sábado, 30 de abril de 2016

PÍLULA DO CÂNCER

OS PERIGOS DE USAR  FOSFOETANOLAMIA COMO ANTICÂNCER

João Joaquim  

Estamos vivendo tempos tão absurdos e abstrusos no Brasil que há algumas façanhas  não menos estapafúrdias que passam até ao largo do conhecimento da imprensa e das pessoas comuns. E o fazem com razão. Num Brasil com tantos escândalos políticos e de corrupção, há fatos que vão se tornando menos atrativos e pouco interessantes. Principalmente para as redes de televisão e mídias digitais.
Dentro dessas considerações vamos dissertar sobre um fato. Apenas esse meio esquecido, que é a liberação da fosfoetanolamina para tratamento de câncer. Tal liberação está sustentada na suposição, repiso o termo, suposição de que tal substância tenha efeitos anticancerígenos. Chegamos ao contrassenso de algum parlamentar encampar a ideia da eficácia da já popular substância e apresentar tal argumento para a câmara dos deputados. Um projeto de lei nesse sentido está correndo nas duas casas do congresso nacional.  
Trata-se de uma idiotice, estultice ou aberração   no que se refere à decisão das duas casas legislativas no referido projeto de lei. Usar tal droga por conta própria, ou  ser ela prescrita por qualquer profissional constituem atitudes de charlatanismo e de risco à saúde. Para tanto vamos às razões.
O emprego de qualquer medicamento em humanos se dá com os resultados da chamada medicina baseada em evidências. Expliquemos melhor o termo em nome do bom entendimento. Evidência significa verdade real, certeza de que aquele insumo farmacêutico tem tais e tais efeitos terapêuticos, tais e tais efeitos colaterais e o percentual de eficácia quando empregado em conformidade com os resultados de todos os estudos científicos e ensaios clínicos; primeiro em cobaias e depois em seres humanos. Referidos estudos e ensaios envolvem várias etapas. Pode-se chegar, o grupo de estudo,  a conclusões claras em 5 anos, mas pode-se prolongar por uma década a plena certeza da eficácia e segurança daquela droga em investigação, ou a absoluta ineficácia e contraindicação para o fim proposto. E assim procedido, não se precisam nem de tantas fases de estudos, se no início já se tem resultados negativos.
Recomendar a fosfoetanolamina como quimioterápico anticâncer é no mínimo antiético e ato de grande irresponsabilidade do médico que assim o faz, ou mesmo do próprio paciente numa atitude de automedicação.
Vamos, a título de ilustração, pegar dois casos públicos, que fizeram tratamento anticâncer.
O ex-presidente Lula fez tratamento de câncer de faringe (ligado ao fumo). Suponhamos que ele confiasse na fosfoetanolamina e desistisse do tratamento padrão. Ele se tratou dentro dos padrões  éticos e científicos . A chance de sucesso se o tratamento fosse com a droga em questão( fosfoetanolamina) era como se ele se lançasse  de  um vazio, com algumas almofadas em embaixo  e esperar esse ou aquele resultado de se salvar ou de se espatifar. O mesmo raciocínio poderíamos fazer com a quase ex-presidente Dilma Rousseff que se  tratou de linfoma. Ela também seguiu as diretrizes corretas em seu tratamento.  Ou seja, usar uma droga para uma doença séria e grave, sem comprovada eficácia é por demais temerário. Seria como uma pessoa pular do 5º andar de um prédio, em cima de uma rede que não foi previamente testada quanto a segurança e resistência para tamanho impacto.
No caso da rede não testada são três os resultados possíveis: a pessoa manter sua integridade e sair incólume  (eficácia ) se machucar levemente (eficácia parcial), ou se matar (ineficácia total). É o mesmo resultado que se espera de estágios de estudos científicos e ensaios clínicos com qualquer  procedimento terapêutico ou diagnóstico . Essas pesquisas são as evidências da eficácia ou não de qualquer medicamento.
Portanto, dirijo-me à presidenta da República, a quem cabe a palavra final de referendar o comentado projeto de lei ou vetá-lo na sua inteireza.
Exma presidenta Dilma Rousseff; vossa Excia que já fora  vítima de uma forma grave de câncer;  que se tratou e continua em monitoramento;  e certamente curada graças a Deus ,  aos médicos e ao  tratamento correto.  Atenha-se , sobretudo ,  ao risco do nocivo, intempestivo e esdrúxulo projeto de lei da aprovação de um medicamento, que nada de concreto se sabe sobre ele. Vete tal iniciativa de nosso congresso  e mostre sensatez e ética com a saúde dos compatrícios que porventura tenham algum tipo de câncer,  e queiram,  ao livre-arbítrio,  ou por indicação de algum médico fazer tratamento com  tal medicamento.  Abril /2026.

Atenciosamente.


João Joaquim - médico - articulista DM www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

LIÇÕES DO ÓCIO...

