terça-feira, 30 de outubro de 2018

ENEM para os políticos


EXAMES PRÉ ADMISSONAIS E PROVAS DE APTIDÃO PARA CANDIDATOS POLÍTICOS
João Joaquim  

Falar e comentar sobre política no sentido de ciência é de fato uma missão para especialistas, para administradores (vide taylorismo); enfim, para os cientistas políticos. Por isso há essas cátedras nas universidades, uma formação de nível superior. O modesto escriba que aqui opina sempre foi de parecer (tese) de que todo administrador público, não importa o cargo, a hierarquia, deveria ter uma formação compatível com a função exercida. Como exemplos dessa formação técnica; gestão pública, administração ou mesmo ciências políticas. Ou seja, não importaria se vereador, prefeito, deputado estadual ou federal, governador ou presidente.
Do candidato a esses cargos eletivos tinham que ser exigidos, não só uma formação específica, mas, um concurso. E nesse certame seletivo provas oral e escrita por uma comissão isenta que avaliasse o sujeito (homem ou mulher) em vários quesitos. A começar pelo curriculum vitae. Aliás, faz-se bem aqui um adendo. O verbete candidato, já traz implícita a ideia de pureza, vem de candura (candidura), alvura, transparência. E afinal com toda a razão, porque o gestor público vai cuidar dos bens alheios, do povo, da comunidade, da municipalidade, do Estado, da nação.
O currículo, como de domínio popular é a trajetória de vida da pessoa, seus dados civis, sua profissão, o que ele faz, suas aptidões, e no tema aqui sua formação escolar. No caso estrito do político, sua folha corrida. De forma muito coerente e racional foi criada e promulgada uma lei de nome peculiar, a lei da ficha limpa. Esta, doravante é premissa fundamental. Para se buscar um cargo eletivo (voto popular) os indivíduos têm que no mínimo parecer, se comportar e demonstrar ser portador de honestidade, honradez e dignidade para o cargo pretendido. Vejam que tríade altamente qualificadora=  aparência, demonstração e concretude. Aliás, tal trinca para tudo na vida=  parecer, demonstrar e de fato ser.
Honestidade, probidade e dignidade, têm sido virtudes em falta na administração pública de nosso país.
Dessa forma uma vez visto esse primeiro passo, o da folha corrida, ou ficha limpa, o inscrito ao cargo eletivo sofreria uma sabatina, por uma banca examinadora sem vínculo ou ideologia partidária. A exemplo da sabatina a que passam os juízes (ministros ) de tribunais superiores. Seria uma prova oral técnica da sua formação naquela função pleiteada. Prefeito, deputado, senador, presidente da república. Como etapa final, a prova escrita. Aí, sim, seria a cereja do bolo. O toque final.
Tal exigência, nos moldes aqui propostos não beira nem a utopia, nem a distopia. Basta fazer um paralelo com o que se tinha há 20 anos e o que vigora hoje. Antes não havia exigência de bacharelato em direito para ser delegado de polícia. Hoje é requisito fundamental. E não só esse cargo . Há um concurso de prova teórica e prática. Há que se demonstrar formação superior em direito, aptidão técnica, inclusive com testes de aptidão física. Nos exames médicos pré admissionais fazem-se inclusive pesquisa atual e anterior do uso (dependência, adicção) de drogas ilícitas. Não exigir tal comprovação dos candidatos a cargos eletivos, soa como discriminativo, como uma flagrante desigualdade de direitos.  Por que exigir de um policial, um delegado tais exames e de um deputado, senador, governador  , não ?
Exige-se que o candidato seja ficha-limpa, ele não pode ter antecedentes criminais. Tome um outro exemplo, o egresso do curso de direito e “candidato” a ser advogado. Aquele profissional operador do direito, das leis, dos direitos e deveres de qualquer cidadão. Dele é exigido o mesmo aqui proposto ao político. Há para ele a conhecida prova da OAB. A ordem dos advogados do Brasil (OAB) ; tem em seu estatuto esse exigência. São cláusulas pétreas, para o exercício da advocacia fazem-se, além do diploma, duas provas, uma prática e uma escrita, de alto grau de dificuldade. Em alguns estados tem um índice de reprovação de quase 90 %. Tal constatação demonstra a qualificação dos formandos e dos cursos de direito que existem no país. Porque escolas de má qualidade é o que não falta.
A propósito é oportuno informar que existe uma proposta do conselho Federal de Medicina para que haja uma prova para os formandos em medicina. O que é muito louvável e salutar. Não basta o indivíduo ter graduação e diploma. É necessário demonstrar formação e aptidão na profissão. Diploma de médico e de advogado se consegue em muitas republiquetas por aí. Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador. Agora , ter suficiência nessas formações são outros  quinhentos   , outra pegada. Para médicos formados em outros países, existe por exemplo uma prova chamada Revalida. E com toda justeza.
Em se tratando de política no Brasil, temos um cenário dos mais tenebrosos. A qualificação, as credenciais, a folha corrida, a ficha, o currículo dos inscritos, ditos “candidatos” a cargos eletivos beiram a um teatro de horrores.
Vamos imaginar a seguinte previsão=  há cerca de 10 anos, um profeta disse então no ano 2000 ou 2008. Chegará um ano aqui no Brasil, ano de 2018, tempo de eleições gerais, em que a maioria dos “candidatos” além de fichas nada abonadoras e dignas, respondem a inquéritos e processos judiciais. Não se esconjure e nem persigne. Haverá candidato na condição de réu  e preso, lutando, deblaterando e vociferando aos quatro ventos que quer governar o país. É esta realidade tenebrosa em que vivemos . Presidiários, e réus, sendo reeleitos, e outros indiciados , encalacrados com a Justiça, brigando para assumir alguma função pública.
Por resto a recomendação, vamos escolher e votar no menos ruim. Seria o mínimo que cada votador , cada eleitor, cada escolhedor de nossos governantes , se imbui no dever, mais que direito de fazer. Vamos nessa ?     OUTRUBRO/2018.      

