segunda-feira, 5 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO MARIA DA PALMADA

LEI MARIA DA PALMADA

João Joaquim de Oliveira

Eu gostaria de ver muitos debates sobre os Deveres Humanos, como por exemplo na educação e criação de filhos. Muito se fala hoje em Direitos Humanos. No teor destes princípios são abordados a relação pais/filhos, alunos/professores, sem esquecer a posição oficial do Estado através do Estatuto da Criança e Adolescente(ECA). As diretrizes do Estatuto, são muito edificantes e positivas, mas com resultados simplesmente pífios quanto à atuação objetiva dos órgãos de Governo.
Uma questão recentemente muito debatida foi o castigo físico que é comum ser adotado pelos pais na correção e educação dos filhos. Em linguagem mais popular foi exaustivamente discutida a lei da palmada. Na minha opinião foi tão infrutífera quanto vender geladeira para esquimó. Sem mencionar nomes, o(s) autor(es) desta idéia, em detrimento de outras questões mais relevantes, buscaram trazer à baila um assunto que além de não acrescentar nada na educação de filhos , causou mais confusão e embaraço para pais e educadores.
Aliás, acho até que foi um desserviço que os debatedores prestaram á sociedade. imaginemos as crianças maiores de 10 anos e adolescentes. Estas com acesso fácil a toda informação, não deixaram de entrar no clima das discussões. Sem dúvida que os filhos assimilaram as informações alinhados com os que são contrários a qualquer castigo como as palmadas ou beliscões na hora de corretivos .
Eu faço coro com aqueles que vêem nas palmadas, cintadas ou chineladas uma maneira de educar , colocar limites e corrigir pirraças, birras e outras manifestações de indisciplina e desobediência dos filhos. Claro que estas reprimendas devem ser feitos por quem de direito ( pais, avós e outros tutores ). Ao me posicionar desta maneira busco me fundamentar na própria experiência de vida. Até a fase adolescente recebi palmadas e cipoadas de meus pais. Já mais adulto pude bem compreender as correções feitas frente ás minhas rebeldias e transgressões inerentes a faixa etária. O amor que sempre devotei e devoto aos meus pais é incondicional.
Sou pai de dois adolescentes. Hoje as correções que lhes aplico se restringem a muito diálogo, trocas de idéias , de forma franca a mostrar-lhes não confundir ética com estética. Meus filhos sabem que se descarrilarem demais dos trilhos traçados por mim e pela mãe ainda estão sujeitos às pedagógicas e amorosas palmadas. Nada contra quem pensem, agem e recomendem em contrário a qualquer repreensão para plasmar e sedimentar na cabeça da criança a diferença do certo e do errado, valendo-se, quando inevitável, do expediente extremo de algum castigo físico.
Eu perfilho com aqueles que são peremptoriamente contra qualquer excesso na intensidade da palmada ou chinelada no filho. Radicalmente contra qualquer forma de tortura. Mais, ao se aplicar uma correção física ou castigo ao filho, que lhe seja explicado de forma clara e enfática o porque da penalidade, para que de futuro, este educando possa fazer esta associação: repetição do erro ou infração e o dissabor da correção. Aliás, uma forma que se emprega até no adestramento dos animais e funciona, imagina então os efeitos no ser humano, dotado de razão e inteligência.















01/09/2011

Hitler e Wagner
Diz a lenda que Hitler assistiu a Rienzi , uma das primeiras óperas de Wagner, e seu primeiro sucesso, mais de 40 vezes. Também se acredita que o manuscrito original, um dos mais longos produzidos por Wagner, foi enterrado junto com o Führer. Teria duração de quase seis horas, com um balé no meio. E daí?
Daí que, pra começo de conversa, nos dá um bom exemplo do quanto é traiçoeiro misturar-se ética com estética. O senso comum, não raramente, faz a ponte entre gosto artístico e julgamento moral, atribuindo qualidades éticas positivas a indivíduos que as tenham no terreno artístico. Em bom português: quem aprecia arte só pode ser um bom sujeito. Nada mais longe da verdade. Quer dizer, nem longe, nem perto, pois o contrário também seria injusto. Em melhor português: ser boa ou má pessoa não tem absolutamente nada a ver com apreciar arte. Eu posso ser um apaixonado por música erudita, teatro, artes plásticas, e ainda ser o maior de todos os canalhas. Ou não.

Quanto a Rienzi , é compreensível que Hitler tenha gostado tanto. Deve ter se identificado com o protagonista, um plebeu que, com seu carisma, inflama o populacho de uma Roma decadente, contra os nobres, conseguindo erguê-la momentaneamente. Embora, no final, seja sacrificado pelos próprios aliados. Essa associação com a Alemanha nazista fica mais evidente na produção da Deutsche Oper Berlin (DOB), no Blue-ray da Art Haus. Philip Stölzl, o diretor, optou por uma versão de aproximadamente duas horas, "modernizando" e estilizando o que originalmente se passa numa Itália medieval.