O ELOGIA DA PREGUIÇA

JOÃO JOAQUIM


Eu venho de escrever sobre o trabalho, nestas linhas deu me na telha de escrever sobre a preguiça. Falando primeiro do mamífero, me disserto sobre o elogio da preguiça. Para aqueles não afeitos à sabedoria e símbolo do bicho, eu alcanço por bem esclarecer já de pronto. O animal, folclórico pela sua tenaz morosidade deu ensejo aos princípios da Ataraxia. Sistema existencial e filosófico que também defino para evitar deserção de leitura do texto remanescente. Ataraxia é um verbete originado do grego (gr ataraxía) com o significado de quietude, paz e tranquilidade. Tal sistema foi difundido, proposto e vivido pelos pensadores do ceticismo e estoicismo. Era na contemplação serena e imóvel da natureza que esses filósofos gregos afirmavam encontrar a felicidade suprema. É no  equilíbrio e moderação constante dos atos, na busca constante dos prazeres sensíveis (pelos sentidos) e espirituais que se atinge a plena realização do corpo e da alma. Numa palavra, serenidade para tudo.
O elogio da preguiça nada mais é do que essa constante demonstração que o animal nos dá sobre esse milenar princípio, que enfim, exposto em outros termos e conselhos seria : vá com calma porque a vida é breve e a arte é longa.
Um ensinamento de vida que nos traz essa classe de desdentados é aquele procurado por muitos: se quiser atingir o apogeu vá devagar. Outro saudável princípio é o do vegetarianismo. Só folhas e brotos. Não têm grãos, leguminosas, nada que fede a carne.
Poucos devem saber fora do regionalismo, mas o bicho preguiça também é conhecido por aí ou aígue. E não pensem que foi a expressão macunaímica “ai que preguiça” que deu origem a esses outros nomes de tão filosófico animal. Isto porque tais codinomes do animal  já estavam dicionarizados antes da obra andradiana .
Ficam então aqui relembrados os preceitos e elogios originados de tão simbólico animal por poucos admirado e reverenciado, a preguiça, do lema “devagar se vai ao longe”, lentamente se chega ao topo.
Por último falo de outra preguiça, aquele sentimento de aversão  ao trabalho, a indolência, a inércia em tudo na vida, o nada produzir ; ou numa expressão francesa o “laisser-faire”. O comportamento preguiçoso, o estado espiritual da preguiça (indolência) teve, é bem verdade, origem no ritmo de lentidão de nossa querida preguiça animal. Mas, trata-se, em nome de justiça, de uma referência desrespeitosa e infamante. Como bem pontuado, a criatura na verdade faz da paz, da serenidade e equilíbrio o seu modo de viver, o que vem a ser o seu grande elogio e lições de vida no mundo atribulado em que vivemos.
Os preguiçosos humanos de nossos dias vêm se proliferando. Tanto que vêm sendo objeto de estudo do ainda profícuo e produtivo IBGE. Nossos preguiçosos do Brasil foram classificados como nem, nem, nem. Para mais clareza das pessoas que me leem eu explico. Primeiro o IBGE fez uma estatística dos nem  nem; isto é; o grupo dos que nem estudam, nem trabalham, duas vezes nem.  A pesquisa então foi refinada e chegou-se a uma subclassificação. De tal pesquisa então surgiram os chamados três vezes nem .
São os genuínos preguiçosos porque nem estudam, nem trabalham e nem têm vontade ou desejo para ambas as atividades. Nossa moção de protestos aos preguiçosos do Brasil. Outra injustiça que deve ser reparada é a atribuição de tantos preguiçosos  nem aos programas sociais( fome zero, minha casa minha vida ) instituídos , com o fim de angariar eleitores e mais votos , pelo partidos dos trabalhadores de Lula da Silva e Dilma Rousseff. Uma absoluta inverdade.  Os nem e preguiçosos já existiam. Eles apenas tiveram um incentivo a mais com tais programas assistencialistas. São tantas injustiças nesse nosso mundo  e no   Brasil que nem sonha nossa santa e pura filosofia de vida  !                    Abril/2016.  


João Joaquim de Oliveira  Médico Cronista do DM Goiânia Go  www.drjoaojoaquim.com   joaojoaquim@drjoaojoaquim.com 

FILHO OU CACHORRO...


12 de abr
para OpiniãoOpinião
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 O que vale mais , dois filhos  ou um lulu-da-pomerânia    ?

João Joaquim 

Quantas lições se podem tirar da foto do casal do cachorrinho, que mais parece uma fêmea. Talvez lulu-da-pomerânia.  Soou estranho o nome? Já abro um aparte e explico um pouco de Geografia.  Pomerânia é uma região ao norte  da Polônia e da Alemanha, que no curso da história foi motivo do chamado conflito PPS; Prússia, Polônia e Suécia. Existe essa região polonesa e alemã e também o dialeto Pomerânio, derivado do Alemão.
Todavia, a mimosa e bela raça do cachorrinho tem origem na Alemanha, lulu-da-pomerânia. Um pouco de cultura inútil não faz mal a certos assuntos cachorrais.
A propósito da  questão da foto que saiu na Veja 13 de Março 2016, nas redes sociais e provocou protestos, críticas provocativas, aleivosias e comentários acrimoniosos.
Tudo se deu nas passeatas de 13 de Março, contra o governo petista de Dilma Rousseff. A foto do casal Cláudio e Carolina Pracownik foi tirada de uma via pública do Rio de Janeiro. Tal imagem, originalmente  está encimada por duas placas: Visconde de Pirajá e Rei do Mate. O quadro fotográfico mostra o casal com um pet (lulu) puxado pela coleira e atrás vem a empregada ou babá, de etnia negra, empurrando um carrinho quadriciclo com dois irmãozinhos, de cerca de 2 e 4 anos de idade.
Naquele átimo da foto, é bom que se diga, a babá empurra a composição a custo. Tanto que ela tem os passos mais contraídos e se acha mais ofegante. Naquela fração de segundo o casal num olhar de esguelha e à  lateral esquerda confere a condição das crianças que demonstram estar confortáveis.
E assim seguem o passeio pelas avenidas. E então pipocaram os comentários, nos mais diversos vieses. Alguns desses : trata-se de um ranço da época escravagista! Por que cabe à empregada negra a tarefa de cuidar dos filhos do casal? Outro: por que ao pai, tão jovem e tão saudável, não coube aquele esforço e trabalho de condução  do carrinho com as duas crianças?
Eis então as chaves interpretativas de tão polêmica imagem. Atenhamos todos à legislação que rege e normaliza o trabalho dos domésticos(as). Trata-se de questão de informação. Todos têm deveres e direitos iguais a todos os outros estratos de trabalhadores do Brasil. E são livres. Laboram para quem, onde e quanto de horas querem. Se excedem as horas devidas por dia recebem hora extra. Ou seja, são livres e têm a profissão legalizada. Recebem até seguro desemprego, se necessário;  e são até assistidos pelo INSS e pelo SUS. Então por que de tantos protestos e críticas vazias de fundamentos ?
Quanto ao diferencial ou discriminativo nos dois atos: condução do pet e do carrinho com os dois filhos do casal. Para clarear melhor a polêmica. Coloca-se a seguinte questão: falando nos dias de hoje, em termos de evolução , costumes, comportamento e paradigmas socioculturais;  como se pode prestigiar a uma pessoa ? Como  trazer-lhe mais dignidade? Resposta,  na missão a ela incumbida. Isto em se falando nos tempos de plena modernidade, de virtualidade, de global comunicação digital instantânea. Pergunta-se :  O que mais dignifica uma empregada doméstica?  Qual dessas tarefas se torna mais nobre:  a  condução dos filhos ou a guia do  cachorrinho do casal?   Francamente, eu não sei por que de tanta controvérsia!   Abril 2016. 


