segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

MALAS

OS  CATEDRÁTICOS DA MALANDRAGEM E DO CRIME
João Joaquim  


Para a grande maioria das pessoas a honestidade é um comportamento assimilado e aprendido com os pais, com a família, nas escolas e do  meio social. Porque como já preconizava Aristóteles, a ética e a virtude são atitudes que devem ser ensinadas e exercitadas. Agora, há certos indivíduos que , ao que sugerem seus expedientes e atos de vida,  fica a sensação de que sua desonestidade está entranhada em seu DNA, em sua personalidade. Tal constatação se faz naqueles indivíduos que têm plena consciência das ilegalidades e ilicitudes praticadas mas, continuam nas mesmas práticas  contrárias à  ética e às leis.
E é com esses fundamentos e justificações que os juízes expedem mandatos de prisão provisória ou preventiva e encarceram muitos acusados e réus no curso de inquéritos e processos penais. Isto se faz necessário porque o réu solto criará embaraços na apuração de seus delitos, como também continua na prática criminosa. É ao que o Brasil e o mundo estão assistindo com a prisão, antes da condenação, de muitos políticos e empresários nas diligências e operações da lava-jato. São criminosos tão recalcitrantes e refratários que podem prendê-los e condená-los mil vezes, e mil vezes serão flagrados em novos delitos.
 Então deduz-se  desses agentes da desonestidade e do mal que eles padecem de uma deformação genética de caráter. Que no caso aqui suposto, têm indicativos e indícios de hereditariedade. De encontro a essa  afirmação  temos a teoria do bom selvagem, do sociólogo Rousseau: “todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”. Entra nesse contesto – pessoas incuráveis nas condutas criminosas -  a interação (fica a impressão) de uma deformação da índole mais o reforço dos laços familiares e meio social.
 Uma criança jamais nasce com as informações sensoriais (sentidos) do que é honesto e desonesto, salvo os casos psicopatológicos, as personalidades antissociais e psicopáticas, são exceções em que o sujeito não consegue distinguir o ético do antiético, o honesto do desonesto.
Nascidas normais como é a estatística da imensa maioria das pessoas elas devem ser treinadas, instruídas e educadas ao exercício e repetição do bem, da virtude e da honestidade. Se assim fosse feito no processo educacional das crianças,  dificilmente encontraríamos indivíduos tão afeitos e recorrentes a uma vida de crimes e ilícitos. Se buscarmos as biografias de muitos corruptos e corruptores de nosso Brasil, veremos que alguns deles tiveram uma família de maus exemplos, de pessoas mau caráter .
A propósito do jeito e maneiras nada lícitas e antiéticas de se viver eu conto  uma historieta  de uma família de minha convivência. O anonimato tem razões óbvias. Frequentávamos a mesma igreja e alguns encontros sociais, festejos, aniversários. Às vezes, no mesmo dia, saídos da igreja, encontrávamos nessas reuniões sociais. Era então , nessas descontrações e animações que esses membros familiares revelavam o seu outro lado de vida( o lado profano), quando então em tom de vantagem eles falavam das trapaças e trambiques em seus negócios e de como  faziam suas vítimas. Muitos fatos e realizações eram narrados em caráter de deboche e desdém de quem tinha sido enganado e malsucedido. Agora, analise bem que duplo caráter tem esse tipo de gente. Em um só dia o sujeito comete as mais baixas vilanias e delas se vangloria, tendo participado de um ritual religioso, ouvido os sermões , as pregações da “ boa moral”, do bem, da convivência ética entre as pessoas e até participado de uma hóstia sagrada.

Assim são as centenas de outros corruptos e corruptíveis de nosso Brasil. Sejam pessoas na vida pública ou privada. Daí a suposição de que alguns casos, como os aqui narrados,  têm esse “modus delinquendis”  no DNA e na alma. Sem cura. Como imaginar a recuperação de um tipo de gente dessas que leva uma vida de hipocrisia, de falsidades e sem noção do que se deseja, quer, pode e deve ser feito.   Dezembro/2016. 

