segunda-feira, 30 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO PARA QUÊ

CLÍNICA - CARDIOLOGIA joao joaquim consultoriojoaojoaquim@gmail.com

10 de nov
para OpiniãoOpinião
ESCOLAS E EDUCAÇÃO DE QUALIDADE FAZEM MAL AO MODO COMUNISTA E POPULISTA DE GOVERNAR

João Joaquim  



A cada reportagem que  vimos , eu como outros que usam o córtex cerebral, nosso órgão pensante, devem se não chocados, ficar aborrecidos e preocupados com mais uma daquelas notícias de dar engulho e tristeza só de pensar no seu impacto para o país. Trata-se de uma matéria  exibida, recentemente,  pela TV anhanguera sobre as escolas públicas de Goiânia. Como  de resto todas as noticias sobre a quantas anda nossa Educação Pública.  Quando nós imaginamos que o cenário anda ruim, quando o assunto é educação, vendo o estado dos imóveis e mobiliário que abrigam nossas crianças e adolescentes para estudar, a situação é muito pior do que o imaginado. Um autêntico cumprimento das profecias de Murphy. Os locais e prédios das escolas mostrados numa ótima matéria jornalista da referida emissora mais parecem locais de penitência ou casas assombradas e abandonadas.
 São cenários que lembram muita coisa lúgubre, ruim, menos qualquer incentivo ao aprendizado e educação. Relembrando alguns itens: alguns estabelecimentos não têm água potável. Água para consumo humano e preparo de alimentos é retirada com uma mangueira de PVC de uma cisterna onde não se vê que tipo de outro conteúdo tem naquele reservatório. Noutros imóveis há uma “faltura” de tudo. Falta biblioteca, faltam carteiras para os estudantes, falta merenda escolar, faltam professores. Faltam até autoridades nas escolas para as explicações de praxe.
Fazendo uma análise administrativa e ideológica  de quem nos governa têm razão os nossos mandatários. Se alguém discorda, o que é um direito político e constitucional  de qualquer dissidente, senão vejamos: o que faz uma boa escola e uma educação de qualidade? Formar bons cidadãos. O que é um bom cidadão? Um sujeito livre, de livre pensamento e expressão. Um indivíduo de senso crítico e capaz de bem eleger os seus representantes no congresso ou os governos de sua comunidade, Estados e União. Então, novamente a pergunta. Os atuais mandatários da nação, houvessem eleitores bem educados e críticos, seriam eleitos? Nunca dos nuncas.
Para melhor entender o que pensam nossos atuais governantes; nossos esquerdo-comunistas do partido dos trabalhadores (PT), eu fui buscar a ajuda de uma doutrina, ela já de todos conhecida para mais de dois séculos, a doutrina espírita. Isto mesmo. O espiritismo além de religião é considerado uma doutrina, uma conexão com aqueles que já se foram para a outra dimensão.

E então eu comecei a imaginar quem no passado poderia me fazer uma leitura não labial, mas ideológica, de nossos petecomunistas que regem nossa economia, nossa saúde, o ministério da Educação e cultura (MEC), enfim a educação de nossas crianças e jovens; potenciais eleitores dos mesmos atuais mandatários da nação cujo desejo maior, é notório, seria a perpetuação no poder. É o caso por exemplo de nosso ex(ou atual) presidente Lula, da ainda presidenta Dilma Rousseff etc. Pode parecer esdrúxulo , mas temos atualmente dois presidentes, uma Dilma no papel de fantoche, e outro que manda tudo , o operante e falante Lula da Silva. O pior é que não há mangueiras e esguichos de lava-jato que lavem as sujeitas que o rodeiam.
Lembrei-me então de alguns luminares comunistas e socialistas como Karl Marx, Iosif Stalin , Wladimir Lenin. Dentre esses o espírito de Stalin me causou melhor impacto e convencimento. Em concisão, sua preleção do modo comunista ou esquerdo-socialista de governar. Ei-las:
-Governar, ponderou o grande comunista ,  é manter as massas de gente no máximo da pura ignorância. Quanto mais broncas e ignaras forem as pessoas melhor para quem governa. Assim basta dar a essas pessoas um pouco de pão, talvez um pouco de circo ou futebol. Pessoas escoladas e instruídas fazem mal à nação, ao nosso projeto de poder e corremos o risco de perder as eleições e nossos assentos nos palácios de governo.
É isto aí. Nada mais lúcido do que as instruções do comunista-mor de todos os tempos, o ainda saudado Stalin.
- Gente com boa escolaridade, continua o mestre comunista , gente  bem informada, faz muito mal com seu senso crítico aos governos. O que um governante esquerdo-socialista precisa não é de gente de discernimento, que conhece os seus direitos; mas de uma massa parva e tarda em pensamentos, que não pensa por si mesma.
- Por isso quanto mais analfabetos, mais fome zero e outras bolsas-esmolas, mais chance do poder de nossos irmãos aí no Brasil e alhures.
 Pronto, estão aí as razões e utilidades de tantos iletrados  em terras brasis governada pelos próceres do PT. Falou e disse nosso maior ditador em espírito , o  comunista de ontem e de hoje,  sr Josef  Stalin .

RUY E RENAN

CLÍNICA - CARDIOLOGIA joao joaquim consultoriojoaojoaquim@gmail.com

6 de nov
para OpiniãoOpinião
O PARLAMENTO DE RUY E O SENADO DE RENAN 
João Joaquim