João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

SER ÚTIL OU FÚTIL...

O PIB NEGATIVO OU POSITIVO DE CADA UM

João Joaquim


O que é a vida? Eu penso ser uma das indagações mais difíceis de respostas. No plural mesmo dada a complexidade do que é esse maior bem de que somos todos possuidores. E esses termos já podem ser uma de tantas definições. Estar empossado na vida já é em si uma afirmação e sua característica. Vida, qualidades e condições que caracterizam um ser, tais como metabolismo, sensibilidade, reflexos, capacidade sensitiva, instintos de sobrevivência, de luta e fuga, sentidos aguçados, o estar no mundo de forma ativa , passiva ou parasita etc. A escolha é de cada um. 
No caso humano, ainda poderíamos acrescentar: pensamento, atributo da razão, dualidade corpo e alma, participação na Política, nos destinos de minha Nação  etc.
Se selecionarmos a vida no estrito campo humano quantas chaves podemos abrir nessas descrições. O que é uma vida produtiva? Uma definição : aquela voltada para toda forma de labor. Seja este dispêndio na geração de serviços, produtos; ou na produção artística. E aqui a arte em todos os seus ramos. Ao elaborar este texto eu estou de certa forma numa vida produtiva; uma arte singela? Não deixa de ser. Tenho essa como uma questão pacificada. Mas, na seara literária a crônica é uma forma das muitas expressões literárias. Assim como é a poesia (de poiesis, produção), o conto, o ensaio, a biografia, o romance etc.
O que se tem de certo é que o homem tenha surgido de uma monera ou ameba em priscas eras, ou da evolução do macaco como supôs Darwin, ou de Eva e Adão segundo o gênesis; pouco importa, teve sua concepção para ser um agente ativo, participativo. O que  nos conforta é que o homem desde os primórdios teve o desígnio e desiderato para uma existência produtiva. Se esse ou aqueloutro é do partido bt, xp, pcc e nada produz a questão é dele e não do País que já anda atolado em mazelas e outros cancros  éticos , sociais e políticos. Se algum também, de igual forma, anda pendurado sugando nas tetas do Estado, de um pai, de uma família, de quem for; o acerto no Armagedon também será desse improdutivo e roaz  parasita.
Considerando então tais fundamentos que balizam a vida humana, necessário se faz que a cada período, de um ano por exemplo, façamos um balanço desse grande desígnio, a nossa própria vida. É o mesmo processo que se faz da vida de uma empresa, de uma entidade, de uma ONG, até de uma organização estatal; do Estado (país) por exemplo. O que faz cada nação por exemplo em cada tri, semestre ou 12 meses? Um balanço de vida. Como foi o PIB ?  a balança comercial ?  índices IBOPE para o governo ?  inflação, índices da educação, como anda a popularidade, tem risco de o impeachment passar ?  
O mesmo tirocínio e descortino podem ser feitos para a vida individual.  O que eu produzi até aqui ? O que eu fiz no mês presente? No ano que se passou? Ou vou ficar apenas nos festejos de cada noite, cada final de semana e ceias de natal e ano-novo?
Por falar em festas, baladas, comemorações, patuscadas, diversões, ócio, lazer e entretenimento; como andam essas ocupações do bicho-homem ? Claro que além da vida produtiva o homem surgiu com direitos e pendores também voltados ao divertimento, ao descanso e momentos de prazer. Estudos e ensaios existem na área comportamental e de bem estar que recomendam por exemplo pelo menos 50% do dia (24h) dedicado ao ócio e entretenimento ; com uma recomendação não menos importante: que esses momentos sejam também produtivos, de saúde, qualidade de vida e cultura para a pessoa praticante dessas horas voltadas a essas finalidades. E então chegamos às questões dilemáticas e emblemáticas.
Basta que de por si cada um faça essas indagações. Sou parasita, comensal, e não faço nada  ? Se gero alguma coisa de bom e útil, trabalho ou arte, ficam os quesitos.  Será que além da vida produtiva no trabalho, estou também produtivo em questão de diversão e entretenimento? Será que meus períodos de ócio têm sido produtivos para a minha própria pessoa? para meu engrandecimento pessoal, para minh’alma  como um semovente dotado de razão, inteligência e espírito ?
Em suma e em  síntese, o que temos constatado no que chamam de diversão e entretenimento têm sido de dar náuseas e engulho aos que têm uma vida produtiva e que num balanço periódico tem sempre algum saldo no  azul e positivo.
E nenhum setor escapa. É na televisão, na culinária, nas escolas, na cultura, nas relações humanas; em tudo! A vida das pessoas se tornou tão improdutiva, tão fútil e inútil, que ficamos sem saber o que pensam esses praticantes de tanta banalidade, de tanta vulgaridade, de tanto caradurismo, de tanta hipocrisia, de tanta desocupação , fuxico, bisbilhotices, devassidão e corrupção. Tais assertivas e afirmações, não se sustentam em apenas um achismo deste e outros articulistas. Para tanto basta dar uma olhadela e passeio pelas mídias televisivas, smartphones , outras telemáticas , Internet como um todo e as tão degradantes e nauseantes redes sociais. 
Afinal o que é mesmo a vida para essas pessoas?  Abril/2016.

João Joaquim de Oliveira - Médico - Cronista do DM Goiânia Go  www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

NOVO BRASIL...

