DESNAMORADOS...
DIA DOS DESNAMORADOS
João Joaquim
Ontem 12 de Junho, foi o dia dos namorados. Já
começo esta crônica no sentido de alguns protestos e ao mesmo tempo fazendo
algumas homenagens e comendas a algumas pessoas injustiçadas. Se existe uma
entidade nesse mundo que me vexa, me amofina e até me acabrunha é a tal da
injustiça. E ela, para meu desgosto campeia por esse mundo ora de meu Deus ora
do diabo. Quando avisto alguma ocorrência injusta dá-me logo vontade de mandar
o autor para o diabo que o carregue. Na área da saúde e trabalhista por exemplo
quanta injustiça. Se tem por exemplo aquele braçal e suador(ralador) que ganha
o mínimo tem também aquele que recebe como funcionário fantasma. Parece mágico
ou taumaturgo. Igualzinho a disco voador. Ninguém os vê mais brancos, mas eles
povoam as assembleias legislativas, os gabinetes políticos, o congresso e
outras casas oficiais etc.
Eu li vários jornais e sites de ontem, 12 de Junho,
sobre os namorados. Eram matérias as mais variadas a respeito da comemoração
entre as pessoas que namoram. Interessante quando fixamos a atenção na palavra
namorada(o). Vejam quantas outras belas palavrinhas extraímos dela de belos
significados. Amor, amora , mora, morada, Roma, orada, mona(lisa),
ora etc. Então existe todo um contexto de beleza e de encantamento no namoro e
nos enamorados, seja na esfera abstrata, seja no momento prático, no encontro
daqueles que se amam. São questões mais do que pacificadas e ponto final. Ou
tem alguém , algum leitor que tenha alguma ideia contra o amor e os
namorados ?
Agora não se pode perder de vista aquele outro lado
dos chamados injustiçados. Eu explico: eu nunca vi ninguém falar sobre o dia
dos não enamorados ( os desnamorados). E atenção! Segundo censo (mesmo sem
senso) de nosso ainda acreditável IBGE eles não são poucos. A proporção é mais
ou menos assim: para cada dois casamentos há 2 descasamentos. Isto falando no
oficial porque há aqueles que se casam no paralelo, informalmente, sem ir ao
cartório ou igreja. Esses que se casam sem os prolegômenos e rituais do
matrimônio levam uma enorme vantagem . Primeiro porque não existe aquele ônus
com convites, arranjos de igreja, gastos no civil e religioso ,
lua-de-mel cara, etc. A segunda grande vantagem, é que se a união desandou para
trás , decidiu pela separação , não tem aquela burocracia de ir a cartório,
petição de advogados, custas processuais e ter aquela certidão de
divorciado(a). Olha que praticidade, o sujeito casou , separou e continua com
documento de solteiro, não pega aquela pecha de separado.
Agora do fundo de meu coração eu gostaria de ver
algum parlamentar propor um projeto de lei (PL) criando o dia dos separados.
Não digo nem dos solteiros, porque esses são casados em potencial. Dos
separados (homens ou mulheres) temos vários grupos. Basicamente podemos
enquadrá-los nos voluntários, aqueles que de comum acordo se separam. No
segundo grupo os compulsórios. Nesse rebanho dos compulsórios existem os
motivos vários. Por exemplo infidelidade conjugal, sucateamento da relação,
opção por um segundo cônjuge e outras razões de semelhante quilate. Não
contando aqueles que de tanto amor costuma eliminar a amada(o) do coração e do
direito de viver.
Pode qualquer deputado ou senador não ter lá a
pretensão em tal PL do dia dos separados por considerar esse grupo de pessoas o
lado negativo, desajustado ou indesejável das relações humanas. Entretanto, já
de plano eu deixo os meus protestos. Tal contra-argumento se fundamenta no fato
de que os desnamorados e descasados representam um filão enorme de pessoas de
bem com a vida, são consumidores iguais a todo consumidor e portanto merecem o
respeito e as homenagens da iniciativa oficial e privada.
E já que Julho não tem nenhum feriado, poderia ser
num dia de Julho, que segundo pesquisa notarial neste mês é o período
quando se registra e homologa mais divórcio. Isto me deixa curioso
e grilado, por que no mês de Julho? Trata-se de um mês de mais
férias, menos trabalho, mês também que foi criado em homenagem ao
imperador Júlio Cesar, que teve lá também suas desavenças namorais . 13 de junho/2015
João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com