segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

FIDELIS E INFIÉIS


OS FIÉIS E INFIÉIS DE UM DITADOR
João Joaquim  

Sem querer fazer estilo ou imagem deixei por último para falar do El Comandante. Morreu Fidel Castro. Para alegria de muitos, para reavivar a saudade de tantos comunistas, e acreditem, para choro e ranger de dentes de milhares. Não sei se de todos visto, mas houve um vídeo que mostrou a figura de uma esquálida cubana que aos prantos rangia também os poucos dentes que lhe restavam. Quanta fidelidade (sem trocadilho) e higiene cerebral!
Causa-me um certo impacto imaginar como que um personagem com os desqualificativos desse tirânico e controverso Fidel Castro pode ter provocado admiração e sectarismo em tantos países e em tantas pessoas. O homem morreu, mas o regime que ele implantou está lá sob a batuta do irmão Raul Castro. É o PC Cubano. São ideologias hereditárias e de família, a exemplo do que é uma Coreia do Norte.
Sua biografia nos fala que ele, Fidel,  era filho de um rico fazendeiro, formou-se em direito e desde jovem tinha engajamento político. Com certeza uma disciplina que lhe faltou no curso lá em Cuba, foi a de Direitos Humanos. Se bem que há certos operadores desse capítulo que defendem muito os direitos humanos, de quem nada tem de humanidade. Falo dos criminosos de maior periculosidade. 
Em 1953 após tentativa de tomar o poder, Fidel  foi preso, condenado e enviado para o exílio no México. Lá ele conheceu Che Guevara, homem  de formação médica; na verdade um guerrilheiro e fugitivo da Argentina, seu país natal.
Críticos mais severos chamavam Guevara de porco assassino. Tamanha a frieza e crueldade com que ele tratava aqueles dissidentes de suas ideias, as mesmas que defendeu Fidel, a vida inteira, eram água do mesmo vaso sanitário . Fidel em camarilha com Che planejou a volta a Cuba para tomar o poder. E assim foi feito. A prática do plano inicia-se em Sierra Maestra. Seu bando ou batalhão dirige-se para Havana e destitui o ditador Fulgêncio Batista. Segundo a história, Havana era na verdade uma pornocracia, tamanha a devassidão, o turismo sexual e outras orgias dionisíacas e eróticas que tomaram conta da ilha.
Curioso e repulsivo é que o nosso revolucionário Fidel tomou de assalto a ilha Cubana pregando ideias e planos democráticos. Essa era uma bandeira do marketing da revolução. Quão ardilosa e falsa foi sua retórica. 
Mas também na história isso não é nenhuma novidade. Um caudilho e chauvinista derrubar  uma ditadura, para implantar outra, igual ou pior. Para tanto basta o golpista ter firmeza, obter o apoio das massas populares e cooptar todas as forças armadas, se houver, e silenciar os órgãos do judiciário. Foi o que houve em Cuba. Não há naquela nação forças armadas, só polícia ou milícias para defender o regime e as ideologias da ditadura.
A questão da revolução Cubana, da queda de uma ditadura e instauração de outra sob o comando do grupo de Fidel Castro é muita curiosa e sem precedentes na história. Outro ponto curioso é como o comandante conseguiu “pari passu” conquistar seguidores, fãs e muitos inimigos. Fala-se que ele foi alvo de muitas conspirações de ser assassinado e escapou de todas, mais de 600.  O seu governos foi marcado por uma absoluta e ferrenha repressão; sem liberdade de opinião e expressa e sem imprensa. Há ali apenas um jornal, o Gramma e uma emissora  de TV estatal. Órgãos de comunicação do governo apenas,  esses que só divulgam matérias e cartilhas do regime.
Cuba sempre teve, sob a égide da família Castro, um único partido, o PC comunista. Nenhum adversário tem voz ou vez. Há vários presos políticos. São milhares de refugiados pelo mundo; muitos morreram naufragados em embarcações clandestinas, em fuga para os EEUU.  Os órgãos de direitos humanos pelo mundo acusam o próprio Fidel de cerca de 20 mil execuções desde adversários aos que se rebelavam contra o seu governo. 
A crítica internacional fala dos índices da educação, que houve muitos avanços sociais nesse sentido e até na saúde. O que pode de fato ser um mérito do regime. Em que pese também o fato de as crianças serem desde cedo escoladas com as cartilhas e ideologias do regime comunista. O esdrúxulo e melancólico de se ver é que com o embargo econômico imposto pelos EEUU, o país se encontra sucateado. O cenário urbano e frota de veículos parecem de 50 anos atrás. A arquitetura urbana mais parece um museu a céu aberto. O que não deixa de ser um atrativo e glamour.
A medicina de Cuba se nivela às nossas escolas de enfermagem de qualidade mediana. Segundo consta, os médicos cubanos  de nosso programa “mais médicos”, do governo petista, seriam reprovados em um exame de enfermagem de nível bom , nos estados unidos por exemplo eles não exerceriam sequer uma atividade de enfermeiro, tamanha a insuficiente formação que recebem na escola de Medicina de Cuba.

