigenado. As discussões travadas em Paris se convergiram sobre a produção industrial com menos emissão de gases de efeito estufa ( CO2 por exemplo).
Eu fiquei aqui do Brasil recebendo notícias dessa tal conferência e pensando com meus cabelos (ainda os tenho) e meus botões (esses os terei para sempre). E continuo com minhas reflexões: quanta conversa afiançável e resultados práticos pouco prováveis para a humanidade.
Todos hemos de lembrar por exemplo do protocolo de Kioto assinado pelos EUA e Japão em 1997. Passados todo esse tempo o que melhorou em termos de toneladas de CO2 e o emprego de energia suja a exemplo de petróleo? Na minha avaliação quase nada.
Mais recentemente tivemos o IPCC ou numa tradução livre o painel do clima. Nesse encontro, a grande preocupação dos países presentes era o aumento da temperatura do planeta, o derretimento das geleiras da Antárdida, o impacto na vida marinha, o aumento de temperatura, principalmente  naqueles países de clima tropical etc.
Um alvo de muitas discussões e grandes preocupações tem sido as fontes de energia. O que parece ser um consenso entre as nações tem sido a busca por fontes de energia limpa, ou seja aquelas sem emissão de gases para a nossa já intoxicada atmosfera.
Poucas nações têm investido de forma satisfatória em produção de energia limpa e sem impacto ambiental. Como exemplos dessas fontes a eólica e fotovoltaica. Como mais clareza desse grupo: as usinas que usam as correntes naturais de vento (eólica) e o emprego das chamadas placas solares.
Basta lembrarmos que as hidroelétricas produzem energia limpa, sem missão de CO2. Todavia , a construção dessas usinas são extremamente complexas e onerosas e trazem um grande impacto ambiental na montagem das represas e alagamento de extensas áreas com remoção de pessoas e extinção da fauna e flora locais.
Os grandes vilões da poluição do planeta têm sido os chamados combustíveis fósseis, dos quais o petróleo, o carvão e o gás natural são os principais representantes, dado que eles contêm em sua estrutura o carbono e o hidrogênio e quando em combustão liberam altas concentrações de CO2. Este, sim, é o maior poluidor de nossas cidades, nos deixa com falta de ar ( entenda-se O2), polui a nossa vida  e deixa a atmosfera roxa e toda estufada de tanta intoxicação.
As pessoas não têm noção dessa toxidez do ar que respiramos  porque ela se dá de forma paulatina. É o mesmo princípio da tragédia. Ela não impacta ou pasma as pessoas porque se faz no varejo. Para melhor compreender o adágio de que é a dose que faz o veneno, suponha cada um entrar para uma sala, fechar as portas e janelas e deixar nesse cômodo um carro ligado por 30 minutos. Ao final desse tempo, essa pessoa entrará em coma por anóxia com grande risco de morte. Este é o grande risco de nosso tão cotidiano e fiel acompanhante CO2.
Enfim, na COP21 de Paris desse dezembro/2015, muito se falou sobre clima, sobre o risco do aumento de temperatura entre 1,5ºc e 2,0ºc, sobre os limites do CO2 na atmosfera de 450 ppm e da responsabilidade dos maiores poluidores da terra. O que se tem de certo é que os EUA e a China capitaneiam os maiores sujões da  terra. Resta-nos, como dito na introdução, saber se esses países vão encabeçar estratégias para que todos os povos evoluam, tenham progresso, aumento do PIB, de renda per capta; mas, sobretudo o tão declamado desenvolvimento sustentável. Ou seja, que tenham ordem nos respectivos progressos.  Dez./2015




João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

BIOGRAFIA dos governantes ...

