quinta-feira, 30 de julho de 2015

PETROPOLUIÇÃO

O PETRÓLEO E A POLUIÇÃO DO PLANETA
João Joaquim


 Aqueles que preocupam com ecologia, com a natureza, com a saúde do planeta devem estar preocupados. Preocupados e tristes com as últimas notícias sobre os investimentos propostos pela nossa maior petroleira, a Petrobras. Não bastasse a roubalheira que abateu sobre a empresa agora tem mais estas. Nos seus planos de desenvolvimento estratégico consta que ela continuará investindo maciçamente na exploração de combustível fóssil (petróleo). Não lemos ou vimos nos noticiários dela própria ou de outros jornais menção a qualquer investimento nas chamadas energias limpas. Eólica , hidrelétricas  e  energia solar como exemplos. Ou se fala em manter o meio ambiente limpo e saudável , são intenções muito tímidas .
Causa estranheza a mim e a tantos outros naturófilos esse planejamento de exploração do combustível fóssil do  meio ambiente( minas de petróleo , pré-sal), sem a preocupação com os mares e rios, com a saúde da terra. Vale lembrar que tais questões de sustentabilidade, de poluição da atmosfera e do planeta vêm sendo motivo de acirrados debates pelas potências mundiais, aquelas nações que mais gases poluentes lançam no planeta,  Estados Unidos , Japão e China como exemplos. Para informações mais substanciais eu recomendo ler as atas e relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), o chamado painel do clima, do qual participam vários países poluidores. Aliás, as nações mais sujonas  são as que mais entraves e polêmicas criam quando as premissas propostas são no sentido de estratégias que preservem a saúde de nossa terra. Novamente, os U.S.A são um daqueles sujismundos e porcalhões que mais poluem nossa atmosfera e mais emperram as políticas para menos produção de gases de efeito estufa e outros poluidores gasosos ou sólidos.
Para melhor contextualizar os riscos da exploração de combustíveis fósseis é oportuno que se lembre de dois grandes e graves acidentes com vazamento de petróleo. Desses o mais impactante foi da empresa anglo-holandesa Shell, no golfo do México em março de 2010. Foram milhares de barris de petróleo lançados ao mar com uma mortandade de um sem-número de espécie animais e vegetais. Foram várias regiões dos EUA afetadas nessa tragédia ecológica.
 Um outro acidente também calamitoso para a flora e fauna, já aqui no Brasil,  foi o da petroleira americana Chevron, no campo de Frade, na Bacia de Campos RJ, ocorrido em novembro de 2011. Foram mais de 3000 barris de óleo vazados para as águas da região com efeitos devastadores na vida marinha e terrestre . Atualmente , nem se fala mais nesse acidente, que estranho , não ? Só por que é mais uma bilionária do ramo ?
O alerta e as críticas que se fazem aos projetos de expansão dessas multinacionais não é no sentido de condenar ou demonizar a extração de combustíveis fósseis. São  fontes, é bom que se diga , não infinitas de energia a exemplo do petróleo de   nosso pré-natal. O que preocupa ao mundo, sobretudo aos ecologistas e ambientalistas, é a falta de estudos e estratégias das indústrias na prevenção de acidentes e medidas de saúde e sustentabilidade para o planeta. Como minimizar as toneladas de Co2 lançadas na atmosfera , de outros gases de efeito estufa, a redução e destinação dos resíduos sólidos?
 Tem sido noticiário que a Shell tem projetos de exploração de petróleo no Ártico. Uma região ainda preservada da qual não se sabe ainda quais seriam  as consequências desse tipo de atividade. As turmas do clima, ambientalista e do “Greenpeace” já estão encabuladas com esse plano da petroleira americana. Sejam a Petrobras, Shell ou Chevron; o que essas empresas  tinham que planejar seria a produção de energia limpa, perene e sem poluição. As usinas eólica e solar por exemplo. Assim ganham o planeta e a humanidade  Que assim seja! Será ?  Tomara!  Jul/15 .

 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

DEUS IMORTAL...

