terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O NOVO JÁ VELHO


                                  ANO NOVO E FATOS VELHOS
João Joaquim  

O ano de 2017 está parecendo muito aquelas pessoas de espíritos volúveis e inconstantes. Eu explico melhor: sabe aqueles tipos que nos festejos de natal e ano novo desejam felicidades em profusão aos outros?  Mas, mal inicia o novo ciclo e continua no mesmo ritmo do ano vencido? Assim está sendo o 2017. “Ora pro nobis”. O janeiro mal começou e já tivemos ataques terroristas (Turquia), rebelião de presos no Brasil com vários mortos( mais de cem) e com  degolas. A  inflação se mantem ameaçadora, o trânsito continua dizimando vidas, os assassinatos de toda natureza são os mesmos de antes, as ondas de corrupção idem.
Enfim é um ano com maus presságios. E para piorar, sem ser espírito urubuzinho ou murfino( de Murphy, lembram da lei de Murphy?) vem recrudescendo algumas doenças que pareciam dominadas. São os casos da febre amarela e da sífilis. São casos assustadores. Isso para não falar nos casos de dengue, zica e chikunkunya que vêm atormentando as pessoas.
 Em tempo, a lei de Murphy refere que se um fato tem chance de dar errado, ele o fará da pior maneira possível. Então , é bom todos cuidarem porque o aviso está dado. Depois não venham me  inquirir que eu não avisei.
Poucos dias atrás  alguém perguntou-me por que do nome febre amarela. Como se temperatura corporal tivesse cor. Eu explico. O nome se deve a dois sintomas da doença: a febre e a icterícia, icterícia  que torna a pele e mucosas de cor amarelada, simulando uma hepatite. Trata-se de um quadro bastante grave que pode levar à morte. E o bacana que com  uma dose da vacina, a pessoa está imune. Resta torcer para que não continue faltando o produto nos cais e hospitais públicos.
Agora curioso e pitoresco é a sífilis. O nome da doença vem do topônimo siphilus. Trata-se de um personagem mítico que despertou a ira dos deuses. Ele então é castigado com uma doença sexualmente transmissível, repugnante e muito contagiosa. Antes da descoberta dos antibióticos (penicilinas por exemplo) a vítima de sífilis morria de forma insidiosa pelas graves sequelas, até neurológicas, que a doença pode provocar. O intrigante é que a doença se manifesta nos órgãos sexuais, pênis , vagina. Aqui ela pode cicatrizar, mas ela de forma sub-reptícia e lenta, dissemina pra outros tecidos e causa graves lesões internas.
Fica a impressão de que este ano novo com fatos velhos, e até meio esquecidos, veio para mostrar aqueles espíritos que não se renovam, que todo recomeço depende de cada um de nós. Eu estou tendo a sensação de que o velho se deixou ser abatido e esquecido , mas disse bem sorrateiramente:  eu passo e fico vencido mas deixo todos os meus males e mazelas para vocês que me desdenharam. Vá lá agora entender, o 2016 praguejando o novo.
 Assim, na passagem de cada Natal e Ano Novo,  ouvimos e recebemos os mais diversos parabéns e apelos. E quando analisamos com nosso crivo da razão constatamos o quanto de vazio, de hipócrita e superficial existe no íntimo e vontade de muitas pessoas, que sequer permitem revolução e renovação  de suas próprias condutas e vidas.
E ao cabo no volver do novo ano temos o mais do mesmo que foi o velho ano de 2016. Crises de toda ordem. Na economia, na violência pública e privada dos presídios. Não bastassem todas essas crises, temos aí as crises das doenças e da saúde pública. O ano de 2017 nem bem esquentou e ele já nos mostra as suas  de crises. E o golpe de misericórdia veio nesse  19 de Janeiro/2017, com a trágica morte do ministro do supremo tribunal federal Teori Zavascky, no acidente de avião que caiu no mar de Paraty RJ. Com isso mais uma crise pode se instalar, na Justiça e na política, quem conduzirá agora os processos da Lava-Jato, no Supremo? Ao que parece o Murphy se remexeu e mostrou de novo as suas garras. “Ora pro nobis”. Janeiro/2017.


