quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Vida Vazia

 BANALIDADE DE MUITAS VIDAS

Algumas preocupações com as quais a maioria das pessoas deveria se dedicar ou ocupar ou mesmo pré(ocupar) seriam algumas indagações sobre a vida. Muitas dessas interrogações poderiam ser sobre a própria vida. Seriam perguntas diretas e óbvias como o que é a vida? O que tem sido a minha vida? O que eu tenho feito da minha vida? A humanidade ,representada por mais de 90% das pessoas, leva a vida como um barco ou uma nau ao sabor de suas velas, que se dirige ou se deixa dirigir pelos ventos que a (nau) conduz. Trazendo tais questões para o nosso meio, onde  vivemos e podemos melhor testemunhar, fica a impressão de que a cada passo do progresso científico e tecnológico, mais e mais nos mergulhamos nas banalidades que o mundo nos oferece. Assim deve ser dito porque nos cenários mercadológicos acha-se de tudo. E então existem  os mercadores de todas espécie de banalidade, de futilidades e contracultura.
A internet e suas ubíquas redes sociais como o facebook, twitter e whatsapp vem permitindo , de fato e de direito, a que todos se mostrem o que são, o que fazem, o que não são, o que não fazem, e o mais importante: o que fingem ser. Quantas pessoas são o que elas mostram nas redes sociais? Luxo, glamour, alto poder aquisitivo, joias, corpos turbinados e torneados de silicone e outras matérias tóxicas como o botox, etc. E o mais falso, felicidade perene. Ninguém mostra tristeza, depressão, enxaqueca, cólicas, tédio, conflitos pessoais, infelicidade. A felicidade permanente se tornou uma marca dos nadadores da Internet, muitos são náufragos desse perigoso mundo, sem controle de qualidade, sem limites do que pode e não pode circular.
Nos idos tempos pré-digitais existiam alguns princípios e valores dos quais a maioria das pessoas não abria mão. Entre muitos desses quesitos pessoais se falava de privacidade, de recato, de sobriedade, de respeito recíproco, de vergonha mesmo, como referido no popular. Acabaram-se, esses valores como bens  pessoais e tudo se banalizou.
Recato e privacidade são ou eram atributos e virtudes que agora  parecem extintos porque não fazem mais parte das cláusulas de convivência e respeito nas relações sociais. Toda essa tendência tem uma explicação: a sociedade maciçamente está vivendo sob a égide e os auspícios de um mercado de consumo sem os crivos da ética e da moralidade. Exibicionismo e libertinagem vêm se tornando os apelos da felicidade. “Mostre o que o você não é, exiba o que não tem “. Eis  o slogam de uma nova vida libertária e sem limites. É a modernidade liquida conforme teoria do filósofo polonês Zigmunt Bauman.
Muitas são as marcas ou muitos os sintomas dessa nova vida opcional das pessoas. Para tanto abra-se a página de cada um nas redes sociais e lá estão as cenas sociais do usuário (a). O começo se dá pelas vestes sumárias, ou nenhuma roupa. Não basta mostrar o rosto em esfuziantes risos e gargalhadas. O mais importante é mostrar o que o vestuário deveria cobrir. São pregas e peitos estufados de silicone, glúteos e rostos estufados de tudo quanto há de enxertos, peles esticadas a custo de botox. 
Botox para endireitar as linhas de expressão; tudo é mostrado numa irreprimível  descontração. O exemplo do  requinte do que se tornou a vida em sociedade é que tudo começa na vida intra útero. As mulheres se engravidam sem a mínima noção dos rigores e critérios da criação e educação dos filhos. As barrigas desnudas são despudoradamente exibidas virtual e publicamente, os partos são gravados e circulados livremente nas redes antissociais. As crianças ao nascer são mostradas e filmadas sem nenhum pudor, como se troféus fossem de seus pais.
E para não falar da banalidade de males maiores, como os da violência, conforme teorizou a filosofia Hannah Arendt (1906- 1975) algumas pitadas sobre a banalização das pessoas com os alimentos. O exibicionismo ou exóticos hábitos alimentares da sociedade chegaram ao grotesco e ao ridículo de primeiro as fotos e posts dos coloridos pratos, depois  eu como. De uma primitiva  cultura ou costume simples, humilde e frugal e até de comunhão com o divino chegou-se ao banal e ao  frívolo. Quanta banalidade e imbecilidade assistimos em nossa pós modernidade.   Algumas nos dão nojo e engulhos. Outubro/2019.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

