domingo, 30 de agosto de 2015

DEVASSOS E LIBERTINOS DA WEB

VIVA A INTERNET, XÔ DEVASSOS E LIBERTINOS 

 João Joaquim 


 Fala-se que a humanidade (coletivo de pessoas) sempre teve seu lado pobre. Seria uma condição inerente ao bicho-homem, este animal classificado de racional, mas eternamente incompreendido e indevassável na sua plenitude?  Eu acredito que nunca a Biologia, as Ciências Médicas e a Neurociência se debruçaram a estudar tanto o cérebro, as emoções e o comportamento humano. O que fica patente é que muito se estuda , um pouco mais  se sabe,  mas muito se tem a descobrir.
Como já bem comprovado, todos os sentimentos e valores que distinguem o ser humano dos demais animais estão centrados  no cérebro. Esse tipo quartel-general (QG) que regula todo o organismo e as mais distintas sensações  .
O que se tem de instigante para os cientistas é que este, sim, é um órgão que ainda guarda muitos segredos e mistérios. A exemplo do cosmos, ele dificilmente se deixará ser explorado por inteiro. Continuará por séculos e séculos a ser uma fonte infinita de busca. Cabe às Ciências e seus pesquisadores continuar na insaciável sede por mais e mais descobertas.
Falar de cérebro  é melhor deixar para especialistas no assunto. O interesse aqui volta mais seletivamente para o comportamento das pessoas e não tem melhor momento para estudá-lo do que nos dias de hoje, época em que a interação e comunicação interpessoal se tornaram tão massiva, tão fácil e em tempo espontâneo e real. É a era da tão propalada internet, da virtualidade com suas badaladas e globalizadas redes sociais( facebook, whatsApp).
As relações humanas ,a ética e a moral, a intimidade sexual das pessoas cada vez mais têm ocupado laudas de revistas e jornais, painéis de debates na televisão e rádio e sobretudo na internet. Diversos especialistas, profissionais e mesmo os cidadãos comuns têm debatido tais questões, temas que antes não tinham tanta visibilidade por censura, rejeição ou mesmo beirando ao que se poderia considerar tabu.
A internet com seus múltiplos aplicativos e redes sociais tem sido esconjurada e considerada uma vilã em toda forma de depravação e subversão das relações e sentimentos das pessoas. Parece, para muitas pessoas,  que ela é a grande culpada pela devassidão, libertinagem e prostituição de seus(as) usuários(as). Eu sou um daqueles que já fiz críticas acerbas e duras sobre esse poderoso veículo de comunicação como instrumento das mais vis perversões de comportamento, de ataques às pessoas, de futilidades, sexismo(pornografia) e outras baixarias. Eu não quero me constituir como advogado do diabo (internet), mas faço nessa questão a seguinte provocação: a internet é de fato culpada pela subversão de valores sociais ?. Ela e todas as mídias de comunicação vieram para deturpar ou corromper as pessoas, enfim, a sociedade ? Voltemos  ao tema  ao final do texto . Estaria se cumprindo a sentença de Rousseau “ todo homem nasce bom , a sociedade é que o corrompe “ ?
Antes, um passeio pelas narrativas históricas de algumas relações humanas, de casos amorosos, de infidelidade conjugais e outros enredos do gênero, alguns nada republicanos.
Nos primórdios da História temos por exemplo os relatos nada edificantes da rainha  Cleópatra(Egito, família dos Ptolomeus), lá nos idos tempos dos faraós. Era a época do apogeu do império romano. Falava-se por exemplo das(os) amantes do imperador Júlio Cesar. Lenda ou não, mas dizem que  Júlio Cesar era homem de muitas mulheres e mulher de muitos homens. 
Nas monarquias britânicas(Inglaterra) é bem documentada a conturbada relação amorosa de Henrique VIII(1491-1547). Em função do rumoroso conflito conjugal desse rei houve até um cisma, uma ruptura da igreja católica da época. Tudo porque o papa se negou a que Henrique VIII se casasse em segundas  núpcias com Maria Bolena. Em função dessas dissensões morais e religiosas, Henrique VIII provocou um racha na igreja e fundou a chamada Igreja Anglicana, uma versão da católica da época,  e Ele(o rei) se tornou o chefe dessa nova  igreja. Essa divisão e dissidência vigoram até hoje.
Na História do Brasil temos os relatos em documentos epistolográficos das relações extra-conjugais de D. Pedro II com a condessa de Barral, cuidadora e preceptora  dos filhos do imperador.  Leia a obra de Mary Del Priore Condessa de barral ou  Condessa de Barral, trinta anos de  um relacionamento lendário com o Imperador do Brasil, D.Pedro II, ocupante do trono brasileiro entre 1840 e 1889.
Dando o salto para nosso dias, é notório o caso do ex-presidente Bill Clinton com a ex-estagiária da Casa Branca, Mônica Levinski ( janeiro de 1998). Por pouco Clinton não foi destituído  do poder. Ele se salvou por pouco. Como amplamente divulgado o ex presidente tinha encontros sexuais com Mônica nos recônditos da Casa Branca.
Um caso muito bombástico que cheirou a uma  tragédia de Shakespeare ocorrera na nossa História recente. Foi o que sucedeu no traumático impeachment do ex-presidente Fernando Collor.  Boletins e jornais, na época, noticiaram que o Sr Collor tinha uma relação ou teve encontros amorosos com a sra. Thereza Collor, esposa de Pedro Collor, irmão do ex-presidente. Como retaliação Pedro se tornou um delator do próprio irmão sobre   suas traficâncias com PC Farias, empresário e ex-tesoureiro das companhas do ex presidente Collor.
O que mostram os casos pontuados? Que o animal humano é um animal perfeito, com um cérebro prodigioso, mas capaz de condutas e comportamentos de pura imperfeição , plenos de vilania, imoralidade, ilicitudes e outras baixezas as mais indignas. Os episódios amorosos extra -conjugais desses personagens históricos bem demonstram que os desvios comportamentais  e morais das pessoas está no DNA desse incompreendido animal, a um tempo racional e sentimental , mas, também sujeito  a se tornar  degenerado e pervertido nas suas relações . É a inteligência a serviço do mal.

