sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Canalhas...

QUANTA OFENSA AOS ROMANOS E AOS CACHORROS

João Joaquim  

Quando o mundo inteiro e o Brasil viram as patéticas cenas dos senadores Lindbergh Farias(PT RJ) e Ronaldo Caiado( DEM GO) se injuriando mutuamente com os xingamentos de canalhas, canalhas, canalhas, certamente que muitas pessoas devem ter ficado escandalizadas com tais comportamentos. Mas, não os brasileiros que assistem no dia a dia as sessões de nossos parlamentares. Não! Definitivamente aqui em nossas terras brasis tais atitudes e diálogos já não pasmam as pessoas. Afinal, no parlamento temos um pouco de hospício , como o hospício também tem muito de  parlamento, e cá entre nós, com trocadilho, tudo para lamento a perder de vista  .
Tudo ocorreu na sessão do congresso nacional, no julgamento final do impeachment da presidente Dilma Rousseff, 31 de agosto de 2016. Esse ato da dantesca peça que foi o teatro do julgamento de impedimento  da 1a presidente(‘mulher’). Ops, ela gostava de ser chamada de presidenta  do Brasil. Todo o enredo teve a duração cabalística de 7 dias, que terminou num 31 (13 invertido) de agosto (mês de muitos maus agouros). Tal data e mês lembram-me até o trágico fim de outro presidente, Getúlio Vargas, em 24 agosto de 1954, ele suicidou-se.
Em outro ato, do mesmo teatro que foi esse impeachment,  muitas outras esquisitices:  platitudes, abobrinhas, um infindo rosário de dissimulações, mentiras e perfídias, atitudes nada republicanas, sandices  e  outras injúrias que  já vinham sendo permutadas entre os nominados juízes (senadores) de tão assistida solene sessão . O certo é que tudo parecia mais um teatro mambembe e de horrores de nossas casas legislativas, de onde emanam as leias que nos governam. Por isso o desgoverno em que andávamos e nossa grande nau na iminência de um naufrágio.
Renan Calheiros, senador presidente do senado, em um aparte anterior, em alto e bom som já tinha asseverado ao ministro presidente do julgamento, ministro Ricardo Lewandowski( emprestado do STF). Disse sua excelência, o senador Renan Calheiros( investigado na operação Lava-Jato): vossa excelência, referindo-se ao ministro Lewandowski, parece estar presidindo um hospício.
No fundo foi até risível assistir  àquela pantomímica sessão julgadora, nominada pelos próprios componentes de egrégia; coitadas das muitas igrejas;  de excelsa, coitado do Celso Furtado, de colenda; dá vontade de sair correndo. Porque rima mesmo é com horrendo.
 Assistir então a inaudita e burlesca sessão lembrou-me uma outra peça, obra literária,  do nosso magnânimo e eterno Machado de Assis com o seu conto O  Alienista, cujo protagonista é o insigne e impostor Dr. Simão Bacamarte. Médico de renomada formação em universidades de Lisboa, Pádua e Coimbra. Ele que  recusa convite do Rei de Portugal a cargo importante, na época, e vem se instalar em suas origens na vila de Itaguaí, Brasil.
Nessa vila do interior, Dr. Bacamarte se dedica às doenças psiquiátricas, cria um manicômio, a casa verde, e começa internar pessoas que ele considera dementes. Mas, não sem protestos da maioria das pessoas, que consideram ele próprio( Simão Bacamarte) o único alienado, como de fato se concluiu ao final do conto, na internação  do próprio alienista( uma auto-internação), no hospício que ele fundara . Um lance que muito assemelha com os nossos tempos se dá quando a câmara de vereadores de Itaguaí pede imunidade para os vereadores  e vota tal decreto em prol de seus membros, para que nenhum deles seja recolhido e tratado como demente na casa verde, do então afamado e respeitado cientista, Dr. Simão Bacamarte. Qualquer semelhança com algumas casas legislativas de nossos dias não é mera coincidência.
Senado vem de senatus, o alto conselho da antiga Roma, nada mais significava do que conselho dos mais velhos, de senex, senil, idoso. O papel ou função  dessa casa de leis naqueles tempos era formar uma espécie de tribunal composto de os mais sábios, idosos e experientes. Era ali no senáculo, local de suas reuniões, onde se tomavam as mais lúcidas, sábias e invioláveis decisões. Tratavam-se de uma câmara legislativa e um tribunal, sem inimigos, cujas leis eram promulgadas em prol de todos, do Estado e do bem comum. Não era uma reunião de inimigos raivosos e briguentos, de aloprados, nem de fugitivos de qualquer  hospício, nem da Justiça.
 Nosso congresso brasileiro, desses tenebrosos tempos de mensalão, petrolão e lava-jato,  mais parece uma casamata ou valhacouto, onde muitos acusados e indiciados pela Polícia Federal e Ministério Público , se homiziam das garras e dos alcances  das Leis.
Sem desmerecer muitos  canalhas de nosso congresso e senado( não são todos); o termo canalha vem do latim canalia, de canis, matilha de cachorros. Agora sintetizemos o sentido do verbete: os cães que sempre trabalham solidários e amigos entre eles. Que se tornaram os melhores amigos do homem. Logo eles que emprestam seu nome para atitudes, comportamentos e diálogos tão vis, tão infames, tão mesquinhos e nauseantes. Que ofensa aos bichos . 
Juntando os dois termos: senado romano e matilha de cães, o quanto de injúria aos antigos senadores de Roma, o quanto de ignomínia e falta de respeito  aos nossos cachorros amigos. Setembro/2016. 

