sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ARTIGOS DIVERSOS NOV/13



                O sal, o Álcool e a Maconha

                                                                                                           João Joaquim 

Saiu estes dias uma notícia sobre a alta ingestão de sal pelos brasileiros. Segundo a própria OMS ingerimos mais do que o dobro recomendado, cerca de 12 g/dia. O ideal seria no máximo 5g/dia para um adulto de 70kg.
Segundo divulgado pela imprensa o governo recomendará  que as indústrias diminuam o teor de sal dos alimentos considerados como vilões em teor de sódio. Não se trata de lei, será apenas uma sugestão do governo. É o caso por exemplo dos embutidos, queijos, enlatados, sopas, caldos e outros produtos de conserva. Adivinhe se as indústrias vão seguir os conselhos do governo. Deveria nosso digníssimo ministro da saúde se preocupar com outros conservantes como água oxigenada ou  soda cáustica no leite, nitrosaminas( cancerígenas) das carnes e outros conservantes duvidosos. 
Trata-se de medida tão inócua ou “insossa como suco de melão ou  pipoca sem sal”. Surtirá tanto efeito na saúde do brasileiro como o programa Mais Médicos. Menos mal que não envolverá gasto de dinheiro, como no tráfico dos médicos cubanos.
Querer se intrometer num hábito alimentar dos brasileiros é tão infrutífero como o  horário de verão ou a transposição do curso do Rio São Francisco. Aliás, estas duas mudanças trazem sim muitos efeitos nocivos e insalubres, para o ser humano e natureza. São medidas (des)governamentais próprias do Brasil.

E nós temos que aguentar calados. E ainda falam que a democracia brasileira  é a melhor forma de governo. Mandam os pastores do poder e obedecem as mansas ovelhas( os brasileiros pagadores de impostos).
Retorno ao consumo de sal. Verdade seja dita que o excesso de sal (sódio) faz mesmo mal para doenças renais, cardiopatias, hipertensão, diabetes etc. Ele não é causador destas doenças, apenas um agravante delas. Mas, também não é o único vilão , existem outros muito piores. 
Encerra-se em pura balela e com resultados pífios o ministério da saúde preocupar com a dose de sal ingerida pelas pessoas. Trata-se de um gosto individual que remonta  a influências de  cinco séculos. São heranças multiculturais; vindo das arábias ao continente africano. 
Mesmo que o indivíduo tivesse em salômetro eu duvido que ele reduziria a ingestão do salzinho a mais. Ao invés de se preocupar com umas graminhas a mais de sal existem outros hábitos muito mais perniciosos para a saúde humana. Nessas preocupações maiores temos a venda indiscriminada de bebidas alcoólicas, o número crescente e preocupante de obesidade, a tolerância ao usuário e pequeno traficante de drogas, a falta de política para a prática de atividades física etc.
No Brasil entre tantos disparates e contra-sensos, este do consumo do sal é apenas mais um. Quer mais dois que parecem um escárnio de nossa inteligência. Primeiro, no consumo e marcha(propaganda) da maconha. Defender a droga e ser usuário dela não é crime. Agora pergunta-se, de quem adquirir a droga?
Até onde sei quem vende é traficante. Para a justiça tráfico de drogas é crime inafiançável.
 Segundo disparate. Nas barreiras policiais há os bafômetros para álcool etílico. Ok, dirigir embriago é infração grave. Eu considero um crime.  Agora para maconha e outras drogas não. O motorista pode passar doidão, cheio de delírios e alucinações pela fiscalização e continuar dirigindo. Para drogaditos de canabís sativa e cocaína não há bafômetros. Só mesmo no Brasil.           


 João Joaquim   médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


NO BAILE DEPOIS DA IGREJA ( CONTO REAL)

JOÃO Joaquim 

Eu fico intrigado e interrogativo com as formas de diversão e entretenimento desses tempos modernos. Mais especificamente com a sofisticação dos instrumentos fonográficos. Com o advento da internet e informática então nem se fala. Todo festejo que envolve música se digitalizou em tudo. O aparato tecnológico aumentou substancialmente. Agora quanto à qualidade da música ! Bem aqui já seria tema de muitas outras  laudas.
Há poucos dias fui convidado para as cerimônias de casamento da filha de um amigo. Havia o ritual religioso (casamento na igreja), depois a festa, digamos, profana; a parte final, onde os convidados são recebidos e  servidos apetitosos alimentos; salgados, doces, bebidas de toda ordem e jantar.
O curioso é que muitos dos convivas destas festas de casamento ali vão tão somente  pela natureza da parte prazenteira e farra destes eventos(baile). Isto começa pela sintomática impaciência de muitos convidados no rito da igreja, que dura não mais do que 40 minutos. São as reiteradas olhadas no relógio, o cruzar e descruzar das pernas, o apoio do queixo na mão, o coçar de cabeça e mesmo na forma mecânica e mimetizada seguindo os gestos do sacerdote na condução e oficialização religiosa  do matrimônio.

Eu tenho a nítida convicção de que até mesmo nas orações e persignação muitos não sabem sequer os signos e mensagens do que é repetido. Nesse evento que enseja esta crônica ouvi ao meu lado  um dos convidados na oraçao do pai nosso. Na ânsia de antecipar o padre -no pai nosso- disse este apressadinho; pai nosso que está no trabalho.... que seja feita a nossa vontade ...
 Cada vez mais somos uma humanidade distante e negligente no místico e no sagrado. Cada vez mais vem imperando o culto da posse, da imagem, enfim do materialismo, da satisfação instintiva pura e simples.  São as transformações e subversões da vida moderna.
Torno-me então ao assunto de abertura, festas, diversão, entretenimento sonoro; e como exemplo este evento real do qual fui um dos convivas . Na igreja, nota 10 com louvor pelas músicas escolhidas pelos nubentes. Foram estilo instrumental, clássico e outros. Pura obra de arte. Foram cantos de encantar e enlevar os corações e almas das pessoas de  bom gasto ali presentes.  Só para citar dois nomes, cantaram Sarah Brightman e Andrea Boccelli.    
 Já na festa oferecida aos convivas; “pelas barbas do profeta”; diria um conhecido locutor esportivo por aí. Eu calculo em cerca de 150 decibéis a altura daquelas badaladas. Digo badaladas, porque não se tinha letra. Jovens e adultos entremeavam as libações alcoólicas com a dança sob aqueles sons tonitruantes de vibrar e romper os nossos tímpanos. E de fato há este risco quando se tem sons tão estridentes, tão altos e graves. Fico então a perguntar: o que leva muitas pessoas a vazar uma noite se empanturrando de alimentos, bebidas alcoólicas e sons tão agressivos  aos nossos sentidos?
Apesar de apreciar muito os  utensílios da modernidade, os de diversão e entretenimento, como os de sons e músicas, eu ainda não os acolhi em minhas horas de lazer e descanso. Só queria entender o gosto e cabeça dos amantes dessas horas de festas, que passada a farra, ficam  com dois dias pela frente de ressaca, ruídos no cérebro e noites mal dormidas. Vocês me explicam?  
  