GOVERNANTES,  DIZEI-ME COM QUEM 

ANDASTES PARA COMPREENDER A


 NOSSA CRISE

 João Joaquim


 A história de vida de cada pessoa é um capítulo interessante da própria vida “lato sensu”. A trajetória do indivíduo quando nasce, poderia se comparar a uma marcha olímpica. Claro, vamos aqui excetuar aqueles bebês com algum déficit físico ou cognitivo ou uma doença congênita. Então peguemos todas aquelas crianças com iguais marcadores de saúde e posicionemo-las em um ponto de largada para a vida. Soa então o tiro de partida e começa a corrida para todos. O tempo de prova serão os anos de cada um, que  terá o seu cronômetro e podômetro. O critério de ser o primeiro, segundo ou milésimo também não tem muito significado porque o percurso dessa jornada também será individual, e as barreiras e circunstâncias também serão as de cada competidor. Mas, as chances serão para todos se tornarem vitoriosos.
E então, vêm os fatores, as circunstâncias, os contratempos para o triunfo ou fracasso desses participantes pela maior das maratonas e corridas, a própria vida. Isto deve ser expresso assim porque constitui em si o maior espetáculo da existência humana. A vida. Vamos partir de um princípio de que o indivíduo no mundo não é uno (filosofia do solipsismo). Cada pessoa é ela e suas circunstância, seu meio, as pessoas que a rodeiam e a interação que ela estabelece com tudo à sua volta. “Eu sou eu e minhas circunstâncias e só chegamos a ser uma parte mínima do que poderíamos ser” Ortega y Gasset.
Vamos pegar um postulado do filósofo e sociólogo Jean Jaques Rousseau. Todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe (princípio do bom selvagem). Por aqui infere-se que os fatores determinantes na trajetória do indivíduo são as pessoas à sua volta. O núcleo de influências  as mais significativas para qualquer pessoa, constitui, por óbvio, a família, tendo a mãe como a protagonista nesse grupo. Ela é a primeira e eterna referência para o indivíduo .
As primeiras regras, aquelas que vão iniciar os valores, as referências éticas, o convívio social respeitoso e solidário, os sentimentos de fraternidade; enfim todo um arcabouço de cidadania e civilidade será adquirido dos membros parentais.
Trata-se do princípio da tábula rasa do filósofo John Locke . Todos nascemos com nossa memória , nosso cérebro e intelecto como se fôssemos uma lousa em branco. Nessa tela em branco é que iremos inscrever e gravar tudo o que iremos ser no futuro.
Ao nascer, cada indivíduo é apenas um broto em potencial para o bem ou para o mal. Do ponto de vista ético e moral ninguém nasce pronto, ele se faz com a marcante influência social e familiar  ao longo da vida. A família é a primeira referencia social e de convivência  eterna para cada um.
Um segundo fator de grande relevo na formação e caráter da pessoa é o ambiente escolar. Desde os ciclos fundamentais até a universidade. A escola, desde os períodos  iniciais, será um suporte significativo junto da  família em impingir na criança, adolescente e jovem não só uma formação técnica e cultural mas também de igual modo uma preparação e aptidão ética e cidadã. Virtude e ética não são congênitas, elas devem ser ensinadas e praticadas. Todo esse trajeto pelo qual passa cada um de nós desde o berço, núcleo familiar, escola, interação social será decisivo no comportamento do indivíduo, nas suas condutas sociais e toda forma de interação com outras pessoas e com o meio ambiente.
Um Estado na sua organização social e política é composto de homens que o governam, desde o posto mais elevado (presidente) até o funcionário mais subalterno. Esse organismo a que damos o nome de Estado, composto de normas e de homens, terá as mesmas características, indicadores de decência, ética e eficiência, na dependência dessas pessoas em seu comando e prestação de serviços públicos (ao povo).
Em resumo e já direto ao ponto, bate aquela comichão de perguntar: o Brasil está vivendo a maior crise ética, moral, econômica e administrativa de sua História recente. O organismo Estado, repito é o conjunto de Estamento, de Leis, de Normas, enfim de uma constituição que o rege. No leme e direção desse aparato político e constitucional estão as pessoas que nos governam .   Pergunta-se: como foram a infância (influência familiar), a interação social e formação escolar de seus principais mandatários? No caso, a presidente da república, os presidentes  da assembleia legislativa e senado federal?   Eu fico curioso em saber melhor de suas biografias, não as autobiografias,  para conferir a grau de culpa das famílias, das escolas e meio social por onde passaram os atuais mandatários de nossos destinos. É muito provável que o que vemos de nossos governantes hoje, tenha começado bem lá no começo de suas vidas, nas famílias, nas escolas por onde passaram e outras influencias sociais. Eu gostaria de ler a biografia de muitos de nossos políticos que colocaram o povo e o Brasil nessa roubada em que nos encontramos .   Dez /2015    

  

João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

NO FUTEBOL ....