Intolerância


UMA ELEIÇÃO MARCADA POR ÓDIO E INTOLERÂNCIA
Joao Joaquim
De todos os fatos, de todos os feitos, de todos os acontecimentos se podem tirar frutos, lições e conclusões. Na presente consideração eu tomei como  acontecimento nossas eleições. Nem menos, nem mais, nossas eleições gerais para presidente do Brasil, governadores e outros cargos mais. Assistindo às muitas campanhas, palestras, encontros dos digladiadores, debates televisivos, vinhetas, mensagens pelas redes sociais (facebook, whatsapp), etc; eu pude assistir a um novo homem , o homo passio.  Ou no bom Português , homem de paixão.
As eleições no Brasil têm  se transformado nesse grande palco, quando através de todos os instrumentos e recursos de comunicação as pessoas expressam, verbalizam, vociferam e arrotam seus instintos e recalques de ódio, de violência, de intolerância, de discriminação, de preconceito de toda ordem.
E que nenhum oriental ou fundamentalista , que por ventura me lê, que  pense que referidas atitudes se restringem aos chamados candidatos e assessores. Tais expressões de raiva, de rancor, de violência, de intolerância vêm de todas as classes de gente. Inclusas aquelas pessoas que entendem bulhufas ou patavinas de política, de democracia, de estado democrático de direito.
Muitos dos praticantes desse acirramento de ânimos, dessas contendas o fazem a mando, com instrução de líderes ideológicos de partidos políticos. Ou nem disso precisa, porque são violentos , rancorosos, raivosos por natureza, por índole natural. 
São pessoas com igualdade.  Igualmente  broncas, rudes, ignorantes que sobrevivem profissionalmente dessa atividade. Atividade que é o incitamento, o açulamento das massas rivais. Muitos desses contratados, para espalhar e contrapor as ideias políticas têm como instrumento de trabalho as redes sociais. Nessa terra de ninguém, sem censura e sem controle de qualidade que é a internet, todos ganham voz e vez.
São os blogueiros profissionais;  os mais destemidos se tornam até  videovisuais, através da rede YouTube. Se tornam youtubers por ofício. Sãos as chamados celebridades momentâneas, efêmeras. Se bem que existem alguns que se comportam como herpes labial, vão e voltam. 
Temos  então os embates, ou UFCs, dos mortadelas (os socialistas ou de esquerda) contra os coxinhas (conservadores ou de direita). Ou coxinhas versus petralhas. As redes sociais e os comícios são seus octógonos.
Fazendo um contexto histórico sobre o “homo passio”. Nada de paz e amor, nada da cordialidade do brasileiro como o apregoado por Sérgio Buarque de Holanda em sua obra Raízes do Brasil.
Quem homem cordial é este descrito pelo indigitado historiador ? Basta revisitar detida e isentamente os anais e fatos de nossa historiografia.
As coisas, a realidade da natureza da personalidade brasileira, já não se inicia bem com a vinda dos primeiros colonizadores. Muitos dos que para cá vieram já não tinham bom caráter. Relata a história paralela que na verdade muitos dos primeiros imigrantes eram foragidos da justiça de Portugal. Outros tantos aqui aportaram como desterrados e degredados dos países de origem. A própria história oficial nos relata do quanto de violência, maus tratos, estupros e mortes se praticou contra os nativos. E depois se seguiu com os horrores e perversidade da escravidão dos negros africanos.
O tráfico negreiro é um fato que tisna, que mancha o nome do Brasil. Que violência, que ódio maior do que a prática da escravidão? A exploração dos negros no cativeiro se encerra numa abominação e foi praticada por quase quinhentos anos no Brasil. Oficialmente ela acabou em 1888. Acabou ? Será ? E os serviçais e trabalhadores em condições degradantes de tantos canteiros de obras do país? E os trabalhadores semelhantes a escravos que sempre são apanhados e resgatados  pelos órgãos de fiscalização como Delegacias Regionais do Trabalho? Quer violência mais degradante do que esta !  Tudo isto em plena era das luzes do mundo digital . Que horror
Percorrendo os fatos e ocorrências de nossa história o quanto de violência e ódio se registra no comportamento e expediente das pessoas. Notadamente quando se trata de gente de posses e de poder. Neste sentido basta revisitar os conflitos internos, as guerras, as revoltas, os golpes políticos de nossa história.
Tomemos o exemplo da guerra do Paraguai. E aqui a violência não foi exclusiva do Brasil, foi uma tríplice violência,  da tríplice aliança Brasil, Argentina e Uruguai contra o perdedor Paraguai. A verdade é que a derrota do país guarani significou um autêntico genocídio. Matou sem piedade, civis, mulheres e crianças. Que cordialidade é essa de nosso brasileiro? 
E assim sucedeu com outras intolerâncias, ódio e violência. A guerra de Canudos contra o sr  Antonio Conselheiro, ocorrida no Arraial de Canudos, interior da Bahia, entre 1896/1897. A guerra do contestado, e tantos outros conflitos.
A própria história republicana é recheada de golpes, violência, intolerância e ódio. Mortes. Muitas mortes se deram a pretexto de ideologia  e discriminação política. Basta reestudar como foram o golpe da proclamação da república e o banimento da família imperial de Dom Pedro II.  A ditadura implantada Por Getúlio Vargas no chamado estado novo. O clima de escaramuças e ódio que resultou no suicídio de Getúlio Vargas.
O golpe militar e a ditadura implantada em 1964. Muita repressão, torturas e violação de direitos humanos foram praticadas nesse período. Com um registro a se fazer: não fosse os militares, certamente os militantes de esquerda tinham convertido o Brasil em uma ditadura comunista, aos moldes de Cuba da dinastia da família Castro (Fidel e herdeiros).
E assim se deduz( cada um a seu modo)  dessas eleições gerais de 2018, que nunca se viu tanta manifestação de ódio, de intolerância, de violência e desrespeito à livre manifestação do outro. À liberdade de gosto e escolha. Ainda e mesmo que essa liberdade e escolha sejam o partido X ou Y. ainda que a simpatia seja por um candidato com muitos pecados e culpas nos cartórios e nos tribunais superiores, como nunca tivemos em nossa História Republicana. Falei e disse, e como diz Bariani Ortêncio , Maktub . Ah, e também se não estava escrito eu deixo escrito agora. Outubro/2018.  

