sábado, 29 de setembro de 2018

ÉTICA E MORAL

MORAL E HONESTIDADE DEVEM SER ENSINADAS E EXERCITADAS POR PAIS E EDUCADORES
João Joaquim  

Conforme ensinou Aristóteles a ética é uma virtude que deve ser ensinada. A criança nasce com ausência de ética. Ela, portanto, é não ética  ou aética; isto quer dizer que o ser humano nasce completamente analfabeto, inclusive em relação aos fundamentos e noções de moral e de honestidade. São princípios, regras de convivência que devem ser ensinados, treinados e com práticas repetidas  pelos pais aos filhos.
As escolas terão também um papel fundamental nesses quesitos. Boas maneiras e bons costumes (ética e moral) são também de responsabilidade dos professores. Constituem conhecimentos técnicos, mas sempre contínuo treinamento. Toda criança e educando necessitam de limites, de regras e disciplina nas relações sociais.
A título de recordação, para diferenciação,  o que é ética?  O conjunto de  princípios teóricos. Moral  seria a prática destes princípios. Exemplo: o código de trânsito é um princípio ético. A violação das regras de trânsito (prática) se torna um comportamento imoral e antiético .
Foi pensando em moral e ética que lembrou-me outra virtude. De todos conhecida, mas pouco praticada, a gentileza. Muitos outros termos e verbetes são também conhecidos. Da gentileza  são irmãos univitelinos. Cortesia, educação, respeito, cordialidade, urbanidade. A gentileza, um predicado que torna a todos nós mais humanos, anda muito escassa nos mais variados ambientes sociais. Sejam esses espaços a família, as ruas, os condomínios, as sessões de trabalho, os cenários corporativos.
O comportamento de civilidade (gentileza) deve ter como modelo as próprias relações familiares. A ética e a moral, que,  às vezes, se confundem e se fundem com a gentileza devem começar nas relações de pais e filhos, marido e mulher, entre os irmãos, entre patrões e empregados. É muito natural que haja uma hierarquia em qualquer organização social. A família é um modelo universal desse grupo.
Ainda perdura no Brasil, mas não o único país, uma atitude com caráter escravagista entre patrão e empregados, entre um administrador, um gestor público ou privado e o funcionário subalterno. Há recorrentes denúncias até mesmo de graves casos de assédios, moral e sexual. São graves, gravíssimas questões de ofensas aos direitos e à dignidade da pessoa. Não importa o gênero .
Muitas são as palavras de simples locução mas, altamente nobres e dignificantes nos contatos e relações interpessoais. Neste sentido pouco custa a cada pessoa dirigir-se a outrem com um bom dia, por favor, por gentileza. Muitos são os chefes e gerentes dessa e outra empresa, organização, que se comportam como um macho alfa de outro mundo animal. Não é incomum muitos desses líderes agirem como pequenos tiranos em suas funções.
As expressões por favor, peço ou solicito tal coisa, tal obséquio,  são trocadas por faça-me isto ou aquilo de forma imperativa e desrespeitosa com colegas e subalternos, considerados por esses líderes,  de função ou trabalho inferior. O mínimo que deve prevalecer em qualquer espaço de convivência é ao menos um pouco, uma diminuta ética, a tão  conhecida etiqueta.
A gentileza na convivência humana traz-me à memória um personagem brasileiro. Ele foi uma espécie de andarilho, popularmente conhecido por profeta gentileza. José Datrino (1917-1996) sentiu-se transformado em 1961, numa autentica conversão, e se explica por que .
Em dezembro desse ano ocorreu um incêndio no Gran Circus NorteAmericano, localizado em Niteroí RJ. Foram 500 mortos e mais de 800 feridos. Um aspecto trágico é que a maioria das vítimas era de crianças.
Datrino sentiu-se tocado como por uma força mística. Ele desfez-se inclusive de alguns bens materiais para ajudar vítimas e parentes dos mortos. Um desses bens, um caminhão com que trabalhava. Ele sofreu, ao jeito do apóstolo Paulo (Paulo de Tarso) uma espécie de transformação . De uma vida de simples trabalhador a um pregador. Daí o epíteto justo de profeta gentileza.
Passada  a fase mais aguda da tragédia, quando ele consolou e reanimou tantas pessoas, José Datrino se tornou um mensageiro da gentileza, do amor e da paz. Um de seus bordões era gentileza gera gentileza. Muitas foram as pinturas e frases por ele inscritas e esculpidas em obras de infraestrutura na cidade do Rio de Janeiro.
Ele sofreu muita discriminação e perseguição na época. Após sua morte, em 1996, muitos de seus painéis foram pichados e destruídos. Ainda que tardiamente, o seu legado foi reconhecido e muitas de suas obras foram recuperadas como monumentos culturais, trabalho reconhecido  pela prefeitura do Rio de Janeiro.
O cantor Gonzaguinha o homenageou com uma linda canção que diz: “feito louco/pelas ruas/com sua fé/gentileza/o profeta/e as palavras/calmamente/semeando/amor/à vida/ aos humanos.
Enfim, tendo em conta as relações humanas de nossos tempos digitais, bom e útil seria saber ou conhecer (ser) um pouco mais as pregações e lições de vida do profeta gentileza. Falta mesmo muita gentileza em nossos tempos.  Mas, nem tudo está perdido, devemos sempre acreditar no ser humano.   Setembro/2018. 