SABER E NÃO FAZER


 SABER E NÃO FAZER

Eu dou de começar esta matéria por um provérbio popular que afirma: o pior cego é aquele que não quer ver. Estendendo este ditado temos: o pior cego é o que não quer ver, ouvir nem acreditar. Aí também já é ser um néscio e ignorante num alto grau. Assim, vamos em frente fundado nesse princípio. Inúmeros são os cenários da vida onde cada pessoa de per si (por sua conta e deliberação) faz uma coisa quando deveria fazer outra. E atenção! Não que essa pessoa faça o errado por simples engano, displicência ou cochilo. Ela faz com a absoluta lucidez de que aquela decisão, atitude ou procedimento está errado, torto e contrário aos costumes, ao convívio social, as leis da natureza e das ciências. Daí a semelhança com a cegueira ou surdez voluntária.
Abstraindo da retórica e teoria, alguns exemplos encontradiços tornam bastantes ilustrativos. Os exemplos de saúde são useiros e vezeiros. À luz das ciências da saúde, conforme informações encontradas por todos na internet (ex. Dr. Google), o planeta inteiro e todos, sabemos quais são os alimentos mais nocivos para o corpo, o cérebro e o coração. Como tais, as carnes vermelhas contaminadas com anabolizantes e nitrosaminas, os carboidratos e açucares de toda ordem. O mundo inteiro sabe da nocividade e envenenamento que esses alimentos trazem para a saúde humana. Quantas pessoas vão deixar de refestelarem-se com os seus churrascos, com a mandioca, macarronadas e apetitosos doces de sobremesa? Poucos são os que abstêm de suas libações e prazeres instintivos da boca e do estômago. Uma minoria opta pelo vegetarismo ou veganismo. Uma outra minoria o faz quando perde entes queridos ou são sobreviventes dos mortíferos e paralisantes infartos ou derrames cerebrais. Certamente pensam :  antes enxergar tarde do que nunca.
A vida moderna, mecanizada e digitalizada trouxe o que de conforto? Imobilismo total, automóvel para ir até  na padaria, para deslocar meio ou um km. Chego na porta do prédio, tenho o elevador e reclamo de subir um andar a pé. Consequências dessas tecnologias: obesidade, colesterol alto, artrose, hipertensão, limitação física, doenças metabólicas como o diabetes e morte prematura. Todos têm consciência dos danos do sedentarismo e deles são vítimas. Cegueira voluntária absoluta.
Uma outra cegueira voluntária imbecil refere-se aos vícios de toda natureza. O sujeito sabe que alcoolismo provoca neuropatias, cirrose ,pancreatite, e bebe até morrer. Sabe que o tabagismo causa câncer de pulmão, de rins e aparelho digestivo e fuma até depois do diagnóstico, da quimio e radioterapia do câncer;  ou seja, é cegueira na sua quintessência.
Agora, essa eu descrevo de forma ocular e de carteirinha porque de alguns sou rodeado, na categoria cegueira com dolo intencional. Alude-se aos tipos humanos que têm a clarividência    de que o melhor provimento da subsistência são  os víveres e utensílios produzidos e custeados  com o próprio labor (labour party). Entretanto, temos muitos indivíduos que se equiparam a ociosos, perdulários, vagabundos e quejandos. Eles não se coram nem se vexam de parasitar familiares, bens herdados até os esfanicar, e gostam de todas as futilidades do mundo virtual. Tudo sem nenhum pudor. O pior vagabundo, como alguns cegos, são os que não querem trabalhar.  Outubro/2019.     