Minhas origens


MNHAS REFERÊNCIAS
João Joaquim  

Já me fizeram uma pergunta e aqui vai a ampliação da resposta. Quais as minhas referências de vida? E aqui eu poderia abrir uma grande chave porque referências de vida se supõem múltiplas possibilidades. Mas, simplifiquemo-las em referências sociais, morais, éticas, culturais, religiosas, ecológicas, lúdicas, esportivas, etc.
Sem assemelhar a  uma resenha técnica ou científica mas a um apanhado prático e compreensível, eu início pela minha família. Sou oriundo de uma família humilde. Meus pais eram semianalfabetos. Ser analfabeto absoluto ou funcional não significa ser de inteligência parva ou tacanha, porque esta constitui um traço genético.
Todos nascemos com o mesmo potencial inteligível. O que distingue o cabedal ,o potencial técnico, cientifico e cultural de cada um é a oportunidade que o meio social vai lhe proporcional e os esforços que o sujeito vai despender para assimilar essas oportunidades oferecidas.
Meio social aqui incluem o patrimônio cultural da própria família, o acesso a escolas de boa qualidade, os atributos dos segmentos sociais com os quais se dá  a interação social do indivíduo, etc. Na maioria da sociedade, as pessoas são frutos do meio onde vive. “  O homem é o homem e suas circunstâncias “ Ortega Y  Gasset.
Assim iniciou-se minha primeira influência social. De minha família, herdei os preceitos mais primitivos de honestidade de não roubar, de me capacitar e buscar prover o sustento sem depender de outras pessoas, de praticar o bem independentemente de perguntar para quem, entre outros valores éticos e morais. Meus pais incutiram em minha cabeça o princípio que pode ser assim resumido: o melhor e maior patrimônio que um pai ou uma família pode legar ao filho é o patrimônio da cultura e do conhecimento. Enfim, é o ensinamento de que o saber é poder. Essa preleção e legado ficaram impregnados em minha memória, sobretudo por minha saudosa mãe, Sra. Ercília de Paula Neves, que não mediu esforços para me dedicar aos estudos, desde o nível fundamental.
Outro legado que ainda trago de família se refere à cultura da Bíblia. Dos ensinamentos contidos nas escrituras sagradas. E aqui abro uma outra chave de explicação. Todas as mensagens contidas na Bíblia encerram em códigos e cláusulas de ética e moral. Esta avaliação se dá independentemente do valor religioso do indivíduo, abrange inclusive ateus e agnósticos. Todos os postulados bíblicos  significam diretrizes para uma vida digna e de boa convivência para qualquer sociedade, não importa a ideologia e crenças. Na mínima das hipóteses tem-se ali a maior das inspirações que pode produzir o engenho criativo da mente humana. E para os que creem  são frutos de chispas e iluminação de Deus.
Paralelo ao lado místico e convicção na existência e imanência de Deus, eu sempre tive a Bíblia como a melhor expressão literária e poética.
Os evangelhos (boas novas) representam-me não apenas um guia de bem-aventurança  em uma conotação de religiosidade, mas a par dessa verdade em feitos poéticos e épicos. Em especial  para os que têm uma vivência harmoniosa com o planeta e sua flora e fauna. Daí então eu concluir e ter os escritos sagrados como minha fonte de beleza, de uma estética, e de  ética sem outras iguais.  A Estética e a Ética do Amor e da Generosidade. 
Assim fui singrando minha trajetória de vida e fazendo meus referenciais sócias, éticos e culturais. Toda minha formação escolar se deu em instituições públicas. E todas elas me deram um bom suporte de aprendizado. Na parte a mim devida, reafirmo que a minha tarefa foi das mais árduas e desafiantes, tendo em conta o baixo poder aquisitivo e econômico da família adicionado aos escassos recursos tecnológicos e de informação da época de estudante secundarista e universitário, anos de 1970. Formei-me em medicina em 1981, na universidade federal de Juiz de Fora - UFJF MG. Trago sempre minha pequena Iapu MG, e minha Ipatinga MG, nas minhas melhores reminiscências de infância.
Muitos foram em termos de cultura, os homens e autores de cultura que marcaram e marcam meu gosto, minha admiração e referências. Na literatura por exemplo. Tenho uma enorme atração e afeição por Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Lima Barreto, dos quais sou  um eterno leitor. Na poesia aprecio imensamente as criações de Olavo Bilac, Castro Alves, Álvares de Azevedo e Augusto dos Anjos. Aqui só para citar alguns gostos e preferências.
De música clássica cito Chopin, Bach, Mozart e Beethoven. De MPB Milton nascimento, Tom Jobim, Vinicius de Morais e Chico Buarque.
De ativistas humanos e políticos sempre nutri muita admiração por Malcolm X, Patrice Lumumba, Mahatma Gandhi e Martin Luther King.
De homens estadistas e políticos eu citaria Nelson Mandela (África do Sul), Konrad Adenauer  (Alemanha), Juscelino Kubitscheck (Brasil).
Enfim, estes homens, muitos já falecidos, assim como algumas mulheres como Ana Neri, Olga Benário e Zilda Arns, foram e continuam sendo meus pontos de apoio em cultura, moralidade, dignidade e dedicação em prol de uma sociedade e um mundo melhores. São figuras públicas tão importantes e construtivas que não deveriam ter morrido porque fazem muita falta. Hoje vivemos tempos tão sombrios e incertos que não sabemos quem são nossos referenciais. O que se tem de certo é muita incerteza e muitas dúvidas quanto aos destinos de nosso País. Se pudesse, quem me dera , bem que gostaria de  ter a companhia de homens de outra era. Outubro /2018.   