Portanto, sem ser defensor, ou advogado de que quer que seja,  eu absolvo a internet e suas redes que foram concebidas como utilitárias e para o bem. Parte das pessoas, é que sempre foram, são e serão promíscuas, infiéis, fúteis e capazes de atos e gestos os mais sujos e bestiais do planeta. A questão maior está na natureza e caráter do homem que, tendo agora esse poderoso veiculo de interação social e comunicação não se vexa e não envergonha de perder todo o pudor , o recato e a honra em mostrar por fora e por dentro, em todo seu íntimo , em todos os seus mais baixos instintos.     Que vivam  a internet e suas mídias, que se vexem os devassos , os desavergonhados  e libertinos de antes e de hoje.

GOVERNANTE TEM UM SONHO

TODO GOVERNANTE É UM TIRANO
João Joaquim

                        
 Nos regimes ditatoriais muitos fatos escabrosos de execução, tortura, assassinatos e tantas outras violações dos direitos humanos não chocam as pessoas e o senso público porque a maioria desses fatos sequer chega ao conhecimento das pessoas. Vamos pegar aqui por exemplo países como Cuba, Irã, Guiné Equatorial e China. Todos sabemos o quanto os regimes desses países são fechados quanto à impressa doméstica e internacional e seus governantes blindados em seus atos tirânicos. A Coréia do Norte nem serve de exemplo porque ela parece ser governada por uma família de esquizofrênicos. Trata-se de uma paranoicocracia vitalícia cuja ideologia passa de avô para neto. O atual ditador, Kim Jong-un é neto do fundador do regime, o PC coreano. Todos os cidadãos sofrem uma espécie de lavagem cerebral e são vigiados em todos os atos de suas vidas(big brother governamental ).
Quando olhamos para muitas nações republicanas e intituladas  democráticas, temos a oportunidade de lembrar o chamado desejo, ainda que velado e dissimulado, de todo governante de se tornar um ditador, um todo-poderoso, enfim um tirano. E não precisamos ir muito longe para constatar esta “velada vocação” da quase totalidade daqueles que chegam ao poder através do voto popular. Ou o conseguem por um revés do destino, pela  morte do titular, caso da Venezuela do atual presidente Nicolás Maduro que era vice e assumiu o poder com a morte natural(câncer abdome)  de Hugo Chavez.
Eu disse que não precisamos buscar exemplos tão distantes desses tiranos maquiados de democratas e citei a questão de nossa vizinha Venezuela, governada à bala, prisões, execuções e perseguição política por Maduro, que de maduro tem muito  de tendencioso a  ditador.  Na esteira desse exemplo temos várias outras republiquetas governadas por presidentes que usam a mesma cartilha e mesma ideologia. Fica patente que muitos leitores (as) já estão com uma comichão de perguntar. Estariam nessa lista uma Argentina da plastificada e botoxicada Cristina Kirchner? Da Bolívia do indigesto e indígena Evo Morales? Do imprensofóbico Rafael Correa do Equador? Só me resta aquiescer. Bem lembrados. Esses são os principais representantes latino-americanos de tiranos cujos sonhos e desejos maiores é o de governar sem opositores, sem imprensa, sem casas legislativas, sem qualquer liberdade de expressão e de opinião.
Para falar a verdade verdadeira e real não precisamos nem sair do Brasil.  Basta  estudar os fatos, os discursos e analisar o que pensam os dirigentes do partido dos trabalhadores de nossa presidente Dilma Rousseff. Esse recôndito desejo de ser um vitalício ditador do Brasil é mais nítido no ex-presidente Lula da Silva. Ele e seu partido (PT) tinham ou têm um projeto de poder, ainda que para tal se valham de expedientes escusos, desonestos e criminosos como o foram os roubos do mensalão e os desvios de dinheiro da Petrobras (Petrolão) ainda em fase de investigação , processos e com algumas condenações .
No arremate e em nome da concisão, falando estritamente de Brasil, temos uma presidente que cometeu entre outros, dois atos típicos de ditadores e comunistas. Basta relembrar a construção do porto Mariel para a ditadura dos irmãos Castro em Cuba. São mais de 1 bilhão de reais que o país deverá receber em datas futuras das  calendas gregas.
A segunda proeza própria de ideologia estalinista foi o programa “mais médicos” com o emprego de pseudomédicos de Cuba (12000 ao todo). Para tanto foram atropeladas leis, ética profissional médica, normais dos Conselhos de Medicina, violação de direitos humanos, trabalho em regime semiescravo, sonegação de direitos trabalhistas ; e muitos milhões enviados para o regime comunista da família Castro, através da organização pan-americana de saúde –OPAS .
E sabem do mais melancólico e constrangedor para o povo e nossa “democracia”? Todos esses desmandos ocorreram porque  temos uma oposição fraca e um congresso frouxo e vendido. Este, sim, o Congresso Nacional ,  é que teria e tem poderes e atribuições para vetar, desaprovar ou referendar atos e planos do(a) presidente. Ou seja, com esse congresso e oposição aí vigentes, nós, o povo, estamos no mato sem cachorro e não temos como cassar( ou caçar) muitos políticos e presidente ( nem como gato). Isto porque as leis e constituição  por eles mesmos(políticos ) criadas os protegem, os blindam, os tornam imunes sem os rigores e alcance de qualquer legislação.
Que triste, não?  Só mesmo no Brasil de Lula e Dilma e de  toda essa choldra dos petralhas, e a oposição do PSDB , cujos próceres  falam, falam de mansinho e resultados práticos que seriam a favor do povo só rendem bate-bocas 