UMA NOVA GEOPOLÍTICA PARA O  BRASIL 
João Joaquim


Qualquer um pé-rapado teria organizado este Brasil melhor do que ele saiu. Não vou contestar a sua invenção  nas questões geológicas, climáticas, localização no planeta, de que lado ou polo deveria situar no globo. Nem tão pouco, de suas dimensões continentais, costa marítima, divisas com outras nações na América do Sul e fusos horários. Já basta a confusão que causa sua organização em outras esferas e escalas sociais, no âmbito econômico, ergonômico, criminal e político, sobretudo quando há  crises entre executivo e legislativo, curso de impeachment etc.
Assim, vamos imaginar o país melhorado do que este que aí está. E com certeza essa emenda será melhor do que o soneto. Pensemos a nação por exemplo no campo político, no policial e constitucional de eleições de nossos representantes .
Da divisão política. Quanto às unidades federativas, para que 26 Estados mais o Distrito Federal? Talvez pudesse reduzir o número de Estados em 30%. Na região norte; o Acre por exemplo, que foi comprado da Bolívia por alguns cavalos. Pelos menos é o que conta a história paralela de sua  anexação. Este pequeno Estado poderia ser incorporado ao Amazonas. O Amapá é outro que por falar em anexo, poderia ser anexado ao Pará. Eu não pararia por aí.
 No Centro Oeste.  Aqui ficaram bons os arranjos e não mexeria em nada. Nordeste. Aqui seria a maior reforma em se tratando de unidades federativas. Eu pegaria o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e os transformaria em um único Estado. O nome desse novo Estadão  poderia ser Rio Grande do Nordeste. E ainda assim seria menor do que a Bahia, que ficaria como está, talvez eliminando-lhe apenas o h. Isto porque cria-se uma confusão, por que Baia da Guanabara e Bahia dos baianos? Vá explicar isto para os ianques . Não entenderiam bulhufas.
No sudeste eu daria também uma ajeitada. Pequena, mas bem justa. Espírito Santo e Rio de Janeiro. Jantariam os dois, porque são anões. De grande só nos nomes. Eu daria o nome Riomar ao novo Estado. Seis letrinhas. Ainda compatível com a dimensão da nova criatura. Assim ficariam satisfeitos cariocas ( Rio) e capixabas (Mar).
Região Sul. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul virariam um único Estado. Em homenagem aos antigos eu nomearia essa nova unidade de Estado Pacasul, a abobrinha da homenagem está no próprio nome.
Da municipalidade. Trata-se de outra esquisitice as divisões administrativas de cada Estado em municípios. Na última atualização que li éramos 5569 municípios. A cada edição desse artigo, um novo município . Tem sempre algum distrito ou vilarejo se transformando em cidade e município. Um festival para os políticos regionais.


Como munícipe, cidadão (moro na cidade de Goiânia) e brasileiro, eu faço aqui severas e acerbas críticas a quem teve essa ideia de jerico. Tudo isso resulta em astronômicos gastos, rombo no orçamento do Brasil e recursos e manobras da mais genuína (não confunda com Genoína) corrupção.
Da constituição das polícias. Como estão hoje, as polícias representam autarquias enviesadas e travessas. O ideal e coerente seria cada Estado ter apenas uma polícia com dois departamentos. Um de presença e ronda ostensiva nas ruas, o que faz a militar hoje; e outro departamento de inquéritos e investigação criminal, o que faz a civil.  Olha o quanto de mais funcional e de economia esta nova dinâmica traria aos Estados. E outra grande vantagem, evitaria a ciumeira de militar com civil; e o risco  de ocorrer, de quando em vez,  as escaramuças entre os seus policiais. Há um caso por exemplo no sul, onde um militar e um policial civil  se desentenderam, os dois eram tão hábeis que o outro atirou no um e o um no outro e ambos morreram ao mesmo tempo. Uma fatalidade que resultou em apenas um lado positivo, não teve inquérito, processos, indenização , perícia criminal e oitiva de testemunhas.
Só para finalizar por falta de espaço no jornal. Forma de governo. Deveria ser parlamentarismo.  Presidente(a) incompetente e corrupto,  demissão sumária por justa incompetência. Essa deveria ser uma cláusula adamantina e inafiançável do nosso código eleitoral. O governante não teria direito ao devido processo legal, amplo direito de defesa, contraditório e protelatório e outras prerrogativas chicaneiras. Quanto muito teria direito ao jus sperniandi. Veja o caso do andamento do impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Quanto de chicana , postergação , embromação, empulhação, gastança de tempo, dinheiro do tesouro e paciência que os brasileiros já não aguentam mais.
Eleições gerais unificados de 4/4 anos para todos os cargos de executivo e legislativo. De presidente da República a vereadores. Tudo a um só tempo e sem 2º ou 3º turnos. Aqui, sim, seria um legítimo e lídimo exemplo de aplicação da tal Lei de Responsabilidade Fiscal(LRF). Quanto de dinheiro se evitaria de jogar no lixo. Considerando ainda, que mesmo assim o que se gastaria de recursos com papel, panfletos e propaganda enganosa não se acha em qualquer gibi do Tio Patinhas
Bem, são apenas alguns alvitres e sugestões . Mas, vejam o quanto de economia resultaria para o País , Estados e Municípios. 
Ah! Faltou falar de solução para corrupção. Para essa fiquem com mais uma sugestão . Eu para tanta profanação  , de ácido muriático eu faria um tonel de emulsão  , ou no vulcão com lavas em erupção, jogaria todos naquele bocão; e assim quem sabe das cinzas viria um nova era e tudo se renovaria como gemas e  belas flores de uma nova primavera.   Abril/2016.