Quando olhamos hoje o que se passa no Brasil no cenário político, no cenário econômico, no cenário policial, no jurídico, na vida pública e privada; enfim na sociedade como um todo é imperioso que perguntemos, será que sempre foi assim?
Quando olhamos no retrovisor de nossa História, para não ficarmos tão longínquo, lá nos primórdios da república, é oportuno que façamos algumas comparações . Claro que naqueles tempos havia alguns partidos políticos , poucos por sinal. Os embates entre governo e oposição também se davam. Os interesses mesquinhos e escusos também existiam nas tribunas do parlamento. Basta ler por exemplo os discursos de Ruy Barbosa como senador, para ficar só neste exemplo. Mas, não era a tônica no congresso .  Uma marca dos regimes democráticos, onde e quando todos têm o direito pela busca de consolidar suas ideias e propostas de leis, de administração dos interesses do Estado e do povo.
Uma diferença significativa dos primeiros anos da vida republicana é que o povo naquela época era pouco informado do que ocorria no governo central, nas casas legislativas, nos arranjos dos partidos políticos e mesmo nas campanhas eleitorais. Tal timidez na participação popular  tinha duas explicações básicas, poucos meios de comunicação, representados por alguns jornais e alto índice de analfabetismo.
Por outro lado um cenário tinha enorme distinção em relação ao que vemos hoje, de nossos sombrios tempos do lulopetismo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. Essa grande diferença se dá nas pessoas da política da época. Que distinções eram essas? A biografia e honradez dos homens que se engajavam na vida pública. Numa frase de nossos dias ,eram, na maioria,  pessoas fichas-limpas. A maioria dos gestores públicos e governantes de então tinham uma nítida noção do que era público e do que era pessoal e privado.
Eu não sou político por engajamento de siglas partidárias. Sou na medida em que opino, critico e como eleitor, na hora do voto. Quando faço um paralelo entre os homens públicos dos primórdios do século XX (e de fato por questões legais e culturais só havia homens e não mulheres), eu o faço por revisitar um pouco a nossa História política e pelo gosto das biografias de grandes vultos da nossa História Geral.
Para não se divagar com tantos nomes, do público pouco conhecidos, eu citaria aqui três personagens, políticos e escritores daqueles tempos da chamada república velha.
O primeiro desses foi o notável, sábio , multicultural e polímata  Ruy Barbosa. Grande advogado, jurisconsulto e senador da época. Ele foi candidato a presidente. Merecia ter sido eleito pela visão que ele tinha das leis, de política e de administração pública. Nisso os arranjos e conchavos da época se pareciam com o que vemos hoje. Nem sempre os melhores e mais aptos são eleitos.
Outro notável da época foi Joaquim Nabuco. Ele se notabilizou não só como agente público (embaixador e deputado) mas também magnífico  escritor. Segundo consta de suas notas biográficas era tido como o nosso Cícero tupiniquim, tamanhos eram o vigor e impacto de sua retórica.
Por último uma figura que compõe o panteão dos nobres da época não foi político partidário. Viveu como amanuense ou  funcionário público, mas teve sua importância como escritor e crítico ferino dos costumes da época, Machado de Assis. Suas crônicas , ensaios e romances daqueles tempos encerram ficção com feições de realidade da sociedade da época e que lembram personagens atuais.
Quando assistimos ao seriado que é nossa política deste início de século XXI, com um ex-presidente (Lula da Silva) acusado de conivência e cumplicidade de tantos crimes cometidos por aliados;  com uma presidente sucessora (Dilma Rousseff) agonizando na impopularidade e incompetência, presidentes do senado (Renan Calheiros) e da câmara ( Eduardo Cunha) acusados de crimes por recebimentos de propina, entre outros  parlamentares no mesmo balaio; nós brasileiros temos o direito de perguntar. O que houve com o Brasil da nova república? O que houve com nossa constituição  da nova era? O que foi feito da nossa justiça? Será que as leis foram criadas só para pobres, prostitutos(as) e pobres? Será que código penal se aplica ao baixo clero e o civil aos políticos e ricos? Fazendo todo esse paralelo entre a política de um século atrás e de agora  dá para imaginar por que a coisa está  pra lá de feia , não ?  Nov/2015     

FILHOS DA WEB

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3 de nov
para OpiniãoOpinião

 OS FILHOS BASTARDOS DA INTERNET

João Joaquim

    “A Internet é como um espelho da sociedade. Se você não gosta do que nele vê, quebrá-lo não é a solução”. É mais sábio educar o objeto que lá está refletido. Vint Cerf, em 2010 num fórum em Vilna, Lituânia.


Cada vez mais pode-se constatar o quanto uma família estruturada é importante na educação e  formação dos filhos. O conceito família estruturada aqui não se refere tanto à questão econômica pura e simples, mas sobretudo aos valores imateriais. Dentre esses valores por exemplo a presença do pai e da mãe, a importância que eles dão a uma educação de qualidade, aos valores éticos e morais e mesmo ao nível sociocultural desses pais 
Alguns estudos bem conduzidos já tem demonstrado o quanto faz diferença para uma criança aquela casa que tem a presença amorosa dos cônjuges. Os resultados na personalidade e equilíbrio emocional são significativos no futuro de um filho que é criado com a presença física e afetiva da figura materna e paterna sob o mesmo teto .
Estamos vivendo em uma sociedade e em uma época que a despeito de tantos avanços tecno-científicos temos como contraponto uma ruptura e perda de muitos valores e sentimentos de  ética, de moral, de cidadania e civismo.
 Nas relações humanas, no concernente  a namoro e casamento os contatos a dois se  tornaram banalizados e fragilizados. O vínculo conjugal entre as pessoas está cada vez mais vulgarizado e desconectado de qualquer compromisso de fidelidade e duração. O próprio contrato conjugal(casamento) tem sido dispensado pelos casais. O lado prático  é que as separações também se tornaram menos burocráticas e onerosas. juntaram-se um ao outro e os trapos , não deu certo?  se separa, sem cartório  , sem os trâmites  da justiça .
Essa vulgaridade nas relações das pessoas, sobretudo entre adolescentes e jovens tem se tornado muito massiva e marcante com o surgimento da internet e redes sociais. É  a globalização das mídias como o próprio celular, os smartphones, iPads e notebooks ,  um facebook, um whatsApp etc, . Todas essas tecnologias forçaram os jovens e adolescentes, e mesmo já os adultos, ao um novo tipo de comportamento, o de apenas ficar( expressão própria dos adolescentes), que define um estar com o outro sem obrigação de fidelidade. 
Ninguém mais tem vergonha ou se vexa em se mostrar em parte, no todo e até em suas entranhas e na intimidade. Isto  vale muito para as novas gerações;  pudor, recato e privacidade se tornaram sentimentos pessoais arcaicos e caretas. Todo esse comportamento, ao que sugere, é um fenômeno irreversível.
O  que tem de nexo de causalidade entre uma família desestruturada, consequências para a formação e personalidade do indivíduo (filhos) com a chegada das tecnologias da moda (internet, celular, redes sociais)?  Dir-se-ia  que tem tudo a ver um fenômeno com o outro.
A massificação e facilitação da comunicação entre as pessoas geraram o que se pode chamar de degradação ou perversão dos vínculos afetivos dos usuários(as) de todas essas mídias virtuais.  Para tanto bastaria que as gerações de mães e pais mais jovens pós-internet  rememorassem como foram o namoro e união conjugal de seus pais. Esses mais idosos que constituem a geração pré-internetiana (antes dos anos 1990).
Como se dava um namoro nos idos de 1970/80?  O jovem  enamorava a menina (moça), havia um pedido aos pais da jovem e na maioria das vezes caminhava para um noivado e consumava o casamento; num ritual revestido de todo romantismo, respeito, com participação das duas famílias. Ou seja, havia um rito de compromisso, uma cerimônia, fidelidade e um vínculo do mais puro e sincero amor.
E com as gerações facebookianas e whatsappianas dos tempos virtuais? Como tem se dado as relações? Primeiro passo: os jovens se tornam  contatos e amigos pela internet , sem nunca ter se visto, marcam um encontro depois de algumas transas virtuais (já imaginou, sexo virtual!);  isto não se falando nos casos de  pedofilias e estupros induzidos pela internet, os namoros passageiros, gravidezes indesejadas, separações rápidas e todos os danos para os filhos dessas descartáveis relações. Agora imaginemos o futuro reservado a esses  vindouros  “ cidadãos “, filhos dessas frágeis relações! Esse comportamento tem gerado um problema familiar muito grave para a sociedade, os filhos bastardos da internet.
Deu-se ênfase aqui à influência do mundo virtual, às redes sociais e todas as mídias de interação empregadas pelas pessoas. Todas essas invenções e conquistas dos progressos tecnológicos são por excelência catalisadoras das relações conjugais (namoro, casamentos e uniões estáveis ou não) cada vez mais vazias de fidelidade e amor romântico e verdadeiro.
Torno então aquele mote inicial, dos filhos vítimas de famílias desorganizadas e falidas nos princípios socio-culturais, éticos e morais. Digno de menção tem sido também o descaso, a irresponsabilidade e desleixo com o planejamento familiar. Casais existem e mesmo pais e mães solteiras que geram e criam filhos, como se o fizessem com a criação de outros bichos, porcos e cachorros por exemplo. Criar e educar um filho é muito mais exigente, difícil e oneroso do que criar e amansar um cavalinho , um burrinho, um cachorrinho. Ou será que eu é que sou um careta e desantenado com a modernidade no que se refere à honra, ao brio e valores abstratos e constituição moral das pessoas ?     Nov/2015.   

