quinta-feira, 30 de julho de 2015

A MANDIOCA

A  MANDIOCA NÃO É DA NOSSA OCA

 João Joaquim 

 Tem gente que só fica pensando em coisas importadas e só por isso dão a elas a maior importância. Sem trocadilho. Foi mera incidência igual de radicais. Jabuticaba por exemplo. Quer coisa mais linda e apetitosa do que essa frutinha que mais parece uma pérola. O curioso da jabuticaba é que ela dá direto no pau. E o gostoso é degustar essa delícia na fonte, isto é, no próprio pau. Chupar ou degustar essa pérola negra dos cerrados é questão de escolha, eu por exemplo, prefiro comê-la por inteiro, não perco nada.
Deixando por exemplo esta maravilha, que parece ser exclusiva do Brasil, eu quero falar de um outro patrimônio da humanidade. Pena que não seja exclusivo nosso. Estou a me referir à mandioca (do tupi, mandi + oca, mandioca).
Por mais que queira a presidente Dilma Rousseff, afirmando que a mandioca é uma conquista nossa, em posso cravar por quantas mandiocas houver que essa nutritiva euforbiácea foi descoberta por outra civilização.
Conta-se que havia uma tribo indígena no México , onde vivia uma criança de tenra idade muito inteligente de nome mani. Essa indiazinha inexplicavelmente morreu de morte súbita e sem as dores da indesejada das gentes. Como tradição daquela tribo o corpo da menina foi enterrado dentro da própria oca( habitação indígena). Com o passar dos tempos nasceu uma planta sobre a sepultura de mani, e assim floresceu e se tornou verdejante por meses.
Intrigados com aquela planta os índios resolveram arrancá-la para melhor explorá-la e viram que ela tinha uma raiz de casca marrom e interior branco, branco. Aquele tubérculo saboroso foi entendido como um presente de tupã e recebeu o nome de raiz de mani. Como tinha nascido dentro da oca ficou manioca,  e por questão eufônica  se tornou mandioca.
 Outra versão sobre a origem da mandioca vem do folclore do alto Solimões e Amazonas.  Conta-se que séculos atrás diversas tribos da região cultivavam o tubérculo como uma herança dos ancestrais. Era hábito desses indígenas fazer uma espécie de pirão ou  sopa com a fécula da raiz da planta misturada a muitos peixes da região , os mandis, espécie de bagres, de carne muito saborosa. Essa iguaria era muito difundida e apreciada por todas as ocas do rio Solimões até o rio Amazonas. Assim como o componente nutricional mais importante era a proteína da carne do mandi, preparada em todas as ocas, nada mais conseqüente do que receber o nome de mandioca (mandi+oca). Dessa iguaria apetitosa surgiu o nome da planta.
O que importa nas questões da mandioca é que ela tem uma função significativa na nossa alimentação e na economia e até na História. Não foi sem motivo que o tubérculo foi nome de partido político (conservador) na época do império. Na Bahia, por exemplo os adeptos da sigla partidária eram chamados de os mandiocas.
Não ficam só nisso as discussões mandiocais. Em 2006 tivemos na câmara a bancada da mandioca. O que preconizava esses parlamentares? Que o nosso trigo, nossa farinha de panificação tivesse 20% de adicional de polvilho de mandiocas. No plural porque são várias espécies
Hoje sabe-se que a planta é universal. Ela é cultivada em diversos países. É oportuno advertir os consumidores que essa euforbiácea encarna variedades interessantes . Conforme explica o folclore indígena existem entre as subespécies   dois grandes grupos , as mandioca mansas de índole pacífica, e as bravas. Estas, se ingeridas sem o devido cozimento possui um veneno e pode ser mortal ao ser humano.
 Assim discorrido e já dando contornos mandioqueiros  finais, eu lamento trazer essas informações históricas e científicas à nosso ilustra presidenta Dilma Rousseff. A mandioca, quando muito, faz parte do cardápio nacional. Ela não é uma conquista nem brasileira, nem do PT. Ela é uma dádiva da natureza, da Amazônia e do mundo. Nossas saudações à presidenta que de forma festiva e esportiva rendeu suas homenagens não só à mandioca aqui cultivada( de novo, não é nossa), mas sobretudo à capacidade criadora do “homo e da mulher sapiens”. Quanta platitude e abobrinhas também , não ?