CPI DE CORRUPÇÃO

Diálogos República(veis) de Uma CPI de Corrupção
 João Joaquim


A sessão é aberta e o presidente dirige-se aos membros da comissão
 -Srs deputados, vamos dar início aos nossos trabalhos. Ops, novidade, porque primeiro é segunda feira, depois quem diz que parlamentar trabalha? Mas, deixemos o nosso representante ir em frente.
- Todos assentados e de preferência com os seus celulares desligados ou no silencioso.
-O depoente intimado tem a permissão para se identificar e se apresentar.
Iniciado o interrogatório, tudo volta como dantes no plenário de burburinhos e cochichos. Em tempo: uma, comissão parlamentar de inquérito(CPI) funciona assim: tem o presidente, o relator, o vice-presidente, o depoente e seu constituído advogado. As sessões  podem ser públicas, com órgãos de imprensa presentes, ou fechada e sigilosa. Temos ainda que pode o depoente falar ou ficar mudo. Para tanto basta que ele tenha um “habeas-corpus” ( deveria se chamar habeas-bucca) de responder ou não o que lhe for perguntado. Pode parecer esdrúxulo mas aqui no Brasil e alhures é assim que funciona e regem as leis e  a constituição.
A sessão ora aqui relatada era aberta ao público e à imprensa, por isto podia ser vista e ouvida porque também tinham na cobertura radio e televisão. O presidente está com a palavra e dirige-se ao primeiro parlamentar inscrito.
- Deputado X1, vossa excelência tem a palavra durante cinco minutos para fazer as interpelações que julgar necessárias ao depoente. O nosso representante se ajeita na cadeira, faz uma assuada nas narinas, limpa o bigode, posiciona frontalmente o microfone e começa então o ritual das interrogações.
 A essência  e natureza dessas oitivas são  tidas e sabidas sem importância porque tudo se encerra em um diz-que-não-diz e o arremate ou epílogo  como o de todas outras CPIs  se dá em um plenário de  pizzaria. No plenário de uma dessas comissões , como de resto em muitas outras sessões do congresso é que se passam muitos acontecimentos mais  rentáveis que nem de longe sonha nossa vã e curiosa  Filosofia.
Mas, como estamos no século da informática e dos recursos digitais vamos aos adendos a quem não é muito afeito às redes sociais ( face, whats...).
Deputado X2 ao celular  -Alô! Aqui quem fala é o X2.
-“Pois não deputado, aqui é o Zé Gamela (capataz). Sabe aquele lote de nelore que tava pra chegar? Chegou, das três mil cabeças da boiada, só umas três que teve problema no transporte e foram abatidas. No mais tá tudo nos conformes”.
- Tá bom gamela! Escuta!  aquele criador de cavalos pegou os dez mangas-largas que me comprou?
- Pegou sim dr deputado. Ele deixou aqui um chequinho comigo. Tudo conforme o combinado, no valor de dez mil (entenda-se milhões). Este cheque eu posso depositar naquela sua conta da caixa?
- Não Gamela, este você deposita na conta do Silva Naranga( entenda-se citricultor)  , meu cunhado que você já conhece.
A sessão tem curso e muitos dos membros da referida comissão comportam-se como se nada a eles dissesse respeito. Uns coçam as caspas da cabeça, outros consultam e-mails e o  whats, outros coçam algumas partes mais pudendas  e continuam naquele  mundinho à margem  da realidade brasilis e dos embates com o depoente da sessão cepeitiana .
O deputado X3 parece no território da lua, todo refestelado e bem repoltreado em sua cadeira. Como seus pares, passa em revista as últimas notícias no i-Phone. Eis que chega uma chamada
 -Alô. Oi meu bem, só pra lhe falar que meu carro chegou. Sabe aquele  meu Audi 2,0 de 10.000 km rodados,  o gerente pegou ele na troca. Eu gostei mesmo foi da BMV. Ela é mais confortável e melhor de levar as crianças à escola. Dei um cheque de nossa conta, foram só 330 de troco (entenda-se mil).
-Tá tudo certo amor, o importante é seu gosto.
 Já passam das 19 horas  e alguns inquiridores da sessão já se foram embora.
O deputado X4 está de cochichos com o colega do lado. X4 já teve a palavra . Aliás, foi ele o mais breve na  sua inquisição. Ele recebe uma mensagem no whats
 -Você me pega aqui às oito? Já saí do salão, estou de cabelos e unhas prontas. A Zuleide (cabeleireira) me falou que estou chiquérrima. Eu disse pra ela que queria ficar bonita pra você. Mas, não falei seu nome.
- Ok amor, legal, me espera aí na porta do salão. Estou naquele mesmo carro preto chapa branca. Me aguarde.

Como se depreende dos diálogos no plenário de uma casa legislativa, seja em uma sessão aberta ou fechada à imprensa,  no centro ou em seus recônditos há muitas outras coisas que não sonha a nossa  mais  vã ou fútil Filosofia.  

HERANÇA CANINA..