loucura

HÁ MUITO MAIS LOUCOS E SOCIOPATAS DO QUE MOSTRAM AS ESTATÍSTICAS
João Joaquim  

O nosso Shakespeare brasileiro, o magnânimo escritor Machado de Assis escreveu um magnífico conto, o Alienista , e uma bela crônica intitulada A Fuga dos doidos do Hospício. Quem já leu essas belíssimas criações, deve ter igualmente a mesma sensação de se tratar de uma tremenda e ácida ironia do que é o natureza do bicho humano. Um animal complexo, polissêmico, de difícil compreensão.
Nesses brilhantes textos o autor, com muito sarcasmo, picardia e de forma picaresca faz uma análise da alma, da mente, do caráter e inclinação das pessoas. Aqueles que ainda não leram, vale o empenho de estudar e constatar o quanto são atuais as críticas de Machado. São aquelas obras atemporais e de significado universal.
A alma, a mente, a personalidade das pessoas. Eis aqui o mote ou teor dessa crônica.
Estudar o comportamento, as atitudes, a caracterização dos humanos sempre foi matéria de imenso motivo para filósofos e cientistas de Ciências Humanas. Como são a  Antropologia, a Sociologia, a Psicologia, a Psicanálise entre outras.
Em todos os campos das atividades sociais podem-se registrar os tipos considerados padrão, mas também aqueles que fogem às balizas e enquadramento do normal ou minimamente aceitável em sentido de conduta, relações interpessoais, relações de negócios, conjugais; enfim em toda forma de contato e interação com outras pessoas.
Para mais foro de veracidade e ilustração de questão tão intricada nada mais justo e melhor do que descrever alguns cenários onde abundam os tipos e classes de pessoas nos seus desvios de comportamento e atitudes.
No trânsito por exemplo. Quantos não são os variados modos do agir humano nesse ambiente. Muitos são os motoristas que fazem desse espaço de encontro e convivência um cenário de conflitos verbais, de agressões, de xingamentos, de lesões corporais e mortes. Muitas mortes.
Nesse campo de batalhas, as estatísticas anuais falam por si mesmas. São números que lembram conflitos bélicos, a exemplo do que se vê atualmente na guerra da Síria. Nosso trânsito, seja o urbano ou rodoviário, faz 60.000 mortos ao ano. São cifras tão trágicas e repetitivas, que os humanos brasileiros, em suas neuroses, corridas diárias e ansiedade, vão se habituando e essas cenas. Há como que uma conformação e aceitação de triste e mórbida realidade, como numa síndrome de Estocolmo.
Apesar do recrudescimento das leis para os crimes de trânsito, as estatísticas se mostram com poucas alterações. São anos a fio e a tragédia é a mesma, são mortos, feridos e mutilados. Não remanesce dúvida ou controvérsia de que as drogas e o alcoolismo têm sido o catalisador de muitos desses delitos, dessas mentes insanas e sociopáticas.
Mas, eis que vêm as perguntas: por que beber se vai dirigir? Por que dirigir se bebeu? São dúvidas e inquietações que ressoam pelos quatro cantos do país e do planeta. Tais atitudes já são índices de uma mente com um desvio sociopático, de uma doença do trânsito, de algum transtorno cognitivo, de um comportamento desvairado.
A competição pela chegada na dianteira, a briga e ofensas por espaço e preferência são outras tantas mostras dos desníveis comportamentais.
As estatísticas policias e da criminologia são outros sólidos dados do que são as mentes e condutas patológicas dos convivas humanos. Falando estritamente de Brasil. Os espaços públicos e privados bem que podem ser de um campo de estudo, de laboratório experimental de psicopatologia, de sociologia, de caracterização das pessoas. Os percentual de vítimas também nos faz reportar a fenômenos bélicos. São cerca de 60.000 assassinatos por ano.
Os inquéritos policiais e processos judiciais são provas incontestes do quanto são os desvios mentais e psíquicos dos autores dos delitos. Quando se faz uma análise criminológica e psiquiátrica , muitas vezes são indivíduos que não preenchem os critérios adotados de alguma psicopatia ou loucura.  E então fica a dúvida, mas como não demente , se o indivíduo é capaz de tanta insensatez, de tanta crueldade, de tanta maldade contra o outro, por motivos fúteis , banais ou nenhuma justificativa para seus atos delitivos ?
Em tão grave questão basta analisar as motivações das desavenças ,dos conflitos, dos crimes passionais, dos feminicídios. Por motivos e justificativas as mais pífias e torpes o indivíduo se torna um ameaçador, um predador e torturador  de sua namorada ou ex, da companheira ou ex esposa. Analisando o fato ensejador de tais agressões, dos assédios morais, de tentativas de homicídios; etc; se conclui do quanto doentia e desviante é a mente de tais predadores de mulheres.
Refere-se o comentário sobre predadores de mulheres porque existe na verdade um imenso predomínio de ofensas e crimes cometidos do homem contra a mulher. É a cultura do machismo, da sensação de mais poder do homem sobre a mulher.
Um outro setor social de muita contribuição para as condutas desviantes temo-lo nos cargos políticos. Imagine o sujeito ser eleito para uma função pública e cometer os crimes de corrupção ativa ou passiva, de peculato, de improbidade administrativa! Imagine bem! O Nicolau é flagrado no delito, processado, tomado o que roubou de volta. Mas, o gatuno não se faz de rogado. E teimosamente volta a praticar os mesmos desvios de conduta. E os eleitores cativos e vendidos se mostram de mesma mente mórbida e ausência de senso critico .
Então tinha razão Machado de Assis. Daqui a pouco, ao se andar pelas ruas, não saberemos quem é normal e quem apena está num lapso de suas faculdades mentais. Daquele intervalo que liga uma mente sã de uma outra com desnível comportamental.