Iluminismo mental..


FALTA UM NOVO ILUMINISMO MENTAL E DE CRÍTICA  
 João Joaquim  

O iluminismo ou filosofia das luzes foi um movimento de pensadores , surgido no final do século XVIII,  que tinha por objetivo a confiança no progresso e na razão. Foi como que um desafio às crenças e verdades da época, com justificativa apenas na fé e crédito em  quem as pronunciasse. Nesse sentido a igreja (não importa a seita) tinha uma enorme participação. Essa revolução foi como um incentivo à liberdade do pensamento, de expressão e da razão. O propósito era buscar a verdade por métodos racionais e científicos. Um filósofo que não participou, mas, influenciou o Iluminismo foi René Descartes, com o seu Discurso de Método. Um tratado de como conduzir um trabalho científico. 
Foram Iluministas :   Montesquieu (1689-1755)  Voltaire (1694-1778) Diderot (1713-1784)   D’Alembert (1717-1783) Rousseau (1712-1778) John Locke (1632-1704)   Adam Smith (1723-1790).  Foram protagonistas dessa corrente de pensamentos. Montesquieu escreveu a obra o Espírito das Leis -“ O Espírito das Leis deve sobrepor à letra das leis”.
Passados mais de dois séculos dessa revolta das luzes (século das luzes) várias perguntas poderiam ser levantadas. Em que ajudou ao ser humano aquela mudança de mentalidade? Aquela energia de pensamentos?
As respostas são óbvias e cristalinas no sentido de clareza das pessoas em relação aos valores e “verdades” que eram uma obrigação e imposição aos cidadãos. Basta lembrar da concepção dos tempos da Inquisição ( Santo Ofício) , época de  Galileu Galilei. A crença da época era por exemplo  sobre a terra como centro do universo( geocentrismo). Então fica evidente o quão salutar e construtivo para a humanidade foram aqueles rebelados e revoltosos pensadores. Muito progresso, muitas descobertas, inúmeras invenções advieram com o  iluminismo Francês de Montesquieu e companheiros de mesmos ideais.
Esse mérito e todos os louvores tiveram e têm aquelas brilhantes mentes e inteligências, que despertaram contra as verdades impostas pela igreja católica. Verdades que se transformaram em mentiras, porque não tinham fundamentação racional e cientifica. Era o lema da época crer para ver. Quando o científico seria ver para crer( base do racionalismo cartesiano  ) .
Em que pese todo o avanço científico, ainda reina um rebanho de gente que parece viver na era medieval. Essa afirmativa é muito severa, muito incisiva, mas é bom que o seja porque se revela em uma constatação, em uma verdade e fato muito presentes em nossa sociedade.
Pode-se cravar sem receio de errar que nos últimos 50 anos (meio século) evoluímos (a humanidade) mais do que os últimos 1000 anos anteriores. Tal evolução, que fique bem claro, no tocante aos saltos e progresso das ciências e das tecnologias. Todo s os braços científicos, descobertas e invenções foram possíveis como nunca antes na história da humanidade. São contribuições por exemplo da física, da química, da astronomia e da medicina.
Assim também ocorreram com os variados ramos da tecnologia. Uma evolução que já prenunciava  o próprio Aristóteles. Do grego tecnologia, téchné, tratado sobre a arte( de que tratou este filósofo).