 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

 MUITA TECNOLOGIA E POUCA  PEDAGOGIA 


João Joaquim   

Uma das grandes invenções de meados do século XX, penso eu que foi a televisão . Foram três importantes meios de comunicação nos últimos dois séculos. O telégrafo no XIX, a televisão  e a internet no XX . Detalhe, o telégrafo foi empregado exclusivamente como recurso de comunicação a distância. Uma curiosidade sobre a telegrafia: a última companhia de telégrafo existente no mundo foi desativada em julho de  2013. Ela ficava em Mumbai , na Índia, e parou de funcionar por uma baixa demanda. A empresa ,foi fundada em 1850.  Eram apenas 1000 telegramas por mês, nos últimos anos, num país com 1 bilhão e 250 milhões de habitantes. A Companhia se transformou em museu. O que selou mesmo o fim das comunicações telegráficas foi o surgimento da telefonia móvel e da internet.
Interessante de se considerar é como o nascimento  de um recurso ou ferramenta decreta o fim ou anulação do antecessor de mesmo gênero; outros, no entanto, resistem bravamente. É o caso por exemplo do rádio, com a massificação e popularização da TV. Mesmo com o aprimoramento da televisão a radiofonia mantem o seu uso de destaque. É outro exemplo bem singular a tentativa de abolir o livro impresso pelas plataformas digitais com os instrumentos de mídia como os tablets, os Ipads e outros meios de informática a exemplo de o  e-book.  
A depender de mim o livro físico em seus vários formatos e cheiros reinará eternamente. Eu  sou da época da datilografia mas, vivo hoje rodeado por adeptos da internet e da virtualidade. Procuro fazer uma interface entre a tradição e a modernidade. E a meu sentir, tenho me dado muito bem lidando com esses dois mundos, o tradicional e o moderno.
A televisão de nossa era da informática e dos recursos digitais se tornou um instrumento de comunicação difícil de ser superado e substituído por outras invenções. E isto se deve também ao seu aprimoramento técnico e de qualidade. No início, ela era em imagens em  preto e branco, não havia videotape. Depois veio a era em cores. Hoje temos as imagens digitalizadas (HD). As transmissões, sejam ao vivo ou gravadas, não deixam escapar os menores detalhes (redundância) dos objetos e das pessoas. Há poucos dias por exemplo um médico do sul, diagnosticou um  pelo encravado em um  paciente que estava no Amazonas, isto pelas imagens de TV. Olha quanta utilidade nessa tecnologia para a saúde.
As empresas (redes) que exploram esse ramo de negócio também aumentaram significativamente. Um exemplo do quanto avultaram esses negócios são as opções de TV por assinatura. Faz-se um contrato do gênero e têm-se lá, opções de dezenas de canais nos mais variados temas e interesses. Cinema, música, esporte, notícias, documentário, etc. Tem inclusive as futilidades e imoralidades para quem gosta, reality show de baixo calão, sexo explicito e ilícito e outras putrefações do gênero .
As chamadas TVs abertas, acessíveis a todos, constituem uma concessão do governo. A empresa de TV tem uma licença pública para funcionar.  São uma modalidade de permissionários (licenciados) do Estado. Não conheço as regras e cláusulas dessas concessões. Mas, uma que penso não existir se refere ao conteúdo, ao teor, à qualidade daquilo que é veiculado e levado ao público, às famílias, às crianças e adolescentes.
Sobre o conteúdo e qualidade .  Eu sou de opinião de que esta é uma questão grave. Temos que considerar que a televisão é um poderoso veículo de massa sobre  cultura,  lazer e entretenimento. Ela exerce uma poderosa influência nos costumes e nos hábitos das pessoas. Lamentavelmente as crianças e adolescentes são as principais vítimas do baixíssimo nível da programação da TV brasileira. Salvam-se poucas coisas de que se pode tirar algum proveito de bom e de útil. Alguns canais por assinatura oferecem opções de boa qualidade. No mais, quanto à TV brasileira, todas indistintamente se igualam por baixo em exibir futilidades, violência, reality-shows de baixaria e erotismo e tantas outras abobrinhas e platitudes que nada acrescentam à cultura e entretenimento das pessoas.
O PT, partido que atualmente governa o país, reiteradamente, tem tentado controlar a imprensa,  estabelecer regras e limites para os órgãos de comunicação. Tentativas e desejos contrários à nossa constituição e à liberdade de imprensa e expressão.
 Eu deixo aqui uma ideia, uma sugestão. Não seria melhor normas e cláusulas que vedassem toda forma de baixaria, violência e outras exibições de mau gosto e baixo nível  em todos os canais de televisão?  Já que não dá para ter escolas e ensino de forma televisionada  , que pelo menos as TVs melhorassem a qualidade do que elas chamam de diversão e entretenimento. Isto já seria um bom começo!    
  