BIRRO...

para OpiniãoOpinião
NEM BURO NEM BURRO E SIM  BIRROCRACIA

JOÃO JOAQUIM

Quando naquela 6º feira, 19 de Agosto, saí daquela repartição pública, não tive mais dúvidas. Não tive em relação ao título que o Brasil ostenta de o mais burocrático do mundo. Nisso somos campeoníssimos . E somos não porque temos uma administração a mais organizada, com a melhor logística e a melhor prestação de serviços aos cidadãos-clientes. Muito ao contrário.
No caso Brasil, eu, sem ser filólogo gostaria de fazer um reparo com o verbete. Na maioria dos léxicos e dicionários está lá consignado. Burocracia, origem francesa “bureaucratie”; administração dos bens públicos, via ministérios e secretarias, com normas rígidas e inflexíveis. Fosse eu filologista ou lexicógrafo daria outro nome a essa recalcitrância  e estultice que reinam nas repartições de governo e autarquias em geral. Eu proporia birrocracia. A explicação etimológica então seria birra (do latim, espanhol, birria) e cracia (do gr. Kracia). Ou seja, governo de birras ou dos birrentos.
Birra, como de todos sabido significa teimosia, obstinação, vício no mesmo ato, indefinidamente. Não me venham com o termo burrocracia( forma depreciativa), porque trata-se de uma referência injusta aos muares,  burro ou jumento. Na verdade é uma referência infamante a essa criatura asinina, tão somente pelo seu porte rígido e comportamento introspectivo, resistente e até filosófico. Só porque , se molestado, desfere algum coice ou empaca? Não faz sentido essa relação semântica .
 Quantos outros humanos há  por aí que cometem as maiores estupidezes e imbecilidades e as justificam por apenas seguirem normais e regras administrativas? Quantos? E eles não são chamados de nomes pejorativos.
Então, 6a  feira 19 (tão primo e impar quanto 13), de um mês de Agosto. Adentrei a repartição de um órgão de governo para protocolizar (protocolar) uma petição de um direito pessoal, como funcionário público que também  sou. Ali apresentei a ficha cadastral e todos as cópias e documentos originais como RG, CPF, endereço, título de eleitor etc. Por pouco não me pediram batistério, cartão SUS e carteira de filiação partidária (não tenho, sou apenas eleitor...obrigatório). Contento-me apenas em ser eleito cidadão honesto e probo, mesmo pobre.
Tudo então certinho e conferido, torno ao funcionário que me atendeu e indago.
- O senhor pode então emitir-me o comprovante e o número do protocolo?
- Não, respondeu-me o atendente, o senhor  agora terá que ir ao cartório para autenticação e reconhecimento  de assinaturas.
- Mas, como assim? O sr. me identificou da forma mais correta e ampla, com cópias e originais dos documentos listados, exigiu-me tantas cópias , sabe que sou eu aqui, de corpo e alma;  por que tenho que certificar no cartório que eu sou eu ?
- Concordo sim, mas são normas de governo e da repartição nossa.
- Continuo eu, na minha argumentação. O sr. trabalha neste órgão há quantos anos e foi admitido de que forma?
- Tenho 10 anos de casa e sou concursado, respondeu-me meio seco o funcionário .
- Por fim, arrematei meu infrutífero argumento:  com esse tempo de funcionário, deve gozar de confiança (fé pública); exigir que outro órgão abone ou autentique sua tarefa é no mínimo ilógico e injustificável. Poderia ser anotado que todas as cópias conferem com os originais, além do que eu assino o requerimento na sua presença.
Fui vencido; não tive outro argumento que não enfrentar uma fila no cartório, pagar mais umas taxas para ter meu interesse atendido.
É isso aí, temos além da saborosa fruta, outras jabuticabas, como essas de nossa birrocracia. Fatos exclusivos do Brasil.  Para fecho de birrocrática explicação que é essa crônica,  uma historinha de esperteza, que conto agora.
Motorista é pego sem carteira de habilitação; o guarda está prestes a lavrar a multa. O condutor inconformado pergunta ao guarda de  trânsito : o senhor  é o que?
 – incontinenti, o policial retruca, uai! (ele era mineiro) eu sou fiscal de trânsito, o senhor  não está vendo que estou uniformizado?
- Não vale, argumentou o motorista sem carteira(CNH).
O policial, olha nos bolsos , mas não tem sua identidade funcional( como homem da lei e do trânsito), apenas o RG e CPF.
- E então, conclui o motorista “infrator”, é a mesma coisa. Sou motorista, só não tenho comigo o documento, que esqueci, igualzinho ocorreu com o senhor  
O guarda convencido cancelou a multa.
 A outra historinha é a da mais nefasta e repilante birrocracia. O cidadão está cuidando do espólio da falecido pai e busca um serviço num órgão público. São apresentados todos os papeis exigidos. O último item exigido no protocolo é a certidão de óbito ( pai do autor da demanda). O requerente tinha em mãos o documento original da época, 5 anos da morte do pai. A resposta do atendente é que aquela certidão  não valia mais, dada a época de emissão, 5 anos.
 Conta-se que o filho requerente teve um colapso nervoso na hora. Era compreensível. Recuperado do desmaio, ele explicou mais calmo;  o pai poderia ter ressuscitado na avaliação do birrento funcionário público..., daí o choque emocional. São coisas do Brasil. Igual a Jabuticaba, só vinga aqui. Setembro/2016.  

