quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Esquisitices

PAREM O TREM QUE EU QUERO IR EMBORA
João Joaquim  

Pare o mundo que eu quero descer/porque eu não aguento mais notícias de/corrupção, violência que não param de aumentar/ e pensar que a poluição contaminou até as/ lágrimas e eu não consigo mais chorar-Raul Seixas.

Há mais de 30 anos o nosso roqueiro-mor, Raul  Seixas (1975-1989), cantava a música dos versos acima- “pare o mundo que eu quero descer-“
Fico a conjecturas se ele vivo fosse nos dias de hoje. Acredito que apesar de achar muito estranho e esquisito, certamente incluiria em suas canções alguma esperança e uma certa sensação de INjustiça quando comparado com o período em que ele viveu, notadamente, durante o regime quando ele fez grande sucesso.
 De fato quando se faz uma retrospectiva de 20 anos ou 30 anos atrás, significativas mudanças ocorreram, sobretudo no mundo político, não só no Brasil, mas em todo o planeta. Em que pese tantos avanços, ficam ainda muita incerteza e desconfiança, notadamente em algumas instituições de governo. De forma mais objetiva e explicita justamente nos três poderes. Quais sejam: o Executivo, o Legislativo (congresso nacional) e o Judiciário. Nos três poderes porque eles servem de referência e paradigma ou diretriz para todas as outras instituições e órgãos de governo, como por exemplo os estaduais, distrital e municipais.
Bem entendo também que o poder Executivo toca projetos em prol da sociedade, o congresso também implementa projetos, mas tem a missão precípua de criar leis, além de também ajudar o executivo e fiscalizá-lo; o  poder judiciário tem a função primordial de ser o fiscal ou guardião das leis e da constituição. Um dos postulados da constituição é que os três poderes são independentes e harmônicos entre si. Em se falando de Brasil, um país com altos índices de corrupção, começa então uma complicação quando se fala em independência dos poderes. Nesse sentido, analisando os poderes Executivo e Legislativo, parece mesmo que eles são harmônicos, sim. Mas independentes?
Não é o que nos revelam os acontecidos policiais e criminais envolvendo as pessoas públicas desses dois órgãos públicos. Por que? Eu explico, ou melhor, eu replico aqui o que nos passam todos os noticiários atinentes aos seus membros. Todo fato ou feito criminal que implique uma dessas casas (Executivo e Legislativo) tem sempre o apoio, a acolhida e apoio da outra. Como exemplo, uma denúncia de corrupção do chefe do executivo. Todo esforço e embromação são empreendidos para que não haja inquérito e investigação.
E vice versa. Se o presidente da República precisa do apoio do congresso, ele se vale da liberação de verbas para aqueles parlamentares, que sem esse dinheiro, votariam contra o projeto em análise.
Um poder que tem deixado o país com a pulga atrás da orelha, isto é, desconfiado e em inquietante hesitação é justamente o Judiciário. Claro que quando as pessoas comuns veem as decisões tomadas pelas cortes superiores, o superior tribunal de justiça (STJ) ou o supremo tribunal federal (STF), elas, pessoas comuns, e leigas podem ver as coisas com suas paixões e vieses (treinamento) ideológico. Seria algo parecido com torcida ou paixão por futebol. Mas não é o que sistematicamente vem ocorrendo no Brasil, quando as questões jurídicas dizem respeito aos políticos com a chamada imunidade parlamentar que na verdade representa um escudo, uma blindagem, uma impunidade parlamentar.
Diversos são os julgamentos que afetam parlamentares que deixam a opinião pública inconformada com as decisões a favor dos investigados ou réus. Têm-se lá a denúncia, o inquérito feito pela polícia federal, provas testemunhais, delações premiadas que resultam em nada. Em absolutamente nada. Muitos são os exemplos em que se quer o dinheiro roubado é ressarcido. São decisões das cortes superiores de justiça, no caso o STJ e o STF.
Então, ficam ainda essas indagações, não resta dúvida de que houve muitos avanços quando se analisa o Brasil pós-constituição de 1988.
Quem imaginava nos idos anos de 1980, que com as investigações do mensalão e da lava-jato o país teria hoje um ex-presidente da república condenado e preso, um ex-presidente da câmara encarcerado e outros ex parlamentares condenados e cumprindo suas penas na cadeia? Tais feitos de nossa justiça provam que as instituições estão funcionando.