 João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

FIM DA CORRUPÇÃO...

PROPOSTA PARA O FIM DA CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

João Joaquim


 Hoje eu resolvi trazer às autoridades da Polícia Federal e judiciárias uma solução para se acabar com a corrupção na Petrobras. Trago às autoridades e apresento à nação. Não tenho a pretensão de abolir de vez esse câncer que existe desde que o mundo entrou em vigor, talvez muito antes da babilônia, muito antes do rei Salomão, muito antes de Hamurabi com seu código penal e sua lei de talião (ops, com t minúsculo mesmo, de Lex talionis).
O meu projeto de lei (PL) de extirpar a roubalheira ou cleptocracia na nossa grande petroleira é simples e objetivo: acaba-se com a Petrobras. Ah, mas, certamente irá surgir uma algazarra de vozes em protesto ao meu projeto. Não tem por quê, eu os rechaço todos com soluções e muitos argumentos. Ah, não pode porque a Petrobras encarna e materializa aquele brado getulista de “o petróleo é nosso”! Não tem motivos, existem outros símbolos nacionalistas. Como exemplos o carnaval, o acarajé, o silicone, o biodiosel ( da mamona), o milho e até a mandioca.
Ah! Mas assim nosso petróleo acaba e como fazer com .... Eu repilo sem quê nem para quê. Os automóveis passam a rodar com etanol e biodiesel, voltam os bondes elétricos e outros veículos a eletricidade. E mesmo se faltar alguma dessas formas de energia que voltem o emprego dos   semoventes. Aliás , como seria romântico ver expedições e passeios num coche, numa caleça, numa jarrete,  num bonde de tração animal .  Não perdendo de vista que as pessoas podem se tornar  automóveis com a bicicleta e fazer  caminhadas calçadas de  tênis. Com estes instrumentos traz-se uma enorme vantagem, a saúde do coração. São palavras do dr  Zerbini, “a vida  das coronárias está na sola dos pés “
Meu projeto de apagar a Petrobras do mapa terá outras consequências justas e isonômicas para o povo brasileiro. Primeiro que todo o dinheiro surrupiado de seus poços volte ao seu patrimônio, não em conta secreta, mas que todo brasileiro tenha acesso através do portal Transparência Brasil. Tudo tem que ser feito antes que a sua cotação se esvai nas bolsas de valores. Bovespa e Nasdaq por exemplo. Eram 400 bilhões de reais o seu patrimônio antes de deslindar-se a roubalheira. Hoje não passam de 200 bi a sua avaliação nas bolsas de negócios  do gênero . Mas, repatriando tudo que foi roubado deve ser próximo desse valor, 200 bi de reais. O que fazer com esse saldo? Simples, o petróleo não é nosso? Segundo o ufanista slogan getulino? Rateia-se essa grana entre os brasileiros. Somos 200 milhões de patrícios, cada um receberá 1000 reais.  Olha só a justiça funcionando. Ela que é “cega de olhos vendados”. Pelo menos na estátua, porque o que tem de juízes desvendado os seus olhos não está escrito. 
E os larápios que esconderam dinheiro na Suíça, em paraísos fiscais, nas meias (meiões) e nas cuecas? Com esses gatunos não poderá haver nenhuma condescendência. Xilindró e óleo de peroba para eles. Nada de prisão domiciliar, cartão amarelo ou delação premiada. Prêmio se dá para quem ganha na megaSena ou loteria esportiva. Preso é presidiário e tem que cumprir pena em penitenciária. Tornozeleira  ou  munhequeira eletrônica, que castigo é esse? Fora de cogitação ! Prisão no próprio domicílio! Quanto contrassenso ! O sujeito fica no bem-bom de sua casa, rodeado de afagos e mimos da família e ainda tem segurança paga pelo Estado, isto é , por todos nós brasileiros e patriotas  pagadores de tributos.
No frigir dos bolinhos e das batatas o que se tem de certo é que a culpada da corrupção é a própria Petrobras. Não entenderam ? Explico-me:  Ninguém mandou que ela fosse bilionária. Com isso ela despertou o instinto cleptomaníaco de muitos políticos e executivos da própria empresa. Então nada mais eficaz do que a extinção do mal pela raiz. Assim fechando-se a petroleira, distribui dinheiro às pessoas e todos saem felizes. E certamente o serão para sempre.
O princípio da culpa nesse caso da Petrobras se equipara ao mesmo de uma dispensa com uma queijaria. As ratazanas lá vão não por culpa delas( roazes e ladravazes), mas pela riqueza de queijos nesse depósito. O mesmo princípio dos cupins. Essas pragas não serão extintas se não destruir o cupinzeiro e a rainha dessas térmites, o mesmo princípio da saúva com o formigueiro.
Portanto,  deixo aqui, sem patente, o meu PL da abolição da corrupção nesse setor industrial brasileiro, que é o Petróleo Brasileiro(Petrobras). Em tempo, deveria ser o Petrobras. Mas, não estou aqui para preleção de semântica , vale o sentido da coisa .  Tal projeto de lei se torna de domínio público e de interesse geral. Qualquer parlamentar que desejar,  ou se tal proposta lhe aprouver basta encampar a ideia e apresentá-la ao Congresso Nacional.  Eu aplaudiria e assinaria em baixo e  junto .                – Julho/15