Saúde + ou -

para OpiniãoOpinião
              
  
SAÚDE E CONTROLE DE DOENÇAS  MAIS OU MENOS
João Joaquim  

Ha alguns princípios e regras em Medicina e outras áreas de saúde que decidi trazer neste artigo. São os estágios ou graus das doenças e também do controle dos chamados fatores de risco. Há um postulado ético que todo médico deveria pautar-se por ele. Assim fazendo, ele praticamente cumpre todos os itens do código de ética profissional e vale para muitas outras profissões que lidam com o ser humano. Esse princípio diz assim:  , “ O médico deve buscar o que há de melhor em benefício do paciente”. Esse qualificativo “melhor” inicia-se na relação médico-paciente e deve perpassar por todas as etapas do atendimento, culminando na terapêutica  como o destaque de excelência nessa prestação de serviços.
Nesse mister do excelente( ou do melhor) atendimento cabem ao médico algumas características, entre elas a verdade, a franqueza, a clareza nas palavras, a transparência e firmeza em seus procedimentos. O médico jamais pode usar de termos muito técnicos ou expediente de falsear, agradar por agradar, e explicações fora dos princípios essencialmente éticos ou científicos. Nenhum ardil,  dissimulação , argumentos obscuros devem fazer parte na relação médico/paciente( em suma, isto é a mais genuína ética ou honestidade que deve permear as relações humanas)
Assim pensando, em decidi listar 10 itens encontradiços na vida das pessoas e que são negligenciadas pelos pacientes. São condições que o médico tem o dever de alertar e recomendar sobre os riscos a curto,  médio e longo prazo. É aqui que entra o objetivo do profissional de recomendar o que há de melhor, o foco na excelência. Isto vale para um estilo de vido saudável, a melhor meta de um dado fisiológico, a mais segura técnica cirúrgica , a mais eficaz medicação, o que as pesquisas atuais mostram de mais comprovado em beneficio da saúde das pessoas.
Quanto falamos em doença usamos os adjetivos normal (ausência do mal), mínimo, leve, moderado ou severo. Se fala em algum  risco ou condições de saúde empregam-se os termos ruim, regular, bom e excelente. Com os exemplos a seguir das 10 condições mais comuns ficam mais claros estes graus de doença ou níveis de saúde.
Pressão arterial.  O  nível de excelência para o adulto em repouso = 120/80 mg (12/8). Se o indivíduo tem 13/9 ele tem nível mínimo de elevação da pressão.
Glicose ou açúcar. A taxa ideal é entre 80 e 90 mg por dL(decilitro) de soro (sangue). Se persiste em 100 mg em jejum, não é o excelente, está  próximo ao diabetes.
Colesterol. Nível de excelência menor que 200 mg/dL. Um nível de 220 mg persistente é uma alteração mínima, não o ideal. Constitui o maior risco de complicações cardiovasculares( infarto e derrames cerebrais).
Triglicerídeo. Nível ideal 150 mg/dL ou menos. Favorece doenças cardíacas e pancreáticas .
Peso corporal, basta calcular pelo IMC, peso dividido pela altura X altura. Um  sobrepeso persistente de 10 kg, significa um padrão regular de saúde  neste quesito. Exemplo : 80 kg/1,70mx1.70m = 27,68, significa sobrepeso;  ideal seria 25.
