sexta-feira, 28 de maio de 2021

ÉTICA -Ethos-Ecos

 

A FAMÍLIA É A GRANDE ESCOLA ÉTICA DOS FILHOS

João Joaquim  

Quando falamos em formação do indivíduo dois são os fatores determinantes: a genética e sua herança ética. Formação aqui compreendida como os valores abstratos e imateriais da pessoa. A saber: seus costumes, suas crenças, seu cabedal moral; enfim, todos os seus atributos de relações humanas e com o meio ambiente.

   Assim como a genética determina as características físicas, biológicas e anatômicas do ser humano a herança ética será decisiva no conjunto de valores abstratos do sujeito, ou seja, na sua personalidade e no seu caráter. É o que esse indivíduo será como pessoa e nada vinculado ao seu biótipo e descrição anatômica e biológica ( por herança genética).

   Quando se refere à formação ética da pessoa, essa aquisição, em se tratando das qualidades morais e de caráter, ela se sobrepõe a herança genética. A formação ou educação ética  vai ter influência na estrutura psíquica, nos valores morais e de caráter do sujeito. Todos  os estudos de sociologia, de psicologia do comportamento demonstram que o processo educacional (herança ética) se sobrepõe àquela (herança genética).

Quando se fala em herança ética faz-se necessária uma explicitação conceitual. Ela se fundamenta na trajetória educacional do sujeito. Tudo se origina na tão importante educação de berço ou formação ética familiar. Na chamada educação de berço, a família, sobretudo as ações da mãe e do pai, serão preponderantes. São as primeiras informações sensoriais percebidas pela criança: a fala, as primeiras palavras, o ambiente doméstico, o nome de tudo que circunda a criança em desenvolvimento. Temos aqui a teoria da tábula rasa, da lousa em branco: ao nascer a criança é analfabeta absoluta, ela não tem nenhuma informação, nenhum registro de memória. Ela se tornará ciente pelos sentidos, pelo que lhe for ensinado.

   Na formação ética, uma importante escola foi a dos empiristas, composta pela tríade David Hume (1711-1776), John Locke e George Berkeley. Eles foram protagonistas do chamado iluminismo escocês. Para esses pensadores, em termos práticos e compreensíveis, ninguém nasce sabendo alguma coisa. A criança se tornará ciente, consciente e informada e formada, a partir do contato com as pessoas à sua volta: pais, babás, cuidadores, escolas, sociedade, ambiente social de toda natureza.

   Em preleção mais simples ainda; o sujeito, a pessoa será o reflexo, o produto final, o corolário da família. Pais e cuidadores com baixa formação escolar, com conteúdo ético precário, de sofrível formação ética, social e cultural, tendem, propiciam a que os filhos tenham o mesmo destino. É a família, o meio social, os contatos pessoais, a sociedade como determinantes hereditários éticos na constituição do sujeito.

LOAS a um notável brasileiro

 

BRUNO COVAS MORREU SEM IMUNIDADE

João Joaquim  

 

Há pessoas que deveriam ter imunidade contra morte. Sim, há pessoas tão úteis, tão benfazejas, tão laboriosas que deveriam ter a prerrogativa da vida eterna, ainda nesta existência terrena. São pessoas que nascem não para si, mas para os outros, para a meio ambiente, para o próximo, para o bem estar de todos, do meio social onde vivem e para a proteção e saúde do planeta.

Na data de 16/05/2021, faleceu o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (abril 1980-maio 2021). Ele era neto do ex senador e ex governador de São Paulo Mario Covas (1930-2001). Bruno herdou do avô muitas virtudes como pessoa. E levou essas virtudes e predicados de honestidade e honradez para sua trajetória política. Atributos em escassez em nosso país desde muitos anos e nestes tempos, em todos os âmbitos da administração pública e privada.

   “Infeliz a nação que precisa de heróis.” São palavras do escritor alemão Bertolt Brecht (1898-1956). O que vem a ser um herói? Seria uma espécie de semideuses, um Demiurgo. Enfim, um personagem capaz e apto a feitos e proezas épicas. Entre outras virtudes: bravura, coragem, desprendimento, altruísmo, solidariedade.