OS CACHORROS COMO HERANÇA
 João Joaquim 


Assim se passa a História entre dois vizinhos humanos, de um lado um morador solitário , do outro uma viúva( “de marido”), mas na companhia de um filho gente e filhos cachorros.  Assim relata Luziano Cerbino( o sr Luzi ).
 A rotina de Maria Pancrácia Vanilina, vulgo Vani, era sempre previsível de todos. Levantar, fazer o café, trocar água e ração dos cachorros; eram três bichos; jogar os excrementos fora, tomar o café da manhã, dar uma ajeitada na casa e adivinhem o passo seguinte? Isto mesmo, tudo previsível : passear, como ela mesma referia, com os filhos quadrúpedes.
E naqueles ligeiros encontros e despedidas, dona Vani foi pontuando-me sua biografia. Ela tinha uns 55 anos , talvez um pouco mais posto que ela tinha dois filhos, 28 e 30 anos. Um já casado, o outro morava com a mãe. Ela ainda esperava pela realização de ser avó.
-Dona Vani, a senhora não cansa dessa rotina que, diga-se com efeito, não é das leves?
- Sinto-me, tem dia, já fatigada dessa obrigação, mas preciso cuidar deles (cachorros) porque se não for por mim ninguém faz nada pela alegria e bem-estar dos animais.
- isto mesmo dona Vanilina! Animais precisam de liberdade. Nós somos livres e sabemos o quanto é bom não viver entre muros ou  quatro paredes. Nós ainda podemos sair de forma livre, sem nenhuma rédea, sem canga e sem coleira. Imagine para uma criatura dessas de quatro patas. Não ver o sol nascer, se quer respirar o ar mais puro da atmosfera, não ver ao menos o sol e o céu pela janela. Tudo vai contra a natureza e o instinto da espécie. E por esse termo não hei de esquecer-me o quanto quer bem aos bichos.
Vani era também uma espécie de pessoa bem resolvida com a vida. Ela tinha se enviuvado aos 32 anos e não quisera mais compromissos esponsais. Tivera alguns namorados na viuvez, mas nunca compartilhou o mesmo teto com esses cônjuges. Para ela o bom mesmo era ter uma vida desimpedida, ou como se diz no popular sem peias nem meias.
- Na verdade, seu Luzi (Luziano Cerbino) ,essa prática de ter cachorros foi herança de meu marido. Ele tinha essas doenças de cabeça e o que alegrava o homem  era cuidar desses animais que a gente criava em casa. Depois eu mudei para um prédio e não tive como deixar as crias pra trás.
Vani parece que não era afeita a falar do passado do falecido. Até onde informei, ele morreu suicidando-se. Tratamentos psiquiátricos e analíticos foram muitos. Todos infrutíferos. Ao que sugere era um caso de transtorno de afetividade e humor bipolar. Foi uma tragédia marcante. Como marido e pai o ex foi pessoa de puro caráter. Fora os sintomas de cabeça e relações humanas difíceis , não havia o menor reparo a fazer naquele homem.
- O que a senhora pensa das pessoas que vivem em cidade grande, confinadas em restritos apartamentos, têm tarefas de casa, precisam de trabalhar fora para ajudar no orçamento doméstico e com tudo isso ainda criam cachorros? Afinal os pets exigem cuidados como se gente fosse; tem médicos , ração, higiene, afeto e muito mais.
-Eu não sei seu Luzi . Eu só sei que depois desses meus bichos eu só quero bichos de pelúcia. Tanto que esses, que são a segunda  geração deixada pelo ex já são castrados e quando morrerem, morreu também minha missão de cuidar de cachorro.
- No condomínio (continua Vani), onde moro há 15 anos, já houve brigas de vizinhos em razão de animais. Casos houve em que até a justiça interveio para decidir quem tinha razão. Teve um caso mais complicado com um condômino de nome Anateu Biliário que tirou até arma para outro morador. Era um senhor já de idade o dono dos bichos . Ele tinha dois vira-latas que choravam e latiam muito para sair do apartamento. Depois ele deu os bichos e tudo se apaziguou.
- Olá, bom dia dona Vani! Mais um dia com os filhos quatro patas?
- Mais uma rotina. Amanhece o dia e eles já fazem festa, latem, sorriem porque sabem que vão passear.

O que se depreende é que Maria Pancrácia (Vani) era pessoa normal, boa e de muita humanidade e lucidez. No fundo e em sumário, ficava patente que viúva de marido e no zelo das crias do ex ela tocava a vida sem resmungar. Ao que sugere era sua sina .  Além da pensão do marido  foram também deixados os bichos  como herança. Contanto o que se possa questionar nas lides diárias com aqueles pets,  ela era pessoa feliz e bem resolvida.                       Agosto/2015