Agora vai lá entender e explicar o porquê de tanto incenso e saudade de um tirano da crueldade de Fidel Castro e sua trupe revolucionária. Daria para alguém me explicar? O difícil vai ser me convencer!                        Dezembro/2016.  

A MORTE DE UM TIME

O QUE NOS ENSINA A MORTE DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL ?
João Joaquim  


Movido e impelido pelo sinistro da equipe de futebol da chapecoense, nas cercanias do aeroporto de Medellín, com o avião de Lamia eu pus-me a algumas reflexões. O avião, por falta de combustível, caiu nas montanhas; foram 71 mortos, 6 sobreviventes. Dos mortos, 19 eram jogadores da chape.
Qual o  valor de qualquer esporte ? A expressão mais elementar que os homens deveriam ter do esporte, o futebol como modelo, é ser essa atividade voltada no sentido de educar o indivíduo, tornando-o um cidadão melhor do corpo e da alma e não um indivíduo melhor em ganhos salariais vultosos e contratos milionários. O que se vê cobiçado entre os atletas e cartolas é isso. Lucros, lucros e acúmulo de dinheiro. Para tanto entra em campo e nos bastidores o princípio do vale tudo ,como se os gramados fossem um octógono do dantesco e sangrento UFC, nossas lutas do coliseu moderno. 
Ao que temos assistido do futebol é isto. Todas as partidos parecem rinhas de galo ou touradas. Tanto entre os competidores como nas torcidas. Tudo lembra praças de uma guerra fraticida. Nesse macabro cenário entra um terceiro componente: o papel das redes de televisão que lucram também milhões (único interesse) nesse esporte que se tornou tão popular. A rede globo, por exemplo se tornou a única transmissora de jogos das séries A e B e da seleção brasileira.
As cenas de hostilização, de rejeição, de discriminação, de guerra mesmo, começam entre os profissionais dessa emissora para os quais valem todas as atitudes e agressões físicas e morais a atletas de uma seleção da Argentina pelos simples e único fato de eles jogarem tão bem ou melhor do que os craques brasileiros.
O que resulta do exposto em uma palavra é muita negatividade de um time contra o outro, notadamente se  são duas equipes de duas nacionalidades. Excessos de energias e ânimos negativos trazem a ideia diabólica do caos, de destruição, de morte. Exatamente contrário ao espírito originário da ginástica, da educação física( palavras de Platão) e modernamente do esporte, como o futebol. O que deveria prevalecer numa competição qualquer? Ora  pois, basta entender que se uma equipe A (de Argentina) compete com a B (de Brasil) não significa uma disputa fraticida, de aniquilamento ou menos valia do perdedor. Se ganhou o B ou A é porque naquele momento o vencedor se preparou melhor e fez jus à vitória, como aliás, vale para toda atividade na vida. Simples assim!
Movidos pela ganância de audiência e por lucros e mais lucros entram em cena os cartolas, os patrocinadores. A vitória e títulos são tudo que lhes interessa. Daí surgem todos os expedientes ilícitos, imorais, criminosas , de suborno de árbitros em busca do fim, lucros e imagem de melhores do mundo  e superioridade. Pensemos juntos : uma atividade onde tem ex-presidentes presos e investigados;  o atual ,fugitivo do FBI; cartolas brasileiros investigados acusados de roubos e outras traficâncias!  Que tipo de energia essa atividade acumula e atrai para si? Será que esse meio putrefato, corrupto e corruptível atrai bons espíritos e a presença de Deus ?  É difícil imaginar tal hipótese.