Só ou Juntos ?


 CONVIVÊNCIA humana

Viver a só não é tão complicado, coabitar, sim, torna-se de maior risco de não dar certo. Ter o solipsismo como modo de vida e solução para as desavenças de viver a duas ou mais pessoas juntas. Solipsismo é uma corrente filosófica que tem como realidade apenas a existência do eu. Por extensão significa também o estado de solidão.
Se a convivência de duas pessoas já é difícil, imaginemos então de três ou mais indivíduos. Definitivamente o risco de fracasso é muito alto. Há pessoas de tão difícil convivência que não deveria compartilhar o mesmo quarto, a mesma casa. Trata-se de uma persona não grata na convivência. Então calcule agora essa figura coabitar com outras pessoas ou o que é muito pior:  compartilhar o quarto e a cama. Os casos de lesões corporais, danos emocionais, assédio moral e feminicídios estão nas páginas policiais como demonstrativos dos graves distúrbios que permeiam a convivência humana. São os casos de pessoas perturbadas em seu comportamento. Existe uma variabilidade muito grande quando se trata de humor, temperamento e caráter das pessoas. Esta consideração refere-se ao conjunto de pessoas normais. As ciências biológicas, a medicina e suas especialidades como neurologia e psiquiatria ainda não têm os critérios do que seja a normalidade quando a questão tratada é a saúde mental das pessoas. Falta catalogar  muitas outras e termos um novo DSM( manual estatístico e diagnóstico das doenças mentais, edição americana).
Pode-se afirmar que de longe somos todos bons e normais. Ao se aproximar, com uma boa lupa e bons ouvidos dá para separar muito joio do trigo. Vamos tomar a parcela das pessoas tidas e havidas como normais em termos de sanidade mental. E essa estatística seria estarrecedora se sanidade mental levasse em conta nenhum uso de psicotrópico. Quem não usa algum medicamento de tarja preta ou vermelha? Entre eles: soníferos, antidepressivos, ansiolíticos, antiepilépticos e outros de efeito no sistema nervoso central . como exemplos: diazepan, clonazepan, rivotril, citalopran, sertralina, zolpiden, fluoxetina, duloxetina, pregabalina, carbamazepina, fenobarbital.
Dificilmente tem-se uma família com alguém que não use algum desses medicamentos. No mínimo mais de 50% das pessoas adultas já usaram, usam ou usarão algum psicotrópico. O mecanismo de dependência desses medicamentos é o mesmo de outras substâncias lícitas ou não; álcool, nicotina, maconha e cocaína. Trata-se do subliminar princípio de que para funcionar o indivíduo tem que tomar alguma “droga”.
Assim, na visão das especialidades médicas, das políticas de saúde, de órgãos públicos, e, mais importante: no escrutínio da sociedade, todas essas pessoas usuárias de psicotrópicas ou não são classificadas como normais. Basta que cada um não seja assassino condenado, não seja drogadito de drogas ilícitas ou tenha cometido outro crime contra a vida humana. E ela é considerada “normal”. Assim, estabelecida o que é a natureza do ser humano com seus conflitos, dos dispares comportamentos dos indivíduos que compõem a sociedade fica claro o quanto se torna quase um fetiche ou fantasia a convivência amistosa e pacífica de forma contínua das pessoas. Em algum momento a fadiga, o enfado, o desgaste das relações vão surgir e as pessoas se revelam quem são , se normais ou não.
E então como corolário teremos todos os dissabores possíveis. Nesse sentido, dos conflitos, e mais grave e tormentoso, dos confrontos entre as diferenças, tomem-se os casos e descasos que são os descaminhos que surgem do casamento. Bom seria que as pessoas antes de o admitir fizesse um pacto de concordância de que casar é conectar diferenças pessoais. Ninguém é produzido em série. Diferenças e estranheza são marcas das pessoas.
As inarmonias e desavenças que surgem precoce ou tardiamente no casamento são demonstrativos robustos e incontestes do quanto é de alto risco a convivência entre muitas pessoas. Embora seja um animal gregário (vida em grupo), muitas pessoas desmentem essa natureza humana. Se em convivência são perturbadas e conflitantes quando coabitam mostram e praticam o quanto de ruim e malévolas são capazes.
Agosto/2019.