LÍNGUA PORTUGESA

CONFUSÃO ORTOGRÁFICA NA  LÍNGUA PORTUGUESA
 João Joaquim 


 Nossa língua portuguesa como já a encantou e cantou os grandes escritores e poetas, a começar por Luiz Vaz de Camões,  foi e será sempre bela. E o será  mesmo sendo considerada a última flor do Lácio (latim vulgar e clássico) como a sonetou nosso parnasiano Olavo Bilac. Agora, cá entre nós, falando à boca miúda, como nosso idioma é maltratado. E não se trata de um fenômeno dos menos escolados ou de pouca leitura. Trata-se de um desleixo até de meios acadêmicos, estudantes universitários, escolas e muitos doutores que aprendem apenas as matérias técnicas das profissões. Deveria ser uma disciplina obrigatória em todas as formações  técnicas acadêmicas .
Nessas questões eu falo com certa autorização, por exemplo, no ambiente médico. Muitos profissionais da área de saúde, até elaboram bem um laudo de exame, de um atestado, de uma conclusão diagnóstica. Algo mínimo  de que lhe é exigido. Quando esse doutor tem que fazer um ofício, uma carta ou qualquer relatório dirigido a quem não é do mesmo jargão etc, aí sim, é certo se constatar os erros e asneiras cometidas no emprego de um Português padrão.
São gafes, às vezes grosseiras, com emprego verbal impróprio, erros de sintaxe, de concordância verbo-nominal sem contar os casos de  escritas ininteligíveis e outras graves ofensas ou crimes de lesa-ortografia ou lesa-idioma. Tais delitos em outros países e culturas, como assentes em respectivas constituições,  têm até uma pena prevista, o de voltar para as salas de aula, a fazer uma reciclagem , até aprender corretamente o idioma nativo. O bom de muitos desses doutores médicos é que eles, muita vez, sabem ou dizem saber até o idioma bretão. Só mesmo com nossas diretrizes educacionais e costumes  no Brasil.
Agora, não pensem que são os mais incultos ou desleixados com nossa língua os que maltratam nosso idioma. Aqueles velhinhos  de nossa inoperante e desenxabida Academia Brasileira de Letras (ABL) têm também o seu papel . Alguns mais afeitos ao que ali, na casa de Machado de Assis,  fazem nossos mais afamados escribas devem lembrar. Isto mesmo! De vez em quando eles sem inspiração para coisas mais sérias e produtivas inventam de reformar a língua. Já imaginaram? Reforma ortográfica da língua portuguesa (ROLP), que vira uma baita confusão . Dizem que em Portugal eles pouco estão lixando para tais mudanças. Agora imagina para um estrangeiro que aprende o Português e depois depara com essas reformas . É de pirar qualquer turista. É um aprende e desaprende a perder de vista.
A última reforma , eu por exemplo, não gostei nem um pouco. Aboliram o acento circunflexo (^) de algumas palavras, o agudo de outras (´), cortaram o hífen de algumas locuções ou compostos (-); e tremei com esta, aboliram o trema (¨) de tudo quanto é vocábulo. Não, não, eu fiquei amolado e inconformado com a revogação ou cassação de nosso simpático trema.
Vamos pegar aqui alguns exemplos de vocábulos que perderam sua elegância sem aquele chapeuzinho do circunflexo. Voo é um desses casos.  Quem assim teve essa ideia parece que voou na maionese. O vôo sem esse acento seria como um comandante sem o quepe ou o papa sem o solidéu; não tem a mesma autoridade. Eu não abençôo e tenho enjôo só de imaginar nessas mutilações de nosso vernáculo .
Quanto ao agudo. Tomemos a própria palavra  idéia. Parece que sem esse sinal inclinado (´) indicando 45º ela perdeu aquele sentido de saudação, seria como um braço erguido apontando o horizonte. Ou seja, cada acento é uma espécie de adereço , um adorno a mais para os vocábulos. Parece que nossos imortais da ABL ficaram com inveja do idioma inglês , onde não se tem acentos.
Dos compostos, um exemplo é a expressão dia a dia. Falar agora dia a dia a gente não sabe se é um dia após o outro ou se é o cotidiano( dia-a-dia), a rotina da pessoa. Antes com e sem hífen tinha-se uma clareza meridiana do significado da expressão , agora a expressão única, não composta, se tornou mais obscura.
E o trema? A lingüiça não tem mais aquele cheiro e sabor da pronúncia. Eu inclusive, me tornei de uma  vontade flácida , desmilinguida ,  em comer ou oferecer lingüiça sem trema. Outra que perdeu a firmeza foi liquidação. Sem o trema parece liquefação, aquela coisa aguada e sem muita consistência .
 Enfim, para não ficar em modorrentas delongas vamos pegar a preposição para e o verbo para (3º pessoa do indicativo): antes, esse verbo para (parar) tinha o agudo para diferenciar da preposição homógrafa(para). Olhe que quiproquó fica agora esta frase: o motorista para o táxi  para o ônibus . Quem é verbo? Quem é preposição?

Todavia, apesar dessa trapalhada dos sucessores da casa de Machado de Assis( nossa morna e infrutífera ABL), eu sugiro a todos, sejam doutores ou jornalistas, que prestem mais atenção ao serviço, seja no falar ou no escrever, porque isto faz toda a diferença.  Agosto /15 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A MANDIOCA