ENEM PARA  COMENTARISTA DE FUTEBOL


João Joaquim 



Como a crise chegou para todo o mundo,  assim se referiu Filisteu Apolíneo,  eu achei de procurar uma segundo profissão para reforço de orçamento. E então penso daqui, penso dali e resolvi ser comentarista de futebol. Um amigo, sabedor de meu intento admirou.
- Comentarista de futebol? De onde tirou conhecimentos nesse esporte tão imprevisível?
- De pronto já retruquei-lhe. Jogando e assistindo ao próprio há quase quarenta anos.  Com tal intenção na telha me dei a fazer contatos com algumas empresas do segmento. Primeiro fui a um jornal impresso me propor a colunista esportivo. Não tinham vagas.
- O Sr. já tem experiência no ramo? Indagou-me o redator chefe.
- De muitos anos. Além de peladeiro profissional, sempre assisti a muitos jogos.
- Não basta, rebateu- me diplomaticamente o suposto diplomado jornalista.
- Ora, posso provar o contrário. Qual torcedor ou leitor vai lá querer saber se tenho ou não diploma para comentarista desse ou aquele esporte. Inda mais o futebol, onde todos damos o nosso pitaco e mostramos ser entendidos? Não somos o país de mais de 200 milhões de técnicos ?
E continuei arrotando os meus argumentos de pretenso comentarista.
- veja no seu próprio cenário. Não faz muito que numa decisão de nossa suprema corte de justiça ficou pacificado que para ser jornalista não precisa de diploma.
- Então façamos um teste.
Teste executado; eu fiquei no banco, isto é, no cadastro de reserva para vaga futura.
Dirijo-me a uma emissora de rádio. Ali as exigências foram mais amenas.
- O Sr. já trabalhou de comentarista esportivo?
- De futebol, que é mais o meu terreno.
- Em quais veículos atuou na área?
- Nos meus próprios. Sempre que ia para as peladas nos meus carros, quero dizer, nos meus  veículos ia comentando com os amigos sobre as partidas onde atuava ora como volante ora de centroavante.
- Não, estou a referir a órgãos de imprensa, jornal, rádio, televisão.
- Eu lhe garanto, que não há essa precisão. Mostro os meus qualificativos; o que eu acerto como palpiteiro em futebol é uma grandeza.
 Propuseram-me um teste. O redator-in-chefe gostou. Mas, também me deixou na reserva, isso é, em cadastro para eventual vaga na função.
Numa reação de pertinácia, vulgo teimosia, não desisti, bati num canal de TV,  e fui bem recebido com votos de bem-vindo.
Propuseram-me um teste de simulação , sem outras exigências formais.
A condição era que minha atuação tivesse direito de ir  ao ar apenas da  própria emissora. Minha atuação não podia ter circulação fora os estúdios  .
O jogo escolhido foi Palmeiras x Santos, pela copa do Brasil, na arena do Palmeiras. Assim se deram alguns lances de minha atuação, secundado pelo meu avaliador.
- O Palmeiras está verde de coragem para ganhar o jogo. Se o ataque do verdão não se amadurecer na partida o time vai ser derrotado novamente. Lembro que no primeiro jogo da decisão, o Santos tinha ganho por 1X0.
- O Santos está atacando e levando perigo ao gol adversário. O Palmeiras tem que sair desta marcação cerrada.
- Se o Gabi gol ( o atacante Gabriel do Santos) tivesse mirado melhor ele teria abrido o placar.
- Chove muito e o campo fica mais pesado para o adversário!
- Fica muito encharcado o campo mas, a dificuldade é igual para as duas equipes, rebateu meu avaliador.
Enfim, e já pedindo demissão eu desisto da carreira. Afinal é um campo minado de possibilidades, onde todas as opiniões são possíveis ou prováveis. Valeu pela (in)expertise!
Em tempo o Palmeiras venceu por 2X1 no tempo normal  e foi campeão nos pênaltis.


João Joaquim - médico - articulista DM

AEDES E MICROCEFALIA

CLÍNICA - CARDIOLOGIA joao joaquim consultoriojoaojoaquim@gmail.com

3 de dez
para OpiniãoOpinião
PLANEJAMENTO FAMILIAR DE MOSQUITOS E MÃES DE MICROCÉFALOS
 João Joaquim 