Atividade física. Se a pessoa não faz exercícios, no mínimo 4X semana, com sessões de 40 min a 60 min, significa algum grau de sedentarismo, tanto pior quando próximo de zero a mobilidade da pessoa. O melhor que se pode fazer em manter o aparelho circulatório hígido e saudável é atividade física regular.
Alimentação. Pode a pessoa ser até magra, mas se ela ingere excesso de gordura saturada (animal), gordura trans,  de carne vermelha e sal de cozinha significa uma dieta não excelente ou não  saudável. Gordura animal e sal de sódio fazem mal aos rins, coração, pressão e circulação .
Vícios . Qualquer  droga, nicotina, álcool e maconha. O que é a excelência? Zero dessas substâncias. Um cigarro, uma latinha de cerveja fazem pouco mal, mas é mal.
Estresse psicoemocional. O ideal é que a pessoa não tenha o estresse patológico persistente. Ele faz mal à saúde da mente, da alma e do corpo. O estresse transitório e leve, não causa nenhum dano ao organismo.
Sono de boa qualidade e reparador. Trata-se do nível de excelência nesse quesito. Para tanto devem-se buscar as medidas higiênicas e dietéticas para esta condição tão essencial à harmonia de nosso organismo. É durante um bom sono que o cérebro e os demais órgãos vão se reabilitar daquele estresse emocional e físico do dia a dia.
Por fim uma questão de enorme significado na saúde das pessoas é o grau de controle das doenças, ou seja o rigor ou desleixo no adequado uso dos itens terapêuticos. Como exemplos, a hipertensão arterial e o diabetes. Quantos doentes estão por aí  incorretamente medicados! Seja no medicamento impróprio, na dose inadequada e com outros cuidados necessários  não seguidos.
Vamos tomar a título de escore os itens analisadas, do quanto na soma geral, de mínimo em mínimo se pode obter um resultado desastroso em pontos, fora do que seria a excelência e normalidade para uma boa saúde. Uma pressão 14/9 (140/90), 30 pontos; uma glicose 100, 10 pontos; um colesterol de 220, 20 pontos; um triglicerídeo de 180, 30 pontos; peso com 10 kg acima do ideal, 10 pontos; sedentarismo, 10 pontos; alimentação insalubre, 10pontos, um vício, 10 pontos; estresse diário, 10 pontos; sono não repousante, 10 pontos. Na soma temos 150 pontos.
 Esse escore de 150 pontos equivale a um grande fator de risco não corrigido cronicamente. Exemplos , eles se igualam a uma taxa de colesterol de 350mg, a um tabagismo de 20 cigarros/dia, a um diabetes de 250mg não tratado, etc. Imagine uma condição desta ao longo de 20 anos, de 30 anos. Quanto de estrago aos rins, ao coração, à circulação, ao cérebro ( risco de derrames) e prognóstico ruim para uma morte precoce.
Em suma, quanto mais pontos a pessoa tiver, mais chance ou risco de morte de causa geral ou cardiovascular. Assim fica demonstrado o quanto a pessoa com a orientação do médico deve buscar não o nível mais ou menos, ou médio de saúde ou no controle das doenças, mas a meta ideal ou de excelência. É a estratégia da prevenção ou o princípio “evitar é melhor do que remediar”.  Setembro/2016.  