Não é a primeira vez que a DOB moderniza e mexe no libreto de uma ópera. Ano passado, sua produção de Turandot matou os pais dos protagonistas, a princesa e seu herói. Ficou estranhíssimo, não dá pra entender a utilidade dessa mexida.

Já no caso de Rienzi, faz todo sentido. O cuidado com a associação com o nazismo chegou ao capricho de projetar, em enorme tela ao fundo, em preto e branco, as cenas enquanto estas aconteciam. O close no protagonista discursando com uma cara de louco raivoso, assim como a multidão em marcha, filmada de baixo pra cima, nos remetem a O Triunfo da Vontade , documentário de Leni Riefenstahl, sobre o congresso do partido nazista em Nuremberg, em 1934.

Então me deu vontade de ver de novo esse que se tornou um exemplo histórico em que a estética perdoou a ética (apesar de ser uma grande propaganda nazista, passou a ser visto como um belo filme).

Duas coisas chamam a atenção, a displicência com que Hitler faz a saudação nazista (enquanto todos apontam o braço direito pra frente com força, ele joga a mão direita pra trás, burocraticamente - isso deve ter algum significado psicanalítico que me escapa), e o porte físico ridículo dele e de seus seguidores mais próximos. Esses caras não tinham espelho em casa não? Como podiam se considerar "superiores" ao resto do mundo?

Quanto a Wagner, não tem culpa de ter sido apropriado. Permanece sendo o maior compositor de óperas de todos os tempos.

Psicanálise do século 21

Luciene godoi 01 de setembro de 2011 (quinta-feira)
Alguém pode dizer: "Ora pois, então a psicanálise mudou? Pensei que fosse só uma.

É, as coisas não ficam sempre no mesmo lugar. O mundo caminha.

O sujeito freudiano vivia num momento histórico que chamamos de "a era da proibição". Hoje o mundo vive num que é chamado de "a era do gozo".

Um é o oposto do outro e, por isso mesmo, Lacan, ao ir percebendo o que já se anunciava, escreveu em 1969-1970 o seu seminário O Avesso da Psicanálise , preparando a psicanálise para um mundo que estava se tornando o oposto do mundo freudiano.

Depois de sua volta a Freud, ele ruma para onde o mundo está rumando. Para dar conta de novas respostas a novas questões de um mundo se revirando. Um mundo onde há um comando para que todos gozem de tudo (sexo, objetos, informações) ininterruptamente.

Você pode tudo: agarre, consuma, experimente! As pessoas são empurradas a necessitar do que há para ser comprado, adquirido, vivido.

Do "você não pode nada", agora é "você tem que ter tudo". E se não entrar na onda, sente-se mal, excluído do parque de diversões onde todos brincam sem parar.

Não estamos tão tocados pelos valores antes sustentados, que se mostraram vazios. Há um investimento no presente, no uso pragmático de qualquer objeto.

Não se vive pensando em gozar depois. Até mesmo as religiões não propõem mais "sofra agora e goze depois", mas "seja feliz aqui também porque Deus assim quer".

O que atrai o ser humano hoje é a possibilidade de viver bem, aqui e agora. Ótimo! Mas isso não será alcançado de maneira infantil, ingênua, na obediência cega aos meios de comunicação.

É preciso relativizar os excessos propostos, e, às vezes, impostos. É preciso se dar ao trabalho de saber de você. Do que realmente gosta e quer. Não há receita igual de felicidade para todos, prêt-a-porter, como se as famílias Dorianas fossem possíveis para todos, bastando comprar margarina.

Mas também é prazerosa a construção desse saber de si, porque sem isso não há como escolher o que lhe trará benefícios nessa oferta descomunal de objetos, modos de pensar e viver.

Então, como é que a psicanálise do século 21 se propõe a lidar com o que se apresenta?

Não mais só explicando (Freud explica!), mas implicando. Implicando o sujeito nas suas escolhas, dizendo que é com ele mesmo, já que os ideais - "se seguir o que o meu pai disse vou me dar bem"-, não nos sustentam mais. Estamos num mundo onde tudo é volátil, nada nos garante, a não ser saber de nós mesmos, do nosso desejo o suficiente para enfrentar os riscos das escolhas e das construções.

Um comentário:

Cardiologista disse...

O médico Cardiologista aconselha o paciente a realizar os exames cardiológicos regularmente, já que as doenças cardiovasculares são muitas e às vezes silenciosas.

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...