João Joaquim  médico- cronista DM                        joaomedicina.ufg@gmail.com



UM ALERTA VERVELHO PARA A WEBDEPENDÊNCIA.  
                                                                                            João Joaquim 


 Eu já ouvi e li bastante sobre a relação existente entre o uso excessivo de games (jogos) e mídias digitais (Internet por exemplo) por crianças, adolescentes e jovens e a influência do uso abusivo destas tecnologias na função cognitiva, inteligência e aprendizado dos usuários.
As dúvidas e perguntas são: Será que o excessivo uso desses instrumentos,  dessas ferramentas interferem no rendimento intelectual do indivíduo? Uso excessivo aqui se refere ao manuseio desses recursos com fins de diversão, lazer, entretenimento fora do foco e objetivo pedagógico e escolar. As mídias portáteis como o celular são as mais usadas pela garotada .
Primeiro quanto à questão do vício e dependência- O sentido aqui seria o mesmo de uma quimicodependência (álcool, nicotina, cocaína)- Muitos trabalhos e pesquisas são enfáticos de que a adição (se tornar adicto ou viciado) no manuseio dos games e instrumentos de mídias virtuais tem relação com o tempo dedicado a estes, com a idade com que se inicia este uso abusivo e de menor importância o fator genético.
Quanto ao fator tempo -Ele ressurge como um fator lógico e convincente. Quanto mais horas um indivíduo passar na exploração de um jogo virtual, como diversão na tela de um iPad ou computador, maior os riscos da dependência. Isto se dá independentemente da faixa etária do usuário. Mas, quanto mais baixa a idade , maior o risco do vício.
Quanto ao fator idade- A neurociência nos garante que o cérebro humano está completamente maduro e pronto aos 25 anos de idade. Existe pouca diferença entre os dois sexos. O aprendizado se torna mais fácil e definitivo na fase de maturação neuronal. Ou seja quanto mais jovem se aprende alguma coisa, mais chance desta habilidade se tornar uma aquisição inapagável. Só que com um detalhe e agravante, com os aprendizados ruins também. Como exemplos os vícios e dependências quaisquer. O vício aos Narcóticos, álcool, psicotrópicos por exemplo. A gameadição e digital-dependência têm os mesmos mecanismos fisiopatológicos da narcodependência. Afinal, tudo está nos mesmos neurônios, nas mesmas sinapses cerebrais.
 O fator genético- A influência da genética se faz presente e de forma incontestável. Aqui com algumas ressalvas. O indivíduo com uma predisposição genética a se tornar um adicto ou viciado nos jogos eletrônicos e mídia digital, mesmo com o uso racional e parcimonioso, ele poderá no futuro sofrer os efeitos nocivos desses recursos midiovirtuais, com um comportamento de dependência (adicto) e rebaixamento intelectual para outros aprendizados, habilidades e função intelectual e cognitiva.
 Resumo do enredo: considerando os três fatores, tempo de exposição, idade do indivíduo e determinante genético, as recomendações consensuais que se faz no emprego dos games eletrônicos, mídias digitais e Internet seriam o uso racional, limitado ,  bem orientado e monitorado. As crianças e adolescentes são os indivíduos (fator idade) mais vulneráveis à chamada game ou digital-dependência, e por isso merece um cuidado e acompanhamento mais rígido pelos pais, babás, cuidadores e professores.
 Portanto, pais, educadores e professores ;  quem sabe, não seja melhor aquele lapidar conselho de Bill Gates ( fundador e dono da Microsoft ) que disse para os próprios filhos:  eu vou dar  um computador para cada filho, mas primeiro vocês vão aprender a manusear , folhear e ler livros. O notebook vem depois. Esta pode ser uma iniciativa salvadora de nossa garotada  e de nossa baixa cultura entre as gerações de hoje.
   João Joaquim    médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com




MANIFESTOS   DEBOCHES DAS LEIS E DA JUSTIÇA.

                      João Joaquim de Oliveira 

 Eu já tenho dúvidas se democracia é a melhor forma de governo. E falo isto pelo que vem acontecendo de nefasto, de odioso, de hediondo; enfim de toda sorte de crime neste país de governo democrático . Estamos vivendo uma verdadeira demonocracia, tamanho tem sido o mal que impera em nossa sociedade.  Mas, o que me preocupa não são estes delitos em série, o incremento da maldade ; o que me amedronta e me incomoda é a impunidade, quando muito a brandura das leis, de nossos vetustos e anacrônicos códigos penal e civil. Discorro aqui sobre apenas uma faceta de tanta crueldade , de tanta torpeza que têm reinado entre nós. Refiro-me às ações delituosas dos vândalos e bandidos mascarados que vem aterrorizando as pessoas de bem, produtivas e trabalhadoras desta nação.
Estamos já no 5º mês dos “protestos” por um Brasil melhor e mais justo. Tudo começou em junho/2013. As passeatas iniciais foram contra os maciços investimentos da união na construção de estádios e arenas de futebol para atender as exigências da FIFA para a copa 2014. Outras bandeiras dos protestos foram por  melhoria do transporte coletivo, passe-transporte  grátis para estudantes, hospitais padrão FIFA, combate à corrupção etc.
Infiltrados nas manifestações pacíficas foram surgindo hordas de vândalos, baderneiros, criminosos de toda estirpe. O que o mundo todo tem assistido ao vivo e em cores é fogo. Não é metáfora , é fogo mesmo. Os mascarados e os grupos black blocs agora deram de atear fogo em tudo! Ver essas alcateias de gente selvagem, energúmenos e trogloditas depredarem bens públicos e privados nos deixa a todos indignados e perplexos.
Nossa indignação e pasmo não se restringem aos crimes desses rebotalhos e tabaréus. Nossa estranheza e pergunta se voltam para as nossas autoridades. E então, suas excelências vão deixar tudo como está ou  piorar cada vez mais  ? Será que as pessoas de bem, o patrimônio público e privado vão continuar à mercê e sendo trucidados por esses bandos de delinquentes? É o que parece.
Quando assistimos esses black blocs, autênticos mascarados de belzebu, tomarem de assalto caminhões e ônibus e incendiá-los em vias públicas e rodovias, a gente fica a interrogar e na expectativa, daqui a pouco eles colocam fogo no país. Aliás, para isto basta usar o petróleo do pré-sal, da bacia de libras, da Petrobrás etc.
Combustível para tamanho incêndio  não falta. Segundo têm pregado Lula e Dilma, o petróleo das reservas do pré-sal e libras será a redenção de todas as mazelas do Brasil, a começar da (des)educação que se estabeleceu no país. Continuamos com um IDH entre os piores do mundo . E somos a 7ª economia do planeta. Que disparate, que vergonha!
 Para um cidadão comum e leigo em leis como eu fica a impressão de que este governo lulopetista está achando bom toda esta baderna, depredação e quebra da ordem e da paz pública que vêm grassando e se tornando epidêmica pelo país a fora. Afinal só temos visto discurso pra lá , lorota pra cá e atitudes preventivas e punitivas nada.
Queremos uma democracia sim, onde haja liberdade de expressão e de manifestação. Mas, também leis duras e severas para quem quer apenas tolher a liberdade do outro de ir e vir , e depredar tudo pela frente. Um verdadeiro escárnio das leis e das instituições públicas. Já são cinco meses de anarquia, de acefalia governamental.
Para esses criminosos, muitos de classe média, termos circunstanciados de ocorrências (TCO) e duas noites na cadeia não bastam. O que anda fazendo a comissão de constituição e justiça (CCJ) da câmara  com o novo código penal? Enquanto isto, cadê a polícia federal, as polícias civil e militar? Nos quartéis? O que anda pensando a propósito o Ministério Público  ?  Todo o judiciário enfim?
O banditismo está na ruas, nas rodovias, nas praças públicas. Todas os criminosos têm debochado de vocês e das leis! Até quando?  