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

NOS COLETIVOS

NOS AFLITIVOS  COLETIVOS  DAS  URBANOVIAS

João Joaquim


Tem sido dito em um alto e bom som e todos os ditos muitos ferinos e malévolos sobre as condições de nosso transporte coletivo nas cidades e metrópoles. Toda essa cizânia ou quizília verbalizada pela população contra nosso transporte urbano não sé dá sem razão. Todavia, vamos a todas as  vias de cada argumentação. Tem alguma coisa de certo e errado de um lado e outras de mesmo quilate e essência na parte oposta. Cada qual quer puxar a brasa para a própria sardinha ou pegar o pouco pirão para cada prato glutão .
Pelo lados das empresas, os gestores da concessão afirmam com base em planilhas que a margem de lucro é muito baixa; por isso  tem que serem corrigidas tais taxas transporte da multidão . E não adianta tachar os empresários de intransigentes. Os governos também têm culpa em todo esse contingente.   Quando se palmilha as queixas dos usuários se vê que uma de suas reivindicações é ter tarifas compatíveis com os salários que recebem. São confrontos de reclamações!  Os empresários que mais parecem usurários! Os usuários que de fato com míseros salários não conseguem pagar os gastos diários .   Outros motivos apontados pelos presidentes do transporte coletivo têm sido o preço do petróleo.
 Se pegarmos as explicações do atual governo, desde os idos dias das campanhas eleitorais tudo vai desaguar no mesmo imbróglio. Qual seja, no afã ,  embustes e logros para se perpetuar no poder o partido dos trabalhadores tudo prometeu ao povo. E “ab ovo”, isto é, desde a fase de embrião , tudo é a mesma empulhação . Uma vez no poder foi PT saudações para aquelas vazias promessas. O certo é que de quermesse em quermesse  o governo que aí está só tem adotado medidas que mais arrocho traz às pessoas no ir e vir dos superlotados coletivos  urbanos que não param no  leva-e-traz  das vilas e outros centros conturbados  .
Quando se inquire do povão,  à boca miúda, todos têm a mesma opinião. Na verdade, assim refere o povo, o que de fato existe é um conúbio entre governo e empreiteiros e tudo é armado para que o lucro só chova na horta dos patrões  interesseiros .
Na verdade, copilando os arrazoados inteiros, têm mais razão os passageiros. E não se trata tão somente da questão de preço. Basta ver com muito apreço e isenção a natureza e o labor de cada ocupação . Afora o tipo de atividade, o servidor sai de madruga e vai para as filas dos coletivos. Até aqui, nada opus aos pontos dos ônibus . Tem ainda  o trajeto como transeunte ,com os riscos de trombadas e trombadinhas. Quando a pessoa se embica para subir naquele trambolhão  tem sempre aquele esperto e engraçadinho que dá uma mãozinha e completa o içamento.
Alguém acha que acabou o infortúnio. Ledo engano. Cada motorista que conduz essas pessoas mais parece peão de uma boiada. Toda vez é a mesma toada. Ele arranca de súbito com aquele possante e todos que se atraquem lá pra trás. E entre os passageiros?  pensam que reina a paz? Que nada, ali é cada um por si e Deus por todos. Em cada ponto ou um reles toldo é um tal de entra e sai de gente, tudo aos safanões. Nessas horas tanto sofre idosos, crianças, e haja encostamento e os tais dos empurrões .
E entre a mulherada ?Quem pensa que fica nisso a escassez de respeito é porque nunca teve alguma mão boba roçando em seu peito. Quem mais testemunham de modo contrafeito esses ataques são as meninas e moças que de modo faceiro, natural ou com silicone abundam essa e aquela  anatomia sem provocar a menor  suspeita.
Agora como sugestões em proponho mais subsídios para o preço dos passes urbanos. Não se peita aqui os empresários para esses benefícios, a despeito das razões dos combustíveis. Não se pode perder de conta que precisamos de mais coletivos. Para tanto que todos estejam atentos e altivos.
Em que pese o lado forte ou patronal se digladiar por ganhos e mais  lucros, a ponta fraca desse confronto, qual seja a dos viajantes, não deixa de ter razão. Outra tese sobre os transtornos do transporte urbano quem a me deu foi ninguém menos que um médico parteiro. Disse-me esse profissional-cegonha que a causa maior das superlotações e ruindade nos coletivos é questão de descontrole da natalidade. Dito de outra maneira, mais fabrica-se criança do que se faz ônibus, por isso há escassez do tal veículo para deslocar tantas  pessoas  ou pingentes  nas metrópoles e grandes centros  que pululam de gente  num ritmo inclemente.   Julho/2015.   