Uma outra reflexão que trago à baila refere-se à questão das reações das pessoas frente à morte. Não parece, mas tem relação com o esporte. Todos vivemos uma vida de imortalidade. Viver como se imortais fôssemos faz parte de nossa vocação para a felicidade. Trata-se de um instinto de sobrevivência. 
Essa sensação de vida eterna é até  saudável e proveitosa. Nós só tomamos conhecimento da finitude da vida frente à ameaça da ruptura desse limite, dessa passagem e interface. A doença, ou um acidente representa essa ameaça. O fio pode se romper, a armadura pode-se quebrar. Daí emergem a consciência, a fobia e a lembrança de  que estamos em risco. As mortes nos esportes não são incomuns. Alguns trazem mais risco. Formula 1, motociclismo, pugilismo. 
Por que a morte súbita ou acidental de um atleta causa mais impacto e comoção? Primeiro porque ele  se torna um personagem admirável com muitos fãs. Segundo, porque ele encarna uma figura meio mítica e invulnerável. A morte de uma criança, de um jovem, de um atleta é sempre mais dolorida e capaz de muita tristeza e inconformismo? Por que esse atleta ? Justamente ele que mostrava ter mais vida e resistência a esse evento tão difícil de suportar.
Por último falo de amor e paixão. E tais sentimentos têm liames com o esporte. Esporte  e saúde, esporte e vida, esporte e morte, esporte e paixão. O que têm a ver essas condições, atividades e estados sentimentais?
Se buscarmos em todas as fontes de sabedoria estão lá os desígnios e origens por exemplo do amor. Seja Eros, o deus grego do amor;  ou o cupido romano. Eles tinham a função de uma força cósmica de fecundação e multiplicação. Assim também é tratado a amor em muitos ramos da filosofia e mesmo entre as religiões. A construção e mantença da vida se faz com amor. Assim também o é com outros laços que se estabelecem. Daí o amor à própria vida, a natureza, ao que eu construo e faço como pessoa. Eu devo estabelecer amizade, simpatia e amor com múltiplas coisas, seres e atividades. Todavia com alguns condicionantes: que esse(s) sentimento(s) sejam moderados, regidos por razão e consciência. Com a firma e lúcida noção de que o objeto de meus sentimentos não tem garantida de eternidade. Namoro e casamento acabam , meu time nem sempre ganha, nós somos mortais, meu bichinho morre, minha referência pode morrer.
Assim temos enfim a paixão. O que seria esse sentimento? Na origem temos o grego passio ou o grego pathe, cujos significados eram sofrimento, suplício, doença. Do radical surgiram por exemplo patologia, estudo  das doenças. Daí psicopatia e encefalopatia. Não impropriamente a semântica trouxe um sentido patológico a qualquer “ amor desmedido e irracional “, paixão. Amor cego, desvairado e neurótico a alguém, a um objeto ou time de futebol.

Daí vem os riscos de um namoro, um casamento, uma atração, ou admiração por uma equipe de esporte. Na separação ou derrota e outras perdas o sofrimento psíquico e moral são enormes. Necessário se faz um processo educacional com as crianças e adolescentes. Em todos os vínculos afetivos ou de amizade ou de admiração a outra pessoa, a uma equipe de esporte, a um animal. Que seja amizade ou amor. Que seja um vínculo de admiração como numa “torcida” pelo time A ou B. Mas,  com essa firme noção, o que excede a esses sentimentos pode se transformar numa condição semântica patológica vulgarmente chamada paixão. Quer estado mais sofrido, mas mórbido, mais angustiante , mais excruciante do que foi a Paixão de Jesus Cristo?     Dez/2016. 