NATAL SEM CARNE

QUE TAL UM NATAL MENOS CARNAL ?

João Joaquim  


Esse dezembro de 2016 bem que poderia ser uma ocasião para, entre tantas reflexões, uma de grande significado e valor espiritual na vida das pessoas. Significado e valores não materiais, embora advindos justamente de dinheiro, luxo, pompa, exibição de riqueza e poder. Basta colocar em relevo que estamos passando pela pior crise econômica e financeira de nossa história. Igual ou pior do que essa talvez só o pós guerra do Paraguai(1865-1870), aquele conflito  em que houve um autêntico genocídio com o povo daquela nação guarani, onde 70% da população masculina foi dizimada pela tríplice aliança:  Argentina, Brasil e Uruguai. E não sem motivo vindo do lado de lá( do tirano Solano Lopez)  mas, que foi um extermínio foi! Matéria para dezenas de outras crônicas, ensaios e novas histórias.
 Mas então, luxo, pompa e riqueza na pior recessão vivida pelos brasileiros. O escabroso e plangente é todos saberem que a angústia e depressão por que passam  nossa economia e crescimento advêm de outra crise imaterial e muito mais grave que é a crise ética. A que também poderíamos nominá-la de moral, dos costumes, das leis, de governança, de  política ; entre outros nomes pejorativos e indignos. Por isso, concito a todos, indignai-vos ante tanta infâmia , tanta depravação e devassidão que nos tornam todos vítimas e pagadores de contas que não contraímos . A recessão e aniquilamento da economia atingem os setores mais nobres e vitais da vida brasileira: saúde, educação e trabalho. Todos, indistintamente somos vítimas desses detratores da nação.
Na história recente e atual já está lá registrado o nascedouro da crise ética e dos costumes que hoje se tornou mista: ética e econômica. Primeiro, conforme assentado pela Justiça,  inaugurou-se o projeto criminoso do mensalão(2005), engendrado pelo partido dos trabalhadores (PT), sob os auspícios e referendo  do governo do ex presidente Lula da Silva, prosseguiu no governo da ex Dilma Rousseff( defenestrada do cargo pelo impeachment , agosto/2016), e tudo parece continuar nas vigas mestras do congresso nacional e governo do atual presidente, Michel Temer. E a continuidade do mensalão (iniciado em 2005) na atual gestão do sr. Temer, não sugere ser apenas respingos. Pelo teor das delações dos executivos da Odebrecht( falam em 800 depoimentos de mais de 77 delatores), as torneiras e dutos da corrupção continuaram até 2014, ou talvez até hoje, dezembro 2016,  a jorrar dinheiro sujo aos churros e borbotões. Não se trata de milhares, mas de milhões de reais e euros aos partidos e governantes dos Estados e da União. São vários partidos, PMDB, PSDB, PT e coligações. Os pilares e colunas da república estão ameaçados de implosão. Rupturas verticais e concêntricas! Estes são os grandes riscos do Brasil. Quem há de nos salvar?  Perguntam todos e com razão . Eu vejo com assombro e terrificado tudo que está acontecendo neste país.  
Dezembro de cada fim de ano bem que poderia ser uma repetida ocasião das festas da alma e do coração. Mas que os espíritos de fraternidade e humildade durassem ao menos até meados de cada ano. Mas, não são tais tendências que observamos ano após ano. Findas as festas de Natal e Ano Novo, todos começam a se preparar em espíritos, cores e fantasias para o carnaval. A origem já diz tudo, os festejos da carne, da devassidão, das transformações, do faz-de-conta, do bota-para-fora as fantasias e desejos. Enfim as folias do álcool, da maconha, das orgias de toda ordem, da esbórnia e da luxúria.
Quem sabe nesse Natal e Ano Novo de 2016/2017,  das crises ética e moral , da pior crise econômica em que vivemos, nós não possamos encarnar e ser atacados pelo espírito da generosidade e amor ao próximo?  Quem sabe doar um pouco que seja de nosso tempo, de nossa amizade, de algum alimento, frugal que seja, tipo arroz e feijão, um agasalho, um medicamento, um amparo a um idoso ou criança carente?
Com gestos tão simples, de pouco luxo o baixo custo, sem pompa e sem muita  exibição, é possível, sim, tornar nossas crises menos nefastas para muitos irmãos, crianças e carentes;  esses brasileiros  que não deram causa e sofrem com os desvarios e insensatezes de muitos intitulados “homens públicos”, mas no íntimo e de espírito malfeitores da humanidade. A assepsia deve continuar em todos os redutos corruptos e corruptíveis. Resta-nos essa esperança.   Dezembro/2016