MINORIAS


       A ETERNA LUTA DE CLASSES

João Joaquim  


Tem sido uma rotina assistir a notícias de violação aos direitos humanos. Violação  de direitos de  pessoas tidas como pertencentes aos chamados grupos minoritários ou simplesmente minorias. Tal nominação(minoria) traz-me à memória a ala minoritária do antigo partido comunista russo, os mencheviques (minimalistas) em oposição aos bolcheviques (maximalistas) do ditador Lenin( pc russo) .
Essas chamadas lutas dos classificados minoritários pertencem àquele princípio da eterna luta entre o bem e o mal, da energia e tendência do moto-contínuo dos diferentes e desiguais. E assim entramos naquele disse-não-disse, disse-que-disse, enfim no ramerrame enfadonho e interminável da vida humana, da luta dos estratos sociais.
No que me toca eu vejo tais comparações, conflitos e intrigas iguais a outros fenômenos, ocorrências da vida de que muitos analistas têm a mesma percepção, qual seja, de imutabilidade, de irreversibilidade das reações sociais. Numa analogia mais popular seriam situações de mesma natureza da corrupção, da feiura, da formiga-saúva e cupim.
Todas as estratégias, expedientes e meios para eliminar a saúva e cupins foram infrutíferas até aos dia de hoje. Será que haverá uma invenção para eliminar cupim e formiga-saúva? Trata-se de uma luta eterna e em vão. O mesmo se dá com a feiura e a corrupção. Alguma coisa muita semelhante ao perpétuo trabalho de Sísifo( vide mitologia grega). Na mitologia grega Sísifo é um personagem  que leva sua pedra ao cume da montanha, ato contínuo, ela precipita de novo do penhasco e tudo continua em vão; todo trabalho reinicia infrutífero. Alguma coisa semelhante ao enxugamento de gelo. Assim são as lutas das classes sociais, eterna.
 Nessa questão ou fenômeno da eternização do comportamento social , seja para o bem ou para o mal,  vamos pensar por exemplo no eterno impulso do mais forte em explorar, em dominar, em humilhar e eliminação do mais fraco. Tal desejo e inclinação está no íntimo da natureza humana. Tal pulsão inata está no DNA e vem da ancestralidade de gênero humano . O espírito escravocrata de exploração do outro por exemplo, seja de negro, índio ou branco. Esse expediente deixou de existir com a denominação de abolição da  escravidão de negros. Mas, na prática e na sua forma de exploração das pessoas menos qualificadas ela se dá na maioria dos países subdesenvolvidos.
Temos então o que se pode nominar de escravidão humana. Sempre existiu e sempre haverá.  Para tanto basta visitar e constatar os salários pagos a esses trabalhadores braçais; os benefícios a eles negados e os riscos e agravos à sua saúde. Subjugar, dominar e aniquilar o outro. É o homem sendo lobo do próprio homem, o eterno canibalismo social.
Todos aqueles pertencentes aos grupos minoritários devem entender, com o direito de não aceitar, que uma coisa é a proteção do Estado no que se refere ao gozo e ao acesso a todos os direitos. Trata-se de um dever oficial, a garantia de acesso aos  serviços na mesma qualidade e disponibilidade a todos. Isto é o que mencionam as palavras frias e mortas da constituição.
Outra  questão ordinária, real e incontornável é o preconceito, a discriminação latente, que subsiste perpetuamente na mente, no coração e na atitude das pessoas. Atitudes e sentimentos esses que fazem parte do senso coletivo dos humanos. Preconceito e discriminação estão no DNA do gênero humano e de lá nenhuma lei ou decreto os retirará. Ou alguém como os gays, os negros, índios, os afrodescendentes, os feios, os gordinhos, os albinos, os deficientes mentais, os analfabetos, os pobres etc,  ficarão livres desse carma do preconceito e rejeição por grande parte da  sociedade dominante, os ricos , os poderosos, os que detêm mais posse e supremacia sobre outros.? Impossível.
 Arrogância, prepotência, egocentrismo, esquizofrenia, personalidades antissociais são componentes da sociedade que sempre existiram e existirão. Tal realidade é similar ao fundamentalismo “islâmico” , ao terror do estado islâmico, a perseguição de cristãos. Alguém acredita no seu fim ?
Independentemente da definição e opção de cada um, em ser moreno, descendente negro, mesmo não o sendo, isto em se falando de Brasil, o jovem tem usufruído por exemplo do acesso às universidades através da criação das cotas. Aliás, esta é uma enorme e inaudita conquista. Eu desconheço outro país com tal privilégio que é mais do que um direito. Benesse, uma concessão privilegiada a essas minorias, concedida pelo governo do Brasil. Apenas isso.
O que não se pode é essas minorias reivindicar privilégios e tratamento diferenciado de outras pessoas. Seria o desejo de ser mais iguais do que os demais.
Eu, pessoalmente, sempre tive uma certa reserva ou resistência a qualquer forma de privilégio concedido a quem quer que seja. Aliás, a concessão de algum bem, de alguma prerrogativa, de algum acesso ou ascensão a uns ou minorias, não deixa de ser uma discriminação ou preconceito com o carimbo do Estado. Vamos a título ilustrativo pegar a questão das cotas de ingresso nas universidades. Tal concessão ou privilégio é feita a negros, afrodescendentes e indígenas por exemplo. A meu sentir, tal legislação é uma nítida demonstração do instituto oficial (do Estado) da discriminação e preconceito racial.
Se pelo artigo 5º, somos todos iguais perante a lei, é porque de fato o  somos em tudo, inclusive em aptidão intelectual, em inteligência e na capacidade de concorrer a uma vaga em ensino superior ou de emprego. Ou as minorias têm inferioridade aos outros indivíduos não minorias?