 Agora não resta dúvida de que as instâncias superiores de nossa justiça precisam falar menos em suas entrevistas e ser mais rigorosas com os crimes daqueles que saqueiam e dilapidam o nosso país. Nisso todos falam, discernem e pensam em uníssono, Ou não ?   novembro/2108

Medicalizados

VENDEM-SE REMÉDIOS PARA GAGUEIRA E IMPOTÊNCIA SEXUAL E SEM RECEITA MÉDICA

João Joaquim  

Vivemos em uma sociedade demasiadamente medicalizada. Não bastasse parcela significativa das pessoas viverem sob efeitos de drogas ilícitas. Ou melhor de ex drogas ilícitas porque ao que sugerem os julgamentos de nossas cortes superiores, ser usuário se tornou lícito e legal. Em outros termos, o usuário de qualquer entorpecente (maconha, cocaína, crack, merla, LSD) não sofrerá mais nenhuma punição da justiça. Ainda será definido o quanto em gramas, ou quantos cigarros o indivíduo pode portar. Missão a cargo de nosso colendo supremo tribunal federal (STF).
Três são as drogas (já lícitas e sociais) causadoras de grande número de doenças psíquicas e orgânicas. Sobretudo orgânicas. A nicotina (tabagismo), o álcool (alcoolismo) e a maconha (canabismo). Com uma observação muito pertinente, os vícios do álcool e da maconha trazem para muito além dos danos físicos, graves, gravíssimos efeitos psíquicos e sociais. Melhor explicado: o tabagismo, tirante o efeito passivo nas pessoas íntimas e coabitantes (cônjuges, filhos) não causa danos a terceiros, porque não interfere na sanidade psíquica, clinicamente significativa.
De outro lado e ao contrário temos os efeitos das substâncias psicoativas (ou psicotrópicas)do  álcool etílico e maconha (canabis sattiva). Em tradução popular, o indivíduo sob efeito do álcool e da maconha perde a sua personalidade, ele se transforma em uma figura animalesca e se torna capaz das piores perversidades. O viciado nessas substâncias perde o senso crítico, perde o sentimento do remorso, perde o pudor e o senso moral e se torna apto à prática de atos e atitudes as mais cruéis em resposta a alguma ofensa ou provocação que lhe são infligidas. E nem tanto precisa, basta revisitar as estatísticas dos crimes e mortes passivas nos acidentes de trânsito. São números de guerra, e com um gravoso adicional, costumam ser mortes coletivas .
No tocante à nossa sociedade medicalizada. O Brasil é um dos países que mais ingere remédios. Se revela como uma distorção, mas é uma triste e melancólica estatística. Apesar de considerada uma nação emergente, constituímos uma nação campeã no consumo de insumos farmacêuticos. E aqui vêm as razões.
Primeira, porque o mercado dos remédios é de fato muito poderoso quanto à questão do marketing e propaganda. O lobby dos executivos do ramo junto aos órgãos estatais é muito persistente e eficaz. O governo cede às investidas e reivindicações porque como contrapartida vêm as receitas sob a forma de arrecadação de impostos e outros dividendos, entre eles as cotas pessoais como propina e corrupção. Práticas naturalizadas no Brasil. Muitos expedientes nefastos, ilícitos, indignos, ilegais em nossa sociedade vão se naturalizando, se tornando aceitas e rotineiras na vida os cidadãos.  Junto com a negociação oficial, existe uma negociata paralela, um departamento de propinas.