Inclusive muitos candidatos que nos deparam em busca de votos. Fica muito difícil separar o joio do trigo.   Setembro/2018.

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

AS TIs DO BEM


SANTAS E GUARDIÃS TECNOLOGIAS  DA ÉTICA E DA JUSTIÇA

João Joaquim 


Nos albores desse século XXI, vivemos uma atmosfera de muita tecnologia. Fala-se  muito de relações sociais e corporativas, têm-se muitas repetições do verbete ética, mas, a rigor muitas transgressões éticas e morais. Justamente ofensas a ela, A Ética. Em termos simples, poderíamos defini-la  como a boa arte da convivência humana. Ela tem um valor tão grande que ganhou outros títulos. Deontologia, código profissional, códigos de conduta, normas de trabalho. Ganhou até no português, um anglicismo muito repetido, como tudo importado, compliance.
As organizações, empresas, bancos; muitas entidades referem-se ao vocábulo com muito gosto e modismo.”Compliance”. A Ética, pode não ser muito praticada, mas, “compliance” é repetida a exaustão.
O cometimento de infrações éticas de nossa era digital se tornou mais ostensivo justamente por causa das tecnologias da informação. Não é que as pessoas se tornaram mais contra a ética (antiéticas). A questão é que as diferentes ilicitudes passaram a ser registradas, gravadas e denunciadas.
Em todos os cenários da vida os expedientes e atitudes de encontro a Ética se tornaram rotineiras e exibidas por diversos aparelhos de mídia e de vigilância. Nos tempos pré câmaras de vídeos, pré celular, pré internet, muitos atos ilícitos e delitivos ficavam impunes porque não se tinham prova material e eletrônica. Foi-se esse tempo. Quer prova mais robusta da perpetração de um crime do que a gravação das cenas desse crime? São imagens definitivas e valem mais que os relatos de todas as testemunhas do fato.
Ocorrem-me aqui dois fatos criminosos e de graves infrações éticas, cujos registros digitais desmontam qualquer defesa ou argumento em contrário, muito ruim para os infratores e advogados de defesa. São provas robustas e de clareza meridiana.
O primeiro fato se deu no interior do Paraná, quando uma jovem despencou do 4º andar do prédio onde morava. Enfim  ,suicidou ou foi assassinada, eis a questão inicial . O marido, suspeito do assassinato, e respectivos parentes afirmavam categoricamente que o sujeito não faria tal atrocidade, enfim, que era bom mocinho e da paz.
Ato contínuo, em poucos dias a polícia obteve as gravações da chegada do casal ao prédio. O que se registra é uma sessão de torturas, agressões e espancamento;  e supostamente o lançamento da vítima pela janela do prédio. Em conclusão , tem-se ali a comprovação de um criminoso e feminicida da pior estirpe. Não há provas mais contundentes e robustas para que esse sanguinário cumpra a pena que a ele será cominada (aplicada).
Um outro caso de graves injúrias éticas e mesmo crime se deu no âmbito da saúde pública RJ. Um filho, com a mãe em estado emergencial, chega a um hospital para ser socorrida. Iniciou-se a peregrinação do filho cuidador no momento de fazer a ficha de atendimento. E a paciente se contorcendo de dor e falta de ar na cadeira de rodas, a espera de socorro.
A mãe já pré agônica e o filho em pânico pedindo a presença de um médico. No desespero, o filho vai até ao interior da enfermaria à procura dos médicos de plantão. De uma primeira plantonista naquele hospital, o filho obteve a resposta de que só atenderia a paciente (mãe) quando de posse da ficha vinda da recepção .  Ao avistar uma segunda plantonista, esta estava sentada e ocupada, conferindo as mensagens de redes sociais em seu smartphone. Uma ocupação incompatível naquele cenário de trabalho.
Ou seja, aqui houve várias transgressões aos princípios éticos e humanitários porque em um contexto de urgência, primeiro socorre o doente para depois saber seu RG, nome, se tem plano de saúde ou SUS. Constitui um dever elementar de qualquer médico e hospital (público ou privado) prestar socorro a quem corre risco  de morte.
O desfecho triste e lamentável desse segundo caso é que a senhora veio a falecer. Tudo convergindo para um exemplo típico de omissão de socorro. As cenas dessas infrações e crime foram gravadas pelo celular do próprio filho. Ou seja, uma santa tecnologia para punição desses graves erros médicos. São as tecnologias da informação a serviço do cidadania, da justiça e da Ética.
O que se pode concluir com o aqui descrito, concernente, ao conceito de ética e tecnologias da informação é que mudaram também o sentido de privacidade, confidencialidade e intimidade. O conjunto das tecnologias da informação, em nossos tempos digitais, representa “o grande irmão do bem” (big brother). Assim o imaginou George orwel no seu livro Big Brother. “O grande irmão zela por ti” ou o grande irmão está te observando” (Big Brother is watching you). Uma semelhança ao que pretendia Josef Stalin.  Claro , que aqui um descrição de tirania, de controle total das atos do cidadão, de desrespeito ao ser humano.
Enfim, como conclusão, todos os objetivos das mídias como um celular, câmaras, smartphone e gravações públicas vieram para o bem das pessoas de bem e para o mal das pessoas do mal. Se o indivíduo tem a vocação para a prática do que é lícito, justo e ético, que diferença lhe fará ser todos os seus atos e atitudes gravadas em vídeos e áudios públicos ou privados? Nenhuma, porque ele pratica um ato de aceitação universal, bem visto e aceito por todos.
Agora, os malvados, os trambiqueiros, os infratores e corruptos de toda ordem devem sim, estar incomodados e preocupados com os seus atos porque tudo pode estar sendo registrado em câmaras vigilantes como  o celular de alguém. Em nome da justiça, do cidadão de bem , da Ética;  vivam as  santas tecnologias da informação e das gravações.    Agosto/2018.  