Finalmente estamos assistindo  a um surto de sensatez de nossas autoridades sanitárias. Em termos de políticas de saúde pública esse pode ser o surto do século de nosso ineficiente Ministério da Saúde. Comandado por quem? Ah isto não tem muita relevância no atual regime em que vivemos. A cada conveniência ou crise política , troca-se de ministro. Parece com técnicos de futebol. Dos 20  clubes da série A, 32 demissões . 0s 20 times trocaram de comando técnico 32 vezes.
0 surto sanitário a que referimos é o de controle de natalidade das mulheres em risco de ser picadas pelo mosquito “aedes aegypti”. Isto porque além de dengue e shikungunya o vetor pode transmitir o zika vírus. É muita ziquizira( ou zica) para um povo com tantas outras doenças infectocontagiosas .
 Já se sabe que este agente infeccioso causa a temível microcefalia em fetos de gestantes com a infecção zika. Até o momento são centenas de  recém-nascidos, no  Nordeste, com uma grave malformação craniana (perímetro cefálico < 32 cm) e sequelas neurológicas permanentes.
A que ponto chegamos em termos de saúde pública quando se fala em infecções vetoriais; aquelas decorrentes de transmissão de um microrganismo por um vetor (inseto). É o caso por exemplo da dengue, malária, febre amarela e leishmaniose. Muitos dessas endemias ou epidemias guardam estreita relação com as políticas de saneamento básico, e de igual modo com os cuidados ( ou falta deles) de higiene das pessoas. Nessa , que é uma tragédia em termos de saúde pública, os sujismundos e porcalhões , aqueles que convivem com cachorros em seus apartamentos, os que não cuidam da natureza, dos espaços à sua volta, os que sequer têm uma higiene pessoal padrão; todos enfim trazem sua parcela de culpa.
 Vivemos em um país onde as pessoas pouco se lixam sequer com a limpeza e lavagem de boca e mãos. Imagine então com sua casa, seus quintais, o destino do lixo produzido ou os cuidados, que é  dever de todos, das  vias públicas. Nessa cultura temos então as condições propícias para a reprodução de todos os roedores e vetores. Então haja dengue, zika vírus, leptospirose e outras oses e ites  para atormentar os próprios sujismundos e superlotar as falidas unidades de saúde pública (CAIS, UPAS) e hospitais do SUS.
Nessa tragédia da microcefalia do Nordeste ,duas preocupações de nossos gestores da saúde me chamaram a atenção. A muitos  podem parecer  de menor importância, mas não de meu ponto de vista.
A primeira questão, já em pesquisa  de algum tempo, se refere ao controle de natalidade do mosquito aedes aegypti. Vejam que maneira engenhosa de controlar uma doença. Engenharia genética pura. Torna-se o inseto estéril, com isto pode-se até exterminá-lo do planeta. O desafio é fazer isto com todos os mosquitinhos já nascidos. Tal tecnologia poderia ser aplicada futuramente com outros insetos e mosquitos. Como as muriçocas e moscas do chifre por exemplo. Pode-se até extinguir as moscas azuis que a muitos os transformam em despersonalizados  e mentecaptos  . Muitos políticos de nossos tempos têm sido picados pela mosca azul.
 Um outro foco agora de nossos políticos da saúde diz respeito ao controle de natalidade das mulheres. Não de todas, que fique bem claro. Apenas para aquelas em risco de contaminação pelo zika e gerar filhos microcéfalos .
A propósito, é bom relembrar que o Brasil, via SUS, não tem planejamento familiar, muito menos controle de natalidade. Pobres, desempregados e miseráveis podem ter quantos filhos quiserem. Para os programas eleitoreiros e assistencialistas do PT, por exemplo. Quanto mais filhos, mais ganham os pais com o fome zero. Assim aumenta-se a legião de analfabetos, de idiotas, de excluídos de educação, de empregos formais. Ganha-se, este o objetivo maior, em legião de eleitores cativos dos atuais mandatários da nação. É o projeto de perpetuação de poder de nossos atuais governantes. Aliás , não exclusivo do Brasil; de Argentina, Venezuela, Bolívia;  dos chamados regimes bolivarianos. Ideologia de repúblicas latino-americanas.
Enfim, ficam então aqui consignados esses dois projetos do ministério da doença( que chamam-no de saúde) . O primeiro, o planejamento familiar do mosquito. Digno de aplausos! O segundo, o planejamento familiar para as mulheres em áreas de risco de picadas pelo vetor da dengue e zika vírus. Tanto melhor  essa preocupação de nossas autoridades para com  esse grupo de mulheres (controle de natalidade já) . Porque o ideal e mais humano seria para todas as mães que não querem ter mais do que dois ou três filhos. Ou , às vezes, nenhum.
Oxalá que esse controle de natalidade preventivo de microcefalia seja o embrião para um controle de natalidade e planejamento familiar permanentes , oferecidos pelo SUS, o que resultará também em  prevenção de pobreza, de analfabetos, de desempregados e miseráveis pelo Brasil a fora.  Dez /2015.


  João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...