PARASITOS...

PARASITOLOGIA DOS SEVANDIJAS E COMENSAIS
João Joaquim  


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FIDELIS E INFIÉIS


OS FIÉIS E INFIÉIS DE UM DITADOR
João Joaquim  

Sem querer fazer estilo ou imagem deixei por último para falar do El Comandante. Morreu Fidel Castro. Para alegria de muitos, para reavivar a saudade de tantos comunistas, e acreditem, para choro e ranger de dentes de milhares. Não sei se de todos visto, mas houve um vídeo que mostrou a figura de uma esquálida cubana que aos prantos rangia também os poucos dentes que lhe restavam. Quanta fidelidade (sem trocadilho) e higiene cerebral!
Causa-me um certo impacto imaginar como que um personagem com os desqualificativos desse tirânico e controverso Fidel Castro pode ter provocado admiração e sectarismo em tantos países e em tantas pessoas. O homem morreu, mas o regime que ele implantou está lá sob a batuta do irmão Raul Castro. É o PC Cubano. São ideologias hereditárias e de família, a exemplo do que é uma Coreia do Norte.
Sua biografia nos fala que ele, Fidel,  era filho de um rico fazendeiro, formou-se em direito e desde jovem tinha engajamento político. Com certeza uma disciplina que lhe faltou no curso lá em Cuba, foi a de Direitos Humanos. Se bem que há certos operadores desse capítulo que defendem muito os direitos humanos, de quem nada tem de humanidade. Falo dos criminosos de maior periculosidade. 
Em 1953 após tentativa de tomar o poder, Fidel  foi preso, condenado e enviado para o exílio no México. Lá ele conheceu Che Guevara, homem  de formação médica; na verdade um guerrilheiro e fugitivo da Argentina, seu país natal.
Críticos mais severos chamavam Guevara de porco assassino. Tamanha a frieza e crueldade com que ele tratava aqueles dissidentes de suas ideias, as mesmas que defendeu Fidel, a vida inteira, eram água do mesmo vaso sanitário . Fidel em camarilha com Che planejou a volta a Cuba para tomar o poder. E assim foi feito. A prática do plano inicia-se em Sierra Maestra. Seu bando ou batalhão dirige-se para Havana e destitui o ditador Fulgêncio Batista. Segundo a história, Havana era na verdade uma pornocracia, tamanha a devassidão, o turismo sexual e outras orgias dionisíacas e eróticas que tomaram conta da ilha.
Curioso e repulsivo é que o nosso revolucionário Fidel tomou de assalto a ilha Cubana pregando ideias e planos democráticos. Essa era uma bandeira do marketing da revolução. Quão ardilosa e falsa foi sua retórica. 
Mas também na história isso não é nenhuma novidade. Um caudilho e chauvinista derrubar  uma ditadura, para implantar outra, igual ou pior. Para tanto basta o golpista ter firmeza, obter o apoio das massas populares e cooptar todas as forças armadas, se houver, e silenciar os órgãos do judiciário. Foi o que houve em Cuba. Não há naquela nação forças armadas, só polícia ou milícias para defender o regime e as ideologias da ditadura.
A questão da revolução Cubana, da queda de uma ditadura e instauração de outra sob o comando do grupo de Fidel Castro é muita curiosa e sem precedentes na história. Outro ponto curioso é como o comandante conseguiu “pari passu” conquistar seguidores, fãs e muitos inimigos. Fala-se que ele foi alvo de muitas conspirações de ser assassinado e escapou de todas, mais de 600.  O seu governos foi marcado por uma absoluta e ferrenha repressão; sem liberdade de opinião e expressa e sem imprensa. Há ali apenas um jornal, o Gramma e uma emissora  de TV estatal. Órgãos de comunicação do governo apenas,  esses que só divulgam matérias e cartilhas do regime.
Cuba sempre teve, sob a égide da família Castro, um único partido, o PC comunista. Nenhum adversário tem voz ou vez. Há vários presos políticos. São milhares de refugiados pelo mundo; muitos morreram naufragados em embarcações clandestinas, em fuga para os EEUU.  Os órgãos de direitos humanos pelo mundo acusam o próprio Fidel de cerca de 20 mil execuções desde adversários aos que se rebelavam contra o seu governo. 
A crítica internacional fala dos índices da educação, que houve muitos avanços sociais nesse sentido e até na saúde. O que pode de fato ser um mérito do regime. Em que pese também o fato de as crianças serem desde cedo escoladas com as cartilhas e ideologias do regime comunista. O esdrúxulo e melancólico de se ver é que com o embargo econômico imposto pelos EEUU, o país se encontra sucateado. O cenário urbano e frota de veículos parecem de 50 anos atrás. A arquitetura urbana mais parece um museu a céu aberto. O que não deixa de ser um atrativo e glamour.
A medicina de Cuba se nivela às nossas escolas de enfermagem de qualidade mediana. Segundo consta, os médicos cubanos  de nosso programa “mais médicos”, do governo petista, seriam reprovados em um exame de enfermagem de nível bom , nos estados unidos por exemplo eles não exerceriam sequer uma atividade de enfermeiro, tamanha a insuficiente formação que recebem na escola de Medicina de Cuba.