   Vamos aqui de forma singela, analisar essa tese ou princípio do grande dramaturgo e escritor alemão. Fica como primeira noção, a ideia de que um povo, um país, uma nação; uma sociedade qualquer, ao precisar de um herói; esta mesma sociedade é composta de pessoas incapazes, frágeis, subservientes e o que é mais aviltante: dependente de pessoas superiores, operosas, laboriosas, trabalhadoras, produtivas. Com esses argumentos resumidos, fica, de fato, a impressão de que se eu necessito de alguém para viver e subsistir eu só posso me sentir infeliz mesmo; porque sou pequeno, inferior e subalterno. Ou preciso de outro para a minha sobrevivência.

   Uma outra noção que traz a afirmação brechtiana é a da subserviência. É de conhecimento histórico que o Brasil sempre foi um país patrimonialista e clientelista. Tais adjetivações se referem à seara política, das relações do público com o privado; dos interesses que permeiam as ligações dos agentes públicos de cargos eletivos com os eleitores. Uma relação de mercancia e venalidade. Eu candidato sou rico e posso comprar o seu voto. Eis o princípio dissimulado.

   Muitos são os agentes públicos que só chegam aos cargos administrativos pela subserviência de quem (eleitor) os elege. Muitas são as promessas utópicas, irrealizáveis, falsas. Porque são incompatíveis com sua concretização, outras tantas não compridas, embora factíveis. Muitos são os gestores públicos, governadores, parlamentares, presidentes da República que se elegem pela exclusiva subserviência dos eleitores. O cidadão vota naquele candidato que compra o seu voto. Como se dá essa compra? De muitos artifícios travestidos e camuflados de legalidade. Promessa de emprego, de cestas básicas, de combustíveis, de cargo no gabinete depois de eleito.  E até mesmo pela compra do voto em dinheiro. Em tempos de doenças como a pandemia da Covid 19, até vacina e cloroquina são trocados por votos.

   Daí a razão de elevação de algumas poucas figuras públicas, à categoria de heróis. Vivemos tempos tão conturbados, de insegurança, de corrupção e descrédito nas pessoas de nossas instituições públicas que temos carência e necessidade de homens com espírito, com energia, brio e trabalho semelhante ao de heróis.

Nossa homenagem a esse grande homem público que foi Bruno Covas, falecido tão precocemente (41 anos). Ele merece um assento no panteão e galeria dos que não deveriam morrer. Porque fazem muita falta. Quer saber a importância de uma pessoa? Quando esta pessoa morre. Se alguém der falta dela, ela teve importância; na proporção da falta que ela fará. Algumas são tão desimportantes que a sociedade nem percebe que elas morreram.

LIVRE e Solto

 Sartre não tinha  absoluta razão

 

Liberdade e Escolhas. Nesta sucinta digressão quero opinar sobre essas prerrogativas que assistem ou devem assistir a cada ser humano. Muitas são as searas da vida nas quais podemos exercer esses direitos básicos. Mas, citemos alguns bem sensíveis e agulhosos.

   Na questão do aborto. Três são as formas permitidas pelas leis de se interromper uma gravidez: a resultante de estupro, a de feto anencéfalo e a gravidez com iminente risco de morte para a gestante. As outras formas são criminalizadas. No Brasil há cerca de 600 mil abortos clandestinos, com alta taxa de complicações e morte da gestante. Tanto  o homem como a mulher devem ou deveriam ter  ciência destes fatos, situações graves e consequentes; não seria mais prudente, sensato e inteligente usar métodos anticoncepcionais? São eficazes e baratos. É muita imbecilidade e tolice engravidar sem ter a mulher e o homem condições para tal. Não é apenas gestar e engordar um ser humano. E a sua formação, tanto moral quanto sociocultural e profissional?    Está na lei, a pessoa tem liberdade sexual mas não a liberalidade de engravidar e depois fazer aborto.