 Eu , fosse minoria, me recusaria a receber algum mimo ou privilégio  oficial.  Não sei por que, mas eu  pertenço a um grupo majoritário, o dos honestos, pobres , que sempre trabalhou duro para viver e conquistar o que tem de forma justa , com  toda probidade nas relações públicas e privadas. É isto, falei até demais.   Janeiro/2017.

Falta assunto

 ESCASSEZ OU ABUNDÂNCIA DE ASSUNTO
João Joaquim  


Uma questão que traz um certo travamento no encontro das pessoas é a falta de assunto. Notadamente quando se avista a pessoa na primeira vez. Se já é  da intimidade a conversa flui com mais facilidade. Não é por exemplo incomum num e noutro contato o sujeito sem outros recursos do que falar evocar uma situação de momento, um fenômeno atmosférico, um clima político ou uma manchete impactante de telejornais. São locuções corriqueiras aquelas de ah! como faz calor, parece que vai chover, o frio está agradável! Ou as manchetes bombásticas: que horrível foi aquele crime, e o criminoso não foi preso!
A crise econômica também têm contribuído um pouco para os carentes de assunto. O feijão por exemplo, como anda caro, a gasolina continua nos píncaros da carestia. O feijão fica fácil.  Acho que vou trocá-lo por fava ou ervilha. Ou então o furacão Matthew, que passou devastando terras, mares e pessoas pelo Haiti. Ou por exemplo a morte de Teori Zavascki , no naufrágio do avião, que caiu no mar de Paraty. Naufrágio de um avião, coisa inopinada. As rebeliões ou greves nos presídios , com mortos, feridos e muito apreensão . Além da força de segurança nacional, têm sido mobilizados os políticos e autoridades várias.
Para quem ao menos assiste aos telejornais por exemplo têm surgido muitos espalhafatos. Quer dizer, não precisa nem ter muita cultura que as bombas estão lá. Só na operação lava-jato, toda semana têm uma série de notícias ruidosas. São indiciamentos do ex-presidente Lula, prisão preventiva ou provisória de ex ministros dos ex Lula e Dilma, condução coercitiva dessa e outra autoridade de estatais, descobertas de outros focos de corrupção, falta de tornozeleira eletrônica, entre outras notícias policiais e de saúde pública. Focos de zika e dengue por exemplo, surtos de febre amarela, o mandado de prisão de Eike Batista, ruindo o seu mandato como bilionário.
Então a questão inicial da escassez de assunto no decorrer do tempo pode relaxar as inibições e desaguar em vários temas. Uma deixa interessante na míngua do que falar pode ser  quando morre um personagem famoso. Quer dizer, o sujeito não precisa  nem ser importante; são conceitos distintos. O cara muita vez é famoso e sem nenhuma importância social, política ou ética. Morre por exemplo um ator bem apessoado de imagem e dotes físicos. Numa palavra, ele era um galã midiático. Nessa fatalidade da morte dessa figura, as redes de TV numa estratégia de mais ibope e mais audiência, irão prolongar o funeral do indivíduo. Todas as TVs irão pelo mesmo caminho. Nesse cenário, por exemplo as pessoas buscam assunto por vários dias. 
