quinta-feira, 30 de junho de 2016

AEIOU...

AÉCIOU OU.....


João Joaquim


Aécio ou...Quem lê esse início de frase pensa que vou falar de política. Longe disto, pelo menos neste texto. Não disseste logo, ninguém adivinharia do que vou tratar. Tente sem ler o resto do texto e veja se acertará. Aécio ou?
Quero falar um pouco de linguagem. Não no sentido de comunicação, de retórica. Também longe disto. Quero simplesmente fazer homenagem, nominalmente, a essas cinco letrinhas, aeiou. O c entrou só para eufonia  e virou aeciou .  Pode ser que no futuro surja o verbo aeciar . Aí sim vai depender dos rumos da nossa Política que anda de ponta-cabeça e nosso senador e futuro candidato Aécio Neves. Falo então de nossas maltratadas vogais.
 Quão importantes são, apenas 5, e tão pouco homenageadas. Vejam o quanto elas representam em qualquer idioma. Tanto o são que vogal significa o quê? Voz, vocálico, que está em voga.
Na verdade, as vogais são de tal importância que uma palavra, uma expressão não existiria sem a sua participação. Elas são como que as escoras da alma do idioma. Falar delas aqui significa apenas dissertar  o seu lado estético, sua configuração e um pouco do que elas passam como símbolo, com o desenho peculiar de cada uma. E tal significado já existia em suas origens. 0 a por exemplo em fenício, que chamavam de aleph significava boi, o que nada tem a ver com o bicho como grafada em português. Os gregos a herdaram como alfa. Os romanos e outros povos a denominaram então como á. E assim se transmutou para o Latim e Português.
Uma questão que levanto aqui de imediato se refere ao espírito das vogais e de todas as letras como um todo. Seria no sentido parecido com o chamado Espírito da leis( vide obra de Montesquieu) , lei maior e lei menor; para as vogais adotaram a mesma filosofia. Por que o tal formato minúscula e maiúsculo?  Pura discriminação e mania de grandeza. Temos por exemplo o a. Ele mais parece uma chaleirinha bojuda com um rabicó, ou um anãozinho com obesidade abdominal.
Já o A, não. Ele pode até ter aquela megalomania das maiúsculas. Mas há quem diga que ele é um V decaído. É como se ele num pugilato tivesse levado um cruzado e pluft plaft  , virou de ponta-cabeça , perdendo o sentido de vitória.
Sobre o é, duas considerações a fazer. O minúsculo lembra uma elipse mal resolvida. Parece que se rompeu em um ponto e por vaidade se grudou fora da outra extremidade. O maiúsculo (E) é outro cheio das manias de superioridade. Tanto que basta um giro de 180º e torna-se  três. Três vezes valorizado (3  ).
Agora se tem uma vogalzinha desprestigiada, estamos a falar do i. Ela sempre se mostra aquele palitinho desmilinguido e desprestigiado;  com um detalhe, têm muitos que o desenham sem aquela bolinha na cabeça. Na verdade, imaginária, porque nem isso preocupou ao seu criador. O bom é que na maioridade ele perde o direito à bolinha, isto é, ao pingo no i. Ele tem um mérito , de compor aquele adágio: por os pingos nos ii. Ou seja, as coisas no devido lugar.
Em se falando de superioridade e vaidade não houve dessas com a vogal ó. Tanto no maxi como no mini ela mantem o mesmo “design”. O que me admira nessa vogal é aquele seu ar clássico, filosófico e circunspecto. Não é à toa que  a vogal  ó simboliza o  olho humano. Também uma bola, o sol, uma roda e outros objetos e corpos circulares.
E para avacalhar geral vamos à letra ú. O que fica de sugestão é que havia duas hastes de um metal flexível. Cortou-se um segmento e fez-se o u menor. Do restante, dobrou-se e surgiu o u em formato maiúsculo. E para finalizar o que fazem de confusão com o tal de acento no ú. Parece ser vingança com a pobre vogal porque ela mais espeta do que assenta alguém em suas duas extremidades superiores. É um tal de acentos trocados que é uma grandeza. Bem, imaginem essas palavras : bambu, Iapu, grajau, genipabu, urubu, angu, tatu , bau   . Afinal, quais têm e não têm acento? E falando em acento, deixe  eu me  levantar de meu assento e cuidar de assentar outras coisas mais sérias. Até . Junho.2016

João Joaquim de Oliveira  Médico Cronista do DM Goiânia Go  facebook/ João Joaquim de Oliveira   

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