A segunda razão também tem estreita ligação com a propaganda e marketing. Deveria ser como agora se faz com propaganda de cigarro, proibida na maioria dos países, inclusive  no Brasil. Mas, não é assim que se dá com medicamentos. Eles têm publicidade como se fosse produtos de supermercado. Uma lista enorme de medicamentos está à disposição dos consumidores como se fosse um cardápio de padaria e restaurante. As gôndolas de farmácias e drogarias estão à disposição dos consumidores, com rótulos bem visíveis de suas indicações. E os balconistas ali de prontidão para venda. São treinados pelos laboratórios para isso.
Irônicas e hilariantes são as ofertas de tantos produtos, para tantos males, deficiências e dores das pessoas. Sem nenhum pudor ou vergonha os anúncios de remédios aconselham ou receitam assim: para tal sintoma, dor, ou doença tome tal medicamento, se sentir mal ou não curar procure o médico. Ou seja, em primeiro lugar se automedique, se intoxique, complicou? Agora faça o certo e ético que é a consulta ao médico. Enfim, o marketing de remédios no Brasil chega a esse deboche, ao esse escárnio. Por isso a expressão “só mesmo no Brasil”. E todos os órgãos fiscalizadores e de  Ética são  permissivos; entre os quais os  conselhos de Farmácia e de Medicina, Anvisa, Procon, etc.  Acha-se de tudo, de remédios para gagueira  até milagrosas para turbinar o desejo sexual.
A 4º razão é de fato o comportamento useiro e vezeiro de nossa sociedade em automedicação. É rara uma família, onde junto com a dispensa de alimentos e víveres não se encontra uma mini farmácia. De forma igual, é difícil encontrar alguém que não use um analgésico, um antinflamatório  , vitaminas e outros suplementos por sua conta e risco. As Academias de ginástica são um bom exemplo desses produtos.
A 5º razão, também de enorme relevância, se refere a duas classes de profissionais, os médicos e farmacêuticos. Logo eles, de que maneira? São os grandes prescritores de medicamentos. Por injunções políticas, somos um país em involução e atraso em investimentos em qualidade na formação de profissionais de saúde. Faltam verbas e apoio dos sucessivos governos com as pesquisas e estrutura das universidades. Há um sucateamento lento e gradual das instituições de ensino, como de resto com toda a educação. À semelhança do Art 5º de nossa constituição temos um mantra de igualdade no tema Educação, inclusive a de formação de médicos. Estamos nos igualando aos egressos de Faculdades de Cuba, Bolívia, Venezuela e outras republiquetas socialistas. A questão não se revela discriminativa contra essas pessoas , desses países, mas, sim discricioanária de seus governantes com a  falta de estruturas para uma exigente formação de médicos.  Saúde e Educação para governos socialistas estão em segunda plano. Pessoas críticas, bem formadas e bem informadas incomodam governantes de índoles tirânicas , opressores dissimulados.
Um triste capítulo de nossa sociedade medicalizada é o do consumo dos chamados psicotrópicos. Os lícitos e receitados pelos médicos. Mas, nem deles, os médicos que receitam,  precisamos tanto porque o abastecimento se faz pelo mercado pirata ou alternativo (paralelo). Na falta de receita existem várias opções fáceis. Compram-se remédios até pela internet.