  João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com      

DETOX

Crônica Detox  

João Joaquim


 Há certas ideias e coisas que só podem prosperar e vingar aqui no Brasil.  Não quero nem falar de ideologia política porque já é um campo minado de artigos os mais antagônicos, de sectarismo, de populismo, demagogismo e outros ismos que se tornou maçante discorrer ou ler sobre eles. Já bastam as mandiocadas e derrapadas da nossa presidente. Eu quero comentar sobre saúde, uma seara da qual eu retiro o sustento meu e de minha família.
Nós, discípulos de Hipócrates, que juramos solenemente seguir os postulados do grande mestre não podemos nos omitir frente ao rosário de besteiras que reina nos veículos de comunicação quando o assunto é saúde e as muitas ofertas de terapia para tudo.
O cardápio de asneiras e impropérios é tamanho que daria para montar brochuras e outras tantas coleções de artigos arrolando tais mentiras, ofensas e enganações aos clientes desses tipos de tratamento que vão da calvície até a deformidade genética do dedão do pé (joanete).
Assim, para ficar em situações mais badaladas aqui vão alguns exemplos dessas estultícias e idiotias que tomaram conta da televisão, dos jornais, da internet e placas de clínicas. E atenção! Não se trata apenas de profissionais técnicos ou amadores no ramo. No rol desse besteirol existem médicos, paramédicos diversos e muitos outros charlatões com diploma de curso superior. No campo do que podemos chamar de culto ao corpo temos o que se pode chamar de o suprassumo ou “non sense” em terapias diversas. Eu começo por uma que tenho lido e ouvido tanto que são as chamadas dietas detox. O termo (anglicismo) já constitui um pedantismo e mostra o quanto somos sugestionados por tudo quanto vem de fora. Somos um país de muitos complexos. Além do vira-lata e  dos vitamínicos temos muitos outros. O mais novo é este, o complexo do detox.
 O que me impressiona é o quanto de pessoas do alto clero ou de   “alta casta social” se envolvem nessas imbecilidades. Mais que usuária, essa gente grã-fina  se propõe a ser garoto(a) propaganda de tais recomendações fúteis e sem nenhum fundamento médico ou científico. Eu pergunto: onde estão as razões, as substâncias com tais efeitos terapêuticos em eliminar esta ou aquela toxina de nosso organismo. Só para fecho de questão: quando eu misturo e liquidifico frutas, grãos, folhas e sucos estou simplesmente fazendo uma dieta equilibrada e saudável. Limão, couve, beterraba e alho me fornecem tão somente fibras, vitaminas e alguns antioxidantes. Nada mais. Todas as pessoas , no seu dia a dia , devem ingerir tais alimentos. Eles fazem parte de uma dieta leve e salutar, apenas isto.
Outra grande imbecilidade que tenho lido e visto em nossas mídias são os tais laxantes e enemas (lavagens) intestinais para perder peso. Bem, aqui com um grande risco, o indivíduo além de não perder peso ele corre o risco de fazer uma colite, provocar  uma hipopotassemia(perda de potássio pela diarreia), com hipotensão e até arritmia cardíaca e ter que se hospedar em alguma UTI (menos grave) e outros desfechos mais atrozes.
 E as tais fórmulas para emagrecimento fácil?  Para essas terapias charlatanescas existe um filão enorme de clientes. São aquelas pessoas preguiçosas e que buscam o milagre na perda de peso. Ninguém quer suar a camiseta, gastar o tênis, caminhar ou praticar outro  exercício que o valha.  Nada de mais grotesco e anticientífico existe do que o indivíduo usar tais panaceias na redução de peso. Pensando simples e  sem muito gasto de fósforo ou  ATP (trifosfato de adenosina): se no uso de uma substância já existe algum risco para a saúde, agora imagina uma salada de 4 ou mais substâncias com hormônios da tireoide, diuréticos e os ditos  termogênicos! E aqui nesses fármacos  contra a obesidade é que entra o papel ou melhor a receita de muitos médicos. Alguns até de nome e sobrenome. Tudo com o firme propósito da fidelidade cliental (ops, criei um neologismo).
Dos anabolizantes, nem falo mais. Estão proibidos e deveriam ser abolidos do planeta, mas há até médicos que os empregam sob o belo título de reposição hormonal masculina. Quanto risco. Vale repisar que os hormônios exógenos (medicamentos) trazem graves riscos de eventos tromboembólicos, derrame cerebral, infarto do miocárdio , doença renal crônica, câncer de fígado e outros órgãos , infertilidade  e risco de morte súbita .
Enfim, e para não passar batido o que está no topo da moda em beleza e do culto ao corpo são as chamadas cirurgias plásticas e lipos. As estatísticas de erros médicos; de complicações e morte são de arrepiar. Mas, tudo que acontece no Brasil no varejo e a granel não causa impacto na opinião pública nem nas autoridades. Mas, embora estejamos no Brasil, não podemos desistir, um dia tudo pode melhorar.                          Julho/2015    

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com - www.jjoaquim.blogspot.com