        João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com






Procura-se um Homem Honesto

http://www.dm.com.br/texto/148960-procura-se-um-homem-honesto

                                                                                                                                 João Joaquim
 Eu inicio esta breve resenha sobre a honestidade inspirado no que conta a História ter sido dito pelo grande filósofo grego Diógenes de Sínope (413-323 a.C) . Este filósofo  e  outros contemporâneos de mesma ideologia  foram seguidores de Sócrates e fundadores da chamada escola cínica. Cinismo (de kinos, cão em grego). Assim chamados (cínicos) porque esses pensadores  levavam uma vida semelhante aos cães, livres na natureza e completamente desapegados das convenções sociais vigentes. Eles tinham  estilo de vida de andarilhos ou hippies. Desprezavam o apego e culto ao materialismo. Mantinham um profundo vínculo com a natureza;  e da sua observação e interpretação é que adquiriam muita sabedoria.
Entre outras tiradas então, dizem os relatos biográficos, que certa vez Diógenes foi visto pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, com uma lamparina (“lanterna”) nas mãos. Interrogado sobre o porque daquele gesto com o sol a pino ele respondeu:”estou à procura de um homem honesto”.
Como podemos perceber a desonestidade, a anomalia ética,  a corrupção, a falsidade ideológica, os estelionatos e toda sorte de ilicitudes e crimes  não são apanágios nem do Brasil nem de nossos tempos. Todavia,  eu fico a imaginar se o espírito de Diógenes se reencarnasse e vivesse não na Grécia mas, no Brasil de hoje. Melhor mesmo que a alma de um Diógenes, de um Sócrates, de um Platão não manifestem por enquanto. Deixemos que tempos melhores e mais puros surjam. Do contrário eles morreriam de tristeza, depressão e decepção. Sobretudo com uma casta, ou melhor uma classe de pessoas, que são  os políticos e gestores públicos. E aí como  que por efeito osmótico a desonestidade e falta de honradez se grassa; inclusive por quem deveria ter uma conduta ilibada, proba e exemplar. Neste bojo então temos médicos,  empresários, advogados,  e até aqueles que deveriam guardar as leis e proteger os cidadãos , caso de delegados, policiais, juízes de direito( no caso juízes tortos).
Quando olhamos para fatos recentes e atuais de nossa História, surge até um certo pudor, vergonha  mesmo de ser brasileiro. Como a “posse do poder” (ou usurpação do poder) é capaz de mudar a personalidade e propostas de quem antes era oposição e almejava este posto(presidente do Brasil) . Têm-se aqui como exemplos  os planos do PT, sob a batuta de Lula e seus asseclas.
Na verdade a quadrilha do mensalão, deixa  a impressão , que foi uma tentativa de golpe, numa clara ideologia comunista marxista, onde parlamentares de oposição foram comprados e cooptados para os planos de domínio total de todas as instituições e órgãos de Estado. Inclusive ministério público e Supremo Tribunal Federal(STF).
Todos sabemos que dos 11 ministros do STF 9  foram empossados no regime petista. Na concepção do PT há no STF um grande traidor, o atual ministro e presidente da corte e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa. A admissão dos chamados embargos infringentes, a favor da camarilha petista, daqueles que traíram a nação e tentaram um golpe de Estado, nos deixa a todos desconfiados, com pulgas e percevejos atrás das orelhas. Pelo andar da carruagem vamos ter muita festa com iguarias de pizzas e marmeladas, com charutos de Cuba e a benção de Fidel Castro. Só mesmo no Brasil. 
Agora bem que poderia as pessoas menos poderosas como médicos, advogados e barnabés da vida pública, serem mais honestos nos seus negócios, no cumprimento de seus juramentos de uma vida limpa, ética e pautada pela honestidade em tudo, inclusive e sobretudo no trato com os seus clientes, com o povo em geral.  
É meu caro Diógenes, se você vivo fosse hoje, iria precisar de holofotes e mais holofotes, para encontrar algum homem honesto entre nossos políticos  e mesmo  noutros organismos do aparelho estatal. Quando uma laranja apodrece em um saco , as outras em volta correm o mesmo risco. Assim o mais sensato é neste caso isolar  esta laranja  das outras e descartá-la no lixo. Este seria um bom expediente para a nossa desacreditada Justiça brasileira.
João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com



                                                                        
 Posso morrer de infarto ?
                                                                                                                                               João Joaquim

.... Pergunto a um paciente que me procura para consulta : Pois não, mas o que o motivou a procurar um cardiologista? "Olha doutor, Eu fiquei preocupado. Meu tio não tinha nada, era saudável e teve um infarto fulminante. Ele tinha 55 anos. Na juventude foi até atleta e ainda jogava sua bolinha três vezes por semana. A única diversão dele era, além da bola, degustar um churrasquinho e tomar sua cervejinha. Cigarro só mais nas rodas de amigos de bola e da cerveja. Nos finais de semana costumava pegar mais pesado na cerveja e na carninha assada".

O relato acima refere-se a um caso concreto de uma amostra mais ampla de tantos casos semelhantes dos consultórios de cardiologistas.
O caso aqui em foco da consulta refere-se a  um paciente masculino de 40 anos de idade. Abalado e ansiosamente sugestionado pela morte do tio passou a vivenciar os riscos (perigos) de sofrer o mesmo revés do parente que teve morte súbita por infarto agudo do miocárdio.
As dúvidas de nosso consulente: "doutor, será que eu tenho risco de sofrer de infarto? Eu estou aqui para isto, quero que o Sr me faça todos os exames possíveis. Quero saber o que devo fazer daqui para a frente para evitar a doença" .