Foi dito e aqui se rediz que foram tantos avanços e progressos das ciências e das tecnologias. Apesar de tanta evolução fica a sensação de que há uma turma entre os humanos, cuja mentalidade, cuja inteligência e cuja concepção se encontram nos tempos pré iluministas.
Para não ficar apenas na retórica e na teórica, tomemos alguns comportamentos useiros e vezeiros de segmentos de nossa sociedade. A crença e convicção em magia. O mundo mágico. Quantas não as pessoas que acreditam em elfos, em duendes, em donaides, em assombração, em vozes do além e tantos outros seres abstratos? Quantas não são as pessoas que acreditam em benzedura  (ação de benzer), em superstição, em numerologia, em folhas de arruda, em sementes de romã, em pé de coelho, em sopas de lentilha?
Quantas não são as que creem em oferendas para iemanjá, em roupas brancas como símbolo de pureza ou amarelas como atração de dinheiro, sejam essas cerimônias em aniversários pessoais ou passagem de Natal e Ano-Novo?   Muitos são os que acreditam em ufos, em óvnis, em discos voadores, em ETs,  em mães-do-ouro?
E para concluir. Aqui vão outros dados e cultura de nossos tempos . Tornou-se como  que um lugar-comum, é muito cediço e encontradiço em nossos tempos as opções de curas e terapias propostas. Parece até um feitiço, as tais terapias alternativas desses  tempos da hipermodernidade, de nossa tão massiva e ubíqua era digital. Há cura para tudo quanto se fala em medicina alternativa.
E vejam todos os que leem e escutam sobre tais tratamentos. Começa-se pelo pomposo nome medicina ou terapia alternativa. Tais terapias, não importam os meios empregados, lembram os livros de autoajuda. Eles servem como autoajuda para enriquecer os autores. Esses autores e editores vão muito bem, obrigado.
E para os que leem esse texto, sejam crédulos ou “ateus” nessas alternâncias de cura. Muitos dos usuários e consumidores desses tratamentos medievais, porque não têm comprovação científica, são pessoas muitos bem escoladas e “cultas”. É certo que um enorme rebanho desses clientes têm um baixo ou mínimo senso crítico. Outros tantos são analfabetos funcionais ou de esforço mental mínimo para se informar ou estudar sobre o assunto.
E durmam todos com esse barulho, muitos desses praticantes e prescritores de terapias alternativas são médicos e outros profissionais de saúde. E acreditem, o próprio SUS, tem uma lista das chamadas terapias alternativas. Trata-se na essência do mais puro e refinado charlatanismo, cujos profissionais são diplomados e têm a chancela dos órgãos e conselhos de classe, Federal e Regionais.
Entre essas alternativas de terapias Têm-se  os florais, a bromoterapia, a ozonioterapia, a iridologia, a apiterapia, a imposição de mãos, a bioenergética, entre outras.
Ou seja, a exemplo dos textos de autoajuda é muita embromoterapia e enganoterapia. Em Medicina, bem que poderiam ser tipificadas, como falsidade ideológica. E seus praticantes os falsários da saúde, os mercadores e piratas da saúde . Eles sobrevivem porque a fiscalização, os conselhos de Ética, seguem na mesma toada das leis gerais e do código penal. Muita tolerância, baixa autoestima e leniência. Ai que preguiça !
Está na hora e em tempo de um NOVO ILUMINISMO CIENTÍFICO. De mais luzes e crítica na mente das pessoas que ainda praticam e acreditam nessas bobagens, nesse rol de besteiras. Faltam outros Montesquieu, outros Descartes e Kant, dos tempos digitais.    Outubro/2018.