UFC CORRUPTOS X...

O UFC DO   JUDICIÁRIO CONTRA OS CORRUPTOS DO PARLAMENTO
João Joaquim  

 Eu penso como muitas pessoas ,  nunca dos nuncas, neste país, houve tanto acirramento de ânimos entre autoridades. A melhor afirmação aqui  seria entre os poderes (executivo, legislativo e judiciário). E autoridades, bem entendido, são aquelas do judiciário, porque na verdade eu tenho os titulares e membros do congresso como representantes do povo.
Congressistas  exercem funções mais administrativas, em tomar decisões, executar obras e feitos no sentido do bem público, do bem comum. Assim, entendo que o poder de autoridade, aquele de guardião das leis, da constituição e de punição a qualquer delito, esse, sim, é do judiciário, com  todas as instâncias, dos juizados especiais federais (1ª  instância) até ao supremo tribunal federal (STF), nossa última etapa  de Justiça.
Quando se fala em acirramento de ânimos não se trata de força de expressão.  Porque  é ao que a sociedade vem assistindo há cerca de dois anos com a instauração da maior operação de investigação de políticos, diretores de estatais, e empreiteiros que prestam serviços de infraestrutura para o governo. Referida operação, como já do domínio público e popular é a tão temida lava-jato. A denominação Lava-Jato( lava sujeiras e lama) tem fundamento. O nome se deve ao fato de as primeiras investigações ter tido  início num lava-jato de Brasília. Lá era um dos ambientes e “escurinhos” onde se davam as tramoias e tratativas delituosas de nossos executivos, políticos e empreiteiros. Coisas terríveis de se ouvir e relatar, conforme desgravações por peritos de nossa operosa polícia federal (PF).
O país parece estar de ponta-cabeça com tanta confusão e conflagração dos poderes. Em 4 meses tivemos impedimento da presidente Dilma Rousseff, a cassação e prisão do presidente da Câmara , Eduardo Cunha; a prisão de senadores, de deputados;  o afastamento do presidente do Senado Renan Calheiros, a briga de ministros do governo Temer, o bloqueio de bens do  ministro da ativa, caso do Eliseu Padilha. Ou seja, nunca dos nuncas, tivemos tantas escaramuças entre nossos governantes. No momento, eles se ocupam de uma única coisa: a defesa de seus mandatos e patrimônio material, porque o moral eles nem fazem questão , já se  acha perdido há anos.
 É bom ser dito sempre, o Ministério Pública e Polícia Federal, ainda são instituições acreditáveis pela sociedade. A classe médica também tem tido a credibilidade do povo. Apesar de existirem também as chamadas máfias de branco. Também pudera, médicos são homens e corrompíveis . Não deveriam ser , mas há muitos operadores da Medicina, que operam do lado criminoso.