Minhas respostas ao consulente. Sim, todos têm riscos de sofrer um ataque cardíaco, especialmente acima dos 35 anos de idade. O homem tem risco maior do que a mulher. Após a menopausa a mulher tem as mesmas chances do homem. Mulher jovem e de estilo de vida insalubre, se equipara ao homem nos riscos de um evento cardíaco.

existe alguns agravantes. Em medicina nós valorizamos muito os chamados fatores de risco. Nada mais são do que hábitos ou doenças constitucionais ou adquiridas que aumentam as chances de o indivíduo sofrer esta ou aquela doença muito vinculada a esta condição insalubre(fator de risco)  . Em cardiologia e neurologia estes fatores são bem  conhecidos e estudados. Os fatores de risco maiores são tabagismo, sedentarismo, colesterol alto, hipertensão arterial, diabetes, obesidade sistêmica  e/ou  abdominal.
Tornando ao perfil de nosso cliente, ele era um homem de 40 anos , sedentário, obeso leve, colesterol 250mg/dL(normal até 200), triglicérides 200mg/dL(normal até 150), glicose 110mg/dL( normal até 90), ex tabagista, pressão de 14,5/9,0( normal até 12/8) , gordura abdominal( “barriga de chope”) e estresse profissional. Somando o fator hormonal masculino mais a história familiar, o paciente aqui em tela tem 10 fatores de risco para um evento cardioneurovascular (infarto ou derrame cerebral).
Resta observar que o sedentarismo, o ganho de peso, colesterol, triglicérides, glicose alta, hipertensão leve são fatores mórbidos adquiridos, cuja correção se faz com atividade física, e dieta mais saudável; ou seja sem nenhum ônus para a pessoa.

Além dos exames de sangue foram feitos eletrocardiograma e teste ergométrico cardiológico para pesquisa de doença coronária(obstrução arterial), cujos resultados foram normais. A recomendação para este paciente foi mudança do estilo de vida ( hábito alimentar+ atividade física) ,mais check-up de ano/ano.

As lições deixadas por este caso clínico real são a negligência e o descaso que as pessoas têm com relação à prevenção das doenças. Para doenças de elevada morbidade e mortalidade a melhor forma de enfrentá-las se chama prevenção. As doenças cardiológicas  , as neuro e cardiovasculares ,  e o câncer em geral fazem parte desse espectro que mais matam no mundo.
A moral que nos deixa o relato desse paciente é esta: Todos podemos morrer de  males traiçoeiros como um infarto, um derrame cerebral, uma arritmia cardíaca. Muitas vezes a primeira manifestação já é uma crise cardíaca de alto risco ou  morte súbita . Para muitas destas doenças que surgem sem aviso prévio, a melhor estratégia é ter um estilo de vida saudável   . Ser previdente é o segredo de se viver bem e melhor.  Seja no trânsito, na AIDS, de câncer de próstata ou de mama, de infarto, de derrame cerebral etc, a melhor estratégia, o mais eficaz está na prevenção, e quanto mais jovem se cuidar melhor.       

  João Joaquim -médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com

E AS COBRAS, RATOS E SAPOS ?
                                                                                              João Joaquim 

 Quando as pessoas se envolvem ou encabeçam certas atividades sem muito conhecimento da própria causa só pode resultar em gafes, micos ou uma tremenda trapalhada. A bola da vez neste sentido foram as investidas, invasão e depredação dos intitulados defensores dos animais contra o instituto Royal em São Roque -  São Paulo.
Como foi noticiado e visto pelas imagens tudo resultou na ação mais desastrada desse tipo de ativistas. A grande  parcela da sociedade contrária à tese do grupo dessas pessoas pergunta: então por que os invasores não levaram também os ratos , os sapos e as cobras? Afinal são todos animais. Igualmente com os mesmos direitos de proteção; ou seja, neste momento em que essas pessoas levam os belos e graciosos beagles e deixam roedores e ofidios para trás, eles (invasores) estão sendo discricionários e racistas. Só porque cobras, sapos  e ratos são feios? Enfim foram destruição de patrimônio alheio, selvageria, e perda de 10 anos de pesquisas sérias. 
Como se sabe os cães da raça beagles são empregados como animais de pesquisa. São testes de eficácia e segurança de medicamentos e outras pesquisas de insumos farmacêuticos. Como ocorre com outros bichos, ratos, coelhos, porcos, etc.
E assim tem que ser feito com muitos trabalhos e pesquisas médico-científicas. O que a sociedade tem que saber é que o emprego de qualquer animal é feito dentro de critérios rigorosos e aprovados por um comitê de bioética. Não há maus tratos ou tortura animal. Assim, estes animais prestam um relevante serviço à medicina em prol da saúde humana. Pôde-se perceber pelo aspecto e a pelagem dos animais o quanto eles eram bem alimentados e bem cuidados. 

Agora mais algumas reflexões sobre esse grupo de ativistas. Por que ao invés deles saquearem uma instituição, que segue todas as cláusulas de protocolo de pesquisa etc, não encampem uma iniciativa de salvarem milhões de animais soltos pelas ruas? A ONU calcula que para cada ser humano já existe um cachorro. Já imaginou mais de 7,5 bilhões de cães no mundo, se misturando com as pessoas, é cachorrada pra lá da Cochinchina. Isto fora outros bichos. Imagina o impacto de tantos animais na competição por alimentos e abrigo para toda a bicharada. Uma outra bandeira que podia ser alçada pelos protetores dos pets  seria o controle de natalidade dos animais. Basta lembrar: as fêmeas não produzem só um filhote, são ninhadas de crias. Uma solução seria a esterilização maciça de cães e gatos. É sabido que estes animais são hospedeiros de doenças  que se transmitem ao  homem, como exemplo as verminoses, larva migrans, a toxoplasmose etc. 
Uma outra reflexão que gostaria de provocar em meus leitores alude-se não só aos ativistas  pró-animais, mas aos donos dos bichos. Eu começo pelo termo “animal de estimação”.  “De estimação” significa o quê? Refere-se a estimação, ao amor, ao bem-estar que o dono vai proporcionar ao bicho. Agora veja a falta de sentido, a demência do bicho homem. Ele estima tanta, ama tanto o animal, que este animal passa a ser um escravo, pior que isto, o animal é encarcerado em uma gaiola, em um “apertamento” etc. ou seja, os bichos são privados do que eles mais gostam. Liberdade. Já imaginou se os bichos partissem para uma vingança e encarcerassem os donos em suas casas, com direito a apenas alguns momentos de ir a rua tomar um  banhozinho de sol! Os donos nunca pensam no sofrimento do outro( no caso outro cachorro). Não , não! Sem trocadilho é muita maldade e cachorrada do bicho gente. 
Todos os animais criados presos (encarcerados), já se provou cientificamente, sofrem de tristeza, depressão, neurose, são mais sujeitos a várias doenças degenerativas como o câncer e tem expectativa de vida mais curta. Eles morrem  de hipertensão , diabetes, obesidade, artrites e artroses,  morrem de infarto, quando não de tristeza e raiva( doença) e raiva( ódio) pela vida de cachorro-escravo.
É muita sandice e insanidade mental, não? E então cadê os defensores dos animais?
Todos os cães e gatos criados em apertados apartamentos, se sentem como nossos presidiários humanos. A natureza e felicidades destes bichos se resumem em liberdade. Quanta  hipocrisia nós praticamos com nossos bichos que de  estimação de tornam animais de privação. . Só mesmo o bicho homem! Só mesmo em países tipo República das bananas e das benesses de toda ordem.  
  