DEUS NÃO ESTÁ MORTO  
 João Joaquim

 Um dia desses estava eu sapeando (ou zapeando) pelos canais de TV e deparei-me com uma entrevista. Eu como gosto de ouvir e ver as ideias dos outros me detive naquele canal. Era um pai com a fisionomia plangente e lacrimosa. Uma expressão de dor emocional. Foi condoído para mim  aquele momento. Esse pai havia perdido o filho em um gravíssimo acidente de carro, cujas causas já se sabem foram alta velocidade e falta dos cintos de segurança. Uma ocorrência sinistra mas, rotineira nas cidades e rodovias de nosso Brasil (60.000 mortos/ano).
Os meus leitores cativos e outros fortuitos já devem estar pensando: lá vem de novo uma matéria e esse cronista a falar de vítimas de trânsito. De fato, assim pensando, e até  o que  fazem nossas autoridades; quando morre uma pessoa se torna uma tragédia , mas muitos de forma paulatina aqui e acolá acabam virando uma estatística da polícia rodoviária e do IBGE ao final de cada ano.
Entretanto , o  que me motiva nessa fala da dor do pai pela trágica morte do filho foi sua fá que agora estava sendo colocada em xeque. Confessou o pai: todos os dias quando o filho saia para seus compromissos profissionais, ele (pai) fazia orações e pedia proteção divina para o filho em suas lides e atividades diárias. Ele sempre tinha temor, medo mesmo quando o filho estava nas estradas.  Diante do fim tão imprevisto e doloroso do filho, esse pai nesse tormentoso transe indagou do repórter “será que Deus existe”?
Veja, meus leitores e leitoras, que dúvida das mais emblemáticas de parte da  humanidade. E para contextualizar tão insigne  e universal pergunta eu rememoro outras tragédias que abateram sobre a humanidade e que suscitaram as mesmas dúvidas. Como exemplos o terremoto de Lisboa em 1755 e mais recentemente o holocausto do nazismo (1938-45) e o terremoto sobre o miserável Haiti em 2010. Só aqui foram cerca de 300.000 mortos .
Eu me lembro de literaturas jornalística e de filosofia, quando diversas personalidades desses ramos do conhecimento fizeram as mesmas indagações. Os horrores e sofrimento humano com o nazifascismo  foram tamanhos que muitos questionaram da misericórdia e da existência de Deus. Eu acredito em outras razões que escapam ao nosso entendimento .
Acreditar ou não em Deus é questão de pura convicção ou  intuição  pessoal. Diante do infortúnio, da dor, das tragédias e dos cataclismos e de outras tsunamis , penso ser compreensível questionar a existência de uma força cósmica superior, um ser onipotente e ubíquo a que chamamos de Deus.
Vamos imaginar tal questão em outro viés, mas no mesmo contexto. E a explicação da existência humana? Ela também tem dois polos de discussão. Das duas hipóteses, para quem quer que sejam, uma é verdadeira. Independentemente da tese verdadeira( criacionista ou evolucionista), temos como certo e de consenso que o homem é uma espécie diferenciada, dotada de razão e para os crentes em Deus, com a dualidade corpo e alma.
Um outro atributo sublime de que somos dotados é o chamado livre-arbítrio. Ou seja, cada pessoa tem a plena liberdade e o poder de agir da forma que melhor lhe aprouver. Todavia, com uma condição, que o indivíduo tenha também a consciência do bônus ou ônus  dessa liberdade de ação. Em outros termos ( conforme  outras filosofias ou religiões) é o que se chama de lei do carma:  o que vai, vem. Num dito mais coloquial, quem planta vento certamente colherá tempestade. Quem planta paz e calmaria certamente colherá os frutos da bonança. Quem planta prudência e os cuidados elementares pela vida, certamente terá uma existência longeva e saudável .
Clareando mais a tese acima exposta. Deus, não pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares, mostrando o melhor caminho, a velocidade mais segura nos automóveis para os motoristas infratores. Ele também não pode evitar as fúrias da natureza contra as ações predatórias do homem em seu livre-arbítrio. Hoje os temas da moda são os efeitos dos desmatamentos predatórios , o efeito estufa, o impacto do ozônio, o derretimento das geleiras, o esgotamento da água potável , a desertificação da terra, a extinção de muitas espécies animais, etc. Culpa de quem ? Do homem no seu livre-arbítrio. Daqui a pouco corre-se até o risco da extinção da mandioca, “ uma invenção brasileira”( presidente Dilma Rousseff ).
Deus não pode impedir que um drogadito ou alcoólatra saia ao volante e morra ou mate alguém no asfalto. Ele assume as consequências sinistras na sua infinita liberdade de ação. Um indivíduo que passa décadas no vicio do álcool tem alto risco de morrer de cirrose hepática ou pancreatite crônica , todo fumante assume o risco de morrer de câncer de pulmão . Deus não proíbe ninguém da embriaguez , da dragadição , do tabagismo, de se desrespeitar as leis mais simplórias de segurança do trânsito. É o exercício dessa prerrogativa humana do livre-arbítrio , ainda que esta liberdade de poder e de ação seja para o bem ou para o mal. A escolha é de cada um.
Por isso, assim pensa este escriba, que cada um deve estar ciente de sua parte e seu dever em todo gesto e atitude. Deus tem outras coisas mais sérias para cuidar. A nós nos foi delegado fazer o que for possível . Para Deus deixemos o impossível e os milagres. 