A FAMÍLIA FAZ O CIDADÃO


DAS FAMÍLIAS VÊM OS CIDADÃOS BEM OU MAL EDUCADOS

João Joaquim 


Vivemos uma época de muitas dificuldades nas relações sociais . Dificuldades e degradações em todos os âmbitos da vida. A família é a célula mater da sociedade. E ela é justamente a origem, a gênese, o nascedouro de tantas deformações, transgressões e subversão de valores.
“A família como célula  mater da sociedade”. O crédito deste princípio é de Ruy Barbosa, jurisconsulto e senador baiano, falecido em 1923. Uma das maiores inteligências que este país já teve. Foi um dos mais notáveis tribunos do fim do império e primeira república.
Para sorte dele(Ruy), talvez, foi derrotado 2 vezes em eleições  a presidente da república. O que ele tão aguerridamente denunciava naquela época se repete hoje, na mesma natureza, e em escala bem maior por aumento da população de governantes e políticos  em atividade. A maldita e malsinada corrupção.
A família deve ser levada em consideração como se fosse uma miniatura, uma maquete, um microcosmo da nação, do país, na natureza estamental, moral e social de um povo em suas relações diversas, seja com as pessoas, com  os segmentos da sociedade civil, pública ou privada.
É bem conhecida a gênese das ciências econômicas. A economia teve como origem a administração de uma casa, a família, o lar. O verbete vem do grego oikos, casa, domicílio. A dona de casa, ainda majoritariamente, é considerada a mãe da economia;  inspirada nela foi sistematizada como ciência nos dias de hoje. Se tornou um sistema tecnocientífico dos mais relevantes na organização estatal (administração política);  como também de qualquer empresa, a exemplo dos ramos financeiro e bancário.
Ora, tendo em comento as questões das relações humanas, as relações e interações pessoais, a família adquire o papel e influência das mais importantes na construção, na formação da sociedade como um todo. Nessa fundamental participação a educação dos filhos, das crianças, dos jovens terá uma influência protagonista e modelo na constituição no sentido de nação, de nacionalidade, de pátria como  organização em todos os seus quesitos de moralidade, civilidade, cidadania e comportamento ético (de etos, costume, uso de um povo, de  uma comunidade).
Tem-se como um consenso, uma anuência entre os estudiosos e cientistas da natureza das relações sociais que a família molda o indivíduo . Os expedientes, as características e hábitos de uma sociedade, de um povo e de uma nação constituem o corolário (reflexos) da qualificação educacional que os filhos recebem sob a tutela, supervisão e orientação no seio familiar. Daí o sentido da família como célula mater da sociedade.
Nesse sentido busquemos um exemplo lapidar de um grande humanista e pensador. Aristóteles (384-322 a.C). Ele foi o maior representante das ciências e filosofia ocidental. Ele pode ser considerado o prócere e protagonista na formação ética e moral do indivíduo. Para ele toda criança é aética e amoral. Em outros termos, ela nasce absolutamente analfabeta e ignorante em qualquer rudimento ou nação de moral e de ética. É como se ela nascesse inimputável a qualquer deslize ou transgressões desses princípios. Portanto, ética não é congênita e deve ser ensinada, treinada e praticada( palavras de Aristóteles ) .
As relações de esquisitice, de inversão de valores, de quebra de hierarquia entre pessoas têm vicejado dentro das próprias famílias, dos lares; degradações  que se reproduzem nas escolas e se espraiam por toda a sociedade.
Vamos assim repicar  o comportamento nas relações filhos/pais. Tem sido disseminada uma cultura de um novo modelo educacional. Tendência ou diretriz defendida pela nova geração de pais, pelos próprios filhos, pelos direitos dos pais na relação com as escolas, nos moldes e cláusulas do código do consumidor e com a chancela do instituto dos Direitos Humanos.
Existem novas diretrizes na educação da criança. São postulados e métodos de uma nova psicopedagogia. Entre esses princípios estão o de não reprovar o aluno. Ainda que a criança não alcance o mínimo de aprendizagem ela deve passar de série. Nenhum limite constrangedor, coercitivo ou punitivo pode ser aplicado ao filho, ao aluno. Para tanto existe uma lei de título curioso, lei das palmadas. O pai que infringir alguma palmada, chinelada ou cintada à criança, se denunciado por esta pode ser processado e ser penalizado pela justiça. Imagine essa realidade e lei vigentes, o pai pode ser punido se corrigir mais severamente um filho transgressor e rebelde.
Com isto, já em conclusão, ao que sugerem as degradações e subversões das relações sociais é que muito desse cenário disruptivo da ética e dos costumes  sugere ter como  origem a educação familiar,  da educação de berço. Ou mais precisamente da falta dessa educação de nossas crianças e adolescentes. São os filhos sem regras e sem limites.
 Pelas tendências que temos, cada vez mais as famílias têm produzido uma geração de indivíduos idiotas, imbecis, malcriados, palermas e tolos. Ao assistirmos muitas das crianças , adolescentes e jovens plugados em suas mídias sociais , em seus aparelhos de games, tablets e smartphones, ficam eles a nos lembrar zumbis , que vagam pelas casas, ambientes sociais e ruas, sem sequer se comunicar olhando nos rostos e olhos dos outros. Muitos já adquiriram até o biótipo do corcunda de Notre Dame.
Mas, ainda tem salvação;  felizes  e benditos os pais, as famílias que gestam( de gestação mesmo)  os filhos, mas  que os educam no senso o  mais amplo que o termo traduz. Educar não é só engravidar como outra fêmea qualquer. Criação de filhos não se faz como de outros animais, aos quais se dá ração e abrigo. Mais relevante do que criar é o continuo e rigoroso processo de educar, instruir, dar boa escola, boas regras de convivência com o meio social onde estiver inserido o indivíduo.   Então com tal expediente , sim, as famílias estarão criando e formando  cidadãos educados, trabalhadores e construtivos. Para o bem da própria pessoa, para as próprias famílias e para o mundo .  Setembro /2018.    