 João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com
                         

VILANIAS NO PARLAMENTO,,,

para OpiniãoOpinião
 O IMPEACHMENT DAS CENAS DO IMPEACHMENT DE NOSSA PRESIDENTE

João Joaquim  

Finalmente o impeachment em curso no Senado Federal pode mostrar a quantas anda muitos indicadores de progresso, de civilidade, de educação no sentido técnico-científico, de educação no sentido moral e ético, nos sentimentos de convivência entre pessoas civilizadas; enfim em muitos atributos caracterizadores do bicho-homem como um animal racional e inteligente! Não é assim que nos mantêm classificados? animal superior, racional e inteligente?
Pelo que assistimos na admissibilidade do processo de demissão por justa-causa da presidente Dilma Rousseff, nesse 17 de abril de 2016, nós estamos muito mal no filme em questões de educação, cidadania e civilidade.
Pode parecer estranho, mas impeachment é a rescisão contratual trabalhista a mais traumática , mais onerosa e a  mais lancinante; que deixa os contra e os a favor em polvorosa. Basta lembrar que esse, de nossa primeira presidente mulher do Brasil, tem sido o mais longo da história do Brasil e do mundo. São mais de quatro meses. Ele iniciou em banho-maria em dezembro de 2015,  e hoje se encontra em fervura diabólica.
Mas, enfim naquela sessão de domingo, 17, o Brasil e a sociedade como um todo puderam mostrar as suas caras e os seus caras. Parodiando Barack Obama, ali não estava o cara, mas as caras do Brasil, nossos representantes.
Como me referi acima, naquela plenária de nossa câmara dos deputados, em uma das sessões mais importantes do parlamento brasileiro, ressoaram os mais variados indicadores de nossa gente brasileira. Quem somos afinal?
Em civilidade por exemplo. Parece que tivemos até progresso tecnológico, mas no item educação cívica, continuamos como na época das cavernas. Temos eletricidade, água potável, televisão, internet, telefones celulares; mas no trato de gentileza e generosidade continuamos como os homens de “cro-magnon”. Quão triste! Isso porque somos animais racionais e os mais inteligentes. Já imaginou se não fôssemos como tais!
Vamos agora apreciar os quesitos alusivos a educação no sentido de formação técnico-científica. Vale ressaltar que em um parlamento está o escol, a nata, o suprassumo da sociedade brasileira. Pelo menos é o que todos nós supomos. Afinal temos ali, entre os 513 deputados eleitos pelo povo, todos os estratos das faculdades e universidades brasileiras. Não impropriamente, são além de doutores, pronominados de suas excelências. Agora imaginem bem junto comigo!  se os julgadores ou juízes( esses mesmos deputados e deputadas) para demitir uma presidente (a) da república são capazes de tanta patacoada, chocarrices, desconchavos, tolices e abobrinhas; pensem nos eleitores brasileiros, ou seja ; no rebanhão de gente , amigos e apaniguados  que os elegeram. Não é sem razão que temos milhões e milhões de pessoas analfabetas absolutas e funcionais, em completa cegueira de crítica e de discernimento. São os eleitores de nossos parlamentares.
 E nos quesitos de moral, ética e respeito ao outro. Quanto escracho, ostentação ridícula e asnices vimos ser pronunciadas em nossa mais alta casa legislativa. Isto mesmo! Em nossa assembleia onde são redigidas nossas leis, nossa constituição. Não esqueçamos que nossa chamada Carta Magna, a Constituição Cidadã, é redigida pelos parlamentares, os representantes do povo no Parlamento.
Enfim, nossos lídimos e legítimos representantes ao expectorar e arrotar tantos impropérios, tantos xingamentos e outros termos chulos, ofensivos, caluniosos e de baixo calão, bem justificam toda a manada que são os eleitores e pessoas acríticas que neles votaram. Nossos parlamentares (e não todos, que façamos justiça) que vociferaram tantas platitudes, termos desconexos naquela sessão de impeachment, encerrada na noite de domingo 17,  espelham bem o que vemos no dia a dia de nosso trânsito, que mata 60.000 pessoas por ano;  em nossas casas de shows e diversões;  nas vias públicas;  e nos grupos de desocupados, caluniadores e vagabundos das tão badaladas redes sociais. Que espetáculo triste e nauseante estamos assistindo nas cenas e cenários brasileiros, na cultura, nas mídias ; e sobretudo nas instituições públicas que nos governam.

Abril/2016. 