Agora vai lá entender e explicar o porquê de tanto incenso e saudade de um tirano da crueldade de Fidel Castro e sua trupe revolucionária. Daria para alguém me explicar? O difícil vai ser me convencer!                        Dezembro/2016.  

A MORTE DE UM TIME

O QUE NOS ENSINA A MORTE DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL ?
João Joaquim  


Movido e impelido pelo sinistro da equipe de futebol da chapecoense, nas cercanias do aeroporto de Medellín, com o avião de Lamia eu pus-me a algumas reflexões. O avião, por falta de combustível, caiu nas montanhas; foram 71 mortos, 6 sobreviventes. Dos mortos, 19 eram jogadores da chape.
Qual o  valor de qualquer esporte ? A expressão mais elementar que os homens deveriam ter do esporte, o futebol como modelo, é ser essa atividade voltada no sentido de educar o indivíduo, tornando-o um cidadão melhor do corpo e da alma e não um indivíduo melhor em ganhos salariais vultosos e contratos milionários. O que se vê cobiçado entre os atletas e cartolas é isso. Lucros, lucros e acúmulo de dinheiro. Para tanto entra em campo e nos bastidores o princípio do vale tudo ,como se os gramados fossem um octógono do dantesco e sangrento UFC, nossas lutas do coliseu moderno. 
Ao que temos assistido do futebol é isto. Todas as partidos parecem rinhas de galo ou touradas. Tanto entre os competidores como nas torcidas. Tudo lembra praças de uma guerra fraticida. Nesse macabro cenário entra um terceiro componente: o papel das redes de televisão que lucram também milhões (único interesse) nesse esporte que se tornou tão popular. A rede globo, por exemplo se tornou a única transmissora de jogos das séries A e B e da seleção brasileira.
As cenas de hostilização, de rejeição, de discriminação, de guerra mesmo, começam entre os profissionais dessa emissora para os quais valem todas as atitudes e agressões físicas e morais a atletas de uma seleção da Argentina pelos simples e único fato de eles jogarem tão bem ou melhor do que os craques brasileiros.
O que resulta do exposto em uma palavra é muita negatividade de um time contra o outro, notadamente se  são duas equipes de duas nacionalidades. Excessos de energias e ânimos negativos trazem a ideia diabólica do caos, de destruição, de morte. Exatamente contrário ao espírito originário da ginástica, da educação física( palavras de Platão) e modernamente do esporte, como o futebol. O que deveria prevalecer numa competição qualquer? Ora  pois, basta entender que se uma equipe A (de Argentina) compete com a B (de Brasil) não significa uma disputa fraticida, de aniquilamento ou menos valia do perdedor. Se ganhou o B ou A é porque naquele momento o vencedor se preparou melhor e fez jus à vitória, como aliás, vale para toda atividade na vida. Simples assim!