O MAL DA MENTE


O FASCÍNIO DA MENTE HUMANA  PELA MALDADE

João Joaquim  

Eternas e irrespondíveis perguntas ecoam pelos quatro cantos do universo (supondo que o infinito seja quadrado). As perguntas que não calam entre tantas sem respostas são: por que a mente humana tem tanta atração pelo  feio , pela deformação e pelo mal?
Por que a infelicidade alheia nos desperta mais interesse do que a felicidade? Entre o feio e o belo por que contemplar com mais atenção a feiura? Assim enunciadas, não tratam essas assertivas e afirmações de casuais e despropositadas frases e citações. Muitos têm sido os cientistas de ciências de humanidades que debruçam sobre tais questões e não acham respostas convincentes. O que se tem de concreto é essa certeza, a mente humana se caracteriza por essa preferência, tudo aquilo fora da norma, do convencional, do padrão, do ético, do bom, do belo; tudo desperta mais vivacidade, mais apelo, mais atenção e interesse das pessoas. O exemplos abundam no cotidiano das pessoas.
Trata-se pois de questão e inerência do cérebro humano. Uma das explicações de nossas eternas dúvidas está na anatomia, na fisiologia e nobreza que é o nosso tecido cerebral, de longe o órgão mais incompreendido e mais enigmático. E tal incógnita inicia pela sua própria anatomia e por que tão hermeticamente protegido por uma espessa carapaça óssea que é o crânio.
No trato fisiológico e  orgânico o cérebro mostra-se também impar e extremamente diferenciado. Na parte vascular se destaca por duas singularidades. A primeira é relativa a sua vascularização e autorregulação circulatória. Isto é, ele tem um mecanismo para manter constante sua pressão sanguínea.
A segunda particularidade é que tem extrema exigência nutricional e de oxigenação. Ele não tolera mais do que 3 ou 5 minutos de falta de glicose ou oxigênio. Com uma  anóxia (falta de O2) ou hipoglicemia de 3 minutos já é suficiente para entrar em coma ou morte celular. Uma dessas duas condições ou deixa sequela permanente ou a morte do indivíduo.
No tocante à função é a fisiologia abstrata a que mais sempre despertou interesse e causa curiosidade científica aos pesquisadores. Como exemplos citam-se o pensamento lógico e abstrato, o mecanismo dos sonhos, de como se dão os diversos sentimentos de ódio, de amor, de antipatia, de empatia, de solidariedade, de vingança, entre tantos outros inerentes ao ser humano, dotado que é de uma inteligência diferenciada , de racionalidade e emoção.
Quando se fala por exemplo no mecanismo do sonho, é inescapável não se reportar ao psicanalista Sigmund Freud. Poucos foram os seus sucessores que dele discordaram  e discordam  na formação da personalidade (ego, id, superego) e de como se dá o sonho. Como por ele referido o sonho se passa no subconsciente;  e essa função é flagrada pelo nosso consciente, por isso nossas lembranças do sonhos ser transitórias . Para Freud os sonhos representam os conflitos que as pessoas têm no dia a dia. Tais vivências são reproduzidas na fase do sono profundo (REM). De outra parte os sonhos são representações de desejos não realizados na vida normal das pessoas. Não é sem razão que popularmente (no vulgo) sonho significa um feito ou empreendimento impossível de se alcançar, de difícil concretização.
Tornando ao tema principal do por que da mente humana preferir o feio ao belo, o mal ao bem, a infelicidade à felicidade. Como, o porquê  e os motivos dessa inclinação e preferência ainda são e continuarão incompreendidos. O que se tem certeza é que elas são inerentes a mente humana.
Para dar mais foro e consistência dessa singularidade do cérebro, mente e consciência humana basta que tomemos alguns exemplos casuísticos no cotidiano das pessoas. Assim imaginemos algumas cenas. Numa caminhada simples de rua, deparamos uma primeira praça com algum músico tocando uma música clássica. Algumas poucas pessoas talvez estejam ali estáticas assistindo aquela melodia. Ato contínuo, em uma segunda praça com uma dançarina seminua, numa coreografia e meneios de sensualidade e erotismo. Que atrações despertará esse cenário ?
Certamente essa segunda apresentação estará apinhada de pessoas em êxtase e vivamente atentas a esse espetáculo erótico cenográfico. De mesmo efeito e interesse são as preferências pelas informações jornalísticas. Notadamente quando se têm os recursos audiovisuais, sejam nas redes de televisão ou as mídias digitais do facebook, youTube, whatsApp. Grandes são os apelos e interesse que despertam essa forma de comunicação.
Assim sobrevivem, prosperam e lucram os programas policiais ao vivo, a sangue e a cores das redes de televisão do Brasil e do mundo. Assim fazem sucesso e têm muita visão e audiência os reality shows (fazenda da  TV Record, BBB Rede Globo). Toda essa audiência e lucros auferidos dos patrocinadores se dão justamente na exploração dessa fragilidade e preferência das pessoas. Da mente, da cultura e gosto de grande parcela das pessoas. É a relação lucro/benefício desses fornecedores e consumidores.
Afinal, continuará essa pergunta, reverberando pelos mares, pelos campos, pelos ares. Aos quatro cantos do Planeta. Por que a preferência da mente humanas por coisas tão vis, tão sujas, e imorais ? Agosto / 2108