sábado, 31 de outubro de 2015

LIVRO E LIBERDADE

Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!... Frase de Castro Alves.

"Um livro aberto é um cérebro que fala;
Fechado, um amigo que espera;
Esquecido, uma alma que perdoa;
Destruído, um coração que chora".
(Voltaire)

NATUREZA E PREVENÇÃO

MENOS REMÉDIOS E AGROTÓXICOS  E MAIS NATUREZA E PREVENÇÃO
 João Joaquim


Hoje, ao escrever este artigo eu estou mais uma, de tantas vezes, a  avaliar a quantas anda o estado de nossa Medicina Preventiva. Uma paciente procurou-me com um pequeno ferimento perfurante na planta do pé. Além da assepsia e curativo de praxe, prescrevi-lhe uma imunoglobulina e vacina anti-tetânica. Acreditem quem quiser, mas em todas os Postos de Saúde, cantos e remansos de Goiânia  não há vacina contra uma doença quase sempre fatal, o tétano. Três doses da vacina e a pessoa está imune por 10 anos. Já imaginou o sujeito morrer por falta de uma simples vacina, obrigação da Saúde Pública. Faltam várias outras vacinas na Capital.
 Cada vez mais eu dou razão ao notável Nelson Rodrigues que tão bem descreveu o nosso complexo de vira-latas. Ah! no Brasil é assim mesmo, nada tem jeito, e voltamos para a nossa zona de conforto. É a política, a economia, a ética, a moral pública;  nada pode ser mudado. Todos vamos nos conformando e nos adaptando ao “status quo”. Somos ovelhinhas do mesmo rebanho. Na boiada já fomos e continuamos a ser bois , parodiando Geraldo Vandré.
Somos considerados um país emergente, integrante dos BRICS, a 7ª economia do mundo . Entretanto , quando o assunto é saúde somos terceiro-mundista em consumo de crack e outras drogas ilícitas, em bebidas alcoólicas, das quais a cerveja e a cachaça as mais populares. Somos campeões em falta de previdência  , em consumo de drogas lícitas , aquelas compradas livremente em farmácias das esquinas, em psicotrópicos com as receitas de um  médico amigo ou pirateados pela internet. Quase todas as famílias tem alguém que usa um rivotril, um lexotan, um diazepan, um frontal, uma paroxetina, um citalopran etc.  Somos uma espécie de povo que  consome vários remédios proibidos e abolidos nos EUA e Europa( para obesidade por exemplo) graças à fragilidade das leis e normas da vigilância sanitária , da leniência do  ministério da saúde e Conselhos de Medicina. Somos tudo isto e muito mais. Na América Latina, não somos os únicos . Somos uma espécie de laboratório de experimento de tudo quanto é paliativo, curativo,  embromativo,  empulhativo e lucrativo  de países primeiro-mundistas.
Quando se fala em saúde, somos todos vítimas de um sistema industrial e capitalista que visa apenas o  lucro. A medicina preventiva e todas as suas coirmãs como a homeopatia, a fitoterapia e a medicina quântica são exemplos nesse pacote; porque elas não dão lucro, não enriquecem as indústrias e seus empresários. São por isso pouco atrativas e desinteressadas.
Nós somos um país e um mundo (leia um sistema industrial e capitalista) que cuidamos e tratamos direitinho os sintomas, as doenças e suas sequelas e consequências. As estratégias e metas ideais deveriam ser o que? Tratar bem a saúde, o indivíduo, as crianças, as gestantes. Com que métodos e recursos? Com o emprego de toda forma de terapia preventiva. As vacinas e soros e muitas outras modalidades de profilaxia são apenas bons exemplos.
 O que é saúde (definição atual da OMS)? É um conjunto harmonioso de bem estar físico, psíquico, mental, social, relacional, ambiental, religioso e ético.
 Parece até exagero, mas a corrupção e as crises éticas vividas no Brasil são uma grave forma de doença, porque elas refletem e contaminam todo o organismo nacional e todas as instituições públicas. Órgãos esses que tinham a obrigação de zelar pela segurança, direitos e saúde das pessoas. Hoje, somos um país doente, tamanhas são as angústias, medos, ameaças e incertezas que invadiram as casas e famílias dos brasileiros(as). Como ter saúde plena num cenário desses? Segurança pessoal, social, no emprego; a paz e conforto de espírito encerram também em bem estar e saúde. Como ter esses estados no Brasil de hoje ?. Estamos entrando em falência múltipla dos órgãos públicos.
Torno à Medicina Preventiva ”stricto sensu”. Cada dia, cada ano que passa ,somos uma humanidade doente. Nossas doenças são o resultado daquilo que comemos, da interação com o meio ambiente, com toda forma de alimentos e toxinas que ingerimos. Tudo saudável  de que o organismo humano precisa pode ser obtido e extraído da terra. São elementos simples. Basta que sejam puros e sem agrotóxicos. Vitaminas, aminoácidos , proteínas etc . Todos  podem ser obtidos no cultivo da terra, sem atitudes predatórias .
A cada dia que entro nas enfermarias e UTIs de um hospital eu me convenço daquele axioma “ nós somos o que comemos”. São as doenças degenerativas como as vasculares, o infarto, os derrames cerebrais, a obesidade, o diabetes e muitas formas de câncer. Frutos e consequências de nossa alimentação preferencial: os churrascos, as massas, as carnes industrializadas, as gorduras saturadas e trans ,  os carboidratos em excesso e bebidas como os refrigerantes e cervejas. Aliados a um estilo de vida sedentário, temos então um  pacote completo para as doenças que mais matam no mundo, as citadas acima.
Um exemplo cristalino e robusto do estrago que faz os alimentos da moda e o sedentarismo está, acreditem,  nos próprios  animais de estimação das pessoas. Os cães e gatos que as pessoas trazem enjaulados em casas e apartamentos (ou apertamentos) têm menos expectativa de vida e padecem das mesmas doenças e mortes dos donos:  obesidade, hipertensão, diabetes, infarto, artrose e câncer. “ São animais  tão amigos e fieis que sofrem os mesmos males e têm as mesmas causas mortis dos amorosos donos” ( João Dhoria Vijle). Que ironia!
Em conclusão pode-se afirmar que nosso organismo nos fala a todos os dias através dos sintomas e doenças que nos afligem. Os sintomas e as enfermidades são alarmes e sensores de nosso corpo e  constituem uma oportunidade de evoluirmos e refletirmos sobre a importância da prevenção. Se os governos e a Saúde Pública pouco fazem para as pessoas, cada um de por si pode buscar na alimentação, na natureza e no estilo de vida estratégias e opções para um envelhecimento saudável, sem órteses e sem  próteses ; e com muito mais qualidade de vida pessoal, e menos ônus  para a família e sociedade.       Out/2015



