O NOVO JÁ VELHO
ANO NOVO E FATOS VELHOS
João Joaquim
O ano de 2017 está parecendo muito
aquelas pessoas de espíritos volúveis e inconstantes. Eu explico melhor: sabe
aqueles tipos que nos festejos de natal e ano novo desejam felicidades em
profusão aos outros? Mas, mal inicia o novo ciclo e continua no mesmo
ritmo do ano vencido? Assim está sendo o 2017. “Ora pro nobis”. O janeiro mal
começou e já tivemos ataques terroristas (Turquia), rebelião de presos no
Brasil com vários mortos( mais de cem) e com
degolas. A inflação se mantem
ameaçadora, o trânsito continua dizimando vidas, os assassinatos de toda
natureza são os mesmos de antes, as ondas de corrupção idem.
Enfim é um ano com maus presságios. E
para piorar, sem ser espírito urubuzinho ou murfino( de Murphy, lembram da lei
de Murphy?) vem recrudescendo algumas doenças que pareciam dominadas. São os
casos da febre amarela e da sífilis. São casos assustadores. Isso para não
falar nos casos de dengue, zica e chikunkunya que vêm atormentando as pessoas.
Em tempo, a lei de Murphy refere que se um
fato tem chance de dar errado, ele o fará da pior maneira possível. Então , é
bom todos cuidarem porque o aviso está dado. Depois não venham me inquirir que eu não avisei.
Poucos dias atrás alguém perguntou-me por que do nome febre
amarela. Como se temperatura corporal tivesse cor. Eu explico. O nome se deve a
dois sintomas da doença: a febre e a icterícia, icterícia que torna a pele e mucosas de cor amarelada,
simulando uma hepatite. Trata-se de um quadro bastante grave que pode levar à
morte. E o bacana que com uma dose da
vacina, a pessoa está imune. Resta torcer para que não continue faltando o
produto nos cais e hospitais públicos.
Agora curioso e pitoresco é a
sífilis. O nome da doença vem do topônimo siphilus. Trata-se de um personagem
mítico que despertou a ira dos deuses. Ele então é castigado com uma doença
sexualmente transmissível, repugnante e muito contagiosa. Antes da descoberta
dos antibióticos (penicilinas por exemplo) a vítima de sífilis morria de forma
insidiosa pelas graves sequelas, até neurológicas, que a doença pode provocar.
O intrigante é que a doença se manifesta nos órgãos sexuais, pênis , vagina.
Aqui ela pode cicatrizar, mas ela de forma sub-reptícia e lenta, dissemina pra
outros tecidos e causa graves lesões internas.
Fica a impressão de que este ano novo
com fatos velhos, e até meio esquecidos, veio para mostrar aqueles espíritos
que não se renovam, que todo recomeço depende de cada um de nós. Eu estou tendo
a sensação de que o velho se deixou ser abatido e esquecido , mas disse bem
sorrateiramente: eu passo e fico vencido
mas deixo todos os meus males e mazelas para vocês que me desdenharam. Vá lá
agora entender, o 2016 praguejando o novo.
Assim, na passagem de cada
Natal e Ano Novo, ouvimos e recebemos os
mais diversos parabéns e apelos. E quando analisamos com nosso crivo da razão
constatamos o quanto de vazio, de hipócrita e superficial existe no íntimo e
vontade de muitas pessoas, que sequer permitem revolução e renovação de
suas próprias condutas e vidas.
E ao cabo no volver do novo ano temos
o mais do mesmo que foi o velho ano de 2016. Crises de toda ordem. Na economia,
na violência pública e privada dos presídios. Não bastassem todas essas crises,
temos aí as crises das doenças e da saúde pública. O ano de 2017 nem bem
esquentou e ele já nos mostra as suas de crises. E o golpe de
misericórdia veio nesse 19 de
Janeiro/2017, com a trágica morte do ministro do supremo tribunal federal Teori
Zavascky, no acidente de avião que caiu no mar de Paraty RJ. Com isso mais uma
crise pode se instalar, na Justiça e na política, quem conduzirá agora os
processos da Lava-Jato, no Supremo? Ao que parece o Murphy se remexeu e mostrou
de novo as suas garras. “Ora pro nobis”. Janeiro/2017.