REAÇÕES QUÍMICAS E HUMANAS


RELAÇÕES  HUMANAS  SÃO COMO ÁTOMOS DE  NITROGLICERINA


 João Joaquim 


Podemos comparar as relações humanas com as reações químicas. Do encontro de duas substâncias podem-se obter os mais variados compostos, ou relações ou reações físico-químicas. Um exemplo vital para qualquer animal, a relação de hidrogênio (H) com o oxigênio (O). Quer exemplo da melhor, da mais benfazeja,  da mais feliz relação (reação) química do que esta ?  Do encontro de dois gases, tem-se o mais precioso dos compostos químicos. A água (H2O), imprescindível a toda e qualquer forma de vida no universo, seja aqui e supostamente em outros planetas siderais( permitam-me o pleonasmo).
Em raciocínio oposto basta imaginar quando duas substâncias incompatíveis se encontram , se misturam. Podem-se ter os resultados, os mais nocivos, perigosos e lesivos, como o são os venenos e explosivos. Nesse exemplo ,um modelo simples é o da nitroglicerina (C3H5N3O9) ou seja, isoladamente o carbono, o hidrogênio, o nitrogênio e o oxigênio são inócuos ou essenciais a vida, mas quando juntos se tornam destruidores com potencial explosivo. Daí surgiu até o adjetivo, o sujeito se muito colérico ou irascível é tachado de nitroglicerina pura.
Ora, o mote comparativo aqui presente faz muito sentido. Se na química temos ilimitados exemplos de incompatibilidade dos elementos, basta fazer o mesmo paralelismo com nós humanos. Somos constituídos, aliás, de elementos e compostos químicos. Carbono, nitrogênio, oxigênio, cálcio, hidrogênio,  água ,etc.
E para complicar as relações humanos somos constituídos de sistema nervoso, de inteligência, de emoções, de sentimentos os mais diversos, de racionalidade e pensamentos. Pensamentos concretos e abstratos.
Tomando em consideração os exemplos da química os mesmos princípios podem ser aplicados na convivência humana, nas relações sociais, de amizades, afetivas, de namoros e conjugais. Até nas relações profissionais, corporativas, trabalhistas e empresariais. Nestes últimos modelos, quantas não são as relações societárias, comerciais e mercadológicas que acabam desfeitas, com desavenças, litígios, processos judiciais, inimizades e até homicídios. Se analisadas com as necessárias diligências, tudo se deu por escolhas infelizes dos elementos humanos, as pessoas constitutivas dessas relações (reações) de negócios.
Na seara das relações sociais, tomem-se os exemplos mais comezinhos, os namoros. Cada pessoa ao deparar com outra e surgir, nesse encontro, alguma atração, não importa a faixa etária, deveria levar em conta todos os qualificativos do interessado(a). Se há tantos pontos e predicados incompatíveis, o afastamento lento e civilizado é o melhor conselho. Não queira transformar essa relação em uma reação química explosiva, às vezes, até de fissão nuclear, como uma bomba de hidrogênio, ou quando menos de nitroglicerina.
Muitas têm sido as relações humanas de pura infelicidade, de sofrimento psíquico, de insegurança e mesmo crimes (feminicídios). Todas por absoluta falta dos critérios na hora de escolha do parceiro.
No campo das relações de amizade e relações parentais eu miro nos relatos de um dos poucos, pouquíssimos amigos que cultivo. Trata-se de sujeito de moral irrepreensível e alta qualificação profissional e acadêmica: conta-me ele que cultiva alguns inimigos e antipáticos, e escassos amigos.
Ou seja, subsiste nos inevitáveis contatos uma aura muito forte de antipatia e inimizade.
De certa feita, revelou-me esse amigo de poucos amigos, houve um diálogo mais áspero (bate-boca) com um desses inimigos. E ele então pode passar a limpo, algumas dessas incongruências com o seu opositor. E ele foi enumerando alguns desses pontos incomuns. Em tradução livre e pessoal foi esse o diálogo, que no caso virou um monólogo.
- Nenhuma frustação ou decepção resta-me de sua inimizade. Eu sou um indivíduo produtivo e trabalhador. Dividas não tenho sequer com cartão de débito ou crédito.
-Todo o meu patrimônio, continua o interlocutor ao inimigo,  seja ele moral ou material eu os ganhei com o labor de minha mente e bagagem  profissional. Nunca em nossas relações, nada lhe pedi e nada devo, portanto, mantenho minha consciência, minha alma e minha ficha limpas ;  passar bem é o mínimo que lhe desejo.
Nesses termos e em conclusão, o que muitas vezes conquistamos são também invejosos. E com esses devemos ter muita cautela. Maledicências e malquerências pululam pelo mundo físico e  pelas redes antissociais. Agosto/2018. 


A MEDICINA DO SACERDÓCIO E DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS

João Joaquim  

Não impropriamente a medicina já foi correspondida e definida como um sacerdócio. E de fato na sua gênese, na sua origem foi assim que os seus percursos, os seus criadores a  idealizaram. Para tanto faz-se necessário ler ao menos os juramentos de duas figuras da história da medicina, Hipócrates, filósofo e médico; e de Moisés Maimônides (1135-1204), judeu e grande cientista das religiões como judaísmo, islamismo e mesmo do Cristianismo, ou seja, ele foi um pensador eclético e sem barreiras.
Assim pensaram esses dois luminares históricos nos albores da profissão e na idealização de como deveria se comportar, pensar, atuar e praticar essa medicina, a arte de prevenir, de aliviar o sofrimento e cura das doenças. Daí surgiram   várias referências ,  sendo o  médico comparado a um sacerdote. Seria aquele profissional  com um misto de fraternidade, de arte e ciência ; um sacerdote da saúde a distribuir os dons dessa sua formação aos desvalidos de saúde, aos que sofrem, que padecem de qualquer enfermidade e tem ameaçada a sua vida.
Ao trazer essas atemporais concepções para nossos tempos poderíamos considerar a prática da medicina, tendo a internet e a informática como divisórias de duas épocas bem estanques e bem distintas. Porque essas duas conquistas da humanidade marcam uma era de antes e uma era do pós tecnologia da comunicação e de armazenamento de informações, as hoje já populares tecnologias da informação (TI).
A Informática cuida de    arquivo de dados com o emprego de vários instrumentos de gravação e salvamento de dados (salvar, salvar como). Os avanços tecnológicos e científicos coincidentes com o nascimento da internet e informática superam aqueles de 50 anos para trás. Nunca na história houve tantos avanços como os conferidos neste meio século .
Trazendo todos esses avanços técnicos e das ciências para a área da saúde se conclui :  o quanto de aprimoramento e eficácia em diagnósticos na área de análises clinicas, em radioimunoensaio, em dosagens hormonais e exames de imagem. Com isso foi também possível a medicina se superespecializar. Hoje, têm-se os especialistas segmentados no corpo humano. Assim temos o ortopedista de joelhos, o de coluna, o de mãos, o de ombros. Atingimos uma tamanha fragmentação de especialidades, que dividiram os órgãos em especialistas. Os exemplos são as subespecialidades da cardiologia. Não bastar ser cardiologista, têm-se os especialistas de hipertensão arterial, de arritmias, de marca-passo, de coronárias, de válvulas. Além do cirurgião dessa e outra parte do coração.
No campo da cirurgia, o quanto de qualidade, menor tempo operatório e segurança para o paciente e para o cirurgião. Como exemplo as cirurgias por endoscopias, laparoscopia (abdome), broncoscopia, laringoscopia. São técnicas empregadas para fins diagnósticos (biopsia, por exemplo) e fins curativos. Muitas são as doenças hoje realizadas com as endoscopias. A grande vantagem é o curto período de internação. 
Para o sistema cardiovascular, dispõem-se por exemplo das técnicas de cateterismo. Ele é rotineiramente utilizado para diagnóstico e terapêutica. Qualquer órgão vital como rim, coração, pulmão ou cérebro pode ter diagnóstico, implante de prótese  (stent  por exemplo) e outros procedimentos terapêuticos e cirúrgicos com segurança. São exemplos os stents nas coronárias, os clips de aneurisma cerebral e cateter para  desobstrução de alguma artéria de outro segmento corporal ou órgão interno.