João Joaquim médico e articulista do DM

DILÚVIO DE IMORALIDADES

QUEM IRÁ NOS SALVAR DO DILÚVIO DE LAMA QUE NOS RODEIA

“O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
dO mal....será queimada a semente
O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer
O amor...será eterno novamente”       ( Nelson Cavaquinho)

João Joaquim  


 Nós estamos nos albores do século XXI. Mais precisamente escrevo este artigo em outubro de 2015 e ponho-me ao exercício de algumas reflexões sobre os vícios e virtudes da humanidade. A história do mundo, didaticamente, é dividida em vários estágios e idades. Hoje, as Ciências têm tido recursos e tecnologias para entender a evolução do planeta, mesmo antes do surgimento do homem. Grosso modo, basta lembrarmos as eras  paleolítica,  paleozoica, neolítica etc. Os dinossauros, por exemplo, dominaram o planeta nos períodos jurássico e cretáceo. Como as Ciências e a História dão conta desses primórdios ? Com os estudos de Paleontologia, dos achados fósseis e do carbono 14. Ainda na pré-história tivemos o período do homem das cavernas, os fósseis dos ancestrais humanos, Cro Magnon, homem de Neandertal. Os vestígios de nossa espécie, o homo sapiens sapiens  etc.
E dando já um gigantesco salto na trajetória do planeta temos os achados daquelas civilizações antes de Cristo(a.C); povos da antiga Babilônia, do antigo Egito, da Mesopotâmia etc.
Na História não muito remota temos a idade média, a idade moderna, a era industrial surgida no Reino Unido, o século das luzes dos iluministas franceses, o século XX com as duas piores guerras da humanidade ou três para ser mais preciso, I e II mundiais e do Vietnã nos anos 1960. E chegamos então ao século XXI, esperado e almejado por toda a humanidade. A introdução foi longa, mas foi de propósito para melhor contexto da odisseia do homem (gênero) no planeta.
Faço então uma digressão do comportamento desse diferenciado animal que é o homem. Vamos partir do pressuposto de que a explicação do gênero humano se dá pela  teoria do criacionismo. E mesmo partindo dessa tese a evolução narrada e difundida por Darwin nos ajuda a entender diversas adaptações e melhoramento genético e  social da espécie. Qualquer que sejam as crenças e intuição de cada pessoa, penso ser pacífico que o homem surgiu na Terra destinado  ao bem, à virtude; enfim à felicidade.
Eu pinço duas frases que foram estampadas na capa da revista veja nº2442 de 9-09-15. “Deus , sendo bom, fez todas as coisas boas. De onde então vem o mal”? Santo Agostinho, nas confissões. “ O mal (e o bem) vem do homem”- Czeslaw Milosz, poeta polonês (Nobel de literatura).
Criado e evoluído ,era esperado  e é natural esperar que o homem dotado de tantos atributos, que lhe são exclusivos, cuidasse não só do planeta, mas sobretudo uns dos outros da mesma espécie e de toda forma de vida na terra. Entretanto, tais desígnios e objetivos  não têm se cumprido pelos fatos que tomaram conta do Brasil e do planeta .
A devassidão e a ignomínia tomaram conta da humanidade. A putrefação e corrupção invadiram todos os segmentos da sociedade. Fica a parecer que estamos dominados pelo império do diabo. Sequer os palácios de governos e templos sagrados escapam de tamanha abominação e indecência.

A tal ponto chegaram os vícios, a desonestidade e toda sorte de mal que aqueles fatos pecaminosos pré-diluvianos se tornaram fichinhas ou pequenas causas  frente ao que  assistimos em nosso dia-a-dia. Todas as formas de mídia que acessamos se transformaram em shows de horrores, sobretudo capitaneadas pela TV e internet. Não há um só dia que abrimos um jornal , ligamos a televisão ou acessamos  a internet sem depararmos  com as noticias policiais de crimes, de corrupção generalizada , inclusive nos órgãos e seções públicas e todas as combinações delituosas nos mais variados graus de torpeza dos gestores públicos e dos governantes .
E então imagino que Deus e seus santos assessores devem estar pensando em alguma solução. Busquemos o que o criador pensou na época de Noé, época antes do dilúvio .
 Genesis 6 – A corrupção da humanidade 6-5. E viu o senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má, continuamente. Idem  6-6- Então arrependeu-se o senhor de haver feito o homem sobre terra, e pesou-lhe em seu coração. Capitulo  6-7- E disse o senhor: destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
O resumo e final dessa história é que em meio a tanta corrupção e devassidão daqueles tempos teve um personagem que fez a diferença . Noé. Ele vivia de forma pura e perseverante e alegre com  sua família. Graças à sua via baseada na ética e no senso de justiça, nós( a espécie humana) nos  salvamos do dilúvio em sua arca com todos os outros animais.
Em que pese, certamente, novamente a contrariedade e arrependimento de Deus pela criação do homem ,  com os horrores vigentes, com a devassidão e corrupção no mundo e no Brasil, nós ainda podemos ser os Noés da humanidade. O reino das virtudes, do bem e da fraternidade há de prevalecer sobre toda forma da maldade, da corrupção e da violência que vem se grassando e dominando o mundo;  quem sabe nem precisaremos de outra arca para nos salvar do dilúvio de lama que nos rodeia em pleno século XXI.  Basta que os poucos honestos , éticos e justos , façamos a diferença .