- Que triste, não! Você viu? Como ele ou ela era assim ou assado! Mas, também por que ele foi se envolver com aquela pessoa, naquele dia e local! É o sujeito( ela ou ela) no lugar e hora errados com a pessoa(3º  sujeito) errada.  É muita coisa errada ao mesmo tempo. 
Se o sujeito for um pouco mais lido não lhe faltará assunto. Nas eleições municipais de outubro 2016. Quantas notícias fora da normalidade! Houve por exemplo mais de 20 mortes de candidatos. O episódio mais rumoroso foi o do candidato José Gomes, de Itumbiara-Go. No tiroteio, ele mais um policial foram assassinados, e o vice de Goiás José Eliton foi baleado no abdômen. Ele sobreviveu sem sequelas, e continua aí falante e muito atuante.
Tiveram também as doações para campanhas, na ordem de milhões, de eleitores que recebem bolsa família e de eleitores-defuntos. Tudo ainda está sob apuração pelos TRE e TSE. São fatos e ocorrências de nosso Brasil.
Para quem se afeiçoa a notícias do mundo jurídico há sempre notícias surpreendentes. É o caso do julgamento do supremo tribunal federal do réu condenado em segunda  instância ir para a cadeia. Na chicana dos advogados ele pode até recorrer à 3a ou 4a instância, mas continua preso.
Se os interlocutores forem estudantes ou professores. Aqui então não faltarão assuntos. Tem por exemplo a flexibilização (leia-se relaxamento) do currículo do ensino médio, tem a piora das notas do ENEM, das provas de avaliação em conhecimentos de matemática e português. Há as fraudes nas provas do ENEM. As quadrilhas estão  cada vez mais organizadas. Falta só uma melhor combinação na recepção das respostas. Aquela de se entendeu   dê duas tossidas, pode falhar , como ocorreu com uma jovem candidata ao curso de Medicina. Porque imagina se o candidato gripar ou resfriar. Que confusão!
No cenário além mar tem o histriônico e parlapatão Donald Trump com sua ideia de construir um muro na divisa com o México. Curioso é que além de estapafúrdio ele quer mandar a conta para o próprio México.

Agora, se tem uma turma que não está nem aí para a falta de assunto é a turma dos conectados. Fala-se aqui da trupe da geração digital. A garotada e juventude 100% virtual não carecem de falta do que falar. A curtição deles é só na base do internetês, do audiovisual e mais nada. Quando esses internautas falam alguma coisa o difícil é decodificar o significado de tanta sigla, gírias e seus idioletos. São tempos estranhos!  Conforme o contexto, pode abundar ou minguar assunto.         Janeiro /2017