Liberdade de opção sexual, se hétero ou homoafetiva absoluta. O indivíduo é livre para ser homo ou até poliafetivo. E até em ter filhos recorrendo a uma terceira pessoa no projeto, como a chamada barriga de aluguel (para alguns soa até pedante e esquisito). Todavia, esses indivíduos não podem arrogar para si mais direitos do que a população geral. Não se pode concordar com os privilégios de minorias porque neste contexto seria o império ou ditadura das minorias. Não e não. Imagine, se de ora avante, todos os direitos ao gays, aos negros, aos índios, aos gordinhos, aos feios que querem plástica! E os outros?

   Direito a morte digna. Trata-se da mais difícil escolha da vida. Basicamente fala-se aqui na terminalidade da vida, naquelas condições onde dada a gravidade da doença o sujeito não tem a mínima chance de sobreviver. Temos 3 procedimentos chancelados pelo Conselho Federal de Medicina. Eutanásia, Distanásia e Ortotanária. A Eutanásia é proporcionar ao enfermo os meios, medicamentos e suporte para abreviar a morte. São procedimentos que promovem a morte do indivíduo sem nenhuma dor ou outro sofrimento. Seria a morte sem dor. Bem entendido, são procedimentos em indivíduos com doenças graves, incuráveis. Nunca o suicídio assistido de pessoas normais.

   Distanásia é o prolongamento da vida por dispositivos, próteses, assistência cardiorrespiratória e medicamentosa; tais condutas médicas e opções familiares só perpetuam o sofrimento da pessoa doente, considerando que ela não tem cura.

   A Ortotanásia seria a opção por retirar os dispositivos e próteses de manutenção da vida, oferecendo ao doente assistência paliativa para que ele tenha uma morte sem sofrimento. Pode se empregar por exemplo os analgésicos potentes, sedativos, anestésicos para dor etc. Um exemplo: na morte cerebral, se dá a ortotanásia. Muitas vezes só coração e pulmões estão funcionando por assistência ventilatória. Que sentido faz? Seria como um feto anencéfalo......

   . É politicamente correto ficar calado. Basta lembrar aquele princípio do politicamente incorreto: “quer agradar e ficar de bem com uma pessoa, diga tudo o que ela não é”. Elogios 

" O homem está condenado a ser livre" Jean P. Sartre - 

Eh, mas, há segmentos contraditando essa condenação.

Quem Disse

 

DOS SURGIMENTO DAS COISAS

João Joaquim  

   Muito se busca de como se deu a formação das coisas, dos seres, do homem, dos componentes do universo (ou dos multiversos, porque não parece haver só um). Como se deu o surgimento do cosmo. Há que indagar, perguntar como surgiu Deus. Se ele é infinito, não dá para imaginar que Ele teve um começo. E faz sentido considerando que não terá fim (infinito, sem início e sem fim).

   Nesse sentido se seguirmos o que diz a teoria criacionista, existia o caos (teoria mitológica) e Deus pairava sobre esse amontoado de coisas, em meio a esse entulho de coisas. Até que percebeu ser bom separar o dia da noite, água, ar. A teoria cientifica do big bang nos fala diferente. Como se deu? Havia como que um monte de coisas, não se sabe bem de que natureza. E então houve uma big explosão, e tudo se organizou, astros, estrelas, planetas, cometas, buracos negros, forças gravitacionais. E como essa harmonia se deu. Ao acaso não foi, então um ente supremo o fez, Deus. Tudo isso teria ocorrido segundo tratativas da Física Newtoniana e Quântica, há cerca de 14 bilhões de anos.

 Estas notas introdutórias foram no sentido de abrir um pórtico, uma vazão ao presente tema, também de como se deu outra formação ou construção, a do homem. A partir então da concepção, como se dá a construção do indivíduo? Pode-se ter essa avaliação até aquém porque as Ciências, a Medicina e a Obstetrícia nos provam que o nascituro (criança a nascer), mesmo na vida intrauterina já faz conexões com a mãe, com o meio ambiente. Para simplificar a nossa exposição, eis como se faz essa sequência.