  Out./2015  João Joaquim - médico - articulista DM

TÁ RUIM E PODE PIORAR

ENTRE A CRUZ E A CALDEIRINHA


 João Joaquim


Nesses dias de outubro algumas palavras, fenômenos e acontecimentos estão em alta. A palavra calor por exemplo. Não vou dizer uma  asnice e afirmar que ela ressoa pelos quatro cantos do Brasil. Primeiro porque o país tem muito mais canto do que quatro, segundo porque nem em todos os cantos faz calor. Aliás, eu queria que Deus me explicasse (com perdão da curiosidade ) por que vivemos em um mundo e em um Brasil tão   destemperado e destrambelhado. Num lugar se tem sol demais e muito calor, noutros muita chuva, furações, frio de causar tremor. Aí eu fico naquela dúvida de tantas nocivas vicissitudes ou se Deus tem lá suas razões que escapam ao nosso entendimento.
Para os fastios causados pela canícula vigente três opções têm sido as mais práticas. Corrente de ar, ar condicionado e água. A corrente de ar pode ser haurida ou auferida de forma natural. Para isto basta que a pessoa se posicione em algum ângulo, logradouro público ou geografia onde o vento faz  curva ou de preferência aproveitar as correntes de ar oferecidas grátis pela natureza.
 Na falta desse bem natural basta que o sujeito calorento se valha de outros recursos. Aí pode ser um objeto artesanal como um chapéu, um boné, um leque ou instrumentos mais sofisticados. Destes, um ventilador, um exaustor e para os mais endinheirados o tão cobiçado aparelho de  ar-condicionado.
Em tempo: por falar em aparelho de ar-condicionado, que magnífica invenção. E hoje com alguma virtude, eles são pouco ruidosos. O inventor e benfeitor nesse quesito só cometeu dois pecadilhos: funcionamento com energia elétrica (que anda muita cara) e efeitos colaterais nas vias respiratórias. Tem gente que tem alergias por exemplo aos fungos cultivados nos aparelhos sem manutenção e mesmo rinites pela instabilidade da temperatura provocada pelo entra e sai das salas climatizadas . Eu por exemplo sou um desses. Uma boa dica é ingestão de muita água (H2O) e soro nasal o tempo todo. 
Uma explicação das altas temperaturas nesta época vem da astronomia, ou mesmo da astrologia para não desmerecê-la. Segundo contam, há neste período uma conjunção da estrela sírio com o sol. Daí os raios solares chegarem à terra em altas temperaturas. A estrela sírio, só para recordar, pertence à constelação do cão maior. Vista aqui da terra ela lembra a silhueta de um cão ou cadela. E cão bravo tipo pitbull ou rottweiler. Não se podia mesmo esperar coisa mais fresca.
Outro fato, agora não natural, de contristar muitos brasileiros ainda se refere ao calor, porque ocorre nesta estação de altas temperaturas. Dí-lo-iam, em tom de protesto ,muitos não adeptos , onde me incluo, o questionável e nocivo horário de verão. Para mim, quem o criou e quem o mantém, através de decreto, são mal feitores da humanidade. Eu já me cansei de, como cidadão e médico, apontar e demonstrar os malefícios e danos à saúde desse roubo ou usurpação de uma hora de sono das pessoas.


 Só mesmo de cabeças asininas e inteligências estultas se poderia esperar expediente tão bizarro e daninho a estudantes e trabalhadores brasileiros. Seguindo o axioma de “quem mandam são os eleitos e obedecem os que têm juízo”, sigamos como ovelhinhas e vejamos que futuro nos aguarda.
Por fim, uma outra salsaparrilha de palavras e fatos desses petenebrosos tempos está em moda  . Nunca se pronunciou tanto as palavras impeachment, propina, crise (política e econômica), delação premiada, operação isto, operação aquilo (para prender empresários e agentes públicos), entre outros  que não me lembram agora. E as CPIs de nossos digníssimos parlamentares petistas para investigar os roubos da Petrobras ? Uma piada , ou melhor um gigantesca pizza. Como todas as outras, tudo resulta em nada.
Os fatos no Brasil estão tão  desastrados que nem os astrólogos querem prever nosso futuro. Já dizia até o ex-ministro da fazenda Pedro Malan, o Brasil tem coisas tão esquisitas que até o passado anda imprevisível. É o que parece mesmo. Tem fatos e acontecidos que volta e meia as autoridades mudam sua natureza. Crimes políticos e do colarinho branco por exemplo. Os casos mais escabrosos são os delitos do mensalão e do petrolão. O Supremo apurou uma lista enorme  de crimes, que reiteradamente são negados pelos mentores da quadrilha que assaltou os cofres da nação( leiam Lula e companheiros) . O cacófato é de propósito ,tudo uma danação .
Em suma, com tanto calor, horário de verão e crises no âmbito político e econômico  fica difícil qualquer previsão.
E vejam se  não têm razão as pessoas mais céticas ! Se caem a Dilma e Temer, fica o Eduardo Cunha com ações e inquérito  no supremo por quebra de decoro, peculato e outros pecadilhos. Seria presidente o Renan Calheiros que pode se encalhar com acusações de mesma natureza. Restaria Lewandovski presidente do supremo a nos governar. Então  o Brasil inteiro poderia vaiar, não, não e não !  O PT de novo, não!  Ou seja, continuamos perdidos qualquer que seja o destino dos que neste momento nos governam. Só mesmo nesta terra que um dia foi chamada de Pindorama e Vera Cruz. Cada vez mais estamos na pindaíba  ou melhor ,entre a cruz e a caldeirinha .   OUT/2015 