Médicos e profs

                      A (In)Justiça com médicos e professores 

João Joaquim   


Há três categorias profissionais no mundo que são tratadas de forma muito desigual. No mundo todo ; será ? Vá que não seja em todo o planeta, mas no Brasil o tratamento é escandalosamente injusto e discriminatório. As três profissões  aqui pensadas são os operadores da justiça, médicos e professores. E os discriminados aqui são exatamente médicos e professores.
No campo da Justiça poderíamos ainda alargar e incluir outras profissões afins. Por exemplo, todas as polícias, delegados e demais profissionais  envolvidos. E mesmo nesse âmbito estrito das polícias já começam a desigualdade de percepção salarial, quando se compara os salários de policiais civis e militares.
A Justiça propriamente dita pode se considerar a mais bem aquinhoada quando se fala em remuneração. Todas as Justiças  são muito bem pagas pelos governos. Sejam juízes de todas as instâncias, procuradores e promotores. Eu nunca vi falar por exemplo em movimento paredista dessas classes de funcionários públicos por melhores salários.
Volta e meia, em termos comparativos, ouvimos até das pessoas que os vencimentos de um juiz ou promotor são vultosos e incompatíveis com a realidade brasileira. Eu penso um pouco diferente e afirmaria de forma meio contraditória:  um magistrado ou promotor ganha muito exatamente  porque um médico ou professor ganha muito pouco. E coloca pouco nisso considerando a nobreza da profissão. Que aliás, têm muito a ver com justiça, quando pensamos no dever do Estado para com o cidadão.
 A omissão dos agentes públicos e governantes com a saúde e educação oferecidas às pessoas constitui uma grave e irreparável injustiça. Se revela uma ofensa aos direitos fundamentais da pessoa humana. Basta imaginar uma criança sem boas condições de escola; essa mesma criança ou a mãe  gestante sem assistência médica digna. Não é exagero dizer assistência médica digna porque essa Medicina curativa ou preventiva  que vemos (ou a falta dessas) oferecidas pelos postos do SUS têm sido de causar susto e assombro nos segurados. Recorrer ao SUS em casos de urgência representa um fator de risco de agravamento do estado agudo  em que o segurado se encontra ou perigo de morte.
 Então torno à questão central;  os operados da Justiça, notadamente os integrantes de ministério público e Jurisdição  de todas as instâncias  ganham de forma justa pelo papel que eles representam. A Justiça Brasileira, ainda constitui um bastião, uma fortaleza, uma fortificação que nos traz muita esperança de salvação e de um país melhor. A operação Lava-jato , conduzida pelo juiz Sérgio Moro está aí  para nos demonstrar essa esperança de todo o país em se aniquilar um cancro que vem corroendo a nação , a corrupção.
Agora, trazendo então o senso de Justiça para essas outras duas classes profissionais, médicos e professores. Por que os governantes e nossos políticos legisladores não dão o tratamento que essas categorias de pessoas merecem? Aliás, sem mais delongas, são atividades e investimentos que têm muita correlação. Melhor educação gera cidadãos mais esclarecidos, mais emprego e mais desenvolvimento e produção. De igual forma a saúde pública de qualidade. Assistência médica ética e de alta qualificação técnica trará mais segurança às pessoas, aos trabalhadores e às famílias e consequentemente menos doenças, menos falta ao trabalho e mais desenvolvimento, produtividade e riqueza. Ou seja, um país desenvolvido não prescindirá desses três profissionais; professores, médicos e operadores de Justiça. E todos devem ser tratados de forma isonômica e equânime pelo Estado. O que não se tem e não é oferecido pelos governos de todas as esferas no Brasil. Isto é muito triste e condenável.  

 Fev/2017                 


João Joaquim - médico - articulista DM   facebook/ joão joaquim de oliveira  www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62)98224-8810          