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Piadas RIO 2016

PIADAS RIO BRASIL 2016  - NOSSA OLIMPÍADA E A PEDAGOGIA DAS COISAS
João Joaquim  


Sabe aquele princípio de interpretação das coisas?  Nasce um fato.  Aí as pessoas interpretam errado e enxergam outra coisa em vez da primeira coisa. Trata-se nessa questão específica da intenção e objetivo dos acontecimentos. Vamos a alguns  fatos para mais clareza de interpretação.
Com efeito foi noticiado recentemente que uma empresa de softwares, de nome Consist, à prova  de fraude, foi contratada pelo ministério do planejamento para gerenciar a folha de pagamento de funcionários federais. E a notícia é de que ela fraudava as operações de empréstimos consignados dos servidores. Vejam quanta maldade da imprensa e da opinião pública.
A coisa para não embaralhar muito mais as coisas funcionava assim: essa empresa contratada ---relembrando, à prova de fraude---descontava nos empréstimos consignados de funcionários públicos  uma taxa de cada servidor, em valor bem acima do que fosse justo. A soma dessas cobranças fraudulentas era desviada para o partido dos trabalhadores (PT), conforme declara o Ministério Público, sob o comando do ex ministro(Planejamento) Paulo Bernardo, aliado de Lula e Dilma.
Ora bolas! E por que é maldade da imprensa e da opinião nacional? Trata-se de questão de interpretação. Qual foi a finalidade ou função da Consist? Seu papel consistia( com trocadilho mesmo) em evitar fraudes ou desvio de dinheiro. É aqui que entra a chamada pedagogia das coisas. O que fazia a contratada, anos a fio? Cobrava as taxas superfaturadas das consignações e desviava o montante fraudado para o partido das trabalhadores (PT), em tempo: assim o declara os procuradores federais.
Como era a única firma empreitada pelo ministério do planejamento para tal missão, ela pura e ilustrativamente ensinou o que é uma fraude oficial e como se desviava recursos para o partido do governo, ou seja, pura maldade, má interpretação e veiculação aleivosa da imprensa.
 A fraude foi descoberta pela operação custo Brasil e pela polícia federal, no mês de junho de 2016. Segundo o ministério público, os desvios chegam a R$ 100 milhões. O fecho e desfecho da bombástica operação se deram com a prisão de Paulo Bernardo, ex ministro do planejamento. Mas, ele foi solto logo em seguida se dizendo não saber de nada, a exemplo de outros ex mandatários da nação. Mas isto não  é novidade. Explicam os defensores dos acusados que a coisa não é bem assim nem bem assado. 
Agora corre a olimpíada Rio 2016 e mais interpretações enviesadas, mais interpretações equivocadas de fatos ali ocorridos mesmo antes dos jogos e das contendas. Aproveito e mando meu abraço ao povo de Olímpia (Grécia) e a zeus e seus deuses do olimpo. Agora não se pode é apagar o fogo da pira cedida por Prometeu.
As agências de notícias de olho aqui, ali e alhures dão conta de que vários apartamentos e prédios da vila olímpica (RJ) foram entregues inacabados. Eram problemas hidráulicos, de vazamento de água, de higiene, de tomadas elétricas, de cozinhas sem ter como e o que cozinhar, de lixo jogado a céu aberto, de teias de aranhas; enfim  minudências de somenos importância. Mas, não faltaram discursos e argumentos. O prefeito Eduardo Paes prometeu até cangurus à delegação Australiana. Entre as minudências de menor valor foram noticiados também um incêndio em um lixão de um prédio da vila hospedeira dos atletas  e uma casa de prostituição fronteiriça às janelas dos apês dos  olímpicos competidores .
Em suma, resumido e franco: trata-se em pura questão de interpretação e da pedagogia das coisas. No caso da Consist, a empresa contratada pelo governo, à prova de fraude e corrupção. Ela fez a sua pedagogia, ao corromper-se para o PT, ela apenas mostrou como se faz desvio de dinheiro de forma oficial e profissional. Imagine-se que um sujeito tenha um relógio à prova d’água , o que ele faz para a demonstração dessa segurança?  Usar algum artifício que faz a água danificar o relógio, pura pedagogia das coisas.
No que foi registrado e divulgado sobre as obras da vila olímpica. A insegurança nas instalações dos apês, a falta de descargas nos banheiros, a inadequação das tomadas elétricas, o incêndio do lixão, o bordel com participação de menores; são fatos e coisas naturais de nosso Brasil. São ocorrências da tolerância( lembra-me casa de tolerância)  de nossos governos de todas as esferas:  municipais, estaduais e federal .
Em resumo, o que estão fazendo é a pedagogia das coisas e mostrando fielmente quem somos, em cultura, em disciplina, em organização, em política de toda ordem; apenas isto.
Eduardo Paes em recente entrevista disse ao jornal inglês The Guardian, “sim, nós perdemos. Esta [Olimpíada] é uma oportunidade perdida para o Brasil. Não estamos nos apresentando bem” . Também não disse nada de novo. Sempre foi, é , e o será com os gestores da República( res publica), das coisas públicas, que se tornam privadas para os políticos, gestores da nação e toda sua claque .
Lars Grael, medalhista olímpico de velas  nas Olimpíadas de Seul e de Atlanta, disse que será “uma competição de vela com obstáculos”. Isto considerando que a Baia de Guanabara, um local das competições tem desde garrafas pets , coliforme fecais, plásticos de toda ordem, até sofás, ferros velhos e geladeira, quando não algum cadáver humano. Enfim , o Brasil está dando um banho de pedagogia das coisas, quem somos, de onde viemos e o que fazem nossos homens públicos com o dinheiro roubado das estatais. Da petrobras,  eletrobras, da hemobras, e outras cias bras.