  João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com  

ÉTICA x tragédia

A TRAGÉDIA E NOSSOS  SENTIMENTOS ÉTICOS
João Joaquim


 Nosso junho/2015 terminou com uma daquelas semanas de surtos. O que é um surto? É uma manifestação súbita de qualquer coisa, um surgimento repentino e brusco de um fato inusitado, algo  anormal; ou também de uma atitude ou comportamento que deveria ser uma constante ou característica de uma sociedade. O surto dessa última semana de junho foi de uma minitempestade de  ética. Comportamento ou  inclinação que deveria ser permanente na vida das pessoas.
Aliás, é oportuno repisar essa tendência de nosso Brasil. Mesmo quando o  Brasil era apenas pau-brasil  parece que já funcionava assim. Aí foi só Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha se aportarem por aqui que as coisas desandaram de vez. E bem o disse também o Jesuíta Padre Antonio Vieira( idos de 1600). O surto de ética, de decência, de solidariedade, de respeito à dor alheia, dessa última semana de junho/2015, veio com a morte de alguém e as imagens do cadáver destroçado veiculadas pelas redes anti-sociais ( que a sociedade chama de sociais). E aqui não importa a que classe pertença esse falecido, que atributos tenham esse personagem e sua família. Não deveria fazer diferença se ele é famoso e midiático ou importante. Ética e dor alheia, o luto, a luta de cada um devem merecer a mesma acolhida, a mesma consideração de todos nós e dos poderes constituídos; do Estado, das leis, da justiça e da imprensa.
Para bem situar a referência acima expressa, eu não conhecia o sertanejo Cristiano Araújo. Ele e sua namorada morreram em um grave acidente de carro (capotagem) em uma rodovia (Br 153) próxima a Goiânia(24.06.15). Funcionários de uma clínica  que prepararam os cadáveres postaram fotos na internet  dos corpos com graves mutilações decorrentes do sinistro. Como corolário pipocaram várias mensagens e matérias jornalísticas de protestos e condenação pela divulgação das fotos e vídeos. Nada mais correto, honesto e justo tais sentimentos de repulsa e de indignação contra a divulgação e repique de cenas tão fúnebres e dolorosas para amigos e familiares das vítimas. De imediato, ao ler tais notícias eu me neguei a ver tais cenas, condenei e as repudio de forma contundente. Eu nunca usei e tão cedo quero me aderir ao tal de whats-App.
Eu, por índole e formação , frente a morte de qualquer semelhante e irmão lembram-me as palavras do poeta e escritor britânico  John  Donne. “ A morte de qualquer pessoa me diminui porque estou envolto no contexto da humanidade. Portanto, não pergunte por quem os sinos tocam, eles dobram por você”.
O curioso e interessante é o quanto de outras lições podemos deduzir do fato aqui motivador desta digressão crítica. A primeira delas, dentro do princípio do surto das coisas. Nossa justiça, as autoridades, muitas vezes cumprem de forma célere e a contento o seu múnus público mediante rumoroso clamor popular ou incisivos pedidos de socorro. Isto deveria ser uma regra comezinha e rotineira de juízes com suas liminares, das polícias em instaurar inquérito; e não apenas nas tragédias de pessoas ricas, famosas e de grande visibilidade midiática.