   Vamos considerar a formação do indivíduo a partir do nascimento. Para tanto eu vou buscar a influência e auxilio de alguns filósofos. Primeiro os empiristas como John Locke e David Hume. Segundo Locke, todos nós nascemos absolutamente desinformados, analfabetos e sem nenhum registro sensorial. Teoria da tabula rasa (lousa em branco). A partir desta folha de papel alva e virgem é que a criança vai criando a sua memória, os seus registros internos através de suas percepções sensoriais. Das meios à sua volta e ambiente.

   Para dar mais consistência à teoria da tabula rosa, tememos um exemplo, defendido até pela Pediatria Cientifica no seu capítulo da puericultura; Disciplina esta que busca o mais saudável desenvolvimento físico e mental da criança até a puberdade, através da orientação alimentar e nutricional. Como exemplo prático, inicia-se pela percepção sensorial do paladar. Uma criança não deveria nunca, mas nunca mesmo receber açucares, sal e sabores artificiais até os 5 anos de idade. Seria como que uma adulteração de seu paladar nativo, natural e provido pela natureza. Porque se assim fizer essa criança criará dependência ao sabor do doce (açúcar), do chocolate, do sal, como os verdadeiros e melhores. E definitivamente não são os melhores alimentos para o ser humano em desenvolvimento.  

   Vou buscar o auxílio de outro filosofo, JJ Rousseau com a sua teoria do Bom Selvagem. “Todo o homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”. Vamos dissecar e analisar esta tese para o contexto atual. Tomando o sentido original, toda pessoa nas suas necessidades, nas suas ambições ou inclinações internas e inatas não precisa de tantas coisas, objetos, recursos, tecnologias e matéria para ser feliz, boa e honesta.

No mundo tecnológico, competitivo, materialista e consumista da era digital, o que torna as pessoas infelizes, nevrálgicas, melancólicas, ansiosas e depressivas? O apelo desmedido e coercitivo ao consumo e posse de tudo quanto é fútil, efêmero e frívolo. Fruto de que? Da teoria do bem selvagem? Da família consumista e materialista como a primeira e decisiva sociedade-escola, do meio de convivência social, das novas diretrizes pedagógicas da TV, da Internet, das Redes Sociais. E isto não têm retorno.  Eterno retorno, sim, conforme já previa Nietzsche.

Olha os ataques

 

AMEAÇAS

 

   De uns 5 ou 10 anos para cá nunca se falou tanto em corrupção aqui no Brasil. Nunca ela esteve tão em voga como agora. E aqui podemos dividir essa onda da corrupção em 2 grupos de gente que a põe em evidência. Temos o grupo daqueles que a combatem de forma enérgica, de forma austera e sob os tridentes das leis; e de outro lado existem aqueles que descaradamente, com toda desfaçatez tendem mantê-la como sempre foi, como sempre foi praticada. Ao menos, desde quando o Brasil foi invadido e esbulhado dos nativos e legítimos donos, que eram os indígenas aqui nascido e viventes.

   É bom lembrarmos que o Brasil sempre manteve a tal cultura patrimonialista, aquele chamado cartel ou complô público com o privado, parceria perversa de mandatários do país, de se considerar donatários de terras, de bens e dinheiros públicos como se legítimos donos deste patrimônio fossem.

   Ao se falar aqui dos dois grupos de pessoas que vêm colocando em evidência a corrupção em nosso país, basta que tomemos a chamada operação lava-jato. Força-tarefa essa, só para contextualizar, composta por procuradores, delegados federais, juízes e dedicados servidores públicos na apuração, em extensos inquéritos, com a remessa aos tribunais de justiça de todas as provas dos crimes de corrupção, praticados por agentes públicos (políticos) contra o patrimônio e dinheiro públicos.

   Um dos principais protagonistas da lava-jato, foi o ex juiz Sergio Moro. O outro grupo de pessoas que tem colocado a corrupção em evidência tem sido o Supremo Tribunal Federal, nas pessoas de seus ministros. São 11 ministros. E são 11 para não haver empate nas decisões.