Movidos pela ganância de audiência e por lucros e mais lucros entram em cena os cartolas, os patrocinadores. A vitória e títulos são tudo que lhes interessa. Daí surgem todos os expedientes ilícitos, imorais, criminosas , de suborno de árbitros em busca do fim, lucros e imagem de melhores do mundo  e superioridade. Pensemos juntos : uma atividade onde tem ex-presidentes presos e investigados;  o atual ,fugitivo do FBI; cartolas brasileiros investigados acusados de roubos e outras traficâncias!  Que tipo de energia essa atividade acumula e atrai para si? Será que esse meio putrefato, corrupto e corruptível atrai bons espíritos e a presença de Deus ?  É difícil imaginar tal hipótese.
Uma outra reflexão que trago à baila refere-se à questão das reações das pessoas frente à morte. Não parece, mas tem relação com o esporte. Todos vivemos uma vida de imortalidade. Viver como se imortais fôssemos faz parte de nossa vocação para a felicidade. Trata-se de um instinto de sobrevivência. 
Essa sensação de vida eterna é até  saudável e proveitosa. Nós só tomamos conhecimento da finitude da vida frente à ameaça da ruptura desse limite, dessa passagem e interface. A doença, ou um acidente representa essa ameaça. O fio pode se romper, a armadura pode-se quebrar. Daí emergem a consciência, a fobia e a lembrança de  que estamos em risco. As mortes nos esportes não são incomuns. Alguns trazem mais risco. Formula 1, motociclismo, pugilismo. 
Por que a morte súbita ou acidental de um atleta causa mais impacto e comoção? Primeiro porque ele  se torna um personagem admirável com muitos fãs. Segundo, porque ele encarna uma figura meio mítica e invulnerável. A morte de uma criança, de um jovem, de um atleta é sempre mais dolorida e capaz de muita tristeza e inconformismo? Por que esse atleta ? Justamente ele que mostrava ter mais vida e resistência a esse evento tão difícil de suportar.
Por último falo de amor e paixão. E tais sentimentos têm liames com o esporte. Esporte  e saúde, esporte e vida, esporte e morte, esporte e paixão. O que têm a ver essas condições, atividades e estados sentimentais?
Se buscarmos em todas as fontes de sabedoria estão lá os desígnios e origens por exemplo do amor. Seja Eros, o deus grego do amor;  ou o cupido romano. Eles tinham a função de uma força cósmica de fecundação e multiplicação. Assim também é tratado a amor em muitos ramos da filosofia e mesmo entre as religiões. A construção e mantença da vida se faz com amor. Assim também o é com outros laços que se estabelecem. Daí o amor à própria vida, a natureza, ao que eu construo e faço como pessoa. Eu devo estabelecer amizade, simpatia e amor com múltiplas coisas, seres e atividades. Todavia com alguns condicionantes: que esse(s) sentimento(s) sejam moderados, regidos por razão e consciência. Com a firma e lúcida noção de que o objeto de meus sentimentos não tem garantida de eternidade. Namoro e casamento acabam , meu time nem sempre ganha, nós somos mortais, meu bichinho morre, minha referência pode morrer.
Assim temos enfim a paixão. O que seria esse sentimento? Na origem temos o grego passio ou o grego pathe, cujos significados eram sofrimento, suplício, doença. Do radical surgiram por exemplo patologia, estudo  das doenças. Daí psicopatia e encefalopatia. Não impropriamente a semântica trouxe um sentido patológico a qualquer “ amor desmedido e irracional “, paixão. Amor cego, desvairado e neurótico a alguém, a um objeto ou time de futebol.