INfernal Comédia


A CONFUSA E INFERNAL COMÉDIA BRASILEIRA
João Joaquim  

O magnânimo, o polímata, o eviterno o imortal escritor e poeta ( poesia, de poiesis, gênese e criação) Alighieri,  escreveu a atemporal obra A Divina Comédia. Uma magnifica parábola do inferno, do purgatório e do paraíso. Trata-se de um cenário pavoroso, medonho ou dantesco (de Dantes, horroroso, medonho ), onde o suplício era proporcional ao pecado de muitos famosos e governantes do passado, já mortos.
A obra é constituída de círculos -nove ao todo, e conforme os pecados, crimes cometidos pelo indivíduo em vida, ele era enviado para um ou outro de mais tortura e sofrimento.
“Era um sonho dantesco...o tombadilho/ que das luzernas avermelhadas o brilho,/em sangue a se banhar” - Castro Alves. Nesses versos, o grande poeta abolicionista se refere aos suplícios por que passavam os escravos nos navios negreiros. Um grito de protesto contra essa perversidade, cometida  por muitas nações como o Brasil império. Fomos um dos últimos a abolir essa prática desumana e cruel. Os navios da escravidão mais pareciam cenários de um inferno, semelhante aos da Divina Comédia.
A reminiscência aqui a essa obra monumental alegoria,  de Dante Alighieri, foi simplesmente para contextualizar o tema presente. E a essência é justamente o quanto de pecados, crimes, indignidades, erros e tanta corrupção que vem tomando corpo e um jeito de naturalização em nossos tempos, quando se fala de Brasil.  
Tudo isso me traz à memória a filósofa, Hannah Arendt, com sua tese de A banalidade do Mal (um relato sobre a banalidade do nazismo ,de Adolf Eichmann , a mando e como cúmplice do outro Adolf , o demoníaco Hitler.
Quando analisamos a natureza do homem, constatamos o quanto ele tem de tendência ao mal, à violência, ao feio, ao indigno, ao indecoroso, ao ilícito e ao ilegal. Daí foi muito necessária a criação do Estado, de um Estado forte, controlador e opressor. Teorias de Thomas Hobbes –  Leviatã;  e Rousseau - Contrato Social.
Analisando aqueles antigos pecados capitais (preguiça, ira, avareza, luxúria, gula, inveja e orgulho). Os seus descendentes soam como fichinhas, ante tanta danação e maldade que estes infligem às pessoas. Quer pecado mais danoso e maléfico do que a corrupção ? Quanto de mortes nas estradas esburacadas e por falta de assistência médica ? Dezenas de milhares por ano.
Quando se pensa na violência, na maldade, na opressão, na privação que os homens públicos, notadamente os governantes e parlamentares, impõem aos cidadãos e governados, ficam as lembranças das penas ou círculos do inferno que eles merecem, ou possam vir a merecer conforme um veredicto em juízo final. Um julgamento aos moldes do Armagedon. Apocalipse 16-14-16. Que pena eles merecem numa paródia à Divina Comédia ?
Os homens se organizaram em Estados, criaram Constituições, Estamentos, leis, códigos de relações sociais, códigos de punição e ordem. Com todas essas estruturas, MUITAS são as violências, o desrespeito às leis classificadas de direitos humanos;  enfim, a toda forma de dignidade que fica a pergunta(?): e se não houvesse todo o conjunto de regras de convivência e constituições? As leis de todas as nações ?
Em que grau de incivilidade e selvageria estaria o homem vivendo? A omissão, o descaso, a desassistência, a insegurança pública, o analfabetismo, a insalubridade pública . Todas campeiam pelos quatro cantos do Planeta.  A maioria impunidade. Estes bem que poderiam ser intitulados os novos pecados mortais de nossos governantes que não cumprem os quesitos básicos de direitos humanos.
Alguns comentários , de  algumas dessas falhas de nossos governantes, parlamentares e legisladores governantes (poder executivo) que aplicam as regras, leis e constituição elaboradas pelos parlamentos (vereadores, deputados estaduais e congressistas). Êi-los .
O pecado do analfabetismo. As estatísticas do IBGE de momento apontam que o Brasil tem cerca de 13 milhões de analfabetos absolutos. São pessoas (crianças maiores de 10 anos, jovens e adultos) que sequer rabiscam o nome ou leem uma placa de endereço. São cegos totais em leitura. Cerca de 30% da população acima de 10 anos se faz de  analfabetos funcionais. São aqueles que não sabem os rudimentos de somar e dividir e mal compreendem o parágrafo de um jornal. Ou seja, somados os absolutos e funcionais o Brasil tem cerca de 80 milhões de cegos escolares. Uma tragédia inominável, quando se pensa estarmos na tão declamada era digital. Que modernidade é esta de tantos analfabetos e ainda escravizados do sistema Capitalista e consumidor ?
São números que parecem subestimados, porque a tragédia escolar nos sugere ser bem maior. Que pecado maior do que este poderia ser cometido pelos nossos mandatários?
Os direitos aos cuidados básicos de saúde. Os cenários da falta de assistência médica são mostrados diariamente nos telejornais. São cenas de sensibilizar os mais fortes corações. Hoje, no Brasil, adoecer e buscar ajuda no SUS é um SOS sem garantia de socorro. As mortes nas portas dos hospitais públicos já não espantam ninguém, vamos como que nos naturalizando com as tragédias dos desmandos e ingerências dos governantes e políticos.
Os médicos que atendem nas unidades de saúde dos governos podem ter e têm a sua parcela de culpa. Isto tem sido comprovado, mas a má remuneração desses profissionais e as precárias condições de assistência, material, instrumental e predial, constituem uma crônica e triste realidade em todos os níveis de governo. Uma omissão pública sem punição.
De sorte que esses dois pecados capitais, por si sós, são provas robustas e inclementes para colocar muitos de nossos líderes políticos no banco do Armagedon. E aí o veredito final :  só mesmo Deus para um julgamento justo e devidas penas para tanto pecado.  Qual o círculo do inferno merecem muitos desses criminosos governantes que pensam apenas em si, em se enriquecer e se locupletar às expensas de dinheiro público ? As revelações dos corruptos delatores , da operação Lava-Jato, são pequenas mostras da grande tragédia que é a política da corrupção, do compadrio criminoso , em que se transformou o Brasil dos três últimos presidentes; Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. São todos farinha do mesmo fardo. Quão triste cenário, este em que vivemos.    outubro 2018



