VIDA VAZIA

Quando se analisa as tendências do mundo de hoje, percebemos o quanto grandes rebanhos e grupos de pessoas estão mergulhadas na chamada cultura da mediocridade, da superficialidade e mesquinhez. Que marcas trazem essa tendência? A centralidade da felicidade e do prazer nas satisfações dos baixos instintos: a glutonaria, as beberagens/cervejas, cocas. A satisfação dos chamados instintos primitivos: digestivo, sexual, erótico. Os encontros sociais, as falas frívolas e banais estão sempre regadas de comidas e beberagens. A grande maioria das gentes, diplomadas ou não, escoladas superiores ou não. Porque tais tributos são sem valor; a maioria investe suas vidas em distrações banais e vazias, nos prazeres do corpo.

Não é sem razão que Freud dissertou sobre o mal-estar da civilização. Grandes inteligências, como Nietzsche, Shopenhauer, Tesla; eles tinham repulsa pelas pessoas, pela banalidade de suas vidas e ocupações. Esses gênios buscaram isolamento e solitude para abrandar suas angústias com a sociedade.

Daí a repulsa de muitos indivíduos que pensam mais alto, com certos tipos sociais em sua volta. Porque nesses tempos se torna difícil o encontro de pares, de identificação e troca de cultura. Voltaire disse que se quisesse entediar (causar tédio e saia justa) em alguém era falar de cultura e ciência com esse alguém. Enjoa mesmo, porque não há reciprocidade. Já imaginaram como seria o encontro de Einstein ou Emily Dickinson com certas pessoas diplomadas de hoje? Advogados, médicos, zootecnistas? Iriam ter engulhos e depressão. Descrença na evolução do homem! E nada mais.

Quem bem dissertou sobre as futilidades, as frivolidades, sobre a vida liquida e fluida em que vive grandes rebanhos de gente nas redes sociais foi Zigmunt Bauman, filósofo polonês. A vida pós-moderna, horrores e mais horrores. Sem valores as ocupações das pessoas. Imagine levantar todo dia, põe o pet na coleira, trocar figurinhas com os de mesma igualha, voltar para casa. Reco-reco. Socorra-nos, Deus!