  João Joaquim   médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com





OS CORAÇÃES DE JOÕES E JOSÉS, GENOÍNOS OU NÃO
http://www.auladeanatomia.com/cardiovascular/aorta.jpg


                                                                                                          João Joaquim


Um tema que me despertou a atenção e interesse após a prisão dos réus do mensalão foi a incapacidade de certas doenças para o condenado cumprir a pena na cadeia. Todo o interesse meu e da nação se deve pelo caso concreto do petista José Genoino . Um parêntese : por que geno em vez de genuíno ? bem,  que cada um faça seu palpite. Um detalhe de somenos importância.
Como se sabe pela mídia (estadão , globo.com etc) em setembro de 2012 Genoino  submeteu-se a um check-up no hospital Sirio Libanês –SP, a melhor instituição privada de saúde do Brasil. Agora por que não no SUS ? Nessa bateria de exames verificou-se que o cateterismo cardíaco foi normal para sua idade. Este exame que mostra função, anatomia de cavidades  cardíacas  e circulação coronária é o top em check-up da cardiologia. Pena que é caro e pouco acessível à grande maioria dos potenciais ou comprovados cardiopatas do Brasil .
Em julho/2013, Genoino foi submetido a tratamento de dissecção de artéria aorta. Não foi cirurgia cardíaca e sim vascular.  A aorta é o maior vaso do corpo humano. Ela integra os chamados grandes vasos da base do coração ; mas, não faz parte do coração como bomba propulsora de sangue para todo o organismo.
O que vem a ser a dissecção de aorta ? Esta grande artéria se compõe de três laminas , a externa , a média e interna  . Na dissecção o sangue penetra entre duas destas três camadas. Inicia-se um descolamento destas lâminas que se não tratado de forma clinica e/ou cirúrgica traz risco de morte. O quadro clínico é de muita dor, semelhante ao infarto do miocárdio. Idade avançada, hipertensão arterial e tabagismo são alguns dos fatores de risco.
Todavia , a boa noticia é que em se tratando, a contento, elimina-se ou cura-se a doença e o  individuo volta a sua vida normal. Se presentes os fatores de risco como tabagismo, etilismo , diabetes ou hipertensão; eles têm que ser abolidos ou tratados . Pode-se afirmar que um vez tratada, a dissecção de aorta tem prognóstico melhor do que para muitos sobreviventes de infarto do miocárdio.
Torno à questão exordial incapacidade física para cumprimento de pena em presídio. A julgar pelo que se sabe da imprensa, o deputado-presidiário José Genoino teve dissecção de aorta. A doença foi tratada e curada. Repita-se não foi cirurgia cardíaca . Hipertensão arterial, doença crônica, presente em cerca de 25% das pessoas, em geral é assintomática . Ela é plenamente controlada com muitas opções medicamentosas. O indivíduo hipertenso está apto para todas as funções laborativas e civis, uma vez em uso correto da medicação . Fosse o contrário, teríamos um quarto dos brasileiros inválidos para o trabalho.
Conceder prisão domiciliar a um detento tratado de  dissecção de aorta e que tem hipertensão arterial concomitante, criará um precedente( súmula vinculante, jurisprudência ?) que beneficiará milhares de outros condenados com doenças de prognóstico muito pior e de controle mais rígido e complexo. Caso de câncer, infarto, AIDS, Alzheimer , seqüelas de derrame cerebral, insuficiência renal , cirrose hepática, hepatites, etc.
Fazendo uma reflexão simplista para não médicos: se dissecção de aorta tratada cirurgicamente traz limitações para o indivíduo, que limitações seriam ? Para o trabalho e esforços físicos. Então o confinamento da pessoa estaria dentro das recomendações médicas. Repouso e pouco estresse psicoemocional .
Como nossos presídios têm boa estrutura física , higiene adequada e são confortáveis, nada contra o condenado morar e repousar nessas instituições carcerárias . Mas , como cabeça de alguns peritos e juízes são caixinhas de segredo, vamos esperar para ver o que se reserva para nosso ex guerrilheiro e ex  combatente e ainda deputado José Genoino . Nossos votos de muita saúde para ele seja ,na cadeia , ou no domicílio. Agora curioso, por que ele foi operado em julho e 4 meses depois veio piorar da aorta e da hipertensão ? infarto foi descartado. Que complicação seria esta ?

 João Joaquim médico cardiologista e cronista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com  