PETROPOLUIÇÃO

O PETRÓLEO E A POLUIÇÃO DO PLANETA
João Joaquim


 Aqueles que preocupam com ecologia, com a natureza, com a saúde do planeta devem estar preocupados. Preocupados e tristes com as últimas notícias sobre os investimentos propostos pela nossa maior petroleira, a Petrobras. Não bastasse a roubalheira que abateu sobre a empresa agora tem mais estas. Nos seus planos de desenvolvimento estratégico consta que ela continuará investindo maciçamente na exploração de combustível fóssil (petróleo). Não lemos ou vimos nos noticiários dela própria ou de outros jornais menção a qualquer investimento nas chamadas energias limpas. Eólica , hidrelétricas  e  energia solar como exemplos. Ou se fala em manter o meio ambiente limpo e saudável , são intenções muito tímidas .
Causa estranheza a mim e a tantos outros naturófilos esse planejamento de exploração do combustível fóssil do  meio ambiente( minas de petróleo , pré-sal), sem a preocupação com os mares e rios, com a saúde da terra. Vale lembrar que tais questões de sustentabilidade, de poluição da atmosfera e do planeta vêm sendo motivo de acirrados debates pelas potências mundiais, aquelas nações que mais gases poluentes lançam no planeta,  Estados Unidos , Japão e China como exemplos. Para informações mais substanciais eu recomendo ler as atas e relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), o chamado painel do clima, do qual participam vários países poluidores. Aliás, as nações mais sujonas  são as que mais entraves e polêmicas criam quando as premissas propostas são no sentido de estratégias que preservem a saúde de nossa terra. Novamente, os U.S.A são um daqueles sujismundos e porcalhões que mais poluem nossa atmosfera e mais emperram as políticas para menos produção de gases de efeito estufa e outros poluidores gasosos ou sólidos.
Para melhor contextualizar os riscos da exploração de combustíveis fósseis é oportuno que se lembre de dois grandes e graves acidentes com vazamento de petróleo. Desses o mais impactante foi da empresa anglo-holandesa Shell, no golfo do México em março de 2010. Foram milhares de barris de petróleo lançados ao mar com uma mortandade de um sem-número de espécie animais e vegetais. Foram várias regiões dos EUA afetadas nessa tragédia ecológica.
 Um outro acidente também calamitoso para a flora e fauna, já aqui no Brasil,  foi o da petroleira americana Chevron, no campo de Frade, na Bacia de Campos RJ, ocorrido em novembro de 2011. Foram mais de 3000 barris de óleo vazados para as águas da região com efeitos devastadores na vida marinha e terrestre . Atualmente , nem se fala mais nesse acidente, que estranho , não ? Só por que é mais uma bilionária do ramo ?
O alerta e as críticas que se fazem aos projetos de expansão dessas multinacionais não é no sentido de condenar ou demonizar a extração de combustíveis fósseis. São  fontes, é bom que se diga , não infinitas de energia a exemplo do petróleo de   nosso pré-natal. O que preocupa ao mundo, sobretudo aos ecologistas e ambientalistas, é a falta de estudos e estratégias das indústrias na prevenção de acidentes e medidas de saúde e sustentabilidade para o planeta. Como minimizar as toneladas de Co2 lançadas na atmosfera , de outros gases de efeito estufa, a redução e destinação dos resíduos sólidos?
 Tem sido noticiário que a Shell tem projetos de exploração de petróleo no Ártico. Uma região ainda preservada da qual não se sabe ainda quais seriam  as consequências desse tipo de atividade. As turmas do clima, ambientalista e do “Greenpeace” já estão encabuladas com esse plano da petroleira americana. Sejam a Petrobras, Shell ou Chevron; o que essas empresas  tinham que planejar seria a produção de energia limpa, perene e sem poluição. As usinas eólica e solar por exemplo. Assim ganham o planeta e a humanidade  Que assim seja! Será ?  Tomara!  Jul/15 .

 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

DEUS IMORTAL...