Daí vem os riscos de um namoro, um casamento, uma atração, ou admiração por uma equipe de esporte. Na separação ou derrota e outras perdas o sofrimento psíquico e moral são enormes. Necessário se faz um processo educacional com as crianças e adolescentes. Em todos os vínculos afetivos ou de amizade ou de admiração a outra pessoa, a uma equipe de esporte, a um animal. Que seja amizade ou amor. Que seja um vínculo de admiração como numa “torcida” pelo time A ou B. Mas,  com essa firme noção, o que excede a esses sentimentos pode se transformar numa condição semântica patológica vulgarmente chamada paixão. Quer estado mais sofrido, mas mórbido, mais angustiante , mais excruciante do que foi a Paixão de Jesus Cristo?     Dez/2016. 

UFC CORRUPTOS X...

O UFC DO   JUDICIÁRIO CONTRA OS CORRUPTOS DO PARLAMENTO
João Joaquim  

 Eu penso como muitas pessoas ,  nunca dos nuncas, neste país, houve tanto acirramento de ânimos entre autoridades. A melhor afirmação aqui  seria entre os poderes (executivo, legislativo e judiciário). E autoridades, bem entendido, são aquelas do judiciário, porque na verdade eu tenho os titulares e membros do congresso como representantes do povo.
Congressistas  exercem funções mais administrativas, em tomar decisões, executar obras e feitos no sentido do bem público, do bem comum. Assim, entendo que o poder de autoridade, aquele de guardião das leis, da constituição e de punição a qualquer delito, esse, sim, é do judiciário, com  todas as instâncias, dos juizados especiais federais (1ª  instância) até ao supremo tribunal federal (STF), nossa última etapa  de Justiça.
Quando se fala em acirramento de ânimos não se trata de força de expressão.  Porque  é ao que a sociedade vem assistindo há cerca de dois anos com a instauração da maior operação de investigação de políticos, diretores de estatais, e empreiteiros que prestam serviços de infraestrutura para o governo. Referida operação, como já do domínio público e popular é a tão temida lava-jato. A denominação Lava-Jato( lava sujeiras e lama) tem fundamento. O nome se deve ao fato de as primeiras investigações ter tido  início num lava-jato de Brasília. Lá era um dos ambientes e “escurinhos” onde se davam as tramoias e tratativas delituosas de nossos executivos, políticos e empreiteiros. Coisas terríveis de se ouvir e relatar, conforme desgravações por peritos de nossa operosa polícia federal (PF).
O país parece estar de ponta-cabeça com tanta confusão e conflagração dos poderes. Em 4 meses tivemos impedimento da presidente Dilma Rousseff, a cassação e prisão do presidente da Câmara , Eduardo Cunha; a prisão de senadores, de deputados;  o afastamento do presidente do Senado Renan Calheiros, a briga de ministros do governo Temer, o bloqueio de bens do  ministro da ativa, caso do Eliseu Padilha. Ou seja, nunca dos nuncas, tivemos tantas escaramuças entre nossos governantes. No momento, eles se ocupam de uma única coisa: a defesa de seus mandatos e patrimônio material, porque o moral eles nem fazem questão , já se  acha perdido há anos.