Em tempos da modernidade líquida, nunca se viu tanta depressão, tanta ansiedade, tanto transtorno psíquico e social. são as dores existenciais e da alma. São as angústias e dores da vida. Viver está difícil, angustioso, com insônias, enxaquecas, mal estar ?  Não há de quê. A indústria dos antidepressivos, dos ansiolíticos, dos soníferos e calmantes tem as respostas. As ofertas de drogas estão aí  para tudo. Por isso um mercado tão lucrativo e rentável, o de drogas. E a depender das relações com nossos piores governos e ineptos gestores públicos, o cenário continuará de igual para mais ameaçador. Não é só triste  ,é preocupante. 

Risco de Extinção

CLÍNICA.CARDIO.EXAMES joao joaquim consultoriojoaojoaquim@gmail.com

ter, 27 de nov 12:21
para Opinião

O HOMEM E O PLANETA EM RISCO DE EXTINÇÃO 
João Joaquim  

Uma condição que me mobiliza, me inquieta, me fustiga a curiosidade é nossa finalidade de estar no mundo. Enfim, o significado de nossa existência. E aqui sem ser instigado pelo ramo filosófico(existencialismo) como o propõem os filósofos existencialistas Jean Paul Sartre(1905- 1980) e Soren Kierkegaarden(1813-1855). Sem me valer dessas teorias.
Aqui, no caso do ora escrevente,  se acha uma mente inquieta como o pode fazer qualquer outra pessoa, independentemente de sua formação escolar, sua instrução, religião ou ausência dela, seu estilo de vida, doutrina ou modo de relacionar com o divino. Inteligência, curiosidade e inquietação mental com a própria existência são condições independentes de escolaridade e formação acadêmica. Aristóteles, Sócrates, Platão, não fizeram nenhum faculdade. Machado de Assis foi um autodidata, não teve nenhuma formação universitária. Ele é considerado grande escritor e filósofo.
Nessa linha de raciocínio e com absoluta isenção de crença, fé e convicção vamos aqui imaginar as duas hipóteses para o nascimento ou surgimento do homem no planeta terra. Primeira, o homem é uma criação divina (teoria do criacionismo). Segunda, o homem é fruto do evolucionismo, tese da evolução natural do naturalista Charles Darwin(1809-1880). Considerando toda a população mundial, parte dela acredita que é fruto da criação de Deus;  parte, sendo crente ou não em uma divindade maior, supõe ser descendente de algum primata inferior até se tornar o atual homo sapiens sapiens.
De sorte que para a análise de nossa finalidade não tem significado ser religioso, agnóstico ou ateu.  E chegamos então à questão central, à grande inquietação e interrogação. Eu, como sujeito, como  um indivíduo ativo, participativo, cooperativo, com potenciais de refletir, pensar e produzir, será que estou cumprindo os fins aos quais fui destinado estando nesse mundo ?
Para alguns exemplos concretos. Todos os seres no planeta e no cosmo. Literalmente todos, animados (animais e plantas) ou inanimados têm e cumprem a sua finalidade. Assim, tomo a folha de papel que nela agora faço este rascunho e manuscrito, reciclável por sinal ,formulário antigo da unimed para solicitação de exames. Aliás, para que este papel chegasse às minhas mãos uma cadeia de outros seres tiveram a sua participação. De forma sintética alguns desses elementos. Para ter o papel, a árvore entrou com sua finalidade. A árvore veio de sementes, que dependem das chuvas das nuvens. Chuvas que se fazem de forma cíclica para regar a terra, encher os mananciais e rios. Para que o planeta floresça, produza os frutos e o lenho, necessário se faz o sol com sua finalidade e promover a  fotossíntese. E assim, no exemplo do papel podem ser buscados outros elementos da cadeia com suas finalidades. Como a indústria da celulose, os compostos químicos, a água e as pessoas no resultado último que é o papel.
E assim, sucessivamente, é o que se espera de todas as outras coisas, seres inanimados ou vivos. O que se espera da pedra? O seu papel da pedra, da areia, do cascalho, da prata, do ouro, do diamante, das gemas, da esmeralda? Que cada um tenha a sua finalidade e utilidade a que foi destinada. Independentemente de como chegou ao planeta, ao universo. Imagine, se o sol resolvesse se neutralizar!  Um dia que fosse, e não brilhar!
Se a terra resolvesse tirar umas férias de uns 15 dias. Nem rotação, nem translação. O desastre estaria à vista.
As águas dos oceanos se entrassem em greve de um ano que fosse. Não evaporar, não formar nuvens, não haver precipitação de chuvas. Seria quase o fim do mundo.
Uma greve dos caminhoneiros já parou o Brasil por duas semanas e trouxe o caos político e econômico. Imagine o sol, a terra. Uma grevinha que fosse.
Agora, durmam com essa possibilidade, a terra, apenas o nosso planeta parar por um dia. Tudo o que o planeta e o universo esperam de cada um é que cada qual na sua vez e destinação cumpra a sua finalidade existencial. Em se cumprindo o objetivo existencial cada ser humano em especial chegará à sua essência.
Eis que então se finaliza com o gênero humano em sua estada no planeta e no universo. Não é exagero a estada do homem no universo, porque além das viagens espaciais queremos agora chegar e habitar o planeta vermelho (Marte). A sonda Insight já está lá , enviará para a NASA, as informações sobre o solo, a temperatura e outros elementos fisicoquímicos do planeta tão distante e inóspito .
Ao que nos indicam as evidências e tendências das atitudes, expedientes e comportamento dos humanos, estamos num processo lento, mas progressivo de desumanização. Trata-se de uma estúpida ironia, mas se revela uma realidade; que por acomodação e zona de conforto; passa ao largo da apreciação e crivo da sociedade.
Os órgãos de proteção do planeta e da vida vêm se preocupando com a extinção de várias espécies de animais e faz todo sentido. Mas uma outra conclusão bem anterior é inegável. A espécie animal em maior risco de desaparecer do planeta é o próprio “homem humanizado”. Homo sapiens já sabemos que somos. Mas, juntinho de sabedoria, estamos perdendo a nossa humanidade.
Pleonástico, mas tristemente real. O homem ciente, consciente, sábio, civilizado, racional e “humanizado está em risco de extinção. Isto se justifica até pelo risco em que ele coloca as outras espécies de animais e espécies vegetais e até o próprio planeta. Um risco de extinção total. Cadê a finalidade principal do homem?