 Fico imaginando o Prometeu que roubou o fogo aos deuses do olimpo e nos repassou heroicamente. Cada basbaque que carregou e até caiu com a pira . Meu zeus!  Ah! aquele legado das Olimpíadas chamado corrupção, virá depois. A operação Lava-Jato está aí  para isto. Esperemos com calma.   Agosto /2016.

Adoção e Parição

PARA ADOÇÃO DE FILHOS  NORMAS RÍGIDAS, JÁ PARIR E JOGAR NO LIXO E NO  MUNDO ...QUANTA INSENSATEZ

João joaquim 

Chega a ser no mínimo esquisito e esdrúxulo certas realidades ou leis no Brasil,  quando o foco de que elas tratam tem a mesma natureza ou muita proximidade. Para isto basta tomar alguns exemplos bem vigentes em nossas terras tupiniquins . Estamos a falar do Estado brasileiro. Será que há outros países com iguais bizarrices. Eu desconheço.
Primeira bizarrice, o  código de trânsito brasileiro que trata da embriaguez ao volante. Falo mais especificamente do bafômetro para mensurar a alcoolemia do motorista embriagado. Expressa a lei que “dirigir embriagado é crime.” “ Mas, todavia, entretanto, contudo” ,  nada fala do motorista sob efeito de maconha ou cocaína. Quanta esquisitice! Deveria haver bafômetro ou dosímetro sanguíneo para outras drogas ilícitas. Não há! O que traz mais risco um ébrio ou um adicto em cocaína e outros baseados? 
 Segunda bizarrice, o efeito e aplicação do código penal para os ricos, as autoridades e os políticos; mesmo aqueles figurões que deixaram os cargos
de governo, mas guardam uma certa aura como intocáveis, e imunes em cumprir penas na cadeia.
 Uma terceira excentricidade que trago à baila em questão de regras, leis e exigência de nosso Brasil refere-se ao tema de adoção de crianças (filhos). Na verdade quer-se  fazer um paralelo, um confronto entre as exigências e formalidades na prática e políticas da adoção e a absoluta falta  de iniciativas do governo  no controle de natalidade e planejamento familiar. A insignificância ou ausência de normas estatais nesse sentido( permissividade de gravidezes e parição de filhos) é tão real, que não se fala em tais políticas. São expressões, palavras ou informações  que as pessoas  mais carentes e sem assistência do SUS não conhecem. Falar em planejamento familiar ou controle de natalidade para quem de fato precisa( pobres, desempregados, empregados de salário mínimo , analfabetos, até inaptos para gerir a própria vida) é falar grego ou latim.
Regras da adoção, como elas se dão?  As varas de juizados da infância e juventude criaram as 10 normas nessa política. Elas lembram o decálogo do profeta e legislador Moisés. Êi-las.  Regra(R) 1, 0 casal ou pessoa toma a firma decisão em mente. R2, Faz-se um cadastro com os documentos exigidos, que não são poucos . R3, Pode-se escolher o perfil da criança. Recomenda-se prolongada reflexão e até se aconselhar com outros pais. R4, Exige-se uma entrevista com uma ampla análise da pessoa ou casal. Nessa entrevista faz-se uma avaliação psíquica emocional, social e econômica do candidato(a). R 5, Aguarda-se o laudo final do item R4. Se favorável o juiz dará também o seu certificado de habilitação para adoção. R6, Caso reprovado no laudo psicossocial e do juizado o candidato pode recorrer e recandidatar a adoção. R7, A espera na fila de adoção, fica a cargo do juizado. Pode-se também adotar uma criança conhecida do candidato. Nesse caso se faz um pedido ao juiz, através de um advogado. R8, A espera do filho, que aliás pode nunca chegar, a depender do perfil escolhido. R9, Convivência e socialização com o futuro filho. Essa etapa inicia com o contato com a criança onde ela estiver abrigada. Passa a uma convivência em casa do(s) futuro(s) pai(s) e pode durar meses até um ano, quando então se faz a adoção definitiva. R10, Guarda definitiva, com nova certidão de nascimento, já com sobrenome da família. É possível a troca do primeiro nome.
Como se vê ter um filho adotivo envolve um processo longo, penoso, exigente e burocrático. Defeituoso, injusto e inútil? Não e não! “Todavia, entrementes, contudo” , porque não se aplica as mesmas regras no controle de natalidade e planejamento familiar das classes mais carentes, pobres e miseráveis. Trata-se de um dever do Estado e direito do cidadão. A banalização que o Estado tem no tocante a responsabilidade de gravidezes indesejadas e impróprias é tamanha que recém-nascidos são paridos e deixados no lixo e abandonados pelas ruas. Isto é uma prova da criminosa omissão e pouco caso de nossas politicas com a saúde das pessoas, da mulher , das gestantes e crianças , que são recolhidas em abrigos e oferecidos para adoção, com as exigências; que em se tratando de Brasil beira ao insensato e ao absurdo.
Qualquer miserável, vagabundo, drogadito, desemprego ou alienado mental pode ter 4 filhos, 6 filhos, 10 filhos e criá-los como animais, porcos e cachorros. O Estado se torna totalmente omisso nesse descalabro, nessa derrocada social e humanitária. Por isso, continuam a aumentar as legiões de analfabetos, desempregados, delinquentes e os nem, nem. Os que nem estudam e nem trabalham. Todos com uma grande contribuição de governantes populistas, demagógicos e corruptos. Só mesmo no Brasil.
 Tem governante que em seus discursos se ufana dos mais de 200 milhões de brasileiros. Deveria se envergonhar dos milhões de analfabetos, excluídos de trabalho, escolas e outros indicadores humanitários e de boas políticas, como ensino, assistência médica e qualificação profissional.  Bom seria se fôssemos metade do que somos, mas com todas as crianças e jovens nas escolas, força de trabalho empregada e os mais idosos com aposentadorias dignas  e cuidados médicos éticos oferecidos pelo SUS, um direito de todos, previsto na nossa Constituição .   Agosto/2016.


João Joaquim - médico - articulista DM   facebook/ joão joaquim de oliveira  WhatsApp (62)98224-8810   