 É bom ser dito sempre, o Ministério Pública e Polícia Federal, ainda são instituições acreditáveis pela sociedade. A classe médica também tem tido a credibilidade do povo. Apesar de existirem também as chamadas máfias de branco. Também pudera, médicos são homens e corrompíveis . Não deveriam ser , mas há muitos operadores da Medicina, que operam do lado criminoso.
O interessante e muito esperançoso é que a justiça brasileira, a exemplo do que é feito nos EEUU e na Itália, criou o instituto da delação premiada. No mundo ou submundo do crime seria o popular alcaguete ou dedo-duro. Por definição, delação premiada é aquela redução que o condenado tem em sua pena por revelar os crimes e participações de outros comparsas. E é através desse instrumento que a operação lava-jato tem colocado diversos figurões-empresários, diretores de estatais (Petrobras) e ex políticos na cadeia, além de bilhões de dólares já devolvidos e repatriados de paraísos fiscais (Suíça como exemplo).
A maior empresa privada  hoje envolvida no pagamento de propinas a políticos é a Odebrecht. São cerca de 200 denunciados, em negociação de delação premiada. Alguns donos e executivos já foram condenados e outros em vias de sê-lo, daí a redução de penas dos ainda indiciados e réus pela cooperação com a justiça. Há muita esperança de justiça, ainda que tardia , mas  justiça, para esses malfeitores da humanidade. 
Tratando-se então da questão central na chamada desta matéria, do confronto entre membros do executivo e legislativo versus ministério público e judiciário. Até onde se sabe trata-se de um embate inaudito, sem precedentes na história do Brasil e do mundo. Não apenas pelas cifras bilionárias desviadas e surrupiadas dos cofres públicos e das estatais, mas de igual impacto do número de agentes públicos, de todos os níveis, flagrados em desvios de dinheiro público  e corrupção.
O curioso e instigante em todos os embates dos homens públicos versus ministério público, isto é, justiça contra indiciados e réus é que estes perderam o que o ser humano tem de mais nobre, que são a vergonha e a  honra. Todos os malfeitores e criminosos falam como se o roubo, a trapaça, as falsidades ideológicas, o peculato já tivessem sido inseridos em suas normas de conduta ou nos regimentos internos do órgãos e casas que representam. No caso órgãos públicos e congresso.
Os fatos transcorrem assim : a polícia federal apresenta uma gravação do parlamentar em franca tratativa delituosa. Inquirido sobre aquele diálogo, ele com a caradura e de forma cínica tem a acrimônia, a desfaçatez de dar outra versão e justificar que aquelas palavras e termos foram ditos com outro significado. Eles têm outro dicionário, o corruptês, um glossário com novos significados da Língua Portuguesa.
Outros achaques ou defeitos morais de nossos membros do executivo e legislativo são as tentativas de legalizar o que é ilegal e imoral. Assim temos os que defendem o caixa 2 como normal;  e a corrente daqueles que tentam aprovar uma emenda constitucional de paralisar os chamados “crimes por abuso de autoridade”. Enfim e para resumir, com esta última emenda o que nossos indiciados e réus da lava-jato querem é mais imunidade e um aniquilamento das investigações contra si próprios.