O interessante e muito esperançoso é que a justiça brasileira, a exemplo do que é feito nos EEUU e na Itália, criou o instituto da delação premiada. No mundo ou submundo do crime seria o popular alcaguete ou dedo-duro. Por definição, delação premiada é aquela redução que o condenado tem em sua pena por revelar os crimes e participações de outros comparsas. E é através desse instrumento que a operação lava-jato tem colocado diversos figurões-empresários, diretores de estatais (Petrobras) e ex políticos na cadeia, além de bilhões de dólares já devolvidos e repatriados de paraísos fiscais (Suíça como exemplo).
A maior empresa privada  hoje envolvida no pagamento de propinas a políticos é a Odebrecht. São cerca de 200 denunciados, em negociação de delação premiada. Alguns donos e executivos já foram condenados e outros em vias de sê-lo, daí a redução de penas dos ainda indiciados e réus pela cooperação com a justiça. Há muita esperança de justiça, ainda que tardia , mas  justiça, para esses malfeitores da humanidade. 
Tratando-se então da questão central na chamada desta matéria, do confronto entre membros do executivo e legislativo versus ministério público e judiciário. Até onde se sabe trata-se de um embate inaudito, sem precedentes na história do Brasil e do mundo. Não apenas pelas cifras bilionárias desviadas e surrupiadas dos cofres públicos e das estatais, mas de igual impacto do número de agentes públicos, de todos os níveis, flagrados em desvios de dinheiro público  e corrupção.
O curioso e instigante em todos os embates dos homens públicos versus ministério público, isto é, justiça contra indiciados e réus é que estes perderam o que o ser humano tem de mais nobre, que são a vergonha e a  honra. Todos os malfeitores e criminosos falam como se o roubo, a trapaça, as falsidades ideológicas, o peculato já tivessem sido inseridos em suas normas de conduta ou nos regimentos internos do órgãos e casas que representam. No caso órgãos públicos e congresso.
Os fatos transcorrem assim : a polícia federal apresenta uma gravação do parlamentar em franca tratativa delituosa. Inquirido sobre aquele diálogo, ele com a caradura e de forma cínica tem a acrimônia, a desfaçatez de dar outra versão e justificar que aquelas palavras e termos foram ditos com outro significado. Eles têm outro dicionário, o corruptês, um glossário com novos significados da Língua Portuguesa.
Outros achaques ou defeitos morais de nossos membros do executivo e legislativo são as tentativas de legalizar o que é ilegal e imoral. Assim temos os que defendem o caixa 2 como normal;  e a corrente daqueles que tentam aprovar uma emenda constitucional de paralisar os chamados “crimes por abuso de autoridade”. Enfim e para resumir, com esta última emenda o que nossos indiciados e réus da lava-jato querem é mais imunidade e um aniquilamento das investigações contra si próprios.