A  MANDIOCA NÃO É DA NOSSA OCA

 João Joaquim 

 Tem gente que só fica pensando em coisas importadas e só por isso dão a elas a maior importância. Sem trocadilho. Foi mera incidência igual de radicais. Jabuticaba por exemplo. Quer coisa mais linda e apetitosa do que essa frutinha que mais parece uma pérola. O curioso da jabuticaba é que ela dá direto no pau. E o gostoso é degustar essa delícia na fonte, isto é, no próprio pau. Chupar ou degustar essa pérola negra dos cerrados é questão de escolha, eu por exemplo, prefiro comê-la por inteiro, não perco nada.
Deixando por exemplo esta maravilha, que parece ser exclusiva do Brasil, eu quero falar de um outro patrimônio da humanidade. Pena que não seja exclusivo nosso. Estou a me referir à mandioca (do tupi, mandi + oca, mandioca).
Por mais que queira a presidente Dilma Rousseff, afirmando que a mandioca é uma conquista nossa, em posso cravar por quantas mandiocas houver que essa nutritiva euforbiácea foi descoberta por outra civilização.
Conta-se que havia uma tribo indígena no México , onde vivia uma criança de tenra idade muito inteligente de nome mani. Essa indiazinha inexplicavelmente morreu de morte súbita e sem as dores da indesejada das gentes. Como tradição daquela tribo o corpo da menina foi enterrado dentro da própria oca( habitação indígena). Com o passar dos tempos nasceu uma planta sobre a sepultura de mani, e assim floresceu e se tornou verdejante por meses.
Intrigados com aquela planta os índios resolveram arrancá-la para melhor explorá-la e viram que ela tinha uma raiz de casca marrom e interior branco, branco. Aquele tubérculo saboroso foi entendido como um presente de tupã e recebeu o nome de raiz de mani. Como tinha nascido dentro da oca ficou manioca,  e por questão eufônica  se tornou mandioca.
 Outra versão sobre a origem da mandioca vem do folclore do alto Solimões e Amazonas.  Conta-se que séculos atrás diversas tribos da região cultivavam o tubérculo como uma herança dos ancestrais. Era hábito desses indígenas fazer uma espécie de pirão ou  sopa com a fécula da raiz da planta misturada a muitos peixes da região , os mandis, espécie de bagres, de carne muito saborosa. Essa iguaria era muito difundida e apreciada por todas as ocas do rio Solimões até o rio Amazonas. Assim como o componente nutricional mais importante era a proteína da carne do mandi, preparada em todas as ocas, nada mais conseqüente do que receber o nome de mandioca (mandi+oca). Dessa iguaria apetitosa surgiu o nome da planta.
O que importa nas questões da mandioca é que ela tem uma função significativa na nossa alimentação e na economia e até na História. Não foi sem motivo que o tubérculo foi nome de partido político (conservador) na época do império. Na Bahia, por exemplo os adeptos da sigla partidária eram chamados de os mandiocas.
Não ficam só nisso as discussões mandiocais. Em 2006 tivemos na câmara a bancada da mandioca. O que preconizava esses parlamentares? Que o nosso trigo, nossa farinha de panificação tivesse 20% de adicional de polvilho de mandiocas. No plural porque são várias espécies
Hoje sabe-se que a planta é universal. Ela é cultivada em diversos países. É oportuno advertir os consumidores que essa euforbiácea encarna variedades interessantes . Conforme explica o folclore indígena existem entre as subespécies   dois grandes grupos , as mandioca mansas de índole pacífica, e as bravas. Estas, se ingeridas sem o devido cozimento possui um veneno e pode ser mortal ao ser humano.
 Assim discorrido e já dando contornos mandioqueiros  finais, eu lamento trazer essas informações históricas e científicas à nosso ilustra presidenta Dilma Rousseff. A mandioca, quando muito, faz parte do cardápio nacional. Ela não é uma conquista nem brasileira, nem do PT. Ela é uma dádiva da natureza, da Amazônia e do mundo. Nossas saudações à presidenta que de forma festiva e esportiva rendeu suas homenagens não só à mandioca aqui cultivada( de novo, não é nossa), mas sobretudo à capacidade criadora do “homo e da mulher sapiens”. Quanta platitude e abobrinhas também , não ?

 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

 MUITA TECNOLOGIA E POUCA  PEDAGOGIA 


João Joaquim   

Uma das grandes invenções de meados do século XX, penso eu que foi a televisão . Foram três importantes meios de comunicação nos últimos dois séculos. O telégrafo no XIX, a televisão  e a internet no XX . Detalhe, o telégrafo foi empregado exclusivamente como recurso de comunicação a distância. Uma curiosidade sobre a telegrafia: a última companhia de telégrafo existente no mundo foi desativada em julho de  2013. Ela ficava em Mumbai , na Índia, e parou de funcionar por uma baixa demanda. A empresa ,foi fundada em 1850.  Eram apenas 1000 telegramas por mês, nos últimos anos, num país com 1 bilhão e 250 milhões de habitantes. A Companhia se transformou em museu. O que selou mesmo o fim das comunicações telegráficas foi o surgimento da telefonia móvel e da internet.
Interessante de se considerar é como o nascimento  de um recurso ou ferramenta decreta o fim ou anulação do antecessor de mesmo gênero; outros, no entanto, resistem bravamente. É o caso por exemplo do rádio, com a massificação e popularização da TV. Mesmo com o aprimoramento da televisão a radiofonia mantem o seu uso de destaque. É outro exemplo bem singular a tentativa de abolir o livro impresso pelas plataformas digitais com os instrumentos de mídia como os tablets, os Ipads e outros meios de informática a exemplo de o  e-book.  
A depender de mim o livro físico em seus vários formatos e cheiros reinará eternamente. Eu  sou da época da datilografia mas, vivo hoje rodeado por adeptos da internet e da virtualidade. Procuro fazer uma interface entre a tradição e a modernidade. E a meu sentir, tenho me dado muito bem lidando com esses dois mundos, o tradicional e o moderno.
A televisão de nossa era da informática e dos recursos digitais se tornou um instrumento de comunicação difícil de ser superado e substituído por outras invenções. E isto se deve também ao seu aprimoramento técnico e de qualidade. No início, ela era em imagens em  preto e branco, não havia videotape. Depois veio a era em cores. Hoje temos as imagens digitalizadas (HD). As transmissões, sejam ao vivo ou gravadas, não deixam escapar os menores detalhes (redundância) dos objetos e das pessoas. Há poucos dias por exemplo um médico do sul, diagnosticou um  pelo encravado em um  paciente que estava no Amazonas, isto pelas imagens de TV. Olha quanta utilidade nessa tecnologia para a saúde.
As empresas (redes) que exploram esse ramo de negócio também aumentaram significativamente. Um exemplo do quanto avultaram esses negócios são as opções de TV por assinatura. Faz-se um contrato do gênero e têm-se lá, opções de dezenas de canais nos mais variados temas e interesses. Cinema, música, esporte, notícias, documentário, etc. Tem inclusive as futilidades e imoralidades para quem gosta, reality show de baixo calão, sexo explicito e ilícito e outras putrefações do gênero .
As chamadas TVs abertas, acessíveis a todos, constituem uma concessão do governo. A empresa de TV tem uma licença pública para funcionar.  São uma modalidade de permissionários (licenciados) do Estado. Não conheço as regras e cláusulas dessas concessões. Mas, uma que penso não existir se refere ao conteúdo, ao teor, à qualidade daquilo que é veiculado e levado ao público, às famílias, às crianças e adolescentes.
Sobre o conteúdo e qualidade .  Eu sou de opinião de que esta é uma questão grave. Temos que considerar que a televisão é um poderoso veículo de massa sobre  cultura,  lazer e entretenimento. Ela exerce uma poderosa influência nos costumes e nos hábitos das pessoas. Lamentavelmente as crianças e adolescentes são as principais vítimas do baixíssimo nível da programação da TV brasileira. Salvam-se poucas coisas de que se pode tirar algum proveito de bom e de útil. Alguns canais por assinatura oferecem opções de boa qualidade. No mais, quanto à TV brasileira, todas indistintamente se igualam por baixo em exibir futilidades, violência, reality-shows de baixaria e erotismo e tantas outras abobrinhas e platitudes que nada acrescentam à cultura e entretenimento das pessoas.
O PT, partido que atualmente governa o país, reiteradamente, tem tentado controlar a imprensa,  estabelecer regras e limites para os órgãos de comunicação. Tentativas e desejos contrários à nossa constituição e à liberdade de imprensa e expressão.
 Eu deixo aqui uma ideia, uma sugestão. Não seria melhor normas e cláusulas que vedassem toda forma de baixaria, violência e outras exibições de mau gosto e baixo nível  em todos os canais de televisão?  Já que não dá para ter escolas e ensino de forma televisionada  , que pelo menos as TVs melhorassem a qualidade do que elas chamam de diversão e entretenimento. Isto já seria um bom começo!    
  