Estilo de Vida

SUICÍDIO LENTO E EUTANÁSICO
João Joaquim  
Nós humanos começamos a morrer quando nascemos! A frase soa forte, mas tem muito de verídico, como se verá a seguir.
Todas as evidências dessa realidade se dão à luz do que nos mostram as ciências médicas e todos os seus ramos e irmãs como a biologia, a bioquímica, a fisiologia, a genética, a nutrição, entre outras.
Vamos por parte(s). Sabe-se hoje que a saúde humana se estabelece por uma interação ou influência entre a pessoa e tudo que a envolve; ou dito de outra forma entre o indivíduo e o “meio ambiente”. O homem é o homem e suas circunstâncias, já profetizava Ortega Y Gasset. Na saúde funciona igual.
Vamos considerar primeiro a constituição genética ou o genoma do sujeito. Genoma, numa definição simples é todo o arquivo de genes dessa pessoa que se resume aos cromossomas autossômicos e sexuais herdados dos pais. Tudo que trazemos, física e de forma comportamental, traz um gene no comando. A anatomia, a cor da pele, do cabelo, as dimensões físicas e índole de cada pessoa se encerram em seus cromossomas.
Assim também o é para muitas doenças, para nosso sistema imunitário, para nossa expectativa de vida. Em se tratando de genética duas são as considerações a se fazer: muitas das características herdadas são imutáveis. Para isso temos os exemplos de uma síndrome de Down, a hemofilia, a anemia falciforme, a miopia, um rim policístico, algumas doenças mentais como a esquizofrenia, uma doença neuromuscular degenerativa, etc.
O que a medicina faz para portadores dessas síndromes é um tratamento paliativo, de suporte com vistas a uma maior longevidade com uma melhor qualidade de vida.
Existem duas outras condições de doenças com influência hereditária, mas que a medicina traz a sua grande contribuição na prevenção e cura. A primeira delas refere-se a diversos tipos de câncer com um forte traço genético e hereditário. Dois órgãos como modelos:  mama (+ na mulher) e a próstata. São vários casos de tumores de incidência familiar, para os quais a oncologia (cancerologia) oferece exames de diagnóstico, prevenção e cura. Por isso que se recomenda exames preventivos para mulher e mamografia a partir dos 40 anos de idade. Uma segunda doença com um componente genético é a da coronariopatia obstrutiva que leva ao infarto do miocárdio. Em termos sumários e práticos como se faz essa prevenção? Quando se tem uma morte prematura na família (abaixo 55 anos) por infarto, os filhos (mais os homens) dessa pessoa têm uma forte influência de sofrer a mesma doença e morte prematura.
Nessa circunstância entram de forma também precoce e preventiva a estratégia de uma vida saudável para anular esse chamado fator de risco. Chama-se a esse expediente de estilo de vida saudável, que começa ao nascer.  Essa orientação se dá com os 10 passos para uma longevidade com vida de qualidade.
1-O mínimo ou zero de açúcar, 2-nenhum vício, 3-sono de boa qualidade, 4-comer pouco e com qualidade, 5-atividade física, 6-pressão sanguínea normal, 7-peso normal, 8-taxas normais de lípides, 9-relações afetivas e sociais boas e 10-o mínimo de stress.
Assim, pelo aqui relatado e com a chamada medicina baseada em evidencias, nossas crianças de hoje começam a morrer ao nascimento porque seguem o estilo de vida dos pais e cuidadores, porque comem e se comportam de forma toda contrária à saúde.  Trata-se de um suicídio eutanásico,  morte lenta e gradual.  Outubro/2019.  

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...