 E assim, com esse reco-reco quem vem se sucedendo desde a inauguração da Lava-Jato,  a sociedade e a imprensa não hão de calar. Com que finalidade ?  Para o mal e a ruina dos  criminosos de colarinho-branco, aqueles bem vestidos e bem endinheirados que confeccionam mais as leis deles do que as nossas, pelo menos é isto o que todos os nossos representantes pretendem. Que feio, que vergonha!  Dezembro/2016.

SEM ÉTICA E SEM LEI

E SE NÃO HOUVESSE CÓDIGOS  DE ÉTICA E LEIS
João Joaquim  

 Eu fico a imaginar se na convivência humana, nas relações sociais e civis não existissem regras, leis, códigos, normas de conduta; enfim as convenções e cláusulas daquilo que pode e não pode. E foi a partir do conflito do que se deve, pode e deseja fazer cada pessoa, cada grupo e cada civilização que surgiram as organizações político-administrativas chamadas Estados, que foram se aprimorando de acordo com as exigências de cada povo, sociedade e cultura. E não podem parar nunca essas evoluções porque tudo tem que ser revisto; os valores e a cultura de cada época.
É admirável (no mau sentido) e surpreendente como o bicho homem tem a propensão e iniciativa praticante em quebrar regras, leis e códigos de conduta e postura. E referida inclinação não está restrita a uma classe ou estrato social menos esclarecido, de menor poder aquisitivo ou menos escolado. Aliás, parece que muito ao contrário. Temos visto e assistido a  tais comportamentos justamente advindos das categorias de cima. De todos aqueles(as) da classe A (A1,A2,A3---). E assim por efeito manada ou dominó se contaminam todos os cidadãos (ãs) dos estratos sociais classe B, C, D..etc.
Assim posto, é natural que cada pessoa que tenha uma conduta honesta faça a oportuna pergunta: e se não houvesse constituição, códigos civil e penal? Como seria a convivência entre as pessoas entre si, com o mundo, com a natureza e os espaços do meio ambiente e urbanos. E é assim mesmo que deve ser dito com letras em caixas-altas, de forma destacada. Parece que a honestidade, a “ ética do bem” passaram a ser exceções na conduta, no comportamento das pessoas.
Valem a pena e o reprise: existem pessoas que a despeito de convenções, regras e normas de conduta têm sempre uma vida, uma conduta de convivência as mais retas, puras e probas. Algumas , de vez em quando são condecoradas por achar algum pacote de dinheiro e entregar `a Polícia, ou devolver uma carteira com dinheiro e documentos. São exemplos de genuína honestidade que destoam de todo o rebanho.
Esta constatação traz uma ponta de otimismo e convicção de que todos nascemos destinados ao bem, com vocação para o que é honesto e virtuoso. Talvez o meio social, a família, os inimigos das relações são os fatores que levam o indivíduo para a banda podre e corruptível da sociedade. É bom deixar enfático que a boa ética, a virtude, a generosidade não são inatas da pessoa, elas devem ser ensinadas à criança e estimuladas em todas as etapas da educação . 
Como referido nos parágrafos acima as atitudes e ações desonestas e ilegais não guardam relação com essa ou aquela classe social. E esse fato tem se verificado aqui no Brasil justamente numa casta de homens públicos que deveriam ser modelos e padrões para a sociedade que eles representam. A bola da vez são os nossos parlamentares que entre outras medidas querem legalizar a prática do caixa 2 no financiamento de campanhas eleitoreiras. Eles estão pouco preocupados com a saúde pública, com a educação brasileira ou desemprego! Eles querem normalizar e legalizar uma prática criminosa corporativista, que beneficia e inocenta apenas eles, da classe política. Quanta insensatez!
E nesse diapasão da violação das convenções, das leis e dos códigos de conduta vai grande parte das pessoas e  da sociedade. São atitudes e práticas as mais repetitivas e comezinhas, nas quais existe uma sistemática quebra das normas de boa postura e de uma convivência saudável, generosa e solidária. 
Muitas vezes começam nos próprios condomínios. Nos elevadores e garagens poucos coabitantes  esperam o vizinho e se cumprimentam. O trânsito mais parece pistas de competição de automóveis. As placas de trânsito e urbanas são letras mortas e sem significado algum. As vagas de estacionamento ou vez preferencial para idosos e deficientes físicos são constantemente ignoradas pelos infratores, que ainda zombam se inquiridos da atitude. Enfim, daí a provocação e pasmo inicial, e se não houvesse leis, regras e códigos de postura e de ética profissional, o que seria da convivência das pessoas entre si, com o meio ambiente e com os órgãos públicos.

Agora o que é instigante e melancólico: imaginar que os péssimos exemplos e tipos vêm de cima, lá de Brasília, do parlamento. São presidentes de casas legislativas buscando mais imunidade e impunidade, são manobras com projetos de leis no sentido de intimidar investigações de Polícia Federal e Ministério Público  de malfeitos de si próprios e de pares da Política. Enfim, são eles os representantes do povo, que de povo mesmo querem distância. Que horrível! Dezembro/2016.      

zero-esquerdo

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

RELIGIÕES....