Outros progressos têm-se os utilizados como a radioatividade, tanto na cura para a maioria dos tipos de câncer, bem assim exames de imagem,  como as radiografias e tomografias. São  exames de imagem que mostram as mínimas lesões dos diversos tecidos e órgãos internos.
De igual importância, nesses avanços tecnológicos e científicos, têm-se as opções terapêuticas para as mais variadas enfermidades. Basta para ficar em dois exemplos, os casos de infecções pelo HIV e muitos tipos celulares de neoplasia (câncer). Na década 1990, ser contaminado pelo vírus HIV era quase uma sentença de morte lenta, humilhante e dolorosa. Houve muitos avanços nas chamadas drogas antirretrovirais (HIV = retrovírus).
Ainda não se tem a cura plena da AIDS( infecção pelo HIV), mas um controle pleno da infecção viral e longa sobrevida. O mesmo sucesso terapêutico se tem para a grande maioria de tumores malignos, quando se tem a cura total ou vigilância para prevenção de recidivas.
Postas assim tais conquistas e avanços nas ciências da saúde, ficam e sobram aqueles princípios e postulados, equiparando a medicina a um sacerdócio em prol da saúde e do bem-estar humano. E o protagonista, elemento central e foco único ou primeiro da medicina, o homem, o paciente, quem padece de alguma doença ?
O que se tem hoje é uma nova relação médico/paciente. Diante de tantas opções diagnósticas e terapêuticas. Cada vez mais esse contato do profissional com o doente tem se tornado superficial, raso, rápido e robotizado. Cada vez mais o médico pouco escuta, pouco ausculta, pouco examina e está sempre apressado, porque tem múltiplos compromissos profissionais, múltiplos empregos, plantões, etc. Nesse contexto, o que tem predominado é uma medicina informatizada, laboratorial, digital e imagética. É quando entra em cena um sem-número de exames hematológicos, de anticorpos, de proteínas, vitaminas e minerais. No capítulo das imagens há o uso e abuso dos scans , das cintilografias, das tomografias, dos ultrassons, dos exames de doppler, das ressonâncias, scopias e cateteres.
O lado negativo e danoso às pessoas é que os charlatões nunca fizeram tanto sucesso. Existe muito enganoterapia no mercado. Nunca os charlatões diplomados fizeram tanto sucesso. Eles estão `a solta, consultam e curam até pela Internet. Um perigo que ronda a sociedade.
Em que pese todos os benefícios, com tanto aprimoramento das tecnologia e das ciências, o paciente tem sido desumanizado. Não se trata mais o doente (pessoa) ,mas, sim a doença. Não se trata mais pessoa, mas um órgão. Um fígado, um cérebro, um coração. A relação médico/paciente se tornou robótica, digitalizada e protocolar. Em lugar de pessoa, tem-se um caso clinico, o usuário, um prontuário, um caso clínico  comum , um caso interessante, um  laudo, senhas, escores, algoritmos, diagnósticos e prognósticos, são tendências na desumanização dos humanos; e pelo  visto a coisa vai piorar , no que há que se lamentar.
 As vedetes da Medicina passaram a ser o Laboratório, as imagens, o escaneamento do corpo humano, as plásticas, as remodelações, os tratamentos cosméticos , os botox, as lipos, as esculturas, os compostos químicos para tudo, até a tentativa dos elixires de longa vida. Onde tudo isso vai parar ? Ninguém sabe.  Agosto 2018

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