João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

QI HUMANO

GALILEU VERSUS SHAKESPEARE
João Joaquim


Tem momentos em minha visa que me forçam a fazer certas comparações entre algumas épocas. Por exemplo no referente à criação humana “lato sensu”. Imaginemos as artes humanas antes da impressa de Johann Gutemberg (1398-1468). Tudo, sob o ponto de vista material e técnico, era muito mais penoso e difícil. Vejam nesse quesito da produção de um texto, um livro, como era precário e laborioso.
Ainda dentro dessa mostra de se produzir toda forma de registro, de um artigo, de um relatório, uma obra literária. Já em tempos mais modernos .  Como era árduo, lento e custoso o trabalho da escrita antes da informática e da internet. O trabalho das gráficas e editoras exigia muita paciência e dedicação.
No campo das ciências. Tomemos como exemplos as descobertas de um Galileu (1564-1642), com a demonstração do heliocentrismo. De um Johann Kepler (1571-1638), criador do sistema cosmológico idêntico ao heliocêntrico de Galileu.
O que é admirável ao fazer essas comparações não são as tantas descobertas e demonstrações deixadas por esses geniais artistas científicos, mas como eles conseguiram tamanha façanha ante tanta precariedade material e tecnológica. Para quem tem fé, como é o caso desse modesto articulista, esses gênios da humanidade tinham parceria com Deus, tamanha a engenhosidade de cada criação e a contribuição feita à humanidade.
Quando comparamos alguns desses gênios humanos do passado torna-se forçoso fazer um paralelo entre eles. Tomemos os casos de Willian Shakespeare (1564-1616) e de Miguel de Cervantes (1547-1616).  Dezessete anos separavam os dois gênios da Literatura mundial em idade, e eles morreram no mesmo ano. Coincidências ou pacto do destino ? Com esse por quê sonha minha modesta, mas não vã  filosofia, parodiando o próprio bardo de todos os tempos.
Não sobrepaira e não restará nenhuma dúvida sobre a capacidade criadora, o estro, a genialidade desses eternos escritores. Todavia quando avaliamos a exigência, naqueles tempos (século XVI), da criação de um físico e um escritor, fica convincente que o feito de um Galileu era muito mais complexo, intrincado e desafiador do que de um Shakespeare. O que parece consensual era a mente igualmente brilhante e divinal do escritor e do cientista. A diferença entre o autor de Dom Quixote e o descobridor do heliocentrismo, por exemplo,  foi apenas questão da vocação. Mas, temos que lembrar que o cientista além das hipóteses iniciais e muita intuição  precisava de instrumentos para provar a sua tese.
E assim veio caminhando a humanidade. Poder-se-iam ser citados vários outros casos; e  pontuar diversos exemplos da aptidão e potencial criativo da mente, do intelecto e da inteligência do gênero humano.
 Um dos sonhos do homem (gênero) sempre foi compreender a natureza, o cosmo, o universo, os fenômenos naturais, as transformações químicas, as leis da Física  que nos governam.
Uma outra preocupação da humanidade foram as grandes invenções, as tecnologias que facilitassem o transporte, a produção industrial, o trabalho e as comunicações. E por mencionar comunicações, é pertinente repisar esses avanços tecnológicos de nossos tempos! Como em tão pouco tempo, quando se pensa em história, chegou-se a um nível de excelência e qualidade em tecnologias da comunicação. O que se tem hoje de facilidade em transmitir informações era impensável nos idos de 1960  e 1970. Máquina de datilografar era luxo de poucos.
Torno-me à ideia inicial, comparação entre diferentes épocas, a arte, a capacidade de pensar, a aptidão criadora da mente das pessoas.
Nunca, em toda a história humana, atingimos tão alto grau de progresso tecno-científico e recursos de comunicação como os verificados nos últimos 50 anos. A quantidade de informações que temos sobre qualquer coisa, feitos e fatos vem se tornando incalculável. A grande questão é: o que devo saber sobre o que?  Sem dúvida que o quantitativo é gigantesco em relação ao qualitativo. Resta-nos então a opção de selecionar o que há de relevante, o que seja útil e construtivo para a cultura, para as exigências na vida profissional e cotidiana de cada um.
E então eu finalizo com uma questão, não menos digna de registro. Refiro-me à criatividade, ao engenho criador das gerações de jovens em tempos de tanta tecnologia. Ficam-me a sensação  e a convicção de que as gerações  da internet, das mídias digitais, das tão massificadas e públicas redes sociais se tornaram embotadas e bestializadas intelectualmente. Todos (as) estão idiotizados, embriagados com as mídias. Ninguém mais pensa, escreve, raciocina, calcula ou cria. Tudo de informação e cultura tem se tornado descartável, fútil e sem valor.
Conta-se, de forma emblemática da criação da juventude, que um jovem administrador, recém-formado recebeu um pedido , um  relatório de uma empresa interessado em contratá-lo. Para tal ele tinha que escrever , dissertar sobre os seus objetivos ao cargo pretendido. Ele não sabia como fazer a tal redação. Foi que então buscou a ajuda de alguém da área, uma cola, digamos assim. O profissional procurado( sem que o candidato soubesse) era consultor da tal empresa. Não precisa nem dizer se ele foi aprovado ou não na tão renomada empresa.  Que triste.   Abril/2016. 



João Joaquim de Oliveira  Médico Cronista do DM Goiânia Go  www.drjoaojoaquim.com   joaojoaquim@drjoaojoaquim.com 

O LÍDER...

EFEITO MANADA


João Joaquim


Deparou-se-me uma situação comezinha, a que todos um dia poderão ter assistido, mas que me inspirou o tema desta crônica. Não queiram achar-me com laivos de fuga de realidade. Porquanto, um feito, um gesto por mais ínfimo que seja pode dar azo a fatos de maior monta e grande significado.
Com efeito, estava a espiar uma fila de nuvens a se mover no céu de abril. E só não era mais azul pela alvura algodonosa das referidas. Mas, não foram aqueles rituais nubífugos os que tanto me causaram enlevo e incendiaram outros pensamentos. Ao rés do chão, algumas moitas de gramíneas sem flores. Pousada, uma borboleta, relaxada e com ares de adormecida. De repente, ela esvoaçou-se e se foi. Continuei admirado e indaguei: será que causei algum susto, alguma perturbação em tão vaidoso inseto?  Não era! Concluí de fora para mim. Era um vento que se assoprava e o colorido inseto foi-se nesse suave embalo daquela aura vespertina.
No deslizamento do comboio das nuvens no céu e no voo da borboleta pelos ares veio-me outro fenômeno, este agora de maior peso. O chamado efeito manada. É de se pensar também nessa influência universal. Quem nesse mundo um dia não foi movido pela energia do seu grupo, pelos companheiros desse e outros objetivos. Se assim não for, que então se afaste da manada.
Os estudos da efeito  manada têm uma de suas bases na própria natureza, nos animais irracionais. Dessas observações e registros vêm os estudos no comportamento humano. Os dados empíricos, a experiência e deduções de  observações com muitas espécies animais sempre foram os pontos de partida para que os pesquisadores empregassem outros ensaios e pesquisas científicas em tão importantes questões do mesmo comportamento e efeitos na espécie humana.
Nesses termos tornam-se de bom grado e esclarecedores alguns casos bem característicos no meio animal (os irracionais). Numa família de elefantes por exemplo. Quase sempre nos grupos desses bichos há uma fêmea, carinhosamente chamada matriarca, que conduz os demais membros do grupo. Em geral essa matriarca é a mais velha a ser seguida. É a sua maior experiência, melhor percepção sensorial, as razões de ser seguida fielmente pelos outros animais da família.
O mesmo comportamento se verifica com outros animais inferiores. Nos cães por exemplo. Todos tendem a seguir um líder. As mesmas características se verifica nas criaturas humanas.  Nas atitudes, nas iniciativas, nos gestos,  nas mais diferentes ações das pessoas há um comportamento muito repetitivo do efeito manada, à semelhança do encontrado entre os irracionais.
Vamos pontuar alguns expedientes, gestos, mímicas e outros feitos como exemplos do efeito manada entre nós humanos. Na audição de uma música. Se ela tem uma melodia agradável, aos poucos toda a plateia, mesmo se não entende a letra tende a vocalizar as notas e fazer alguma mímica ou movimentos de pés e mãos em harmonia com o vocalista e outros presentes.
 E assim muitos outros cenários dos mais simples  aos maiores expedientes. É uma influência semelhante à cola, à imitação, à repetição dos feitos e atitudes de uma terceira pessoa. Uma experiência já repetida por psicólogos consta do seguinte: um grupo de 10 pessoas é chamado a participar. Isto se dá em via pública. O primeiro participante está caminhando e subitamente para( verbo parar) e olha de forma atenta para uma direção do céu como se estivesse vendo um objeto no espaço. E assim os outros componentes do grupo vão parando admirados, olhando no mesma direção do primeiro membro. O certo é que ao final da experiência, dezenas de pessoas param em busca de ver aquele objeto estranho no céu. Mas, não há nada no céu, que pode estar limpo e azul. Mais que isso, alguns dos primeiros 10 pesquisadores  dizem estar vendo o tal objeto fantasma. Resultado final: vários transeuntes(dezenas) começam a relatar a visão do tal objeto inexistente , por pura sugestão. É o clássico  efeito manada.
O fenômeno ou efeito manada sempre foi e sempre o será uma atitude e ação construtiva e de afirmação em todas as espécies animais.
Entre os humanos ter referencial de gestos e atitudes se torna além de um recurso de sobrevivência em um fator decisivo no cabedal de civilidade e de  educação para a criança e o adolescente. Os primeiros referenciais e modelos para os filhos são os pais. Puro efeito manada. Este comportamento tem uma influência marcante e definitiva , inclusive, na educação como ética e civilidade e até na  personalidade do indivíduo.
As questões negativas e destrutivas do efeito manada entre os homens se dão quando um líder, um guia, um chefe, um governante do grupo opta por incitar e instigar  os outros membros para caminhos e objetivos ímpios, corruptos e criminosos. Nesses efeitos manadas é que muitos seguidores mais manipuláveis e frágeis de caráter se enveredam pelo ilícito, pelo desonesto, pelo antiético e tanta forma de infrações, fraudes e corrupção.
 Muitos grupos no Brasil têm sido tais e agido de forma desonesta exatamente pelo efeito manada. Quão triste!
 Ainda bem que muitos outros brasileiros de bem, puros e éticos seguem outras manadas de honestidade, de civilidade e do bem . Que bom.    Maio /2016.