Esperança

ESPERANÇA  EXIGE UMA ATITUDE ATIVA

João Joaquim  


Um sentimento ou energia que move e dinamiza o ser humano se chama esperança. Ela é, aliás, uma das 3 virtudes teologais, fé, esperança e caridade. Nos sistemas da filosofia devemos distinguir esperança de espera ou expectativa. A esperança  se dá na medida em que seja uma  atitude ativa do indivíduo em se alcançar aquele objeto de sua ação.

Se eu tenho por exemplo um projeto qualquer eu tenho que me imbuir de iniciativa, de uma atuação, estratégia e força na sua realização. A espera ou expectativa torna a pessoa apenas uma expectadora de que algo lhe ocorra de favorável. 

Dois exemplos, de espera e esperança. Vamos a eles . 
No  jogo da megasena, vou apenas ficar na espera dos números escolhidos e marcados na cartela coincidir com aqueles do dia do sorteio. Uma simples e passiva espera.
Já na triste situação ética e política por que passa o Brasil, eu posso ter uma esperança ativa, com protestos, luta pacífica, manifestação de insatisfação em vias públicas ou através de um meio de comunicação. Tem sido o exemplo das redes sociais, com mensagens de protesto, de cobrança de atitudes dos governantes, abaixo-assinados e até lei de iniciativa popular. Como se deu no caso da lei da ficha limpa.
Essa lei de 2010 se deu por esperança ativa de centenas de pessoas, mais de mil pessoas. Trata-se, referida lei,  da inelegibilidade de candidato a cargo político com algum antecedente criminal, que tenha se tornado réu ou já condenado por algum tribunal colegiado.
As coisas, os fatos, os comportamentos e condutas de ilicitudes e de delitos andam tão corriqueiros e repetitivos que parecem querer entrar para os códigos de conduta, de ética, de postura e jeito de se viver e relacionar com pessoas e empresas do mesmo caráter, de mesmo jaez e natureza; fatos comum  neste nosso Brasil . Parece que estamos na era da naturalização ou normalização (tornar normal, regra) da desonestidade.
Tal percepção se tornou tão nítida que gestos corriqueiros e comezinhos de ética e honestidade passaram a ser motivos de grandes manchetes de telejornais e condecoração, feita por órgãos públicos e privados.
Alguns casos pontuais remanescem na memória dos brasileiros. Basta citar o exemplo do adolescente que achou um smartphone e teve o trabalho e diligência de localizar o dono e devolver o objeto.
E o gari que em sua laboriosa jornada de trabalho, em recolher os lixos produzidos pelos humanos, encontrou uma carteira ou pasta repleta de dinheiro. Num gesto extremo de honestidade e honradez, como não havia endereço ou telefone de contato com o dono daquele valor entregou todo o achado na primeira delegacia de polícia.
Tais atitudes e comportamentos têm sido motivo de regozijo e comemoração por muitos veículos de comunicação, por segmentos sérios da sociedade e por muitas pessoas de gestos, atitudes e vida plenamente honesta. O que deveria ser uma regra de vida passou a ser exceção e razão de condecoração . Achar uma carteira ou bolsa com dinheiro e devolver deveria ser um gesto corriqueiro e simples de qualquer cidadão e não ato heroico.
Eu nunca li, mas gostaria de saber qual a  relação que existe entre desonestidade com por exemplo  o status socioeconômico, com o grau de instrução e hierarquia funcional ou política. Por uma dedução observável ou empírica fica-me a impressão que quanto mais abastado (ou rico) ou hierárquico for a pessoa, mais tendência ela terá de ser desonesta e corruptora (ou corrupta). Do mesmo modo o indivíduo mais instruído, mais técnico e conhecedor de sua área profissional. É servir-se do poder em beneficio pessoal ao invés de servir-se do poder em prol da sociedade.
Nos dois exemplos, do rico ou alto grau funcional (político, autoridade), o sujeito reúne condições econômicas, poder de cooptação de autoridades e tráfico de influência pela função pública exercida. Nosso sistema político tem esses exemplos em profusão, como o têm demonstrado o esquema do Mensalão e a operação Lava-Jato.
Tomando por fim a atual situação de nosso Brasil; as cenas vistas no cenário político e em alguns meios empresariais (ou empreiteiras) deixam-nos pasmados, estupefatos e até sem expectativa de melhora, de mudança e punição a tantos corruptos e corruptores.
Sem nominar porque se torna impossível pelo número de denunciados pelo ministério público, o que acontecerá com os larápios e ladrões do dinheiro de órgãos públicos, de desvios de verbas destinadas a serviços básicos como merenda escolar e saúde pública?
E com os ladravazes e saqueadores da Petrobras? Alguns estão presos e até devolveram parte dos roubos. Mas, e os outros? Só porque ficaram ricos e foram altos hierarcas como políticos e mandatários da nação? A lei deveria igualmente valer para todos. Uma justa pena a esses gatunos e ladrões seria tomar de volta tudo que roubaram e longos anos na cadeia.
Por isso eu conclamo a todos. Vamos ter esperança de melhora. Para isso , que não seja uma espera passiva como num jogo lotérico, mas uma esperança de mudança ativa, com manifestações livres (direito de opinião e expressão) e protestos de indignação. “indignai-vos”! Seria o meu conselho a todos.  Dezembro 2018