FILHOS SEM Limites

PAIS OMISSOS E LIBERAIS  E FILHOS SEM FUTURO
João Joaquim  

Houve um tempo e não faz muito tempo, porque isto ocorria ali pelos anos 1970 até idos de 1980, em que os filhos, adolescentes e jovens, eram criados e educados pelas famílias já com um direcionamento e orientações sobre o futuro. Futuro aqui entendido como um rito de passagem. Do segundo grau à faculdade, a uma profissão, a uma qualificação técnica e foco em um emprego. Ou seja, o jovem era desde cedo educado e formado com essa consciência de assunção de uma responsabilidade, de uma profissão, enfim ao trabalho, a uma vida produtiva, participativa e de independência econômica, financeira, civil e social.
Tal preocupação das famílias para com os filhos não necessariamente redundava em o  jovem cursar essa e outra faculdade. Em muitos casos se viam muitos pais treinando os seus filhos e  herdeiros na sucessão dos seus negócios. Muita vez ocorria esta iniciativa do próprio filho, que concluído o segundo  grau se aliava ao pai, de forma muito responsável, e na falta deste os negócios eram geridos de forma igual e com o mesmo sucesso em qualidade e produção. E referido resultado se mantinha mercê de todo aquele treinamento metódico, cuidadoso  e educativo  da família. Aliás, temos diversos desses modelos de gestão bem sucedida, de empresas tocadas por filhos herdeiros porque esses sucessores tiveram nos pais e famílias os seus exemplos, mestres, treinadores e incentivadores.
A geração desses jovens a que eu me refiro (anos 70 ,80) se denomina, hoje, a geração X (xis), ou pré tecnologia da informática e da informação digital.  Eu ,pessoalmente, gosto de separar duas épocas bem estanques, para considerar a sociedade e as pessoas em quesitos sociais, culturais, em costumes e até mesmo em seus valores morais, éticos e religiosos. Assim temos então a era pré-internet e a pós-internet.
No concernente àqueles propósitos das famílias( pré-internet) em oferecer uma direção, uma orientação e educação aos filhos em suas vidas, em suas carreiras, uma formação e senso de trabalho e produção. Ao que parece, houve um esmorecimento, a acomodação e omissão nessas atitudes e dedicação. São vistas ainda  famílias e jovens com esse comportamento daqueles idos tempos, mas não tanto com a assiduidade e energia dos tempos em que só havia telefone fixo, telégrafo, máquina de datilografar e textos impressos e muito livro de leitura e quase tudo manuscrito. Numa palavra, quando  a vida exigia mais trabalho.
Não se quer aqui  exaltar a época pré em relação à pós-internet. Longe de condenar ou diminuir a internet com todas as suas mídias e redes sociais, muito menos os recursos de informática e digitais, tanto buscados, adquiridos e largamente preferidos pelos jovens, hoje intitulados geração   Y e Z( essencialmente voltados ao mundo digital, ao celular, smartphone, tablets e outras mídias).
Em que pese, todos esses avanços das tecnologias virtuais, dos recursos digitais e da comunicação fácil e gratuita etc; apesar de todos esses inventos, há uma questão com que se preocupar. Tal grave questão se revela primeiro de parte das famílias. De resto e como corolário, de parte dos filhos e herdeiros.
Ao que sugerem pais, famílias e filhos;  estes vêm se perdendo na esteira de tanta inovação, dos apelos de tanta tecnologia e do progresso. Num jargão popular, perdidos no bonde do progresso. Todos os jovens de agora parecem inebriados, perdidos e irresponsáveis quanto ao que fazer, quanto ao futuro, quanto à formação tecno-profissional de qualidade, quanto a empreendimentos etc.  Parecem estar perdendo o bonde da história do progresso; e se chafurdando num mundo de superficialidades, de valores rasos e sem perspectivas de um futuro melhor  e construtivo. 
Dois pontos como lição nesses tempos da chamada hipermodernidade. A primeira observação é dirigida aos pais e famílias. A permissividade e ausência de uma educação e orientação feita aos filhos. Todos vivemos em um mundo rico e vasto em informação, mas com pouca formação. Filhos e alunos têm muita informação, gratuita, ou-line e continuada, mas pouca ou precária formação nos quesitos cidadania, responsabilidade com o próprio destino e com  a construção da própria nação onde vivem. Muitos jovens e pais das novas gerações vêm tocando a vida como se vivessem num paraíso e nada tivessem para melhorar, para aprimorar. Que futuro preparam e esperam os pais modernos para suas crianças e jovens em formação ?

O segundo ponto a merecer atenção são os próprios filhos, jovens e herdeiros dessas famílias. São jovens que na maioria, criados que são   sem uma orientação quanto ao futuro, quanto à uma carreira ou trabalho se mostram desmotivados, despreparados e incapazes de suceder aos pais em seus trabalhos ou negócios, na sucessão de suas heranças e patrimônio. Nesse descalabro da falta de educação das famílias, muitos filhos chegam ao fracasso de dilapidar, gastar e perder toda a herança e bens deixados pelas famílias. E não são poucos os casos registrados e constatados nesse sentido. E quem o atesta e bem  quantifica essa triste realidade  é o nosso próprio IBGE, que num censo recente mostrou o escore da chamada juventude nem , nem;  os que nem trabalham e nem estudam . Dos quais tem uma subclasse: nem, nem, nem . Nem trabalham, nem estudam e nem interesse tem nas duas opções.  Quão melancólico pensar e saber dessa flagrante degradação social de grande parte de nossa juventude, sempre nomeada de o futuro da nação !   Agosto/2016

De Coleiras..