 João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

FIM DA CORRUPÇÃO...

PROPOSTA PARA O FIM DA CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

João Joaquim


 Hoje eu resolvi trazer às autoridades da Polícia Federal e judiciárias uma solução para se acabar com a corrupção na Petrobras. Trago às autoridades e apresento à nação. Não tenho a pretensão de abolir de vez esse câncer que existe desde que o mundo entrou em vigor, talvez muito antes da babilônia, muito antes do rei Salomão, muito antes de Hamurabi com seu código penal e sua lei de talião (ops, com t minúsculo mesmo, de Lex talionis).
O meu projeto de lei (PL) de extirpar a roubalheira ou cleptocracia na nossa grande petroleira é simples e objetivo: acaba-se com a Petrobras. Ah, mas, certamente irá surgir uma algazarra de vozes em protesto ao meu projeto. Não tem por quê, eu os rechaço todos com soluções e muitos argumentos. Ah, não pode porque a Petrobras encarna e materializa aquele brado getulista de “o petróleo é nosso”! Não tem motivos, existem outros símbolos nacionalistas. Como exemplos o carnaval, o acarajé, o silicone, o biodiosel ( da mamona), o milho e até a mandioca.
Ah! Mas assim nosso petróleo acaba e como fazer com .... Eu repilo sem quê nem para quê. Os automóveis passam a rodar com etanol e biodiesel, voltam os bondes elétricos e outros veículos a eletricidade. E mesmo se faltar alguma dessas formas de energia que voltem o emprego dos   semoventes. Aliás , como seria romântico ver expedições e passeios num coche, numa caleça, numa jarrete,  num bonde de tração animal .  Não perdendo de vista que as pessoas podem se tornar  automóveis com a bicicleta e fazer  caminhadas calçadas de  tênis. Com estes instrumentos traz-se uma enorme vantagem, a saúde do coração. São palavras do dr  Zerbini, “a vida  das coronárias está na sola dos pés “
Meu projeto de apagar a Petrobras do mapa terá outras consequências justas e isonômicas para o povo brasileiro. Primeiro que todo o dinheiro surrupiado de seus poços volte ao seu patrimônio, não em conta secreta, mas que todo brasileiro tenha acesso através do portal Transparência Brasil. Tudo tem que ser feito antes que a sua cotação se esvai nas bolsas de valores. Bovespa e Nasdaq por exemplo. Eram 400 bilhões de reais o seu patrimônio antes de deslindar-se a roubalheira. Hoje não passam de 200 bi a sua avaliação nas bolsas de negócios  do gênero . Mas, repatriando tudo que foi roubado deve ser próximo desse valor, 200 bi de reais. O que fazer com esse saldo? Simples, o petróleo não é nosso? Segundo o ufanista slogan getulino? Rateia-se essa grana entre os brasileiros. Somos 200 milhões de patrícios, cada um receberá 1000 reais.  Olha só a justiça funcionando. Ela que é “cega de olhos vendados”. Pelo menos na estátua, porque o que tem de juízes desvendado os seus olhos não está escrito. 
E os larápios que esconderam dinheiro na Suíça, em paraísos fiscais, nas meias (meiões) e nas cuecas? Com esses gatunos não poderá haver nenhuma condescendência. Xilindró e óleo de peroba para eles. Nada de prisão domiciliar, cartão amarelo ou delação premiada. Prêmio se dá para quem ganha na megaSena ou loteria esportiva. Preso é presidiário e tem que cumprir pena em penitenciária. Tornozeleira  ou  munhequeira eletrônica, que castigo é esse? Fora de cogitação ! Prisão no próprio domicílio! Quanto contrassenso ! O sujeito fica no bem-bom de sua casa, rodeado de afagos e mimos da família e ainda tem segurança paga pelo Estado, isto é , por todos nós brasileiros e patriotas  pagadores de tributos.
No frigir dos bolinhos e das batatas o que se tem de certo é que a culpada da corrupção é a própria Petrobras. Não entenderam ? Explico-me:  Ninguém mandou que ela fosse bilionária. Com isso ela despertou o instinto cleptomaníaco de muitos políticos e executivos da própria empresa. Então nada mais eficaz do que a extinção do mal pela raiz. Assim fechando-se a petroleira, distribui dinheiro às pessoas e todos saem felizes. E certamente o serão para sempre.
O princípio da culpa nesse caso da Petrobras se equipara ao mesmo de uma dispensa com uma queijaria. As ratazanas lá vão não por culpa delas( roazes e ladravazes), mas pela riqueza de queijos nesse depósito. O mesmo princípio dos cupins. Essas pragas não serão extintas se não destruir o cupinzeiro e a rainha dessas térmites, o mesmo princípio da saúva com o formigueiro.
Portanto,  deixo aqui, sem patente, o meu PL da abolição da corrupção nesse setor industrial brasileiro, que é o Petróleo Brasileiro(Petrobras). Em tempo, deveria ser o Petrobras. Mas, não estou aqui para preleção de semântica , vale o sentido da coisa .  Tal projeto de lei se torna de domínio público e de interesse geral. Qualquer parlamentar que desejar,  ou se tal proposta lhe aprouver basta encampar a ideia e apresentá-la ao Congresso Nacional.  Eu aplaudiria e assinaria em baixo e  junto .                – Julho/15