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

MALAS

OS  CATEDRÁTICOS DA MALANDRAGEM E DO CRIME
João Joaquim  


Para a grande maioria das pessoas a honestidade é um comportamento assimilado e aprendido com os pais, com a família, nas escolas e do  meio social. Porque como já preconizava Aristóteles, a ética e a virtude são atitudes que devem ser ensinadas e exercitadas. Agora, há certos indivíduos que , ao que sugerem seus expedientes e atos de vida,  fica a sensação de que sua desonestidade está entranhada em seu DNA, em sua personalidade. Tal constatação se faz naqueles indivíduos que têm plena consciência das ilegalidades e ilicitudes praticadas mas, continuam nas mesmas práticas  contrárias à  ética e às leis.
E é com esses fundamentos e justificações que os juízes expedem mandatos de prisão provisória ou preventiva e encarceram muitos acusados e réus no curso de inquéritos e processos penais. Isto se faz necessário porque o réu solto criará embaraços na apuração de seus delitos, como também continua na prática criminosa. É ao que o Brasil e o mundo estão assistindo com a prisão, antes da condenação, de muitos políticos e empresários nas diligências e operações da lava-jato. São criminosos tão recalcitrantes e refratários que podem prendê-los e condená-los mil vezes, e mil vezes serão flagrados em novos delitos.
 Então deduz-se  desses agentes da desonestidade e do mal que eles padecem de uma deformação genética de caráter. Que no caso aqui suposto, têm indicativos e indícios de hereditariedade. De encontro a essa  afirmação  temos a teoria do bom selvagem, do sociólogo Rousseau: “todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe”. Entra nesse contesto – pessoas incuráveis nas condutas criminosas -  a interação (fica a impressão) de uma deformação da índole mais o reforço dos laços familiares e meio social.
 Uma criança jamais nasce com as informações sensoriais (sentidos) do que é honesto e desonesto, salvo os casos psicopatológicos, as personalidades antissociais e psicopáticas, são exceções em que o sujeito não consegue distinguir o ético do antiético, o honesto do desonesto.
Nascidas normais como é a estatística da imensa maioria das pessoas elas devem ser treinadas, instruídas e educadas ao exercício e repetição do bem, da virtude e da honestidade. Se assim fosse feito no processo educacional das crianças,  dificilmente encontraríamos indivíduos tão afeitos e recorrentes a uma vida de crimes e ilícitos. Se buscarmos as biografias de muitos corruptos e corruptores de nosso Brasil, veremos que alguns deles tiveram uma família de maus exemplos, de pessoas mau caráter .
A propósito do jeito e maneiras nada lícitas e antiéticas de se viver eu conto  uma historieta  de uma família de minha convivência. O anonimato tem razões óbvias. Frequentávamos a mesma igreja e alguns encontros sociais, festejos, aniversários. Às vezes, no mesmo dia, saídos da igreja, encontrávamos nessas reuniões sociais. Era então , nessas descontrações e animações que esses membros familiares revelavam o seu outro lado de vida( o lado profano), quando então em tom de vantagem eles falavam das trapaças e trambiques em seus negócios e de como  faziam suas vítimas. Muitos fatos e realizações eram narrados em caráter de deboche e desdém de quem tinha sido enganado e malsucedido. Agora, analise bem que duplo caráter tem esse tipo de gente. Em um só dia o sujeito comete as mais baixas vilanias e delas se vangloria, tendo participado de um ritual religioso, ouvido os sermões , as pregações da “ boa moral”, do bem, da convivência ética entre as pessoas e até participado de uma hóstia sagrada.

Assim são as centenas de outros corruptos e corruptíveis de nosso Brasil. Sejam pessoas na vida pública ou privada. Daí a suposição de que alguns casos, como os aqui narrados,  têm esse “modus delinquendis”  no DNA e na alma. Sem cura. Como imaginar a recuperação de um tipo de gente dessas que leva uma vida de hipocrisia, de falsidades e sem noção do que se deseja, quer, pode e deve ser feito.   Dezembro/2016. 

NATAL SEM CARNE

QUE TAL UM NATAL MENOS CARNAL ?

