sábado, 24 de outubro de 2020

LGBTS

 EXPLICANDO O GRUPO  LGBTS 


João Joaquim  


Como de hábito, após o café da manhã, saí para o meu jogging diário! Desculpe o pedantismo de linguagem! É que estou na terra do tio Sam (Flórida) e me veio o insight de usar um termo local. Nos States também se usa um outro termo já bem familiar dos brasileiros, cooper. Se deve ao seu idealizador, o fisiologista e médico Dr. Kenneth  Cooper. O risco é ao termino do exercício, se alguém disser já estar com o dever feito. Aí vira um tremendo cacófato. As praias de Miami são muito propícias para a prática de caminhadas e corridas. E o bom é o ambiente ecumênico, se vê gente de todo o planeta.
Aquela manhã de outubro era um chamarisco para os amantes do exercício ao ar livre, céu de um azul anil, sol meio regalado, nuvens esparsas nos horizontes que lembravam gigantescos chumaços de algodão. A roupa com que tinha me vestido (de corrida) não era das muito costumeiras. Passados uns dez minuto, já na minha cadência de treinamento começo a perceber um e outro olhar mais curioso e dirigido a mim. Verifico se todas as minhas peças estão alinhadas, se vesti a camiseta ao avesso, se o calção estava devidamente amarrado etc;  e continuo a minha jornada cooperista. Praias lindas, algumas gaivotas com seus trinados e chilreios estridentes, barcos e lanchas na periferia  do mar em suas idas e vindas. Mas, entre tantos tipos destintos e coloridos um corredor chamou-me a atenção. Ele se vestia igual a mim, foi aí que minha ficha caiu. Estávamos uniformes na indumentária esportiva. Calção vermelho, camisa tijolo e tênis cor-de-rosa. Juntos parecíamos um arco-íris, tão irisado parecia o nosso uniforme naquela manhã de sol. E continuamos nossa marcha, só que em sentido oposto, embora na mesma orla e  direção . De  repetente, entre o marulho  vindo do oceano e o burburinho  de pessoas  ouço bem em bom português a expressão ou melhor o acrônimo Lgbts. Aí foi que a ficha ficou bem caída. E comecei então a repetir comigo de forma escandida, a decompor o pacote Lgbts. Fiz como que uma análise sintética ( de síntese) , de forma subjetiva, a decodificação da sigla.   O L. Buscando uma ajuda da química, porque como sujeito sou também substância. Levógiro ou dextrógiro? Tanto faz; se os raios solares incidem em mim, eles se  reverberam para um ou outro lado. O G. Gato ou lebre? Prefiro ser gato. Sem prepotências, predador tem mais chance de sobrevivência. O B. Bambabã ou berimbau? Prefiro a primeira opção a  só levar pau. O T. Tanto faz como  tanto fez? Eu ainda sou mais o presente, busco ser aquele que age aqui e agora . O S.  Simpatizante a todas as opções? Ainda sou bem definido. Escolho uma opção e sigo a vida em frente.
Eis que a uma certa altura daquela praia avisto um magote de pessoas que miravam em direção ao céu. Aproximo mais e me junto naquela contemplação. Havia razão para toda aquele êxtase, naquela admiração. Havia um chafariz artificial montado com a água do mar. Das gotículas dispersas  pelo ar nascia um lindo arco-íris. A luz do sol não era mais invisível . Ela se irisava e mostrava todo o seu encantamento para aqueles amantes do mar, da praia, do azul do céu, do passeio ao ar livre em terras do tio Sam.

Já de regresso para o hotel e desaquecendo daquela inaudita e distante caminhada, ouço bem limpo um vocativo familiar, Bis! Não dou muita bola ao chamado, por imaginar algum assédio. Mas ainda rumino a decomposição da sigla. De novo escuto mais próximo, bis   ( de Bismarck Gaioso)! me espere! Quando vejo,  era meu amigo e conterrâneo, o carioca  Michell das Rosas, que passava férias naquela cosmopolita e bela Miami . E assim entre cores, sol, areia, arco-íris  e mar ficou registrada em minhas retinas, a caminhada mais pitoresca e picaresca de minha vida pelas terras do tio Obama .   


Nota do desenvolvedor e autor- Esta uma crônica republicada - tida e havida como das mais criativas- Se alguém assim não entender- ficam as nossas escusas. ex corde, ex officio

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