            AS CRUZADAS RELIGIOSAS DOS TEMPOS DIGITAIS

” Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Este foi o tema da redação do ENEM 2016. Explicando para a posteridade, Enem é o exame nacional do ensino médio. Através da nota do ENEM é que se classifica para o ingresso nos cursos universitários. Trata-se de um avanço do Brasil. Nada mais que um tipo de teste de suficiência  como meio de o jovem ter acesso ao ensino superior, tanto nas universidades públicas como nas privadas, nestas que tem convênio com o fundo de financiamento para o ensino superior-  FIES.
Caminhos contra a intolerância religiosa. Os caminhos e formas de discriminar, criminalizar e rejeitar outras religiões fazem parte da história do próprio homem. Sempre se tratou de uma autêntica piração( ops, perdoe-me a gíria) . Eu como pessoa e indivíduo, ou  um grupo, uma comunidade, uma  organização, até mesmo um Estado achar que a religião certa e  única é a minha parece uma concepção esquizofrênica . Bem assim esse grupo, organização ou Estado encampar e admitir tal expediente.
 E tomando o estado oficial como exemplo temos os Estados teocráticos. A república democrática (leia-se teocrática) do Irã dos Aiatolás faz parte dessa classe de governos que impõem uma religião ao cidadão . Um exemplo de um estado bandido, o islâmico, instalado no Iraque e Síria, cujos membros e terroristas sequestram, torturam, matam e morrem em nome de uma deturpação do Islamismo. Que fique bem claro, trata-se esse grupo de terroristas, numa degeneração do que prega o alcorão. Todas essas torpezas e atrocidades são perpetradas e motivadas por um fundamentalismo religioso.
 O primeiro bom caminho no combate a intolerância religiosa no Brasil vem do nosso estado democrático de direto. De nossa constituição cidadã temos a premissa da laicidade do Estado Brasileiro. Isto se traduz em que além de liberdade de imprensa, expressão e opinião temos a de religião. Ninguém poderá ser criticado, vexado, diminuído ou desdenhado por celebrar, professar e praticar qualquer que seja essa ou aquela religião. Inclusive não ter nenhuma religião . 
Ora, esse caminho da livre crença, da fé, de  se tornar sectário, adepto e membro de um ritual religioso se dá pelo exemplo e norma constitucional do Estado (Brasil). E assim é dever legal, ético, moral e de consciência de cada brasileiro. A nação se compõe de seus filhos e cidadãos , e o melhor exemplo começa de cada um de nós, das famílias e sociedade como um todo.
Temos que ter cada vez mais a clara noção e ciência de que não estamos mais nos tempos das cruzadas, quando cristãos e muçulmanos  foram torturados e mortos em nome de uma crença, uma religião. Não estamos mais nos tempos medievais da “santa” inquisição, da época do inquisidor mais sanguinário ,  Tomás Torquemada,  quando toda verdade e fé eram impostas pela igreja católica. Vale lembrar que nos tempos da inquisição havia inclusive um intolerância científica. Que o diga o físico Galileu Galilei(1564-1642) com sua reafirmação  e comprovação do sol como o centro do universo (heliocentrismo). Se ele não se retratasse em público teria sido cremado vivo, como o foram muitos outros naqueles tenebrosos tempos de absoluta censura ao livre pensamento e à religião.
Os caminhos para abrandar a intolerância religiosa no Brasil seria criminalizá-la como outro preconceito,  o racial ou de gênero por exemplo. Eliminar de todo essa forma de intolerância, a exemplo do preconceito étnico ou de orientação sexual, é quase impossível porque ao que parece trata-se de um sentimento, ou “falso orgulho” do senso coletivo , sentimento nocivo este que se acha  entranhado na memória e DNA de muitas pessoas.
Outras formas de abrandar tão graves reações e menosprezo de parte da sociedade seria no incremento de campanhas de boa convivência, respeito à livre manifestação do outro inclusive na sua fé e rito religioso. As iniciativas nesse sentido de um convívio fraterno e generoso poderiam se dar pelo próprio Estado e divulgadas pelas redes de jornais e televisão, que são as grandes formadoras de opinião.
Enfim, são  muitas as religiões consideradas monoteístas. O que importa se os muçulmanos têm Deus como Alá e Maomé o seu profeta?  O que importa se os cristão também acreditam num mesmo Deus e Jesus Cristo como enviado a essa terra a  se sacrificar na cruz para nos salvar? Afinal, todos não queremos e buscamos o mesmo paraíso (céu)! 

Se o alvo final é a suprema felicidade e bem-aventurança que diferença faz ir de avião, de ônibus, de moto ou bicicleta. Assim são as religiões. São veículos que fazem nossa conexão com Deus e o paraíso. Então,  mais parece uma alienação mental daqueles que acham que a única religião certa e verdadeira é a deles e não a minha.  Novembro/2016.  

Valdevinos...