 
O segundo aprendizado envolve uma lição e demonstração  de hipocrisia. Alguns canais de televisão que condenaram a divulgação das imagens da tragédia do casal morto são as mesmas mídias de TV que exibem os reality shows com enredos pornô-eróticos ou então os programas policiais diários com cenas e fotos de crimes os mais perversos  em tempo real. Nesses programas, exibidos à luz do dia, nas horas de lazer de nossas crianças, são mostradas matérias com o que há de mais vil, sórdido e chocante ao coração e sentimentos de bondade e de humanidade das pessoas. Seria o equivalente àquele conselho: façam o que eu louvo mas não o que eu exibo e faço. A estratégia aqui é ter audiência . E ela se dá pelos índices de nossa cultura, nossa educação.
Toda essa vilania e baixaria se dão em nome de uma tal de liberdade de imprensa e expressão. Na verdade temos aqui uma libertinagem de imprensa e comunicação tal o teor e natureza desse jornalismo de baixo calão , que aliás, tem um público seleto e cativo, os mesmos usuários das maledicentes e perniciosas mídias virtuais.
O Brasil que vive de tantos surtos e epidemias , deveria sofrer também de um surto de qualidade. Um outro surto que vez e outra acomete nossa sociedade é a consciência  da podridão , da fetidez, da hediondez que reina na Internet e suas mídias com seus múltiplos aplicativos de comunicação a exemplo das redes sociais . Para o afloramento  dessa consciência ética  é sempre necessária alguma tragédia , algum crime hediondo de pessoa pública e famosa etc.  Os tão propalados e massivos facebook  e  whats-App têm sido colocados a serviços de um cardápio infinito de futilidades, de baixaria, de mexerico, de fofocas e muitas outras inutilidades e delitos de pessoas parvas, cretinas, idiotas ,  insensatas, desocupadas e criminosas. 
 Está faltando muitos outros surtos construtivos  em nossa sociedade. Cada cidadão , cada classe de profissionais e de gente têm ,sim, uma Ética. Bandidos e criminosos têm a sua ética . Os regimes autoritários até, têm a sua ética. Cada um tem a sua visão do que é certo e errado para ele. A boa e verdadeira ética é aquela que vem do DNA da família de boa ética , ela é hereditária. Eu posso ser uma pessoa cidadã, que sabe viver em sociedade e inclinado ao bem e à virtude ou ao mal e aos vícios. Ética se aprende, sim, de berço. Boa ou má vai depender dos valores que são impingidos à criança desde a chupeta. Um vez adulto  mal educado e mal formado não há  código profissional , civil ou penal que dê jeito.  Que triste ciclo estamos vivendo . Junho/15.  

 João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com     

JALECO BRANCO...