   Ali dentro do STF, temos ainda duas divisões. Aliás, duas termos de 5 ministros. De novo para não ter o risco de empate. No máximo 3x2. Como sabido da maioria dos brasileiros, a justiça no Brasil se compõe de 4 instâncias. O Supremo é a última. É o tribunal de julgar os crimes de colarinho-branco. Juízo de último grau dos poderosos e mandatários da nação. Presidentes, deputados, senadores, ministros. Cometeram estes alguns crimes, são eles jugados e amparados logo pelo STF. São os privilegiados da Nação.

   Então temos hoje no Brasil, esses dois embates, esse confronto para mais exatidão. Entre os que querem tornar o país mais justo e honesto e aqueles do Supremo Tribunal Federal que arrotam e reverberam frases e brocardos de efeito retórico e erudito e fazem com que tudo continue como dantes no quartel (país) de Abrantes.

   Basta lembrar, para registro, da recente decisão de 9 ministros do STF em anular as condenações de corruptos de nosso país. Foram trabalhos de anos, de apuração meticulosa de Polícia Federal, de Procuradores, de juízes sérios como Sérgio Moro. E agora tudo perdido por juízes escolhidos pelos ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff.

   Não bastasse o risco da pandemia da Covid19, temos a vitória da corrupção, sua ameaça permanece. E tudo volta como dantes no quartel de Abrantes.

Ordens e Tiranias

 

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

João Joaquim  

 

Nesta suave digressão literária quero falar sobre a desobediência. Começo pela genérica, aquela vista e assistida por muitos pais, de falas de correção, de limites, do que pode e não pode no convívio da casa. São relações dos pais. Com os filhos, com os irmãos, com os coleguinhas da escola, com os amigos, com os mais velhos, os mais idosos, com os parentes de todos os graus. Esse gênero de desobediência, sim, deve ser corrigido com limites e palavras pedagógicas, de ordem, do que pode e não pode fazer. Porque é da natureza humana, da criança assimilar as inclinações do mal, do ilícito, das transgressões, do feio, do desumano e desonesto. O filosofo Aristóteles já ensinava que a Ética e a prática do bem devem ser treinadas para serem incorporadas como expedientes na vida adulta. 

   Uma outra forma de desobediência é a chamada Desobediência Civil. Trata-se de uma forma civilizada, esclarecida, lúcida e democrática de não se acatar toda lei, norma, decreto ou ordem emanada de um governo que ressoem como injustas, inadequadas e danosas para a maioria das pessoas, a uma comunidade, ao meio ambiente, à saúde individual ou coletiva. Pode também ser aquela norma, portaria ou medida provisória ou permanente que viole um direito fundamental. Para melhor substanciar o conselho que proponho da desobediência civil cito exemplos da História.

   Na verdade, busco um caso da Literatura Universal. Trata-se da peça Antígona de Sófocles. Em resumo: a obra retrata a desobediência civil de Antígona contra a Rei de Tebas, Creonte. Antígona bravamente reivindicou o direito de dar um enterro justo ao seu irmão Polinices, que tinha sido morto em combate por guardiões do rei. Ela, essa irmã, se insurgiu contra as leis criadas pelo homem (rei de Tebas).

   Na história é emblemática a vida e participação de Mahatma Gandhy na Independência da Índia, do jugo, da colonização britânica, de quem foi cativa e escrava por muitos e muitos anos. Ele, Gandhy, encabeçou e liderou uma longa e exaustiva campanha denominada desobediência civil.

 E o mais admirável, sem armas, sem violência. Foram apenas longas e populosas caminhadas, discursos, campanhas de convencimento e esclarecimento, sobre a exploração dos tiranos colonizadores, sobre os impostos abusivos e toda forma de lesão a direitos os mais básicos. Gandhy foi um grande herói.

   Vele a lembrança de citar outros dois grandes líderes que arregimentaram multidões para a desobediência civil: Marthin Luther King, nos Estados Unidos, contra toda forma de racismo e discriminação social, nos Estados Unidos. E por último Nelson Mandela, da África do Sul. Perseguido e preso, quando livre da prisão, ele lutou e aboliu o Apartheid, essa forma era a mais cruel e repugnante prática de racismo e discriminação étnica.