  João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM

FAMOSOS E CÉLEBRES

CELEBRIDADES MOMENTÂNEAS E “ESCRITORES POR UMA UM DIA”
João Joaquim


Em todos as épocas e idades culturais sempre existiram as( ou os) personagens que se destacam pelas futilidades e excentricidades. Agora, com uma diferença, como as informações e comunicações se popularizaram, essas pessoas e autores se tornaram mais vistos. Essa mudança de exposição e visibilidade se deve, claro, à facilidade de divulgação pela internet com suas globalizadas mídias e redes sociais. É a democratização sem limites e sem censura( do fútil e do inútil ) da liberdade de informação e de expressão. “Um lado bom da vida”. Dentre as muitas futilidades, excentricidades e esquisitices tão em voga nesses tempos modernos em discorro sobre três tipos de pessoas no seu ” modus vivendi ou faciendi” ou jeito de viver e aparecer na sociedade. E aqui englobamos todas as categorias  sociais. Seja na família, numa classe profissional, ou mesmo na  sociedade, ou tribo global num termo mais moderno.
O primeiro tipo esquisito com o qual deparamos é aquele chamado pela imprensa de celebridade instantânea. Essa classe de gente infesta de forma deprimente as redes de televisão, a internet e todas as mídias e redes sociais como youTube, facebook e whatsapp. Trata-se de uma infestação e epidemia que seguem os oráculos de Murphy; o que está ruim hoje pode (e muito) piorar. É o que assistimos em escala geométrica .
Tal categoria de pessoas ditas celebridades instantâneas  são oriundas de algum fato inoportuno ou inopinado  e mesmo acidental. Às vezes, nessas circunstâncias são içadas ao degrau de heróis. E então se sentem o sal da terra, o suprassumo da virtude  pelo feito por exemplo de salvar alguém que estava em risco de morte ou devolver uma carteira com documentos e dinheiro de um desconhecido. Aqui é como se a virtude precisasse de divulgação, de televisão, de aparecer ao vivo em qualquer  mídia de imagem .  Nesses instantes com os focos de uma TV a pessoa se mostra a mãe ou o pai da honestidade e da virtude. Mas, até que esses são os menos daninhos como componentes da sociedade ou tribo global. É a chance que o sujeito tem de aparecer e ser famoso, por um ou poucos dias .
Nesse estrato, ainda, dos famosos momentâneos temos os participantes de eventos como “reality shows” e outros programas apelativos de televisão de alta audiência. Os atributos e virtudes para tais celebridades já são bem conhecidos. São os dotes físicos. A pessoa pode ser semi-analfabeta, mas tendo aquele corpo malhado já tem grande chance de estrelar ou comandar uma novela, um programa de televisão; até casamento milionário se consegue da noite para o dia, quando  juras de amor eterno são feitas, até que um escândalo termine a união .   A mulher então costuma sair na frente nesses lances de sorte. Basta ter uma silhueta bem encarnada e esculpida, mamas e bumbum tornados a silicone em profusão  que a fama está garantida.
Fugindo bastante dos tipos notáveis transitórios eu descortino dois outros tipos de gente muito encontradiços em nossa sociedade. Se não excêntricas e esquisitas , essas personalidades  padecem de outros traços e gostos psicopatológicos. Nessa subclassificação de humanos temos aqueles(as) que gostam de fama e homenagens, ainda que tais dignificações em nada ou muito pouco lhe dizem respeito ou retrate algum merecimento.
Em muitas cerimônias celebradas com o propósito de se fazer honrarias a certas pessoas, sejam gestores públicos ou privados, temos a oportunidade de, num olhar mais atento e neutro, perceber o quanto de pessoas que recebem diplomas de honra  ao mérito , medalhas e outras comendas sem tais homenageados(as) nada edificante ter feito para merecer as referidas distinções, aplausos , louvores e outros discursos cerimoniosos .
 Medalhas, diplomas  e estatuetas se concedem ao alguém  por algum feito virtuoso de forma continuada e de iniciativa voluntária;  também  ao talento, ato de bravura (militar por exemplo) e ações filantrópicas  de grande vulto de forma espontânea ; e não por amizade, compadrio ou outros motivos escusos.
 Uma outra forma de justa concessão dessa e outra honraria, prêmios e outros símbolos honoríficos se faz a alguém pelo seu mérito artístico , não importa em que ramo for, artes em geral; literatura, produção de alguma obra de valor didático ou paradidático ou também no campo das Ciências. Um bom exemplo são os prêmios Nobel nos vários ramos das artes e trabalhos científicos. Ou outras láureas e valor pecuniário como reconhecimento pelo que o homenageado produziu.
 Para finalizar não podemos esquecer os tais escritores bissextos. O sujeito, faz lá um livreto , uma fajuta monografia pessoal( que chama de “autobiografia”) ou de família e convoca uma sessão de autógrafos e se autoproclama escritor. Temos vários exemplos desses pela nossa sociedade brasileira a fora. Muitos se valem por exemplo de um órgão de sua categoria profissional, na chamada cultura do corporativismo (médicos, advogados, jornalistas) e se autointitulam escritores.
Numa análise crítica, mesmo não sendo crítico literário, percebe-se o quanto de nada de construtivo, de arte, de valor didático ou paradidático  ou lúdico possuem tais títulos de tais autores momentâneos . Muitos desses tais escritores fugazes  se tornam até membros de sociedades literárias, academias de letras ou científicas em seus estados, ou até mesmo de nossa Academia Brasileira de Letras. Só mesmo no Brasil.  Que triste , não !
Machado de Assis referia aos escritores medíocres como “fanqueiros literários. Essa calamidade literária não é tão dura para uma parte da sociedade....uma das aberrações dos tempos modernos”. Já Sócrates, através de Platão, os intitulava também de “açambarcadores efêmeros dos sucessos imerecidos. Por isso alguns soam como balão , porque  de conteúdo não têm nada”.
E aqui eu faço uma referência a um escritor goiano que recebeu de forma justa e merecida, no mês de setembro/2015, um meritíssimo  prêmio de nosso glorioso Iphan. Aliás, pelo que ele faz foi meramente simbólico . R$ 30.000.  É muito pouco pela sua contribuição na Literatura, na Gastronomia, em Medicina Popular, no Folclore e outros ramos das Artes. Falo de nosso querido e polímata Waldomiro Bariani Ortêncio. Rendo-lhe aqui, de público, minhas homenagens pelo seu talento e produção .  Ah, com um detalhe , ele só não esperava dividir o prêmio com a Receita Federal. Descontaram-lhe o imposto de renda. Só mesmo no Brasil. Min. Joaquim Levy, prêmio é prêmio, uai! Por que tributar o mérito ?


 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM 

SER MÉDICO

para Opinião, opiniao
MUITO MAIS HUMANOS DO QUE MAIS MÉDICOS. NOSSOS VIVAS AO BONS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E DA VIDA   
 João Joaquim