NO BAÚ DE PANDORA AINDA HÁ ESPERANÇA


                                                                                                         João Joaquim 


Ao assistir o comportamento da juventude de hoje, por vezes, eu fico a pensar e buscar as causas de tantos desvios de conduta, de transtornos de comportamento, de tanta agressividade, de tanto sadomasoquismo, suicídios e tantas outras condutas nada civilizadas. Os exemplos nada padrão  do momento são os mascarados ou “black blocs” que ,a pretexto de protestos não se sabe contra o quê, saem depredando e incendiando tudo o que é combustível pela frente. Só falta nos besuntar de gasolina e incendiar-nos também. E o pior , até isto já  vimos,  pessoas queimadas vivas sem nenhuma piedade.
Há poucos dias milha filha que cursa medicina em Belo Horizonte MG,  me ligou horrorizada e aflita relatando o suicídio de uma colega de turma. O desfecho trágico daquela vida chocou a  todos da faculdade. Afinal tratava-se de uma linda jovem (20 anos), de uma família bem estruturada. O que se sabia é que essa estudante se cuidava de depressão e tinha toda uma expectativa de se tornar cada vez mais uma pessoa e profissional realizada e feliz.
Confesso que ante  o relato de pesar de minha filha, senti muito em minha alma aquele ápice da tragédia humana, que afinal não era apenas da vítima, mas também de toda sua família, parentes e amigos mais próximos. Naquela oportunidade, num transe doloroso do qual também me senti vitimado, só procurei acalentar minha filha exprimindo-lhe nosso lado humano de dor e perda. E assim devem sentir todos nós humanos ante esta incompreensão que encerra a mente e os sentimentos que abrigam em cada pessoa. Eu continuo com uma caixa de pandora aberta, trago em meu coração muita esperança em que não vamos perecer ante tanta loucura que se nos apresenta a cada dia.
Na verdade os descaminhos para os quais têm caminhado as pessoas se fundamentam em muitas mudanças. São questões sociais, culturais, e de relações humanas muito complexas. Mas, quero trazer à baila dois focos de grande peso. Falo do ser humano como um ser místico e do ser humano como um ser materialista.
Ora, basta lembrar que vivemos em uma sociedade genuinamente maniqueísta onde existe o império da imagem do belo e do poder. Poder aqui entenda-se em especial a posse de bens materiais e/ou status socioprofissional.  O ter poder ou status prevalece sobre o ser alguém de honestidade e virtudes.
O ser humano como um animal superior e racional de uma dualidade corpo e alma. Não temos apenas uma estrutura biopsicossocial. Somos muito de físico, mas de chispas divinas. Nossa juventude vem “pari passu” perdendo  este sentido místico,  se desconectando de nosso vínculo com Deus. As pessoas vêm perdendo a religiosidade. Não considero nem religião, que seria expressar e praticar sua fé em Deus. Há até pessoas que frequentam alguma igreja (católica, evangélica), mas também de forma mecânica, por um reflexo condicionado, como se isso já bastasse para redimir seus pecados e  sua salvação final. Fora desse ambiente e círculo da religião  são indecorosas, antiéticas e desonestas. Pura hipocrisia.
 A sociedade, e sobretudo as famílias têm tido uma participação vigorosa nos desajustes e transtornos de comportamento dos filhos. Filhos e filhas têm sido apenas criados e transformados em adultos de muitos direitos. Adolescentes são soltos sem limites , sem regras de ir e vir, sem regras éticas e morais no convívio social.
 Educação , disciplina e civilidade se tornaram anacrônicas, coisas dos avós, ultrapassadas. Não há limites para os educandos. Filhos e filhas têm direito a tudo. O lema é:  todos têm direito a tudo.
A sociedade e as mídias têm o império da imagem, do poder e do prazer. Vivemos uma atmosfera do ter o melhor corpo e os melhores bens matérias. Temos que ter o máximo de prazer custe a melhor bebida, os melhores ansiolíticos e as substâncias mais psicodélicas. O que importa é o dia de hoje. O amanhã não existe. Numa frase “carpe diem”, aproveite o seu dia (lema da decadência  do império romano).
O que tem prevalecido é a religião do materialismo, da estampa, das aparências. Deus na vida e cotidiano das pessoas, o sagrado,  se tornaram caretice. Resumo de todo esse revertério  sociocultural e dessa doença social: os jovens vêm perdendo as referências familiares de limites, de realização socioprofissional, de respeito ao outro, perda de civilidade, do sentido de felicidade. O excesso do gozo e do prazer resulta em uma vida sem sentido, em esgotamento de projetos e de  realização pessoal.
Tudo isto resulta em rebeldia, vandalismo, angústia, neuroses de todos os graus, agressão, isolamento social, desesperança, suicídios e assassinatos. Os pais e os educadores andam distraídos na educação da juventude. Mas, ainda tem jeito. Eu acredito apesar de todos os males ! No fundo do bauzinho de pandora  dorme a esperança. É nela que eu me agarro. 






sexta-feira, 4 de outubro de 2013

INJUSTIÇA....



                                              
INJUSTIÇA ECONÔMICA
João Joaquim de Oliveira 


 Se há uma forma de injustiça neste país , da qual pouco se fala, se chama desigualdade de renda das pessoas. No caso do Brasil, com um agravante perverso, porque tem a chancela ou contribuição oficial. A legislação brasileira, a CLT, as leis trabalhista de um modo geral permitem esta disparidade quando a questão envolve salários distintos e desiguais nos diferentes órgãos; e até mesmo injustos numa mesma categoria profissional de um mesmo órgão. São aquelas esquisitices próprias do Brasil .
Somos um país onde poucos têm muito e muitos têm pouco. Eu não tenho a atual estatística da distribuição de renda. Mas, não deve ser muito diferente de estatísticas de tempos recentes(2012). Cerca de 75% do PIB brasileiro está concentrado nas mãos de 10% das pessoas. Ou seja somos uma nação de uma grande concentração de riqueza. Uma outra forma de injustiça econômica é quando se fala em impostos. Há uma gritaria geral, e não sem razão, quando se faz acerto de imposto de renda, sobretudo de pessoa física. O Brasil é uma nação onde se cobra mais impostos de renda, com um diferencial: pouco se devolve à sociedade em forma de benefícios como saúde, educação e segurança pública.
Eu já ouvi de alguns políticos a tese de se cobrar mais impostos dos mais ricos, das grandes fortunas, a exemplo do que é feito em alguns países da Europa. E pensando bem, faz sentido essa ideia, desde que tais tributos fossem revertidos em benefícios sociais, para os menos favorecidos. Aliás, corrupção é outra modalidade perniciosa de injustiça econômica em nosso país. Basta lembrar que se rouba dinheiro até do SUS e da merenda escolar. É o supra-sumo  no cometimento de injustiça socioeconômica, são milhões de dólares que vão para as mãos de poucos e sem punição. Olha aí de novo nossa Justiça praticando mais injustiça econômica.
Um fato muito esdrúxulo e esquisito de nosso país é quando sabemos do socorro que o governo dispõe a banqueiros e bilionários, quando seus empreendimentos estão em risco. Os exemplos da vez são os negócios e  empresas do  ex(?)bilionário Eike Batista. Uma pergunta : o que estes bilionários fizeram ou fazem de benéfico para os mais pobres? Diferente de um Bill Gates que é bilionário, mas faz doações milionários para instituições filantrópicos e humanitárias.
Quando se fala em socorro do governo a bancos privadas e milionários, não se refere apenas à atual gestão petista. Os antecessores( PSDB, PMDB) também tiveram o mesmo expediente. São amparos de órgãos estatais ( Caixa,  BNDS, Banco Central ) a empresários fraudulentos de muitas décadas. Por que um tratamento privilegiado a ricos e banqueiros em detrimento dos mais pobres? Só mesmo no Brasil!




Quando se diz que o Estado brasileiro contribui para a desigualdade de renda e concentração de riqueza basta lembrar  de salários tão desiguais em diferentes carreiras profissionais. Carreiras estas que embora distintas exigem os mesmos  anos de estudo. Caso de médico, professor e um procurador de justiça ou um magistrado. Vejam quanta diferença salarial existe para estes servidores públicos. Comparar o contracheque de um médico com o de um juiz chega a ser humilhante! Um juiz de direito, um procurador ganham muito? Eu penso que não. O médico e  professor é que são pessimamente remunerados.  São bizarrices do Brasil.
Para fecho de matéria deixo mais uma pergunta aos nossos legisladores. Por que algumas instituições merecem isenção de impostos? Por que as bilionários igrejas ( católica e universal por exemplo) não pagam impostos? Será que materialmente elas fazem tanto pelo social? Porque pelas almas dos pobres e desvalidos só mesmo Deus para saber se suas intercessões têm sido atendidas. Pelo que se ouve à boca miúda , muitas dessas igrejas evangélicas neopentecostais gostam muito mesmo é de dinheiro dos fieis. Algumas delas ,  vez e outra , são acusadas de lavagem de dinheiro.
Uma outra pergunta que como arraia-miúda eu gostaria de resposta : Por que nossa gloriosa e poderosa Rede Globo tem isenção de impostos em função de alguns programas sociais ? Eu cito dois, o Criança Esperança cujo dinheiro são doações de telespectadores e o Telecurso de 2º grau, este veiculado em plena madrugada, quando todos estão dormindo ou em trânsito para o trabalho.  Só mesmo no Brasil! Que seriedade tem as nossas leis!  