 E assim, com esse reco-reco quem vem se sucedendo desde a inauguração da Lava-Jato,  a sociedade e a imprensa não hão de calar. Com que finalidade ?  Para o mal e a ruina dos  criminosos de colarinho-branco, aqueles bem vestidos e bem endinheirados que confeccionam mais as leis deles do que as nossas, pelo menos é isto o que todos os nossos representantes pretendem. Que feio, que vergonha!  Dezembro/2016.

SEM ÉTICA E SEM LEI

E SE NÃO HOUVESSE CÓDIGOS  DE ÉTICA E LEIS
João Joaquim  

 Eu fico a imaginar se na convivência humana, nas relações sociais e civis não existissem regras, leis, códigos, normas de conduta; enfim as convenções e cláusulas daquilo que pode e não pode. E foi a partir do conflito do que se deve, pode e deseja fazer cada pessoa, cada grupo e cada civilização que surgiram as organizações político-administrativas chamadas Estados, que foram se aprimorando de acordo com as exigências de cada povo, sociedade e cultura. E não podem parar nunca essas evoluções porque tudo tem que ser revisto; os valores e a cultura de cada época.
É admirável (no mau sentido) e surpreendente como o bicho homem tem a propensão e iniciativa praticante em quebrar regras, leis e códigos de conduta e postura. E referida inclinação não está restrita a uma classe ou estrato social menos esclarecido, de menor poder aquisitivo ou menos escolado. Aliás, parece que muito ao contrário. Temos visto e assistido a  tais comportamentos justamente advindos das categorias de cima. De todos aqueles(as) da classe A (A1,A2,A3---). E assim por efeito manada ou dominó se contaminam todos os cidadãos (ãs) dos estratos sociais classe B, C, D..etc.
Assim posto, é natural que cada pessoa que tenha uma conduta honesta faça a oportuna pergunta: e se não houvesse constituição, códigos civil e penal? Como seria a convivência entre as pessoas entre si, com o mundo, com a natureza e os espaços do meio ambiente e urbanos. E é assim mesmo que deve ser dito com letras em caixas-altas, de forma destacada. Parece que a honestidade, a “ ética do bem” passaram a ser exceções na conduta, no comportamento das pessoas.
Valem a pena e o reprise: existem pessoas que a despeito de convenções, regras e normas de conduta têm sempre uma vida, uma conduta de convivência as mais retas, puras e probas. Algumas , de vez em quando são condecoradas por achar algum pacote de dinheiro e entregar `a Polícia, ou devolver uma carteira com dinheiro e documentos. São exemplos de genuína honestidade que destoam de todo o rebanho.
Esta constatação traz uma ponta de otimismo e convicção de que todos nascemos destinados ao bem, com vocação para o que é honesto e virtuoso. Talvez o meio social, a família, os inimigos das relações são os fatores que levam o indivíduo para a banda podre e corruptível da sociedade. É bom deixar enfático que a boa ética, a virtude, a generosidade não são inatas da pessoa, elas devem ser ensinadas à criança e estimuladas em todas as etapas da educação . 
Como referido nos parágrafos acima as atitudes e ações desonestas e ilegais não guardam relação com essa ou aquela classe social. E esse fato tem se verificado aqui no Brasil justamente numa casta de homens públicos que deveriam ser modelos e padrões para a sociedade que eles representam. A bola da vez são os nossos parlamentares que entre outras medidas querem legalizar a prática do caixa 2 no financiamento de campanhas eleitoreiras. Eles estão pouco preocupados com a saúde pública, com a educação brasileira ou desemprego! Eles querem normalizar e legalizar uma prática criminosa corporativista, que beneficia e inocenta apenas eles, da classe política. Quanta insensatez!
E nesse diapasão da violação das convenções, das leis e dos códigos de conduta vai grande parte das pessoas e  da sociedade. São atitudes e práticas as mais repetitivas e comezinhas, nas quais existe uma sistemática quebra das normas de boa postura e de uma convivência saudável, generosa e solidária. 
Muitas vezes começam nos próprios condomínios. Nos elevadores e garagens poucos coabitantes  esperam o vizinho e se cumprimentam. O trânsito mais parece pistas de competição de automóveis. As placas de trânsito e urbanas são letras mortas e sem significado algum. As vagas de estacionamento ou vez preferencial para idosos e deficientes físicos são constantemente ignoradas pelos infratores, que ainda zombam se inquiridos da atitude. Enfim, daí a provocação e pasmo inicial, e se não houvesse leis, regras e códigos de postura e de ética profissional, o que seria da convivência das pessoas entre si, com o meio ambiente e com os órgãos públicos.

Agora o que é instigante e melancólico: imaginar que os péssimos exemplos e tipos vêm de cima, lá de Brasília, do parlamento. São presidentes de casas legislativas buscando mais imunidade e impunidade, são manobras com projetos de leis no sentido de intimidar investigações de Polícia Federal e Ministério Público  de malfeitos de si próprios e de pares da Política. Enfim, são eles os representantes do povo, que de povo mesmo querem distância. Que horrível! Dezembro/2016.      

zero-esquerdo

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Os aditivos fúteis e vazios da Internet e redes sociais

  E nesses termos caminham rebanhos e rebanhos de humanos. Com bastante fundamento e substância afirmou o filósofo alemão Friedrich Nietzsch...