UM CARTÃO VERMELHO PARA O USO DO  JALECO BRANCO NA RUA 

 João Joaquim 

 Gostei de uma pesquisa realizada por um grupo de estudantes de enfermagem de uma  universidade de Cochabamba , Bolívia ,  sobre os usos e significados do jaleco branco. Quem achava que a indumentária era exclusiva ou símbolo de status do médico está quadradamente enganado. Advirto que não me venha perguntar por que do nome  Cochabamba. Ainda que, lá como cá, alguém coxeie das pernas ou do intelecto . Enviaram-me essa pesquisa. Trata-se de alguém  do Brasil que estuda naquela frequentada universidade.  
Quanto à origem do Jaleco branco . Para falar a verdade nua e crua, os médicos foram de fato os pioneiros no uso da roupa branca. Mas, com o passar dos anos, todos sabem a tendência em ser a moda adotada por outras profissões. Tipo tatuagem. Foi só alguns famosos emporcalhar o corpo, aí todos os outros admiradores e seguidores adotaram as pinturas. Muitos tatuam tanto a pele que mais parecem lagartixas ou taturanas( lagartas-de-fogo). A tatuagem, só como nota, surgiu no Haiti.
O porquê do branco. A cor tem tudo a ver com questões de biossegurança para o profissional e os pacientes. A cor branca facilita em saber se realmente a roupa está limpa de manchas, resíduos hospitalares e mesmo respingos de alguma secreção ou sangue. Até metade do século XIX as doenças infecto-contagiosas eram pouco conhecidas. O médico Francês Luis Pasteur foi um dos pioneiros na área de microbiologia. Foi ele quem documentou a estreita relação entre falta de higiene e sujeira (falta de assepsia) e doenças infecciosas. Vem dessa época o jaleco branco como equipamento de proteção individual (EPI). Um outro Francês, o fisiologista Claude Bernard aparece em algumas pinturas vestindo jaleco branco em fins do século XIX (1889).
Na maioria das culturas o branco traz um significado positivista. Bandeira branca numa guerra significa armistício, convite à paz. A pomba branca idem. A maioria das noivas se veste de branco como símbolo de amor, candura e pureza. Na passagem de ano, simboliza renovação e vida nova. Como exceção, na Índia o branco tem a conotação de luto.
 Alguns dados curiosos da pesquisa, que foi feita com entrevistas em vias públicas, com aquelas pessoas que se vestiam de jaleco branco. Cerca de 45% das pessoas que usavam jaleco branco eram médicos, 15% eram enfermeiros, 10% eram outros profissionais de saúde, 30% outras profissões como açougueiro, feirantes, barbeiros, pai de santo etc.  Dos motivos e significados da cor branca do jaleco. Entre os médicos, cerca de 40% não sabiam o símbolo do branco na indumentária médica. Nas outras profissões, quase 100% não sabiam a origem e símbolo da cor alva de sua indumentária.
Uma lição interessante que se tira dessa singular pesquisa é aquela constatação de que a maioria das pessoas usa ou emprega este ou aquele hábito, este e outro objeto sem se perguntar de onde veio, o como e porquê de tal expediente. Elas o fazem de forma imitativa, repetitiva, copiando uma tradição. É o caso de se indagar a razão da venda(tapa-olhos) nos olhos da deusa da justiça ou da cobra enroscada num bastão como símbolo da Medicina.
Assim se sucede com muitos estudantes de Medicina e mesmo médicos já rodados que gostam de exibir o estetoscópio no pescoço e esvoaçantes jalecos brancos nos corredores dos hospitais. E nesses ambientes nosocomiais( nosocômio , hospital) eles devem fazê-lo; afinal são instrumentos e símbolos da profissão. Entretanto, o que presenciamos hoje entre muitos profissionais de saúde é um absoluto desleixo e descaso, tanto nos cuidados de lavagem e assepsia dessas roupas quanto portá-las fora do ambiente hospitalar ou de consultórios. Nessas circunstâncias essas roupas brancas servem de vetores de microrganismos do hospital para a rua e vice-versa. Ou seja, em total desacordo com os objetivos de proteção e demonstração de rígida higiene e biossegurança para si e para as pessoas contatantes com o profissional. É útil lembrar que bactérias de ambiente hospitalar costumam ser extremamente resistentes a múltiplos antibióticos. Portanto, olha aí o risco de se contrair uma grave infecção justamente pela proximidade de um profissional de saúde que deveria ter este zelo e esta conduta de biossegurança.  
Assim , ficam aqui algumas dicas para todos os trabalhadores de saúde. Jaleco branco tem que estar branco (isento) de qualquer impureza ou mancha. Ele deve ser trocado todos os dias. Além de lavado, deve ser esterilizado e não misturado com outras roupas pessoais. Andar de jaleco na rua não é hábito próprio e recomendado para profissionais de saúde. Quando se vê algumas pessoas de jaleco branco em vias públicas pode-se pensá-las como barbeiro, açougueiro, feirante ou encanador. E sem nenhum demérito para esses trabalhadores porque eles não atendem doentes e não são portadores de agentes microbianos vindos de hospital, locais de alto risco de infecções de difícil tratamento.
Dito e comentado  assim penso que ficou mais claro e cristalino o emprego de uniforme branco por todos aqueles que cuidam de doentes, médicos e enfermeiros como exemplos.   Junho/15   
João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