HOMENS E CÃES


DOS HOMENS E CÃES URBANOS
João Joaquim 

Eu muito já debrucei sobre a finalidade dos cães na vida do homem urbano. No caso aqui do chamado bicho homem (gênero). Eu analisei, refleti. Sentei sobre meus grandes glúteos e conclui: nenhuma finalidade . E   aqui eu verto minhas razões. E foi um ato que me tomou vários momentos como meditabundo. E sem recurso do quimbundo. Buscando informações ancestrais deparei-me com a biografia dos cachorros. Em remotas eras não havia o cão domesticado como o temos hoje. As espécies existentes eram selvagens.
Todos levavam vida como levam muitos dos ainda cães  bravios. Como temos os casos dos cães selvagens africanos, dos lobos, dos guarás, dos lobos-guarás.
E aqui é que estava o pulo-do-gato, ou melhor o pulo do cão. Para sobreviver, tanto os gatos como os cães tinham que caçar. Mas, não só o cão e o gato, o homens tinham que caçar. E aqui torna-se útil uma achega ou adento. No ato da caça era o homem (masculino) quem de fato enfrentava os perigos da caça. Porque, mesmo sendo forte e inteligente, o homem mudava de lado. Quero dizer, ele era caçado. Como não havia a política nos moldes de hoje, o homem nunca sofria cassação. Mas volta e meia virava caça nas garras de predadores. A mulher, não! A mulher ficava mais de prendas domésticas no preparo gastronômico das caças, no cuidado das crianças, da casa e outros afazeres do lar.
Foi nesses interregnos de caça e descanso , dos momentos de ameaça, das rondas do perigo, etc, foi daí que o homem, masculamente falando, teve uma ideia (insight). E se a gente  tornasse os cães nossos aliados?  nossos cachorros amigos?  Muitos deles melhor do que um amigo cachorro. Mas, para tanto dever-se-ia se dar ao trabalho de domar, de civilizar o cachorro. Ato contínuo, tinha que capturar alguns representantes, trazê-los para o convívio das pessoas, quebrantar-lhes a violência  e torna-los aliados do homem . E assim se fez.  Veio  o primeiro casal de algum canídeo, este casal deu algumas crias, esses novos indivíduos, agora não mais canibais, foram se incorporando à rotina dos humanos. E como se fez essa cooperação cachorral?
Os cachorros, antes selvagens, se tornaram domesticados. Mas não perdiam o instinto da caça. Mesmo na sua mansidão por imposição, quando açulados e incitados extravasavam todo o instinto predador. Essa lembrança e instinto das selvas de caçadores eram mantidos.
Enfim, o homem agora, além das triviais ferramentas de caça dispunha da melhor ferramenta viva, o cão. Os instrumentos de caça de então eram a pedra, o arco e flecha, o porrete e algumas armadilhas naturais. Arapucas, puçás, redes de pesca, alçapões, etc.
A eficácia de caça com o uso da cachorrada era quase infalível. Porque os cães tinham de forma nativa e instintiva o dom da caça. O que contam os historiadores venatórios é que quando se soltava um cão em busca da caça, era quase certo o resultado de abate, dada a inteligência e vocação natural do animal.
Acabadas as caças e civilizado o homem, eis que foi posta a grande questão ecológica e canina. O que fazer agora com o antes grande aliado dos humanos na sua ingente sobrevivência? Foi daí que aflorou de imediato a generosidade dos humanos corações. Os canídeos foram adotados nos entornos das famílias. E assim outras funções foram atribuídas ao melhor amigo do homem. Entre essas , a guarda da casa, do patrimônio, o guia dos deficientes visuais, o cão sentinela, o cão policial, o cão monitor de entorpecentes, o cão pastor de ovelhas, o cão cobaia. Se bem que esta função de cobaia, nos parece meio inumana.  Mesmo sob rígido protocolo bioético.
Em todas essas missões o que sempre observou foram muitas virtudes e valores morais do animal. Têm-se por exemplo desse amigo animal a lealdade, a bravura, o enfrentamento canibal do inimigo, a fidelidade. Numa palavra, a eterna e inarredável amizade.
Mas,  e quando se analisa o predomínio da urbanização dos humanos?  Vem a eterna e esquecida questão. Porque além de urbanizado o homem deixou de ser terráqueo. Com as construções dos arranha-céus e nababescas torres residenciais, o homem se tornou um animal aéreo. São prédios que mais lembram a torre de babel. Que o diga o Burj Khalifa (Dubai, Emirados Árabes), 828 metros ; assim vieram as esquisitices e os destrambelhos dos descendentes do homo sapiens sapiens( não é repetição, escreve-se assim mesmo, sapiens sapiens).
Hoje reina o homo urbanus, porque se tornou um político e cidadão. E continua a relação cachorro/ homem, homem /cachorro. Em nome das virtudes do animal, o bicho foi trazido para o interior dos confinados condomínios, das apertadas construções. Tem-se agora o bicho como objeto decorativo. E ele é trazido restrito do direito de ir e vir. Criaram-lhe até um título de consolação:  animal de estimação. De estimação? Não seria animal de expiação, frente a tanta privação e impostas restrições?
Parece até uma piração! E fica uma interrogação: quem neste imbróglio tem mais razão? O ex  Canibal e agora animal domiciliado ou o homo urbanus ?   O outrora sapiens sapiens ?  Outubro/2018.  