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Sofismas

PROPAGANDA ELEITORAL  LEMBRA A ARTE DE SOFISMAR
João Joaquim  

 Assistindo a propaganda eleitoral deste 2018, vêm-me a lembrança duas obras da filosofia ocidental. Uma a República de Platão, onde o grande filósofo valendo-se de sua teoria do mundo inteligível ou das ideias nos traz a concepção do que seriam as formas de governo ideal. A segunda obra de grande importância é a utopia do britânico Thomas Morus. Nessa magnífica criação o autor nos fala de um lugar imaginário. Ao pé da letra, do grego ou, não, topos, lugar =(utopia).
Literalmente, lugar nenhum, ou não lugar. Thomas Morus (1478-1535, Londres) tem uma biografia muito interessante. Ele foi um Lorde Chanceler do Rei Henrique VIII; soberano este  que se rebelou contra a igreja católica, porque se divorciou da 1ª  mulher, dona Catarina, para se casar com Ana Bolena. A igreja de Roma negou. O que fez o Rei? Ele rompeu com o vaticano e criou sua própria igreja. Dai surgiu a igreja anglicana (da Inglaterra). Thomas Morus, religioso e leal que era às decisões do vaticano se manteve solidário com o papa de então, clemente VII.
O que se teve em todo esse imbróglio é que Morus não se abdicou de suas convicções, ele foi preso e condenado à pena de morte. Tudo por causa de um devasso, tirano, ególatra e recalcitrante governante de nome Henrique VIII.
A organização estatal proposta na utopia de Morus é aquela de uma nação altamente organizada, harmônica, ordeira, com um povo continuamente feliz, realizado e seguro. Agora, façamos uma reflexão rasa e imediata. Se naquela tal concepção era uma ilusão, um feito irrealizável, imaginemos tal concretização em um Brasil de hoje.
Portanto,  nos fazem  lembrar essas magníficas obras, quando assistimos ao que apregoam nossos candidatos a cargos parlamentes, a chefia de Estado, a funções de grande responsabilidade na vida pública.
Outros personagens que me vêm à lembrança nas audiências que fazemos aos candidatos e políticos são os sofistas. Como refresco de memória, os safistas eram filósofos dedicados à oratória e  a retórica. Eram mestres na arte (ou ardil) do convencimento. Eles são considerados os predecessores da advocacia. O que faz um bom advogado? Ele cria uma tese, uma sequência de argumentos capazes de se tornar uma verdade ou realidade, que aos olhos de pessoas comuns não seriam de fato verdades.
Vem de sofista o termo sofisma. No senso comum o que vem ser um sofisma? Um argumento que embora falso pareça aos menos argutos e atentos uma afirmação válida;  mas que na essência está eivado de má-fé e falsidade.
Muitos são os nossos governantes e candidatos a funções eletivas que estudaram a fundo os filósofos sofistas e portanto sabem a arte de impressionar, de burlar, de convencer com seus discursos retumbantes e falaciosos. Ainda sobre os sofistas. Dois foram os mais proeminentes: Protágoras (480-410 a.C) e Górgias (485-380 a.C).
Protágoras é autor do axioma: o homem é a medida de todas as coisas.  Górgias afirmou que a linguagem é a principal ferramenta de qualquer líder, orador, defensor ou chefe de Estado. Os sofistas eram profissionais da palavra, da comunicação e da oratória. Eram mestres na lábia e na conquista da confiança e fé alheia, ainda que para tanto empregassem  a má-fé, a perfídia, a dissimulação.
Assim, os liames que se fazem de candidatos em épocas de eleições, com Platão, Thomas Morus e Protágoras têm vastos e todo o sentido. Os preceitos e postulados propostos na República platônica representam o que pode haver de mais ético, eficaz e humano numa organização estatal. E que fique lembrado, democracia, segundo Platão,  não é a melhor forma de governo. O melhor regime segundo o grande pensador seria a aristocracia. Um Estado governado pelos mais sábios, pelos mais aptos e éticos. Não se pode misturar Aristocracia , os melhores;  com  Oligarquia , governo de uma minoria privilegiada e desqualificada para o múnus que exerce. Coisas de Brasil.
A utopia de Morus tem sido a promessa de muitos de nossos populistas e demagogos. A maioria deles para se chegar ao trono ou se manter no poder usam e abusam de promessas irrealizáveis. São palavras e listas de promessas à feição de muitos Protágoras e Górgias. Tudo não passa de burlas, promessas vãs e sofismas. Mentiras, falácias de puro engano. E tem muita gente que acredita. Tanto é assim, que são eleitos. Só mesmo no Brasil.  Outubro /2018

Libertinagem


LIBERDADE IRRESTRITA  SE TRANSFORMA EM LIBERTINAGEM E ANARQUIA
João Joaquim  

Posso não concordar com nenhuma das palavras que disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. Voltaire - ou Evelyn Beatrice Hall.