MÁFIAS DA BOLA

OS LUCROS CRIMINOSOS COM O FUTEBOL EM ÂMBITO GLOBAL
João Joaquim


 O planeta inteiro vem assistindo a um dos maiores escândalos envolvendo o futebol, tendo como protagonistas figurões da cúpula da FIFA e Confederação Brasileira de Futebol(CBF). O Brasil como pentacampeão mundial não podia estar de fora do conluio e camarilha de todos os atos ilegais e criminosos nas modalidades de propina, suborno, corrupção, roubo e lavagem de dinheiro. Os atletas brasileiros até agora condecorados pelo FBI com as medalhas da desonra e demérito são José Maria Marin, ex-presdente da CBF, preso na suíça e Ricardo Teixeira ex-presidente CBF e foragido aqui no Brasil. Alguém menos afeito ao mundo futebolístico poderia estranhar. Como assim? Foragido no Brasil, se ele está sendo acusado pela nossa gloriosa polícia federal de vários crimes de mesmo gênero? Alto lá! Basta lembrar casos passados. Ronald Biggs, britânico do assalto ao trem pagador (Inglaterra,  1966) e que por aqui viveu livre, leve e solto. E Cesare Batista, terrorista e assassino da Itália que ganhou guarida, guarda pessoal e refúgio permanente para aqui viver em paz. Todo esse beneplácito e regalia foram concedidos pelo PT do ex-presidente Lula da Silva ,ou seja tudo de acordo  com a CNPT, condições normais no partido dos trabalhadores.
Eu sempre fui um apreciador de futebol, como telespectador e mesmo como praticante. Por muitos anos corri atrás da bola e dei-lhes muitas caneladas. Sorte minha é que ela apanhava calada.
Copas do mundo lembram-me as de 1978 para cá. Lendo a nossa história e dos torneios mundiais, causa-me muito asco e repulsa a relação que teve o regime militar com a seleção campeã de 1970. Era o governo do general Médici. Enquanto se comemorava o tricampeonato, muita tortura se dava nos porões da ditadura. O futebol foi usado nos moldes de ópio ou pão e circo para o povo descontente e mal informado daquele falso ufanismo. Algo semelhante ao que se dava com os imperadores( ou ditadores) do antigo império romano.  Coisas típicas dos regimes de exceção e repressivos. Sabe-se por exemplo que na copa FIFA 1978, realizada na Argentina, período da ditadura de Jorge Videla houve espúrias e sujas relações entre seleção Argentina, ditadura e membros da FIFA, na pessoa de seu então presidente João Havelange(99 anos). Soube-se posteriormente que o cartola brasileiro recebeu propinas em terras e petrodólares.
Em todas as gestões da CBF, notadamente, no período vitalício de João Havelange - FIFA e Ricardo Teixeira -CBF, houve ingerências, subornos e outros malfeitos em favor de resultados de vitórias para o Brasil. Não é sem motivo que a seleção canarinho é 5 vezes campeã do mundo. As pessoas que gostam de futebol, ou mesmo as que não gostam e a imprensa internacional têm elogiado a decisão do FBI (EUA) na prisão dos sete diretores da FIFA, acusados de fraudes, lavagem de dinheiro e recebimento de propinas milionárias para votar a favor da escolha dos países sedes das próximas copas, Rússia-2014, Qatar-2022. O próprio Josef Blatter, atual presidente FIFA e cartolas de outros países estão sendo alvos de denúncias e investigação pela justiça americana e FBI.
Curioso e esdrúxulo é que o Sr. Blatter renunciou ao cargo, mas de forma pré-datada. Deixará de ser o poderoso chefão da entidade em março de 2016, quando se elegerá novo presidente.
Em todo esse imbróglio e lamaçal fétido que envolve FIFA e o futebol no Brasil e no mundo dois personagens estão escapando lisos e incólumes e eu finalizo não os esquecendo nesta sumária resenha esportiva. O primeiro figurão que vem escapando ileso e blindado de qualquer acusação é o ex-presidente João Havelange. Já foi comprovado documentalmente seu benefício com propinas em negócios nebulosos e escusos na direção da FIFA.
Outra entidade e grande patrocinadora da seleção que sempre manteve imune a qualquer acusação é a TV Globo. A seleção de futebol  para nossa gloriosa e onipotente Globo sempre foi uma fonte de ganhos milionários. É muito custoso e nada convincente, imaginar que essa emissora não sabia de toda roubalheira tendo CBF e cartolas brasileiros implicados e interessados em tantas traficâncias e quadrilha do futebol. Não é sem razão que todas as representantes e afiliadas dessa empresa televisiva global vêm exibindo curtas e tacanhas matérias sobre a tramóia e máfia que se abateu sobre  o esporte ainda mais popular aqui no Brasil e no mundo. Junho/2015  