 A moral, a ética e até mesmo os  códigos editados pelos conselhos de categorias profissionais parecem a cada dia ser letras mortas . Regras que  deveriam nortear as relações sociais as mais comezinhas e de maior significado na relação de um profissional com seus clientes (ou pacientes no caso de um médico) e nos contatos interprofissionais têm sido vilipendiadas e jogadas nas latas de lixo.
Eu tenho para mim que muitos desvios éticos, a imoralidade, o engodo, a trapaça e desonestidade que permeiam a sociedade, e de roldão, as atitudes e praxes indecorosas de advogados e médicos por exemplo não são por geração espontânea. Primeiro, porque vêm de quem deveriam (e não dão) exemplos, que são os áulicos e paladinos do poder executivo do Estado (Brasil) e de nossos congressistas, os mesmos que criam a legislação que nos rege. O segundo motivo são as leis na sua brandura e leniência. Aí entra aquela tradição também do imperativo da corporação que tem a tolerância  com toda forma de  corrupção . Quantos advogados e médicos por exemplo nós vimos receber penas justas e cumpridas  por seus crimes e infrações éticas. São poucos casos. E aí vem aquela cultura dos jeitinhos, dos recursos, dos meandros chicaneiros das leis e códigos de ética profissional , coisas como jabuticaba, que só vinga e se vê   no Brasil .
Inquérito, se torna esquecido e pretérito, e processo(ir adiante) que deveria ter um curso, andar para a frente, se torna um retrocesso. No Brasil é sempre assim, esta é nossa resposta , explicação e aceitação de tudo fora da norma. Essa indolência e tolerância a toda quebra das regras e convenções são marcas típicas de nossa sociedade, de nosso povo, por consequência de quem nos governa e deveria dar os bons exemplos no seu modus vivendi e faciendi .
Puxando a sardinha para minha brasa (a Medicina) eu me posiciono assim: quando os ilícitos ganham publicidade não há  razão de não comentá-los. Foi o caso por exemplo da máfia das próteses em matéria recentemente divulgada pelo programa fantástico (Rede Globo). Muitos médicos e hospitais foram denunciados por cobrar altos honorários de serviços não prestados (stents coronários, próteses ortopédicas, cirurgias fictícias etc). Ao meu sentir penas justas para tais delitos seriam devolução do dinheiro, suspensão do exercício profissional por 2 ou 3 anos ou em definitivo, além de processo cívico-criminal. Nos quesitos falta de ética ou decoro profissional, não é incomum termos ciência de muitos e muitos casos que nos rondam o cotidiano. Sem citar o nome do “santo”, mas-tão-somente o seu feito, e assim eu ajo sempre por respeito a condutas imorais  de colegas, eu refiro um caso de que foi vítima este neófito escriba. Nunca fui, não sou e não tenho pretensão de focos de holofotes como vimos muitos médicos por aí;  mas, já com três décadas de rodagem posso falar de boas e más posturas de colegas da profissão. O mau-caratismo permeia todos os estratos profissionais . Médicos por exemplo.
 Um exemplo de mercenarismo (venalidade), picaretagem e charlatanismo ocorreu comigo. Eu precisei, dia desses,  consultar a um endocrinologista. Por alguns clientes tido e havido como “ o cara ou bambambã  “ da especialidade, notadamente reposição hormonal masculina, esta era minha dúvida, motivo de minha consulta ao indigitado colega . Por recomendação de outro amigo médico e cliente do dito-cujo lá fui eu. Consulta pré-agendada, lá compareci bem identificado, por indicação do amigo e colega referente. Bem! A primeira decepção e esquisitice foi a cobrança de honorários de minha pessoa . Eu nunca, mas nunquinha mesmo tive o desplante e cara-de-pau de cobrar honorários de um colega de profissão, ainda que ele não seja de meu convívio .  E para resumir o seu pouco zelo e interesse a um paciente colega de profissão; consulta sumária, pouco afeito a um exame físico de mínima confiança e explicações nada convincentes. Ah, e para estrangular a relação médico/paciente, o badalado profissional não fornece recibo de seus honorários. A exemplo de corruptos do PT, ele tem caixa 2 ou 3.
 Em que pese nos amofinar e nos contristar alguns desses maus-caráteres  da profissão, encontramos muitos outros, e são muitos, que nos orgulham pertencer à classe de branco, esses verdadeiros anjos do bem e que seguem à risca os mandamentos de Moisés  Maimônides( 1138- 1204) ou do pai da Medicina o filósofo Hipócrates. Todos fazemos o juramento hipocrático quando recebemos o diploma de médico. Cumpri-lo no entanto está na ética de berço e consciência de cada um.
Felizmente nas minhas relações com colegas de profissão deparo-me com exemplos extremos de solidariedade, de abnegação, de altruísmo, de acolhimento; além de esmeralda e elevada qualificação ética e técnico-científica. Esses exemplos e luminares éticos existem.  Quero citar aqui quatro nomes que são o que se pode rotular como o padrão-ouro em ética, excelência na relação médico-paciente(seja o cliente quem for) e qualificação eticoprofissional. Os bons e belos exemplos devem ser públicos como modelos, sobretudo para os novatos de profissão, e assim permito-me nominá-los. Eles são doutores não  pelas  honrarias em diplomas  exibidos em paredes de consultórios. São doutos na arte médica de bem ouvir, escutar( a arte de escutatória), interpretar , aliviar e curar as pessoas. Doutor Antonio Carlos Ximenes. Além de médico ele é especializado em reumatologia. Doutor Jaime Guiotti Filho. Médico e ortopedista clínico e cirurgião de doenças de ombro. Doutor Nelson Rassi, médico e especialista em endocrinologia. Doutor Nilzo Antonio da Silva, reumatologista, os mesmos qualificativos dos demais citados.  Estes são quatro de muitos outros profissionais que honram e dignificam a Medicina. Muitos tão abnegados e despossuídos de qualquer vaidade que vivem em completo anonimato dos círculos e passarelas da profissão e da mídia. Observem bem que referendei quatro colegas( Ximenes, Guiotti, Rassi, Nilzo) com os títulos de médico e especialidade. Eu penso que junto com qualquer especialista subsiste o médico, de fato médico. Aquele que tem uma visão holística e não segmentada da pessoa, do paciente;  como comportam muitos que visam apenas se enriquecer, muitas vezes, com condutas escusas , ferindo postulados bioéticos e sem fundamentos científicos .
 Ainda hoje a Medicina guarda um grande magnetismo e encanto. A procura pelo curso é enorme como vimos nas seleções ENEM E SISU. O que lamentamos muito é a regressiva qualidade do ensino das Universidades, sejam públicas ou privadas . As antes tradicionais (públicas) estão sendo sucateadas e abandonadas pelo governo e outras estão sendo inauguradas sem condições básicas para uma formação de qualidade. Fica a impressão de que o governo petista quer cubanizar nossa formação médica. E já o tem feito através do inoperante , questionável e socialista programa Mais Médicos, em apoio à ditatura dos irmãos Castro ( Fidel e Raul).
Em que pese toda ruína em que vive a saúde pública no Brasil, nós médicos podemos fazer bem feito o nosso ofício. Que os atuais estudantes, os egressos e residentes de especialidades sejam altamente técnicos e cientistas em suas áreas, mas que atendam o seu paciente como médicos que devem ser. Sejam sempre bons discípulos dos bons mestres. Mirem, se puder, nos exemplos de um Ximenes, de um Jaime Guiotti, de um Nelson Rassi, de um Nilzo. Estes, sim, além de títulos e láureas recebidas, são delas merecedores. Por tais mínimos atributos e muito mais eu os coloco no panteão dos médicos.  “A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las?”    Aristóteles.
A todos os profissionais da saúde e da vida, aos médicos e paramédicos , aos anônimos bombeiros que salvam pessoas e não dão entrevistas,  nossos aplausos e nossas honras por tão dignificante atuação em prol dos sofrem ,por exemplo com a violência do trânsito, e das vitimas  de pessoas tresloucadas e criminosas encontradiças em nossa sociedade.