Francois-Marie Arouet [Voltaire- (1694-1778- 83 anos} foi um dos filósofos iluministas. Pelas suas ideias pode ser considerado o pai ou defensor do liberalismo, não apenas no sentido político, mas como sistema de conduta de plena liberdade do indivíduo. Ele, apesar de ter vivido em uma época de muito dogmatismo, muitas restrições individuais, se opôs energicamente a todas as instituições que impunham restrições de expressão e opinião  ao cidadão. Não economizou críticas sequer à igreja católica da época nem aos sistemas políticos (monarquias absolutistas) e aos privilégios de clérigos e nobres de então. Pelo seu idealismo de liberdade sofreu perseguiu dos líderes católicos e reis . Em função de tais expedientes persecutórios, exilou-se na Inglaterra.
E assim com este mote, com as ideias de um iluminista do século XVIII, eu descrevo sobre as liberdades, pregadas, defendidas e praticadas no século XXI. Uma compilação e confrontação do que nasceu no século das luzes( Iluminismo Francês) com o que se tem hoje, o século da vida digital. Triste e deprimente é se registrar que passados mais de dois séculos, ainda se veem pelo planeta, nações inteiras vivendo os horrores da repressão, a violação e violência contra os direitos humanos, a rígida censura às liberdades de expressão, de opinião e até religiosa. Como exemplos:  os regimes comunistas de Cuba e Coréia do Norte e ditaduras no continente Africano e Teocracias como as da Arábia Saudita e Irã.
Mas, vamos então ao tema liberdade. “Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós! “  Medeiros de Albuquerque- no hino de proclamação da república.
Se abrimos qualquer bom dicionário ou enciclopédia lá está consignado o conceito de liberdade. Dentre os sentidos mais basilares é o direito de ir e vir, o direto que ampara a cada um de agir conforme sua própria vontade e livre-arbítrio. O direito por exemplo da mobilidade se constitui no mais sagrado da pessoa humana. Tanto que a Justiça, desde os primórdios da organização dos Estados, criou a privação da liberdade como a pena mais aplicada a crimes contra a vida e financeiros (corrupção).
E de fato, tirando a pena de morte, constitui na perda da maior das liberdades, no mais elementar dos direitos que é o de ir e vir. Basta lembrar de quando o indivíduo sofre um confinamento por restrição médica. Imagine a pessoa que passa por uma cirurgia ortopédica. Ela tem plena lucidez, consciência e desejos. Mas sem poder se deslocar de forma autônoma e independente. Aqui com toda assistência de enfermeiros, fisioterapeutas e o carinho de familiares. Agora, ao contrário, o indivíduo, julgado por um tribunal, um jurado, às vezes, censurado e execrado pela sociedade, pela imprensa e jogado numa cela ou solitária, vigiado por câmaras e carcereiros! Revela-se numa pena das mais cruéis. Tanto assim que há pessoas que não resistem e suicidam-se.
Trata-se, a privação da liberdade de locomoção ,  a  forma mais cruel de perseguição e vingança oficial imposta pelo Estado, que no caso representa a sociedade. Tanto é assim que o maior sonho de um condenado é a recuperação de sua liberdade. Daí surgiu o instituto do habeas corpus, do latim,  tenha o seu corpo.
Trazendo o tema liberdade ao contexto brasileiro. O supremo tribunal federal, e acima deste, a própria constituição, tem como cláusula pétrea a liberdade. Diz a constituição federal em seu artigo 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta constituição.
Pronto, não precisa nenhum argumento a mais. Adicionado ao direito de ir e vir aqui estão expressos os mais lídimos e justos diretos de que  goza o indivíduo.
Em sentido global será que liberdade é o direito que assiste a cada pessoa de ela fazer e expressar tudo conforme sua vontade e seu livre-arbítrio? A resposta é não, não e não!
Do contrário o as nações  e a sociedade se tornariam anárquicas (desorganizadas) e esquizofrênicas, tipo uma nau dos insensatos( título de livro e filme).
A própria constituição e leis infraconstitucionais já têm essa previsão legal. Dessa forma, ficam bem estabelecidos os critérios no concernente às liberdades individuais. Liberdade, direito de agir assim ou assado  com a condição de não prejudicar outra pessoa. Porque nesse caso cada pessoa está sujeita ao contraditório e de responder judicialmente por ofensas e danos materiais e morais. Simples, assim.
O meu direito se estende até onde começa o direito do outro. Desse outro  não ter invasão de seu lar, de seu patrimônio, de não sofrer infamação, de preservação de sua intimidade e dados pessoais, de não ser vítima de nenhuma forma de assédio (moral ou sexual).
De igual forma todos os veículos de informação, de imprensa. Inclusive as tão massivas e ubíquas redes sociais. A liberdade de imprensa prevê que qualquer jornalista ou veículo de imprensa divulgue fatos e acontecimentos que sejam verdades reais e não meros factoides ou conjecturas. Neste sentido tudo aquilo que não tiver prova documental, material ou audiovisual constituirão as tão pernósticas, rebarbativas e corrosivas mentiras, as Fake News, ou fofocas, como conhecias no popular.
E elas , as fake News, as fofocas, as infâmias, as difamações  pululam como parasitas ou voam como muriçocas nesses tenebrosos tempos de eleições no Brasil, com muitas  escaramuças entre apoiadores dos candidatos e os próprios candidatos, num autêntico pugilato ou UFC dos tempos virtuais . Como instrumentos e vetores as tão incensuráveis , libertárias e libertinas Redes Sociais( aqui como conexões humanas das mais insociáveis ) .   Outubro/2018

De Estimação ?