João Joaquim  


Esse dezembro de 2016 bem que poderia ser uma ocasião para, entre tantas reflexões, uma de grande significado e valor espiritual na vida das pessoas. Significado e valores não materiais, embora advindos justamente de dinheiro, luxo, pompa, exibição de riqueza e poder. Basta colocar em relevo que estamos passando pela pior crise econômica e financeira de nossa história. Igual ou pior do que essa talvez só o pós guerra do Paraguai(1865-1870), aquele conflito  em que houve um autêntico genocídio com o povo daquela nação guarani, onde 70% da população masculina foi dizimada pela tríplice aliança:  Argentina, Brasil e Uruguai. E não sem motivo vindo do lado de lá( do tirano Solano Lopez)  mas, que foi um extermínio foi! Matéria para dezenas de outras crônicas, ensaios e novas histórias.
 Mas então, luxo, pompa e riqueza na pior recessão vivida pelos brasileiros. O escabroso e plangente é todos saberem que a angústia e depressão por que passam  nossa economia e crescimento advêm de outra crise imaterial e muito mais grave que é a crise ética. A que também poderíamos nominá-la de moral, dos costumes, das leis, de governança, de  política ; entre outros nomes pejorativos e indignos. Por isso, concito a todos, indignai-vos ante tanta infâmia , tanta depravação e devassidão que nos tornam todos vítimas e pagadores de contas que não contraímos . A recessão e aniquilamento da economia atingem os setores mais nobres e vitais da vida brasileira: saúde, educação e trabalho. Todos, indistintamente somos vítimas desses detratores da nação.
Na história recente e atual já está lá registrado o nascedouro da crise ética e dos costumes que hoje se tornou mista: ética e econômica. Primeiro, conforme assentado pela Justiça,  inaugurou-se o projeto criminoso do mensalão(2005), engendrado pelo partido dos trabalhadores (PT), sob os auspícios e referendo  do governo do ex presidente Lula da Silva, prosseguiu no governo da ex Dilma Rousseff( defenestrada do cargo pelo impeachment , agosto/2016), e tudo parece continuar nas vigas mestras do congresso nacional e governo do atual presidente, Michel Temer. E a continuidade do mensalão (iniciado em 2005) na atual gestão do sr. Temer, não sugere ser apenas respingos. Pelo teor das delações dos executivos da Odebrecht( falam em 800 depoimentos de mais de 77 delatores), as torneiras e dutos da corrupção continuaram até 2014, ou talvez até hoje, dezembro 2016,  a jorrar dinheiro sujo aos churros e borbotões. Não se trata de milhares, mas de milhões de reais e euros aos partidos e governantes dos Estados e da União. São vários partidos, PMDB, PSDB, PT e coligações. Os pilares e colunas da república estão ameaçados de implosão. Rupturas verticais e concêntricas! Estes são os grandes riscos do Brasil. Quem há de nos salvar?  Perguntam todos e com razão . Eu vejo com assombro e terrificado tudo que está acontecendo neste país.  
Dezembro de cada fim de ano bem que poderia ser uma repetida ocasião das festas da alma e do coração. Mas que os espíritos de fraternidade e humildade durassem ao menos até meados de cada ano. Mas, não são tais tendências que observamos ano após ano. Findas as festas de Natal e Ano Novo, todos começam a se preparar em espíritos, cores e fantasias para o carnaval. A origem já diz tudo, os festejos da carne, da devassidão, das transformações, do faz-de-conta, do bota-para-fora as fantasias e desejos. Enfim as folias do álcool, da maconha, das orgias de toda ordem, da esbórnia e da luxúria.
Quem sabe nesse Natal e Ano Novo de 2016/2017,  das crises ética e moral , da pior crise econômica em que vivemos, nós não possamos encarnar e ser atacados pelo espírito da generosidade e amor ao próximo?  Quem sabe doar um pouco que seja de nosso tempo, de nossa amizade, de algum alimento, frugal que seja, tipo arroz e feijão, um agasalho, um medicamento, um amparo a um idoso ou criança carente?
Com gestos tão simples, de pouco luxo o baixo custo, sem pompa e sem muita  exibição, é possível, sim, tornar nossas crises menos nefastas para muitos irmãos, crianças e carentes;  esses brasileiros  que não deram causa e sofrem com os desvarios e insensatezes de muitos intitulados “homens públicos”, mas no íntimo e de espírito malfeitores da humanidade. A assepsia deve continuar em todos os redutos corruptos e corruptíveis. Resta-nos essa esperança.   Dezembro/2016

PARASITOS...

PARASITOLOGIA DOS SEVANDIJAS E COMENSAIS
João Joaquim  


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Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...