 João Joaquim  - médico e articulista do DM

ÁGUA DE MARTE

A ÁGUA DE MARTE NÃO ESTÁ PRA PEIXE
João Joaquim 

Esta primeira  quinzena de outubro/2105 está sendo uma daquelas semanas de muitas notícias bombásticas. Algumas já previsíveis. Como exemplo a mortalidade do trânsito de 2014( 58000 mortes) além dos feridos, mutilados e inválidos permanentes; PIB em retração; alta da inflação; presidente da FIFA afastado do cargo; a do Brasil em vias de sê-lo depois da derrota em 4 órgãos públicos: congresso, TSE, STF e TCU. Algumas coisas andam em alta. Por exemplo, o desemprego, a insatisfação do povo , a desgovernança fiscal do governo petista (leia-se Dilma e Lula), todas as manobras contra a impeachment de nossa presidenta etc.
Uma notícia no entanto me despertou interesse, em que pese haver quem vai discordar de mim. Acharam água em marte. Água vírgula, não aquela água potável, que passarinho e outros bichos podem beber. Na verdade uma solução salina muito concentrada ou salmoura. Esses sais seriam o clorato de magnésio, perclorato de magnésio e perclorato de sódio. Por ora são dados supositícios  e os supositórios são dos próprios cientistas da NASA ,  porque nenhum humano ainda provou do tal líquido.
Agora eu não compreendi porque de tanto fuzuê e outros estardalhaços promovidos pelos cientistas da NASA. Para quem não assistiu basta clicar no portal da NASA/Discovery que estão lá as cenas de  vivas e confraternizações  entusiásticas  pelo achado. Um feito de fato cosmológico .
Já tem gente imaginando expedição turística para o planeta vermelho. Talvez fazer por lá algum paraíso fiscal, colônia agrícola para presos da operação lava-jato e outros empreendimentos. Calma pessoal! Porque a coisa não é tão fácil quanto supõe o  otimismo de cientistas americanos. Eles são capazes de muitas ideias, mas nem todas possíveis. O nome do planeta vem do latim e significa na mitologia romana o deus da guerra. Ele tem dois satélites Fobos e Deimos .  Bons nomes para se colocar em crianças daqui para frente.
Algumas características cosmográficas são interessantes para os desejosos da viagem. A primeira é a distância. São 225 milhões de km da terra. Cifra que, às vezes escapa à nossa percepção. Para nossa imaginação , vamos primeiro a uma unidade de milhão. A nave espacial viaja, 10 mil, 900 mil quilômetros, mais 100 mil e temos um milhão. Esta é apenas uma ducentésima vigésima quinta parte da distância (225ª parte).  Ainda não acabou a viagem. Multiplique esta distância por 225;  pronto, é o fim da odisseia. Viajando a 25.000 k/h com um ano se chaga lá. E a temperatura? Média de 60 graus celsius negativas. Gravidade: um terço da terrestre e como consequência, atrofia óssea e muscular e morte.
 Ou seja viajar para o planeta de fogo só se for por condenação a pena de morte com transitado  em julgado. Pelo menos o réu terá uma morte marciana. Já imaginou para a biografia do executado. Morreu asfixiado e congelado em Marte.


Outros dados de interesse. Radioatividade 15 vezes ao que se expõe em uma usina nuclear;  como consequência vários tipos de neoplasias e câncer e malformações genéticas. A água, se existente é muito tóxica. A atmosfera tem 95% de CO2 e menos de 1% de O2. Feita essa sumária resenha sobre o nosso planeta vermelho, eu prefiro ser como recomenda mr Jim Green, diretor da Nasa , mais cautela e menos euforia.
Ou  quando muito continuar assistindo a perdido em Marte com Matt Damon ou me divertir com as ficções do escritor Arthur C. Clarke (1917-2008).
Enfim, falando a verdade pura e real, eu penso que o homem aqui em nosso planetinha terra tem muitas e muitas outras coisas e questões possíveis de resolver do que sonha a vã e ineficaz empreitada americana  de achar vida viável no inóspito, insólito e perigoso planeta Marte; isto porque a água lá não estará nunca para peixes e muito menos para os humanos.


João Joaquim - médico - articulista DM

MULETAS DO IDIOMA

DAS MULETAS E ESCORAS NA LINGUAGEM
 João Joaquim


Eu já falei em outros textos sobre próteses (substitutos de tecidos ou membros humanos) e órteses (aparelhos que previnem ou corrigem deformidades). A muleta, a bengala, o andador podem ser considerados órteses. Estes insumos são muito  prescritos por profissionais de saúde, ortopedistas e fisioterapeutas por exemplo. Mas, já advirto que não cometerei o desatino ou impropérios de falar sobre matéria de que ignoro. Sócrates nos aconselhava: “ ajuizado serás não supondo que sabes o que ignoras”.
Entrementes, data máxima  venia,  do mestre da filosofia grega eu vou me rebelar e falar de outros apoios e muletas de que vale o ser humano. Refiro-me às muletas ou escoras  da retórica, que muitos chamam também de cacoetes de linguagem, aqueles expletivos tão recorrentes na comunicação diária. E já tranquilizo a todos, não constitui vício dos menos instruídos, dos menos ou pouco escolados.
No linguajar oral ou coloquial eu não vejo como tanto inútil alguns cacoetes na comunicação. Isto se dá por exemplo pela espontaneidade e improvisação das ideias no discurso. Algo muito diverso e pedante quando se trata de um texto escrito, mesmo naqueles não formais. Na retórica de um grande orador não é incomum se perceber alguns cacoetes estilísticos. Recursos esses para encantar a plateia ou mesmo quando o autor o faz com a intenção  de elaborar o pensamento seguinte e manter a atenção do auditório.
Como exemplo desse arranjo estilístico temos a locução expletiva -é que- que  embora signifique preencher ou completar o sentido  da frase não faz nenhuma falta se for eliminada do texto.  Veja este período:  o PT (é que) é o culpado da crise que vive o Brasil . Elimine o -é que- e o PT continuará culpado na mesma intensidade.
Na comunicação formal (ofícios, memorandos, cartas) encontramos muitas pérolas quando se fala em cacoetes de linguagem. Algumas delas muito encontradiças: 1) por motivo de força maior. Não seria melhor o missivista explicar que força maior é esta? Aqui cria-se um suspense injustificável para o receptor da mensagem. 2) A quem interessar possa. Penso que muitos já receberam uma carta de apresentação com esta expressão. Ela traz um certo ar de desprezo ou arrogância,  além de absolutamente inócua na comunicação pretendida .  3) Venho por meio desta.....Introdução vazia e sem sentido, encontradiça em muitos memorandos e ofícios.
Nas entrevistas de muitos personagens públicos , nos veículos de comunicação, nas transmissões esportivas;  temos cacoetes e expressões que incomodam os tímpanos. As mais ouvidas são: de forma que; correr atrás do prejuízo, mais completo, a nível de, um pouco demais etc. Imagine o sujeito correr atrás do prejuízo e encontrá-lo. Que decepção!  Como bem disse H.L. Mencken , lugares-comuns ou clichês têm origem no medo do desconhecido, no conforto medíocre de quem, preferindo não arriscar, se basta com fórmulas prontas .
Não menos maçantes temos : em virtude de, não por acaso, de repente, entende?  Tá,  né, a gente isso, a gente aquilo, tipo assim, meio que ; e muitas outras tão vazias quanto inúteis.
E como arremate vale registrar como campeã das muletas ou bengalas linguísticas a expressão empregada por recepcionistas ou secretárias.  Vou estar encaminhando sua ligação. Há poucos dias fui vítima dessa cacofonia e emendei:  a sra vai bem estar , ou mal estar encaminhando o meu pedido. Ela não entendeu bem a minha réplica . Nem eu!



João Joaquim - médico - articulista DM

Necedade especial

  Sejam resultados e produtos de genomas ancestrais ou educacionais, não é incomum deparar-se com um grupo de pessoas (homens e mulheres), m...