João Joaquim de Oliveira  Médico Cronista do DM Goiânia Go  www.drjoaojoaquim.com   joaojoaquim@drjoaojoaquim.com  

quarta-feira, 30 de março de 2016

AMIGOS E Transas na Rede

NAMOROS , AMIZADES  E EDUCAÇÃO COLORIDAS

João Joaquim  

  
Nesses tempos digitais se tem uma palavra que sofreu os efeitos da semântica se chama amigo ou a sua mãe e cognata, a amizade.

Essa mudança, para pior, do sentido de amigo e amizade de deve muito ao advento da internet,  de mídias e redes sociais. As plataformas virtuais com todas as maneiras de comunicação trouxeram outros significados a esse sentimento de afeição, estima e afinidade, e  até a muitos outros valores como o namoro, as confidências , o  casamento e outras interações conjugais, e  mesmo à educação de filhos .

O que se tem de certo é que todos esses sentimentos aqui lembrados como a amizade, namoro e casamento nos parecem  que foram banalizados e subestimados . A mim fica a sensação de que os recursos digitais da internet provocaram uma certa embriaguez nas pessoas. Pessoas essas que ganharam novos nomes, às vezes, sem maior sentido e significado. Na grande rede nós somos o que? Usuários, contatos, “amigos” (virtuais), internautas. Parecemos todos náufragos em um oceano; sem barcos, sem âncoras, sem bússola ou GPS.
 Poder-se-ia  iniciar essa discussão com algumas provocações aos grandes inventores da internet, das mídias e aplicativos virtuais e das tão massificadas redes sociais. Como chamar de amigo alguém com quem nunca tivemos um contato físico, de olho no olho, de um aperto de mão, de uma troca de sorriso, de conquista de confiança mútua, de forma  paulatina e duradoura ?

O que fica então de conclusão é que os conceitos desses sentimentos, amizade, namoro e casamento sofreram um rebaixamento de signos e significados. Numa frase e lugar-comum, não se faz mais amigo , namoro e casamento como antigamente.
Dizer ou opinar que as tecnologias da informação trouxeram mais malefícios do que benefícios seria pura toleima de quem nasceu antes desses avanços, como esse articulista. A questão central e diferencial está no uso de que se faz dessas ferramentas. A diferença está nas pessoas , ou nos usuários desses recursos.

Cada recurso digital, a começar do próprio telefone celular foi concebido com o desígnio e a concepção de facilitar a comunicação utilitária entre pessoas e empresas. Hoje, esse objetivo (original) se tornou obsoleto. Todos empregam o seu utensílio móvel, o smartphone e iphone e tablet para tudo, menos como recurso telefônico ou intercâmbio de conhecimentos . O uso massivo desses objetos se dá com as redes sociais. Há uma ansiedade de seus “usuários” pela permanente conexão. Existe um permanente alerta( bips, apelos, chamados eletrônicos )  pela conectividade, pelo estado “online” dos contatos (amigos). Todos parecemos meros imbecis que não podemos deixar nossas mídias sequer para uma almoço fraternal em família, para assistir uma reunião, para uma missa ou culto religioso ou para um passeio ou caminhada de atividade física. Vivemos uma autêntica neurose digital

