A vocação natural ao trabalho


Eu fico de cá a imaginar de como se dá a construção da pessoa humana (não é pleonasmo porque há pessoa jurídica). Lembre-se: pleonasmo é quando se usa um termo que encerra uma tautologia, tipo o fogo queima e a água molha, online via internet, gritar alto, acredito ser possível etc.; São expressões pleonásticas. E existe o chamado pleonasmo enfático, ou estilístico tipo: voltar atrás. Permitido porque encerra ênfase.

Tornando ou voltando atrás na proposta inicial, de como se dá a construção de pessoa humana. Quando se fala em convivência ou relações humanas, independentemente, se corporativa ou parental, essas relações deveriam se fazer como se fosse uma equipe esportiva. No remo por exemplo, onde as forças são bem divididas e harmônicas. E assim se faz de forma justa, equânime e solidária.

Uma outra comparação a se fazer: a vida deveria ser vivida e convivida no modelo de uma disputa de cabo de guerra. Dois grupos de competidores medindo suas forças. Cada grupo vai tracionar as pontas desse cabo de guerra, na tentativa de fazer o outro grupo cruzar uma linha central. Agora vamos imaginar que nos membros desses grupos, algum seja corpo mole, folgado, patusco, que pouco esforço faz. Esse folgado e preguiçoso membro está contribuindo para perda da disputa de seu grupo.

Assim como alguns folgados e preguiçosos do remo e cabo de guerra, existem de igual forma e natureza, os exploradores de outras pessoas e parasitas na sociedade geral, familiar e corporativa. Bem se pode dividir uma sociedade ou uma cultura nessas caracterizações. Quantos e quejandos não são os indivíduos, que são os corolários e dividendos da educação tosca e canhestra de seus pais e tutores! Filhos, no geral, representam o espelhamento do que são os pais. Esse princípio é a lei da vida. Não há o que imprecar ou não imprecar! Imaginemos um pai alcoólatra social ou adicto de fato, um pai vive no vício em detrimento de educar um filho, uma filha, jovem ou adolescente, uma cocainômano, um comilão como viciado em garfo, copo, massas, carnes, churrascos. Um caloteiro e explorador de energias, ingenuidade e boa vontade de parentais. Qual a chance dos filhos e filhas engordarem, fazerem-se crescidos e serem diferentes ou melhores que o pai criador e instrutor? Mínimas, para dizer pouco!

Nesses termos, vamos considerar uma sociedade e sua parcela ou percentual de pessoas saudáveis e hígidas. Vamos aqui deixar essa divisão: uma sociedade se compõe de pessoas idosas, de pessoas já maduras e ativas, de jovens, de crianças. Dentre essas três principais camadas existem as pessoas hígidas e saudáveis e outras doentes, com déficits físicos ou cognitivos. Para estas aqui portadoras de déficits, tanto os parentais e o Estado têm o dever institucional e caritativo (mesmo sem amor) de prover os cuidados, zelo, higiene, alimentação e amparo.

Elas (deficientes) não têm culpa, quando de fato não as têm. Porque segundo rege o livre-arbítrio, algumas (drogaditas, alcoólatras) escolhem ser estorvos, estrovengas e pesos negativos e onerosos para a família. Porque estas aqui passam uma vida inteira na farra, nos prazeres da boca e baco, envelhecem, ficam doentes e inválidas e alguns parentes (filhos, filhas, netos) que cuidem! quando cuidam. Porque alguns, de caradurismo, usam vaselina e silicone para escorregarem-se do dever de cooperar, ajudar nas tarefas mais comezinhas e ordinárias de sobrevivência dessas pessoas, agora inválidas e dependentes de tudo.

Alguns herdeiros, filhos e netos, filhas e tais parentais, chegam ao estilo de proferir a esparrela, de forma deslavada e desabrida: Ah, eu não levo jeito, eu não tenho habilidade para essa ajuda e cooperação. Imaginemos o seguinte: dar de comer, de beber, oferecer uma companhia, dar banho, promover a higiene de um pai idoso, avô idoso, mãe idosa, avô! Pergunta infantil, acaciana e sem rodeios: será que esses meios tão frugais de ajuda precisam de um curso teórico e prático, um treinamento para executá-los? A não ser que a pessoa de quem se espera ajuda, seja portadora de algum déficit emocional, psíquico ou cognitivo! Pudera, não é!

 

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