DEUS NÃO ESTÁ MORTO  
 João Joaquim

 Um dia desses estava eu sapeando (ou zapeando) pelos canais de TV e deparei-me com uma entrevista. Eu como gosto de ouvir e ver as ideias dos outros me detive naquele canal. Era um pai com a fisionomia plangente e lacrimosa. Uma expressão de dor emocional. Foi condoído para mim  aquele momento. Esse pai havia perdido o filho em um gravíssimo acidente de carro, cujas causas já se sabem foram alta velocidade e falta dos cintos de segurança. Uma ocorrência sinistra mas, rotineira nas cidades e rodovias de nosso Brasil (60.000 mortos/ano).
Os meus leitores cativos e outros fortuitos já devem estar pensando: lá vem de novo uma matéria e esse cronista a falar de vítimas de trânsito. De fato, assim pensando, e até  o que  fazem nossas autoridades; quando morre uma pessoa se torna uma tragédia , mas muitos de forma paulatina aqui e acolá acabam virando uma estatística da polícia rodoviária e do IBGE ao final de cada ano.
Entretanto , o  que me motiva nessa fala da dor do pai pela trágica morte do filho foi sua fá que agora estava sendo colocada em xeque. Confessou o pai: todos os dias quando o filho saia para seus compromissos profissionais, ele (pai) fazia orações e pedia proteção divina para o filho em suas lides e atividades diárias. Ele sempre tinha temor, medo mesmo quando o filho estava nas estradas.  Diante do fim tão imprevisto e doloroso do filho, esse pai nesse tormentoso transe indagou do repórter “será que Deus existe”?
Veja, meus leitores e leitoras, que dúvida das mais emblemáticas de parte da  humanidade. E para contextualizar tão insigne  e universal pergunta eu rememoro outras tragédias que abateram sobre a humanidade e que suscitaram as mesmas dúvidas. Como exemplos o terremoto de Lisboa em 1755 e mais recentemente o holocausto do nazismo (1938-45) e o terremoto sobre o miserável Haiti em 2010. Só aqui foram cerca de 300.000 mortos .
Eu me lembro de literaturas jornalística e de filosofia, quando diversas personalidades desses ramos do conhecimento fizeram as mesmas indagações. Os horrores e sofrimento humano com o nazifascismo  foram tamanhos que muitos questionaram da misericórdia e da existência de Deus. Eu acredito em outras razões que escapam ao nosso entendimento .
Acreditar ou não em Deus é questão de pura convicção ou  intuição  pessoal. Diante do infortúnio, da dor, das tragédias e dos cataclismos e de outras tsunamis , penso ser compreensível questionar a existência de uma força cósmica superior, um ser onipotente e ubíquo a que chamamos de Deus.