                                          OS VALDEVINOS DO BRASIL
João Joaquim

Nesses dias do exame nacional do ensino médico (ENEM), vieram-me, de permeio, algumas reflexões sobre a humanidade. A brasileira como modelo porque o Enem é uma exclusividade nossa. O adjetivo médio de nosso ensino é bem ilustrativo visto tratar-se daquela encruzilhada na vida de cada pessoa que almeja ser alguma coisa ou alguém nessa passagem pelo planeta.
Se pegarmos a nossa juventude, pode-se dividi-la   em duas classes de pessoas. Isso grosso modo. Porque há estudiosos e pesquisadores que a subdividem em várias subclasses. Uma como exemplo, a dos chamados três nens.  Quais sejam os jovens que nem trabalham, nem estudam, nem vontade têm para ambas as ocupações. Ou seja, essa 3a subclasse, como se diz no vulgo são os valdevinos  por vocação.
Mas, tornando ao mote central, duas classes de pessoas. A turma que produz alguma coisa e a que nada faz ou produz. Se falamos aqui dos jovens, ela é extensiva às pessoas de todas as idades. Afinal o jovem amadurece e ele será o adulto e idoso de amanhã. Adultos que, independentemente do gênero e sexo nada fazem, nada produzem e se pudessem já nasceriam com uma aposentadoria vitalícia, pensão, mesada e outras benesses, vindas de onde viessem. O  que importa para essa classe de gente seria isso: uma vida fútil, vazia e sem nada acrescentar à família, aos pais, ao meio social onde inseridos, dos quais dependem para cama , mesa e banho .
Melancolicamente, sofrivelmente, o Brasil está infestado desse tipo de pessoas. Classe de gente que começa em idade precoce, na infância, adolescência e juventude. E de plano, como instigante que é tal triste realidade, poderiam ser apontadas as causas dessa trágica constatação de nossa vida brasileira.
Esse contexto se inicia na infância no processo educacional da criança. E aqui têm culpa o Estado( Brasil) com suas políticas precárias na educação pública, tem culpa o nível de escolaridade das famílias de baixa renda, tem culpa a  falta de planejamento familiar e controle de natalidade oferecidos pelo SUS. Alguém menos avisado poderia indagar, mas o que têm a ver planejamento familiar e controle de natalidade com analfabetismo, pobreza, desocupação, desemprego e ociosidade improdutiva das pessoas? As realidades da educação brasileira, da saúde pública e da previdência social respondem por si. São esferas e setores vitais intimamente imbricados. Melhor educação gera melhor saúde pública e previdência social sem déficit . Estes dois fatores  respondem a questão . São esferas e setores vitais intimamente imbricados. Melhor educação gera mais saúde, que gera mão-de-obra mais eficaz, maior qualificação profissional, menos desemprego e uma previdência social mais superavitária e mais segura e protetora para os seus afiliados.
Adicional a todos os fatores enumerados temos a índole latina do povo brasileiro. Ao que sugerem muitos pareceres e obras de sociologia;  a ociosidade, a preguiça, a malandragem, a vagabundagem compõem o espectro da natureza e da índole de boa parcela da humanidade de brasileiros. Além do espírito de porco, muitos têm o espírito macunaímico. Sugiro ler a magistral obra de Mário de Andrade, Macunaíma.
Enfim, são essas duas classes de gente. Uma composta daqueles(as) que vivem na ociosidade, que nada produz. Falar em previdência social. Esta é uma prova viva e irrefutável dessa casta de pessoas. Não é sem razão que essa seguradora estatal está à beira da falência, da insolvência, tamanho o seu déficit. Culpa da corrupção de seus gestores e de tantos benefícios e aposentadorias fraudulentas obtidas por usuários e segurados desonestos.
Contudo, não subsiste só desesperança e fim de mundo. Existe uma classe de jovens, adultos e brasileiros que salva o país e traz muito alento. Todos assistimos a uma parcela de jovens (o Enem como exemplo) que sonham, que pensam, que estudam, que criam. Independentemente de condição sócio-econômica dos pais, de assistência do Estado, dos abrolhos impostos pelo meio social, das dificuldade até de abrigo e mobilidade urbana. Esses jovens são exemplos a ser seguidos e imitados num modelo da cópia do bem. Eles são os adultos e brasileiros que nos orgulham e nos trazem a certeza e a segurança de um país melhor. Com igualdade de educação, justiça e saúde para todos. Que assim seja o futuro para todos.                    Novembro/2016.      


Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...