sábado, 29 de setembro de 2018

O GOSTO pelo Mal

O FASCÍNIO DA MENTE HUMANA  PELA MALDADE
João Joaquim  

Eternas e irrespondíveis perguntas ecoam pelos quatro cantos do universo (supondo que o infinito seja quadrado). As perguntas que não calam entre tantas sem respostas são: por que a mente humana tem tanta atração pelo  feio , pela deformação e pelo mal?
Por que a infelicidade alheia nos desperta mais interesse do que a felicidade? Entre o feio e o belo por que contemplar com mais atenção a feiura? Assim enunciadas, não tratam essas assertivas e afirmações de casuais e despropositadas frases e citações. Muitos têm sido os cientistas de ciências de humanidades que debruçam sobre tais questões e não acham respostas convincentes. O que se tem de concreto é essa certeza, a mente humana se caracteriza por essa preferência, tudo aquilo fora da norma, do convencional, do padrão, do ético, do bom, do belo; tudo desperta mais vivacidade, mais apelo, mais atenção e interesse das pessoas. O exemplos abundam no cotidiano das pessoas.
Trata-se pois de questão e inerência do cérebro humano. Uma das explicações de nossas eternas dúvidas está na anatomia, na fisiologia e nobreza que é o nosso tecido cerebral, de longe o órgão mais incompreendido e mais enigmático. E tal incógnita inicia pela sua própria anatomia e por que tão hermeticamente protegido por uma espessa carapaça óssea que é o crânio.
No trato fisiológico e  orgânico o cérebro mostra-se também impar e extremamente diferenciado. Na parte vascular se destaca por duas singularidades. A primeira é relativa a sua vascularização e autorregulação circulatória. Isto é, ele tem um mecanismo para manter constante sua pressão sanguínea.
A segunda particularidade é que tem extrema exigência nutricional e de oxigenação. Ele não tolera mais do que 3 ou 5 minutos de falta de glicose ou oxigênio. Com uma  anóxia (falta de O2) ou hipoglicemia de 3 minutos já é suficiente para entrar em coma ou morte celular. Uma dessas duas condições ou deixa sequela permanente ou a morte do indivíduo.
No tocante à função é a fisiologia abstrata a que mais sempre despertou interesse e causa curiosidade científica aos pesquisadores. Como exemplos citam-se o pensamento lógico e abstrato, o mecanismo dos sonhos, de como se dão os diversos sentimentos de ódio, de amor, de antipatia, de empatia, de solidariedade, de vingança, entre tantos outros inerentes ao ser humano, dotado que é de uma inteligência diferenciada , de racionalidade e emoção.
Quando se fala por exemplo no mecanismo do sonho, é inescapável não se reportar ao psicanalista Sigmund Freud. Poucos foram os seus sucessores que dele discordaram  e discordam  na formação da personalidade (ego, id, superego) e de como se dá o sonho. Como por ele referido o sonho se passa no subconsciente;  e essa função é flagrada pelo nosso consciente, por isso nossas lembranças do sonhos ser transitórias . Para Freud os sonhos representam os conflitos que as pessoas têm no dia a dia. Tais vivências são reproduzidas na fase do sono profundo (REM). De outra parte os sonhos são representações de desejos não realizados na vida normal das pessoas. Não é sem razão que popularmente (no vulgo) sonho significa um feito ou empreendimento impossível de se alcançar, de difícil concretização.
Tornando ao tema principal do por que da mente humana preferir o feio ao belo, o mal ao bem, a infelicidade à felicidade. Como, o porquê  e os motivos dessa inclinação e preferência ainda são e continuarão incompreendidos. O que se tem certeza é que elas são inerentes a mente humana.
Para dar mais foro e consistência dessa singularidade do cérebro, mente e consciência humana basta que tomemos alguns exemplos casuísticos no cotidiano das pessoas. Assim imaginemos algumas cenas. Numa caminhada simples de rua, deparamos uma primeira praça com algum músico tocando uma música clássica. Algumas poucas pessoas talvez estejam ali estáticas assistindo aquela melodia. Ato contínuo, em uma segunda praça com uma dançarina seminua, numa coreografia e meneios de sensualidade e erotismo. Que atrações despertará esse cenário ?
Certamente essa segunda apresentação estará apinhada de pessoas em êxtase e vivamente atentas a esse espetáculo erótico cenográfico. De mesmo efeito e interesse são as preferências pelas informações jornalísticas. Notadamente quando se têm os recursos audiovisuais, sejam nas redes de televisão ou as mídias digitais do facebook, youTube, whatsApp. Grandes são os apelos e interesse que despertam essa forma de comunicação.
Assim sobrevivem, prosperam e lucram os programas policiais ao vivo, a sangue e a cores das redes de televisão do Brasil e do mundo. Assim fazem sucesso e têm muita visão e audiência os reality shows (fazenda da  TV Record, BBB Rede Globo). Toda essa audiência e lucros auferidos dos patrocinadores se dão justamente na exploração dessa fragilidade e preferência das pessoas. Da mente, da cultura e gosto de grande parcela das pessoas. É a relação lucro/benefício desses fornecedores e consumidores.
Afinal, continuará essa pergunta, reverberando pelos mares, pelos campos, pelos ares. Aos quatro cantos do Planeta. Por que a preferência da mente humanas por coisas tão vis, tão sujas, e imorais ? Agosto / 2108


Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...