 João Joaquim médico e articulista do DM Joaomedicina.ufg@gmail.com

DE MÉDICO A VÍTIMA

DE PACIENTE A SOCORRISTA DO PRÓPRIO CARDIOLOGISTA
 João Joaquim          

     
 Nosso mundo e a humanidade têm as suas histórias (reais, com h) e estórias (verossímeis ou fictícias). Em cada civilização ou nação existe também a chamada mitologia. Dentro as mais famosas a grega e a romana. Dos mitos ou folclore  brasileiros por exemplo quem não conhece o do saci-pererê, do lobisomem, da mula-sem-cabeça, do boitatá etc?
Na cultura popular temos as piadas, que nada mais são que estórias ou sentenças sumárias envolvendo ações humanas ou mesmo de animais. O interessante de muitas piadas e anedotas é que elas surgem de um fato real. O que ocorre de diferente é o contador da anedota dar uma maquiada e realçada na ocorrência tornando-a de fato engraçada e risível .É o princípio: quem conta um conto, aumenta um ponto. Outras criações engenhosas da mente humana são as alegorias, as parábolas, as figuras estilísticas de linguagem. A própria Bíblia tem exemplos marcantes de parábolas e figuras de linguagem. É uma maneira muita inteligente de dar força e realce às mensagens.
Quando estudamos por exemplos os mitos gregos ou romanos e o perfil dos respectivos personagens, poderíamos numa análise imediata e superficial considerá-los com um certo desdém ou inutilidade. Mas, basta lembrar que eles não surgiram do nada. Todos foram concebidos por mentes notáveis. Filósofos de grande aptidão analítica e metafísica. Basta ler algumas criações de Sócrates e Platão, para ficar nesses dois exemplos. Os mitos na cultura grega têm um certo paralelo e equivalência das parábolas bíblicas. São símbolos de grande ensinamento e valor moral para nós humanos.
Fiz esta extensa introdução falando de história e estória, de anedotas e mitos. Isto foi mais longamente  descrito apenas para descrever uma história (real) que ocorrera com um médico, meu par de profissão, cuja carreira eu conheço de alguns anos. Vou chamá-lo pelo epíteto de Márcio Fagundes, 50 anos ,para preservar a sua imagem e re-pu-ta-ção.
Aquele dia 25 de abril/2015 foi apenas mais um dia na rotina atribulada do cardiologista Fagundes. Consultório cheio, atendimento até 22 horas da noite. Sua jornada começava por volta das 6 horas com passagem no hospital com pacientes internados. Dr. Fagundes era metódico. Todos os pacientes eram agendados e atendidos sem muito atraso. Esta demora quando se dava era motivada por uma e outra razão ligada ao perfil clínico de algum doente que exigisse um exame mais meticuloso. Algum caso fortuito de procura sem prévia marcação era também atendido, desde que aguardasse a última consulta da agenda. E assim se deu nesse dia 25. Foi quando esse segundo  personagem da história e paciente se apresentou para consulta porque vinha sentindo uma dor torácica, com suspeita de ser angina (dor que precede o infarto). Já passava das 20:00 horas, a secretária já tinha sido dispensada como habitual, 18:00 horas. João Vidal Odones então espera sair o próximo paciente e aborda o médico.    
 -Dr. Márcio, estou com uma dor no peito há mais de 10 dias, dá para o sr. me atender? O médico percebe que não se tratava de uma urgência, foi solícito  e prestimoso
- Se o Sr. aguardar o último paciente eu o atendo. Basta esperar  aqui na recepção.   Eu o chamo porque a minha auxiliar já foi embora.
Assim acordado, assim acontecido. O sr Vidal foi informado que ainda restava 4 pacientes para chegar ,além daquele  da vez. Para evitar o tédio da espera ,Vidal resolveu dar uma volta, ir em casa e retornar lá pelas 10 horas da noite. Assim feito e no retorno o último paciente já estava em atendimento.
Eram cerca de 22:15 h quando a porta do consultório se abriu. Na verdade era uma cliente, uma jovem senhora, que passou serena pela sala de espera e ainda desejou uma boa noite ao nosso Vidal. O inopinado que relata o nosso aqui extra paciente( sr Odones), é que o dr Fagundes o chamou para a consulta com um atraso de 15 minutos. Nesse ínterim, ouviram-se ruídos de cadeiras, torneiras abertas para lavagem de mãos e descarga de sanitário.
O médico assoma-se à porta de consultório e ordena  - Vamos entrar sr. Vidal, assente-se por favor! O que se passa com o senhor?
- Antes disso doutor o sr. passa bem? Estou sentindo o seu rosto pálido e com uma pequena suadeira! Pode ser pressão baixa. Posso ver a pressão do doutor? Pressão medida, 10 por 5. Pulsação 120 por minuto. Doutor o senhor não está bem, vou chamar o resgate.
- Eu acho que estou infartando, me deita na maca, me pega uma aspirina e um isordil na minha maleta e me ponha o oxigênio no nariz. E assim foi procedido inicialmente pelo paciente Vidal Odones ( em carne e osso e coração, suspeito de ter angina) ao seu cardiologista também aqui de cognome dr Márcio Fagundes (50 anos). O resgate chegou a tempo, o paciente agora invertido, que sempre tratou as doenças do coração, foi levado a um hospital de referência .
Eu, o autor desta verídica crônica,  que sou amigo e próximo do Dr. Márcio Fagundes, fui visitá-lo já na convalescência no hospital. Ele foi de pronto e muito bem atendido. Sobreviveu ao infarto, recebeu  2 angioplastias, 2 stents e já se encontra trabalhando com recomendações de menos estresse, menor jornada de atividades e evitação de fatores emocionais que façam mal ao coração. 