  João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


JALECOS E LOOK DOS CUBANOS...





OS PERIGOS DAS BACTÉRIAS DE JALECO BRANCO
João Joaquim de Oliveira 




 Há certas matérias tão repetidas que falar nelas se torna até enfadonho. Mas, dada a  importância para a sociedade e o  Brasil eu prefiro voltar a este tema. Trata-se do programa “Mais Médicos”( o mais aqui significa apenas número) do governo federal.
Nós que não somos jornalistas, temos que ter cuidado com aquilo que falamos e escrevemos. Afinal todo jornal tem o compromisso com a verdade. De sorte que como mero articulista sempre procurei expressar e escrever sobre fatos e feitos sobre os quais não haja mais dúvidas e controvérsias. No caso do Mais Médicos, a certeza é que ele continua pleno de dúvidas e muita controvérsia . O Tempo será o senhor da verdade.
Então vamos ao “mais médicos”, do que ouvi, li e vi de diversas fontes fidedignas. No que todos viram, um detalhe chamou-me a atenção,  o “look” dos médicos cubanos. Todos chegaram de jaleco branco. Aliás a medicina tem vários símbolos. Tem o estetoscópio, o coração estilizado, o bastão  enroscado por uma serpente  etc.
O jaleco branco. Este é uma pena que não seja um símbolo  exclusivo da medicina. Afinal ele é o signo da pureza que deve aureolar o profissional. Com um detalhe, quando lavado, esterilizado e trocado todos os dias. E mais, jaleco é indumentária que se deve usar apenas no ambiente de trabalho, seja consultório ou hospital. Sabe por que? Ele é uma fonte riquíssima de microrganismos os mais virulentos. São germes de ambiente hospitalar, em geral resistentes a muitos antibióticos. Não queiram ser atacados por uma bactéria vinda de hospital , consultório ou jalecos de médicos. São as temíveis e funestas infecções hospitalares.
É oportuno afirmar que sair de jaleco pelas ruas, ou  o que é pior voltar para casa com uma roupa branca , vindo de consultório ou hospital,   traz riscos para as pessoas de nosso convívio, sobretudo crianças. Quando vejo alguém de jaleco branco em via pública eu imagino ser um profissional leigo. Açougueiro ou barbeiro por exemplo. E sem demérito a estes profissionais. Afinal estes não estudaram microbiologia e imunologia. E nem precisam. Eles não têm contato com doentes.
No caso singular dos médicos de cuba é possível que os jalecos brancos na chegada ao Brasil, tenham sido previamente muito bem lavados e esterilizados. Tomara que a alfândega e a vigilância sanitária de imigrantes tenham tomado este cuidado, sob pena de germes perigosos terem sido trazidos da ilha da ditadura dos irmãos Castro para o território brasileiro. É só o que faltava de trapalhada de nossos gestores da saúde pública brasileira, receber algumas bactérias de Cuba.


 Agora se tem um fato que considero extremamente grave é a forma de remuneração dos médicos cubanos. São informações dadas pelo próprio ministro da saúde Alexandre Padilha e repicada por vários jornais. O governo pagará R$ 10.000 a cada cubano. Com uma excrescência! Os salários serão creditados à organização panamericana de saúde (opas), e esta por sua vez repassará a verba ao governo de Cuba, que por seu turno pagará  a cada profissional para cá exportado cerca de 20% de 10.000, ou seja no máximo R$ 2000,00. Mas, já existem informações de que na verdade cada profissional receberá algo em torno de R$ 250,00/mês apenas. Menos do que metade de nosso salário mínimo. Ou seja eu estou em uníssono com aqueles que veem nesse imbróglio de nosso governo petista com a ditadura castrista diversas ilícitos éticos, trabalhistas e penais.
Trata-se, a meu sentir, de um absurdo inqualificável. São infrações flagrantes e gravosas ao código de ética médica, à CLT, aos direitos humanos etc.
Resta-nos esperar que nosso respeitado STF e outros órgãos impeçam tantas violações e ofensas à dignidade desses profissionais aqui mencionados. Vale ressaltar que eu e muitos outros médicos brasileiros e entidades como os conselhos regionais de medicina, nada temos contra o programa Mais Médicos, muito menos contra médicos estrangeiros.
Somos contra sim a falta de estrutura onde eles vão atuar e a forma de sua admissão, sem o Revalida, e os igualando a regime de escravidão imposto pelo acordo com o governo de Cuba. 


João Joaquim de Oliveira  - joaomedicina.ufg@gmail.com  médico , cronista DM

VIOLÊNCIA DE ESTADO...



A VIOLÊNCIA ESTATAL PELO MUNDO E O PAPEL AMERICANO.