HOMENS E MULHERES NA COLEIRA,  QUE TAL ?
João Joaquim  

Quando eu vejo as pessoas saírem pelas ruas puxando ou sendo puxadas pelos seus intitulados “animais de estimação,” me causa uma certa piedade. Dizer piedade pode parecer exagero de minha parte, mas não é! Isto porque toda forma de vida é igual à vida humana. Humano  sou e me vejo nos animais como o mesmo desígnio da criação. Interessante e digno de reflexão é que são três os reinos; grosso modo, podemos classificá-los em inanimado, animado ou animal e vegetal. Do reino animal do qual, nós humanos, fazemos parte somos aquele animal diferenciado porque além de animal somos racional, inteligente e criado à imagem e semelhança de Deus. Depois veio o demo e criou várias figuras e clones de si próprio .
Vale lembrar que animal vem do latim “animus”, que significa espírito, energia vital ou alma. Alguns ramos da Filosofia existencialista admitem que há uma espécie de alma dos irracionais. Entendido também que o binômio corpo e alma (dom divino) é exclusivo do gênero humano. A essência e imortalidade do ser humano é sua alma. No plano biológico todos os animais, inclusive humanos,  guardam muitas características em comum, quais sejam: nascimento, maturidade, velhice, morte e putrefação. O que torna os humanos distintos e diferenciados é justamente esse sopro espiritual divino chamado alma, um sopro da santíssima trindade , do Espirito Santo. Morreu , todos são cadáveres , carne dada aos vermes .
Torno a ideia inicial de ver um animal contido, jungido, subjugado  e puxado por uma coleira e o sentimento de dó e generosidade que tais cenas me despertam. Decididamente a tal cultura e expediente da chamada posse do animal de estimação é antinatural. Que escusem-me aqueles adeptos dessa moda tão massiva, tão aceita por muitos, por segmentos civis e jurídicos da sociedade.
 Mas, de plano, sempre admiti meu dissenso nessa aceitação como uma prática normal e naturalista. Porque tal cultura e aceitação contraria aquela energia a mais sagrada, a mais natural, a mais bela, a de maior felicidade de um ser vivente, especialmente os irracionais que já são tão explorados, desrespeitados e tolhidos em outros direitos, enfim, a maior liberdade de ir e vir, de se sentir liberto para passear por onde quiser. Afirmam os entendidos que as aves canoras , quando em gaiolas cantam as suas mágoas e tristezas pelo isolamento e perda da alegria de voar. Faz todo o sentido tal interpretação .
Para os não afeitos ou não informados vale relembrar que, à semelhança do estatuto dos direitos humanos, existe o estatuto do direito dos animais. Declaração Universal dos Direitos dos Animais(UNESCO 27/01/1978).
Trata-se, à feição das pessoas, em uma das iniciativas das mais generosas e humanitárias. Toda forma de vida, todos os seres viventes, têm direito a uma existência digna e respeitosa. Quando me expresso dessa forma lembra-me o mais humanitário e generoso dos homens, depois tornado santo, São Francisco de Assis. Ele foi o protótipo, protagonista e inspirador da criação do estatuto do direito dos animais.
Art.1o - Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência. Art.5o - Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito. Como também o é para fins de adorno, diversão, ou apurado gosto de posse do bicho(“ de estimação “).
Não se pretende aqui fazer críticas pejorativas e mesquinhas aos donos de animais. Trata-se de um direito igual ao de gerar e criar filhos. Podem-se ter tantos animais, quantos queiram de filhos. No Brasil o Estado não impõe regras a esses gostos e direitos. O burocrático e restritivo é quando se quer ter um filho adotivo. Aí existe uma “via crucis” desafiante para qualquer casal. Deveria haver normas e legislação relativas ao número de filhos, levando-se em conta critérios de aptidão social, econômica e financeira. Não há nenhuma lei nesse sentido. Cultura de países terceiro-mundistas.
Não se pode e não se quer neste parecer censurar ou condenar a posse do chamado “ pet ou animal de estimação”. Nem tão pouco ser contra a posse de  um animal com outros fins como no emprego de trabalho, no esporte, como um vigia e sentinela de uma residência e outro patrimônio. Bem assim aqueles criados na produção de carne e ovos. Falo aqui em especial dos bovinos e aviários. O que se protesta e repudia é qualquer  forma de humilhação e tratamento indigno e degradante a qualquer  bicho.
O que soa altamente condenável e intolerável são as condições nas quais são mantidos todos esses grupos de bichos. Tomemos como exemplos as classes dos chamados “animais de estimação”. O que é este animal ou qual é a  sua finalidade?  Muitos desses mimosos bichinhos são adotados e mantidos como simples objeto de adorno, enfeite, decoração. Como se fossem um ursino de pelúcia ou boneco lúdico. São aprisionados em apartamentos, em condomínios, com regras rígidas de convívio e circulação. Conforme o estilo de vida e saúde dos donos, se quer tais ditos animais de estimação  têm direito ao banho de sol como o faz presidiários humanos. Muitas vezes algo pior ocorre com alguns  animais que são descartados pelo desinteresse e desencanto dos donos. É o caso de muitos cães. Cavalos e outros animais de tração que, uma vez velhos ou doentes são abandonados nas ruas. E tantos outros maus tratos e ofensas que sofrem os animais pelos seus donos. Muitos dos quais são escorraçados e mortos como se fossem um  estorvo e trambolho na vida das pessoas .
Portanto, ficam a advertência e apelo: quer ter algum bicho ou animal de estimação? Respeite ao menos a natureza, a dignidade e os direitos desse animal.

Aos que discordar deste cronista deixo umas dicas e sugestões: experimentem ficar um dia restritos a um cubículo de 200 m2, sem direito de ir e vir. Ponham-se numa coleira e peçam para ser puxados durante meia hora por uma via pública. Seria plausível e normal passarmos alguns momentos como humanos de estimação? Já imaginou se essa lógica fosse invertida de sermos adotados pelos bichos como humanos de estimação  ou o melhor amigo dos animais e fôssemos contidos com coleiras, gaiolas, e grades de ferro ou muros à prova de fuga. Eu não quero nem pensar isso para mim. Que o digam os detentos da Papuda , de Bangu I, ou de tornozeleira eletrônica .  Agosto/2016.   

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...