 João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

DESNAMORADOS...

DIA DOS DESNAMORADOS
João Joaquim


Ontem 12 de Junho, foi o dia dos namorados. Já começo esta crônica no sentido de alguns protestos e ao mesmo tempo fazendo algumas homenagens e comendas a algumas pessoas injustiçadas. Se existe uma entidade nesse mundo que me vexa, me amofina e até me acabrunha é a tal da injustiça. E ela, para meu desgosto campeia por esse mundo ora de meu Deus ora do diabo. Quando avisto alguma ocorrência injusta dá-me logo vontade de mandar o autor para o diabo que o carregue. Na área da saúde e trabalhista por exemplo quanta injustiça. Se tem por exemplo aquele braçal e suador(ralador) que ganha o mínimo tem também aquele que recebe como funcionário fantasma. Parece mágico ou taumaturgo. Igualzinho a disco voador. Ninguém os vê mais brancos, mas eles povoam as assembleias legislativas, os gabinetes políticos, o congresso e outras casas oficiais  etc.
Eu li vários jornais e sites de ontem, 12 de Junho, sobre os namorados. Eram matérias as mais variadas a respeito da comemoração entre as pessoas que namoram. Interessante quando fixamos a atenção na palavra namorada(o). Vejam quantas outras belas palavrinhas extraímos dela de belos significados. Amor,   amora , mora, morada, Roma, orada, mona(lisa), ora etc. Então existe todo um contexto de beleza e de encantamento no namoro e nos enamorados, seja na esfera abstrata, seja no momento prático, no encontro daqueles que se amam. São questões mais do que pacificadas e ponto final. Ou tem alguém , algum leitor que tenha alguma ideia  contra o amor e os namorados ?
Agora não se pode perder de vista aquele outro lado dos chamados injustiçados. Eu explico: eu nunca vi ninguém falar sobre o dia dos não enamorados ( os desnamorados). E atenção! Segundo censo (mesmo sem senso) de nosso ainda acreditável IBGE eles não são poucos. A proporção é mais ou menos assim: para cada dois casamentos há 2 descasamentos. Isto falando no oficial porque há aqueles que se casam no paralelo, informalmente, sem ir ao cartório ou igreja. Esses que se casam sem os prolegômenos e rituais do matrimônio levam uma enorme vantagem . Primeiro porque não existe aquele ônus com convites, arranjos de igreja, gastos  no civil e religioso , lua-de-mel cara, etc. A segunda grande vantagem, é que se a união desandou para trás , decidiu pela separação , não tem aquela burocracia de ir a cartório, petição de advogados, custas processuais e ter aquela certidão de divorciado(a). Olha que praticidade, o sujeito casou , separou e continua com documento de solteiro, não pega aquela pecha de separado.
Agora do fundo de meu coração eu gostaria de ver algum parlamentar propor um projeto de lei (PL) criando o dia dos separados. Não digo nem dos solteiros, porque esses são casados em potencial. Dos separados (homens ou mulheres) temos vários grupos. Basicamente podemos enquadrá-los nos voluntários, aqueles que de comum acordo se separam. No segundo grupo os compulsórios. Nesse rebanho dos compulsórios existem os motivos vários. Por exemplo infidelidade conjugal, sucateamento da relação, opção por um segundo cônjuge e outras razões de semelhante quilate. Não contando aqueles que de tanto amor costuma eliminar a amada(o) do coração e do direito de viver.
Pode qualquer deputado ou senador não ter lá a pretensão em tal PL do dia dos separados por considerar esse grupo de pessoas o lado negativo, desajustado ou indesejável das relações humanas. Entretanto, já de plano eu deixo os meus protestos. Tal contra-argumento se fundamenta no fato de que os desnamorados e descasados representam um filão enorme de pessoas de bem com a vida, são consumidores iguais a todo consumidor e portanto merecem o respeito e as homenagens da iniciativa oficial e privada.
E já que Julho não tem nenhum feriado, poderia ser num dia  de Julho, que segundo pesquisa notarial neste mês é o período quando se  registra e homologa mais  divórcio. Isto me deixa curioso e grilado, por  que no mês  de Julho? Trata-se de um mês de mais férias, menos trabalho, mês também que foi  criado em homenagem ao imperador Júlio Cesar, que teve lá também suas desavenças namorais .              13 de junho/2015

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

Necedade especial

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