                                                                                                       João Joaquim de Oliveira  



É difícil para as pessoas de bem, fraternas e solidárias compreender tantas injustiças, humilhações, violação de direitos e perda de dignidade pelas quais milhões de pessoas ainda passam neste planeta, em pleno século XXI.
Todos temos visto e assistido ao longo da História uma forma de violência que parece sem data de validade, sem fim. Falo da violência do Estado contra os seus cidadãos. Vamos começar por alguns países de regimes totalitários e tirânicos como a Síria, Cuba e Coréia do Norte. No continente africano são vários as nações com regimes extremamente tirânicos, cujos chefes de Estado se perpetuam no poder por 30 a 50 anos.
O Sudão é um caso emblemático desses regimes de exceção com ditadores que se julgam proprietários da nação. Os cerca de 400.000 mortos de Darfur  e 2.500,00 de refugiados, têm sido um dos mais bárbaros genocídios ( ou limpeza étnica )  cometidos pelo aparelho estatal contra um povo já oprimido pela miséria e fome , próprias de muitas nações da África. Omar Al-Bashir tomou o poder em um golpe em 1989. Acabou com a oposição e é o responsável por essa tragédia sem precedentes . O país é tomado pela guerra civil. Milícias tribais e grupos apoiados pelo governo lutam contra o Movimento pela Libertação do Povo Sudanês (MLPS). A Human Rights Watch classificou as condições dos direitos humanos no Sudão como imensuráveis. ONGs acusam o país de continuar com o tráfico de negros como escravos sudaneses.
 Em 2003, Al-Bashir começou uma campanha de perseguição étnica e  religiosa com o objetivo de dominação total e reinar de forma absoluta.  Ele já foi condenado à prisão e julgamento por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional, mas a ordem se torna difícil de ser cumprida pela cooptação da própria corte de justiça sudanesa .  
Na África tem sido assim. São países que por serem pobres, sem petróleo e outras riquezas de interesse dos EUA são completamente esquecidos pelas nações mais ricas do ocidente. Ali são milhares de mortos por fome, doenças endêmicas, AIDS; mas, sobretudo por violência, guerra civil e abandono do próprio Estado. Uma calamidade e mortandade que supera em muito a 2º guerra mundial, se contar o próprio período pós-guerra.
Já o  povo sírio – no Oriente Médio-  tem sido a bola da vez desse cenário de violência e opressão do próprio Estado. São mais de 100.000 mortos, a maioria civis, inclusive crianças, e mais de dois milhões de refugiados vivendo em condições degradantes e subumanas. São humilhações e sofrimentos sem precedentes iguais.
Cuba e Coréia do Norte não têm conflito há muitos anos. Nesses países parece que o povo sofreu uma espécie de lavagem cerebral, torpor ou imunização contra qualquer protesto ou reclamação contra o Estado. Todos parecem dopados com a domesticação e submissão impostas pelo sistema estatal. Fico a pensar: a que ponto de horrores chegamos em plena era digital, da comunicação globalizada instantânea e em tempo real!
Tomar conhecimento de fatos e feitos perpetrados pelos tiranos e déspotas desses regimes, nos força a indagar: será até aonde vai a maldade do homem, do opressor contra o oprimido? Ver cenas e vídeos do terror de Estado dessas nações parece delírio ou vinhetas de filmes de horror. Será que não há limites para tanta barbárie? O que tem feito a ONU? As convenções do pós-guerra? E a declaração universal dos direitos humanos de 1948?  Será que todos estes órgãos e acordos de paz e respeito à dignidade da pessoa humana estão adormecidos e sem eficácia?
O interessante e curioso é que os EUA se mostram muito preocupados e dispostos a intervenção em países em conflitos, quando por exemplo está em jogo interesses econômicos a exemplo de jazidas de petróleo. A intervenção e guerra contra o Iraque foi uma dessas intervenções desastradas. Por que nunca sabemos  da preocupação americana com os massacres cometidos por ditadores da África? Seria uma bela demonstração de intervenção em função da democracia, da dignidade e direitos humanos ,com sentido estritamente a favor dos excluídos  e pobres.
Será que podemos ver um dia esta preocupação e investimento de governantes da nação ianque com os povos humilhados e oprimidos e mortos de nações mais pobres a exemplo de um Sudão e Zimbabwe? Vamos esperar bem sentadinhos porque trata-se de  uma possibilidade bem longínqua. 


      
   João Joaquim de Oliveira  médico- cronista DM  joaomedicina.ufg@gmail.com


FORA DO....



FORA DO CENTRO

                                                                                  João Joaquim de Oliveira 


Uma palavrona que as pessoas bem sucedidas ou sábias empregam muito se chama concentração. Mas, afinal o que significa concentração? Atenção para sua dissecção etimológica,  con-centro-ação, ou seja estado ou ação voltada para o centro, o núcleo, o cerne ,a essência daquilo que se faz. Simples assim não? Ao escrever esta pequena crônica sobre esta condição que também encerra disciplina no que  se faz, será que eu estou bem centrado neste meu mister? Bem, pelo menos vou procurar exercer esta técnica ao discorrer sobre ela própria (concentração).
Muito já se ouviu dizer que as novas gerações ou têm uma dupla capacidade de concentração ou não se concentram em coisa nenhuma. É o caso por exemplo de se estudar ouvindo música, de dirigir atendendo o celular e enviar uma mensagem etc. Aliás constitui infração de trânsito dirigir e usar o celular. O risco é grande .
A mim, de uma geração mais madura, me parece meio complicado, fazer simultaneamente duas destas atividades, quase como assobiar e chupar cana. Eu penso e observo que a perda de foco ou centro no que se faz se deve muito ao ritmo frenético da “vida moderna”. A sociedade vem primando pela velocidade e quantidade, mas perdendo em qualidade. E põe falta de qualidade nisso. Sem qualidade de vida, de relações sociais, de laços afetivos, de vida conjugal, de afeto com os filhos e pessoas queridas e por aí vai. A dispersão das pessoas na modernidade de hoje é tamanha que elas se desconcentram até de si próprias. Querem exemplos cristalinos? Com que periodicidade  essas pessoas intituladas aceleradas e muito produtivas procuram um médico de confiança para um “check-up” básico? Quantas vezes por ano elas vão ao cinema com o cônjuge ou filhos? Quantos livros agradáveis elas lêem  por ano? Quantas viagens de lazer elas fazem com a família?
Esses tipos comportamentais aqui citados podem até estar concentrados na profissão, mas desfocados do que lhes são mais valiosos; a auto-estima, a saúde, as relações sociais e afetivas em todos os seus graus. Todos os insumos e produtos das ciências e tecnologia têm tornado as pessoas reféns ou escravas destes avanços. Os objetos de informática e de mídias digitais podem muito bem exemplificar este grau de alienação a que chegamos. Hoje as pessoas estão muito mais centradas nas redes sociais( sociais?) e suas mídias do que na família, nos amigos ou em si próprias .
A cada apetrecho eletrônico ou digital que a pessoa incorpora em sua rotina de vida, esta pessoa  se torna refém dele. Aqui há uma inversão de valores. De possuidor do objeto moderno, o indivíduo se torna possuído pelo objeto, porque este não desgruda mais do (ex) dono. São exemplos típicos dessa relação inversa o telefone celular, o notebook, os tablets, o iPhone e tantos outros objetos de informática.
Não se quer aqui demonizar ou tachar de fúteis tantos recursos eletrônicos, de informática e as mídias em geral. Chama-se a atenção apenas pelo uso certo, no contexto próprio e hora certa. Se assim não for procedido, as pessoas estão perdendo o foco, a concentração e o próprio rumo de suas vidas. Isto é perverso, nocivo e perigoso; com riscos de tornarmos tão frios e autômatos como os próprios computadores.
Se a pessoa não puder fazer uma caminhada, ir a uma cerimônia qualquer, a uma academia de  ginástica sem levar o celular e outros  penduricalhos digito-virtuais, melhor seria dar uma pausa em tudo;  talvez umas sessões psicanalíticas;  e repensar as prioridades da vida. Pode ser  falta de concentração ou foco. Cada atividade, seja no labor diário  ou lazer  merece uma dedicação exclusiva, para não sair do centro do que se faz  ou da rota certa da vida. Finalizo com este conselho: Todo utensílio ,  objeto ou invento moderno pode ser útil ou bom pelo bom ou mau uso que se faz dele; o dono é que pode ser tornar um benéfico ou nocivo( excêntrico ) usuário do próprio bem.      

  
João Joaquim de Oliveira   cronista DM 

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...