Quando olhamos para os adolescentes de antes e os pós internet percebemos uma grande diferença. Diferenças no que eram os sonhos, os projetos e o idealismo da juventude que não conheciam o celular. Os jovens se falavam, se associavam, se politizavam. Eram pessoas na efervescência hormonal e de ideias. Todos tinham sonhos e utopias. O mundo  virtual parece ter entorpecido as crianças e jovens de pensar, criar, e projetar o futuro.
 Todos parecem realizados, satisfeitos e confortáveis em suas mídias. As crianças e adolescentes vem trocando os encontros lúdicos, as brincadeiras de socialização pela reclusão da Internet. O que pode trazer sérias consequências até na maturação como cidadão e interações sociais as mais diversas. 
 Mas, sendo essas as consequências predominantes da internet com suas tão apelativas e alienantes mídias e redes sociais, o que cabe aos pais, famílias, cuidadores e escolas para com as crianças, adolescentes e jovens, nesses tempos de tantas transformações ? A palavra mágica é educação, no seu sentido o mais original e abrangente.
 Basta lembrar que a educação se faz por etapas, onde cada ensinamento recurso e tecnologia se dá conforme a idade certa. Como exemplo, devemos ter como coerente e lógico ensinar primeiro os fundamentos de leitura, matemática, desenho, interpretação de um texto. E como se dá esses passos da educação? Folheando livros, rabiscando papeis, aprendendo álgebra de cabeça. Os recursos de informática terão seu lugar e sentido em ciclos mais avançados. Então fica patente que o uso abusivo, desvirtuado, massivo, de forma fútil e viciosa se dá sobretudo por uma questão de educação e maus exemplos dos próprios pais  e cuidadores;  e mesmo de escolas que oferecem os coloridos e encantadores utensílios de informática em idades muito precoces.
 Educar se dá por etapas. Há famílias e educadores que andam distraídos em apenas agradar e dar coloridas e apelativas telas mágicas aos filhos e alunos. São recursos que mais deformam do que formam a nossa juventude. Já há estudos mostrando que quando uma criança de 5 ou 6 anos vai para a escola , esta criança já tenho assistido centenas de horas de vídeos, filmes  de tudo; dos games a outros atrativos coloridos em mídias digitais e de TV . O que é pior e desalentador , sem nenhum cunho ou sentido pedagógico ou de alfabetização.
Uma pergunta que esse modesto escriba faz a pais, escolas e pedagogos. Essa criança chega na escola, será que  ela vai querer pegar em lápis, papel ou folhear livros ou desenhos escritos? Essas primícias do ato de educar exigem um pouco de trabalho, de pensar, do uso da mente , das mãos e músculos.  Em casa ela não foi educada para esse inicio de educação. Objetos de mídias, celulares, tablets exigem apenas o olhar, toques digitais, tudo mágico. Imaginem se os pequeninos querem essa troca ! Eu duvido                        Março/2016.


João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com     joaojoaquim@drjoaojoaquim.com


O DIABO-CHEFE....

NA POLÍTICA O DIABO É BRASILEIRO
       João Joaquim  


Todos nós brasileiros estamos assistindo, alguns aterrados, outros desesperançados ao esboroamento de algumas instituições, garantias de segurança e estabilidade a que todos têm direito num país democrático e civilizado.
Assim posto, vamos lembrar algumas dessas condições e órgãos públicos garantidores desses estados aos cidadãos.
A nossa própria garantia de saúde, de vida e integridade física. Ninguém, em nenhuma cidade desse país se sente em absoluta segurança. Todos têm medo de sair em vias públicas. Notadamente se a pessoa porta um bem. Seja um adorno ou utensílio pessoal. Trazer uma pulseira valiosa, um relógio ou celular tornou-se um chamariz para delinquentes. O medo não é ficar sem os pertences, mas ser fria e sumariamente executado por hordas de criminosos e drogaditos.
 Muitos desses brutamontes e energúmenos costumam ter outras características: são classificados como “ de menores” (de 18 anos), e se são pegos em flagrantes não são presos, mas apreendidos. São, às vezes, levados com rostos tapados para as antigas febems (hoje casas); são proibidos ou melhor protegidos de dar entrevista; e com no máximo 3 anos são fichas-limpas. São bandidos frios, cruéis, irrecuperáveis; e assim vivem e tocam a vida  sob o pálio do Estado e da leniência e proteção dos chamados direitos humanos ( leia Estatuto da Criança e Adolescentes- ECA e código penal).
O cidadão  e as famílias não se sentem em segurança sequer em seus domicílios. Ninguém está a salvo. Os assaltos à mão armada não têm mais hora ou local preferencial. Todos corremos risco. Armas de fogo se tornaram objetos vulgares, muitas delas clandestinas. Que significado teve o expediente do desarmamento? O Brasil não tem pena de morte! Para os criminosos, claro. Por ano são milhares de assassinatos. Execuções sumárias por motivos fúteis são noticiadas diariamente. O trânsito vive infestado de bêbados e drogados. A estatística de mortes nesse cenário lembra a guerra da Siria, são mais de 50,000 mortes por ano.
Abstraindo da segurança. Na área de saúde pública, que não deixa de ser uma forma de segurança, a da integridade do bem estar e da vida. Parece uma ironia do Estado com o segurado do SUS (direito constitucional). O paciente frente a uma doença grave, se procurar um pronto-socorro está correndo risco de vida porque a situação não permite espera nem burocracia. Imagine um indivíduo com um infarto ou vítima de acidente de trânsito. O atraso no atendimento, a falta de médico e UTI significam sentença de morte, como ocorre nos hospitais públicos.
No âmbito da educação, todos sabemos a pobreza que se tornou a educação pública brasileira. Tudo começa nos prédios que abrigam nossas escolas. Há deficiência em tudo, a começar por um currículo nacional decente (base nacional comum curricular); até equipamentos, professores e merenda escolar que, às vezes, é desviada (dinheiro) em corrupção.
Se as famílias não tinham segurança (qualidade) educacional pública, surgiu a montante outra insegurança, os traficantes de drogas nas escolas. Enfim, temos razão para estar muito aterrorizados,  outros tantos sem esperança de melhora a curto prazo. O governo e congresso estão acuados com tantas acusações e indícios de crimes, que nada mais fazem do que se defender. Não vimos nenhuma autoridade do governo vir a pública, trazer algum grande projeto. Apenas desculpas e desqualificação de mais e mais acusações, das investigações de Policia Federal e Ministério Público. A cada dia um escândalo , um terremoto de indícios e evidências da participação de quem esteve e está no comando dessa grande Nau chamada Brasil; que de abalo em abalo se encontra adernando prestes a mergulhar em pélagos mais profundos. Ufa!  O que será de nós ?
Resta-nos então o judiciário, que por enquanto e oxalá que sempre, nos traga algum amparo, mais segurança e decisões justas com todos aqueles mandatários que nos colocaram nessa tempestade e procela de ondas pavorosas e ameaçadoras em toda a nação. Onde será que vai parar todo esse furacão  ?   Mar./2016.  


João Joaquim - médico - articulista DM - www.drjoaojoaquim.com  joaojoaquim@drjoaojoaquim.com

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...