A ESCRAVIDÃO E TORTURA DOS ANIMAIS
João Joaquim  

Nós humanos, mais humanos poderíamos nos tornar se nos relacionássemos mais humanamente com os outros animais não humanos. O mundo seria mais belo, o mundo seria mais aprazível, o mundo seria menos violento, e todos, homens e animais poderíamos  viver na absoluta harmonia. Ops, minhas escusas pelas anáforas.
Ao certo o que se tem é que a relação do homem com os animais vem de primitivas épocas. Tal interação de proximidade, exploração e cativeiro se inicia na narrativa bíblia da construção de tamanha nau, a arca de Noé .  Isto sem  dispensar o emprego da força animal. Impossível .  Em feito tão árduo e dispendioso necessário se fez o uso de ajuda de tração de elefantes. Portanto, o seu recolhimento à arca não se deu de forma graciosa. E mesmo quando da soltura da pomba para que ela retornasse com algum vegetal em sinal de terra à vista. Era o recuo das águas do dilúvio. Conforme nos registra o Livro de Genesis .
Fora da concepção e tradição bíblica o trato do homem para com os animais foi sempre de muita exploração, violência e maus tratos,  antes do que de amparo, proteção e cuidado. E tal relação de desrespeito e ofensas não se atenuou, mesmo  após a era industrial e têm-se as explicações.
Muito da atividade motriz se fazia às custas de animais. Peguem-se os exemplos dos equídeos. Quantos cavalos e muares não foram empregados em operações de guerra até fins do século XIX e início do 20. Mesmo nos tempos digitais, com a evolução do automóvel, e até das naves espaciais. Muitas nações, muitas plagas desse planeta, ainda se movimentam com  muito emprego da força animal. Em muitas regiões  inóspitas da terra cavalos e barros (asnos) são os principais meios de transporte humano e de cargas.
A predação de animais é outro triste capítulo que envolve os humanos versus animais. Se somos racionais deveríamos usar desse atributo superior para proteger nossos irmãos não  racionais. Sejam eles bípedes, quadrúpedes ou mesmo ápodes por um design de criação. É o caso por exemplo dos anelídeos, dos hirudíneos, dos peixes e ofídios. E mesmo grandes mamíferos. Basta rever a biografia dos elefantes, dos rinocerontes e muitos irmãos primatas. Muitos já foram extintos e outros em vias de sê-lo.
Para ser bem realista, até nossa mãe Luzia, de que tinha apenas um esqueleto fóssil no museu nacional do Rio de Janeiro. A Luzia, que viveu em Lagoa Santa MG, tinha quase 12 mil anos de idade. No incêndio do museu se transformou em pó, ou melhor em cinzas. Não é que ela estava destinada a tornar-se ao pó. Mas, pelo descaso de autoridades brasileiras, virou cinzas. Cumpriram-se as escrituras sacras,  veio do pó e ao pó tornou-se. Graças à digitalização, ficaram ao menos sua silhueta virtual e algum busto de gesso.
O abate de animais como fonte de proteína na alimentação das pessoas revela-se em outro condenável cenário adotado pela sociedade humana. Não que o consumo de carne vermelha mereça repúdio. O que se critica é a forma de criação, de transporte e abate dos bichos. Tudo se inicia pela forma, e pelas condições onde se dão o crescimento e engorda desses animais. Muitas das espécies para tais fins são confinadas em curtos espaços, em condições degradantes, com extremo desconforto e indução de ganho de peso com substâncias anabolizantes. O uso desses hormônios se traduz em um dano aos animais e às pessoas que vão se alimentar desses produtos frigoríficos contaminados. Outros derivados químicos na indústria frigorifica são as nitrosaminas, tidas e provadas como cancerígenas.
Os maus tratos e condições degradantes na criação de animais para abate têm outros requintes de crueldade. A exótica carne de vitela é obtida com a criação de bezerros em diminutos confinamentos. São tratados com dieta para que a carne fique branca ou rosada e abatidos com 3 a 4 meses. O animal não tem nenhuma mobilidade e não tem direito sequer a tomar sol. Esta e outras formas de violência são  práticas comuns com outros animais como porcos e aves para produção de carnes especiais.
Na produção do “foie gras” (fígado gorduroso ou esteatótico) os patos ou gansos são tratados com uma sonda passada pelo esôfago da ave. O animal fica em uma gaiola e recebe uma dieta líquida contínua num sistema chamado gavage. Desta forma a engorda do animal e o fígado gorduroso se dão em poucos dias. Trata-se de um processo patológico, a indução de uma doença, corresponde à esteatose, encontradiça nos humanos; sobretudo em obesidade avançada, diabetes e  excessos alimentares e alcoólicos.  Só mesmo os humanos são capazes de tais esquisitices. Provocar uma doença no animal e dela se refestelar de prazer  e satisfação gastronômica (sic).
As técnicas de abate dos animais são outras demonstrações  da banalização da violência e tortura por que passam os animais.
Muitos dos maus tratos, violência e crimes contra os animais se fazem sob a displicência, sob a tolerância, quando não com a chancela e omissão de governos e autoridades sanitárias e do meio ambiente. Um exemplo para além do absurdo se deu com um navio de carga viva em outubro 2015, em Barcarena PA, no Rio Pará. Como apurado, a embarcação em precárias condições transportaria 5000 bois para a Ásia. O navio naufragou antes da partida. As carcaças dos 5000 animais continuam no fundo do Rio Pará. Nesse trágico dano à vida animal e ao meio ambiente  nada mais se falou, os responsáveis pela tragédia continuam impunes. Trata-se da mais robusta e morta prova do quanto tem sido a indignidade, vilania, desprezo e negligência dos mercadores e autoridades nas relações com os animais.
A insensatez e brutalidade em questão de relações dos humanos com os animais vão  a um absurdo de escravizarmos muitos bichos, encarcerá-los, prendê-los em peias e coleiras e referirmos a eles como nossos animais de estimação . Imaginemos agora o inverso, se fôssemos adotados pelos bichos ( vide A Revolução dos Bichos , de George Orwell). Já pensaram nisso ?  Se vivêssemos   guiados por coleiras e presos em gaiolas , em  estreitos e confinados  apartamentos . Tudo feito pelos bichos, nossos animais de estimação, que nos querem tanto bem !  Já Imaginou !  Outubro/2018.    

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