   Assim pensado, sobre seus efeitos humanísticos, essa forma de desobediência para nossos dias, ela bem que pode ser aplicada e exercida em nossos tempos de Pandemia de Covid. Se há normas, portarias, discursos, recomendações, ou até kits contra o coronavírus que se encerrem em chacota, prescrições infundadas e falas de gente topeira e troglodita, charlatanismo puro.

   Essa, sim, é uma forma de desobediência civil, a mais santa e sensata das desobediências. Todos os que a quiserem praticar, contem comigo.

PETs comórbidos

 

A PERIGOSA E INSALUBRE CONVIVÊNCIA COM OS PETS

João Joaquim  

 

Estamos aí com o recrudescimento, com o agravamento da Pandemia da covid 19. Até agora todas as pesquisas investigativas convergem na convicção de que o novo coronavírus surgiu como uma inadequada, esquisita e repulsiva cultura de consumo de carnes de morcegos. Para nós ocidentais soa como um hábito nauseante e repulsivo, tamanho o alto risco de insalubridade. Capturar, manusear e consumir a carne de qualquer animal selvagem constitui risco de contrair inúmeras doenças. Algumas destas com elevadas taxas de morbidade e mortalidade. Não importa que espécie de animal, se mamíferos, se terrestres, se aquáticos como moluscos ou peixes. Os riscos à saúde humana vão desde o contato com o habitat dos bichos, a posse e manuseio dos animais, e mais grave, como a forma de preparo da carne e consumo desses produtos.

    Agora, imaginemos uma população de morcegos! O quanto de agentes infecciosos que eles podem portar, sendo eles apenas os vetores e hospedeiros de vírus, bactérias, protozoários e muitos outros micro-organismos nocivos, tóxicos, contagiosos e letais aos seres humanos. As relações dos humanos com animais não humanos trazem sempre riscos de aquisição de inúmeras doenças. Quanto mais raro for o agente infeccioso maior a chance de este parasito causar graves danos ao organismo humano. A explicação é simples: ausência de imunidade e baixa resistência àquele agente infeccioso.

   Temos assim a chamada imunidade de rebanho ou coletiva. Esta chamada imunidade natural ou de rebanho ocorre por contato constante com aquele agente infeccioso. Como exemplo a tuberculose. Muitas vezes sem vacina a pessoa possui a chamada imunidade natural, pelos múltiplos contatos da pessoa com o bacilo da tuberculose.

   Poderia citar inúmeros exemplos de perigosas relações entre seres humanos e animais.  Tanto os silvestres como os domesticados e escravizados. Este termo, escravidão animal refere-se a todos àqueles animais apelidados de pets, ou por essa subliminar e dissimulada ironia como animais de estimação. Para se ter ideia dessa disfarçada malvadeza humana dos proprietários é suficiente fazer uma inversão de papéis. Imaginemos então que por alguns dias os donos de seus bichos de estimação fossem presos e puxados por coleiras pelas vias públicas, confinados em estreitos espaços e apertados apartamentos e sem liberdade até para se aliviar dos excrementos. Imagine as cenas. À semelhança do que fizeram os porcos na magnífica obra “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell. Nessa ilustrativa paródia, de tiranizados os bichos se tornaram tiranos.

   Tornando então à ideia central e tendo os cães como ícones dessa espúria, insalubre e anti-higiênica relação. Em tempos remotos os cães domésticos eram criados da porta de casa para fora. Motivados por múltiplos fatores, entre eles o emocional, a docilidade do animal, e mesmo como um ser alvo de afeto, etc, os cachorros são adotados e hospedados dentro dos domicílios, junto com as pessoas, com as crianças e idosos. Os animais são tratados como membros da família. É uma relação de íntima proximidade altamente perigosa pelas inúmeras doenças que esses simpáticos bichos transmitam às pessoas. E com um agravo, muitas dessas doenças se dão de forma silenciosa, sorrateira, mas com comprada nocividade à saúde de seus donos, das crianças, e coabitantes portadores de comorbidades.

   Essa promíscua relação tem como grandes incentivos as indústrias de produtos pets, os mercadores e criadores de cães e todos os profissionais e comércio que vivem dessa atividade. Inclusive veterinários e indústria de medicamentos vets e pets.

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...