Vamos imaginar tal questão em outro viés, mas no mesmo contexto. E a explicação da existência humana? Ela também tem dois polos de discussão. Das duas hipóteses, para quem quer que sejam, uma é verdadeira. Independentemente da tese verdadeira( criacionista ou evolucionista), temos como certo e de consenso que o homem é uma espécie diferenciada, dotada de razão e para os crentes em Deus, com a dualidade corpo e alma.
Um outro atributo sublime de que somos dotados é o chamado livre-arbítrio. Ou seja, cada pessoa tem a plena liberdade e o poder de agir da forma que melhor lhe aprouver. Todavia, com uma condição, que o indivíduo tenha também a consciência do bônus ou ônus  dessa liberdade de ação. Em outros termos ( conforme  outras filosofias ou religiões) é o que se chama de lei do carma:  o que vai, vem. Num dito mais coloquial, quem planta vento certamente colherá tempestade. Quem planta paz e calmaria certamente colherá os frutos da bonança. Quem planta prudência e os cuidados elementares pela vida, certamente terá uma existência longeva e saudável .
Clareando mais a tese acima exposta. Deus, não pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares, mostrando o melhor caminho, a velocidade mais segura nos automóveis para os motoristas infratores. Ele também não pode evitar as fúrias da natureza contra as ações predatórias do homem em seu livre-arbítrio. Hoje os temas da moda são os efeitos dos desmatamentos predatórios , o efeito estufa, o impacto do ozônio, o derretimento das geleiras, o esgotamento da água potável , a desertificação da terra, a extinção de muitas espécies animais, etc. Culpa de quem ? Do homem no seu livre-arbítrio. Daqui a pouco corre-se até o risco da extinção da mandioca, “ uma invenção brasileira”( presidente Dilma Rousseff ).
Deus não pode impedir que um drogadito ou alcoólatra saia ao volante e morra ou mate alguém no asfalto. Ele assume as consequências sinistras na sua infinita liberdade de ação. Um indivíduo que passa décadas no vicio do álcool tem alto risco de morrer de cirrose hepática ou pancreatite crônica , todo fumante assume o risco de morrer de câncer de pulmão . Deus não proíbe ninguém da embriaguez , da dragadição , do tabagismo, de se desrespeitar as leis mais simplórias de segurança do trânsito. É o exercício dessa prerrogativa humana do livre-arbítrio , ainda que esta liberdade de poder e de ação seja para o bem ou para o mal. A escolha é de cada um.
Por isso, assim pensa este escriba, que cada um deve estar ciente de sua parte e seu dever em todo gesto e atitude. Deus tem outras coisas mais sérias para cuidar. A nós nos foi delegado fazer o que for possível . Para Deus deixemos o impossível e os milagres. 


  João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com  

Necedade especial

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