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

NOS COLETIVOS

NOS AFLITIVOS  COLETIVOS  DAS  URBANOVIAS

João Joaquim


Tem sido dito em um alto e bom som e todos os ditos muitos ferinos e malévolos sobre as condições de nosso transporte coletivo nas cidades e metrópoles. Toda essa cizânia ou quizília verbalizada pela população contra nosso transporte urbano não sé dá sem razão. Todavia, vamos a todas as  vias de cada argumentação. Tem alguma coisa de certo e errado de um lado e outras de mesmo quilate e essência na parte oposta. Cada qual quer puxar a brasa para a própria sardinha ou pegar o pouco pirão para cada prato glutão .
Pelo lados das empresas, os gestores da concessão afirmam com base em planilhas que a margem de lucro é muito baixa; por isso  tem que serem corrigidas tais taxas transporte da multidão . E não adianta tachar os empresários de intransigentes. Os governos também têm culpa em todo esse contingente.   Quando se palmilha as queixas dos usuários se vê que uma de suas reivindicações é ter tarifas compatíveis com os salários que recebem. São confrontos de reclamações!  Os empresários que mais parecem usurários! Os usuários que de fato com míseros salários não conseguem pagar os gastos diários .   Outros motivos apontados pelos presidentes do transporte coletivo têm sido o preço do petróleo.
 Se pegarmos as explicações do atual governo, desde os idos dias das campanhas eleitorais tudo vai desaguar no mesmo imbróglio. Qual seja, no afã ,  embustes e logros para se perpetuar no poder o partido dos trabalhadores tudo prometeu ao povo. E “ab ovo”, isto é, desde a fase de embrião , tudo é a mesma empulhação . Uma vez no poder foi PT saudações para aquelas vazias promessas. O certo é que de quermesse em quermesse  o governo que aí está só tem adotado medidas que mais arrocho traz às pessoas no ir e vir dos superlotados coletivos  urbanos que não param no  leva-e-traz  das vilas e outros centros conturbados  .
Quando se inquire do povão,  à boca miúda, todos têm a mesma opinião. Na verdade, assim refere o povo, o que de fato existe é um conúbio entre governo e empreiteiros e tudo é armado para que o lucro só chova na horta dos patrões  interesseiros .
Na verdade, copilando os arrazoados inteiros, têm mais razão os passageiros. E não se trata tão somente da questão de preço. Basta ver com muito apreço e isenção a natureza e o labor de cada ocupação . Afora o tipo de atividade, o servidor sai de madruga e vai para as filas dos coletivos. Até aqui, nada opus aos pontos dos ônibus . Tem ainda  o trajeto como transeunte ,com os riscos de trombadas e trombadinhas. Quando a pessoa se embica para subir naquele trambolhão  tem sempre aquele esperto e engraçadinho que dá uma mãozinha e completa o içamento.
Alguém acha que acabou o infortúnio. Ledo engano. Cada motorista que conduz essas pessoas mais parece peão de uma boiada. Toda vez é a mesma toada. Ele arranca de súbito com aquele possante e todos que se atraquem lá pra trás. E entre os passageiros?  pensam que reina a paz? Que nada, ali é cada um por si e Deus por todos. Em cada ponto ou um reles toldo é um tal de entra e sai de gente, tudo aos safanões. Nessas horas tanto sofre idosos, crianças, e haja encostamento e os tais dos empurrões .
E entre a mulherada ?Quem pensa que fica nisso a escassez de respeito é porque nunca teve alguma mão boba roçando em seu peito. Quem mais testemunham de modo contrafeito esses ataques são as meninas e moças que de modo faceiro, natural ou com silicone abundam essa e aquela  anatomia sem provocar a menor  suspeita.
Agora como sugestões em proponho mais subsídios para o preço dos passes urbanos. Não se peita aqui os empresários para esses benefícios, a despeito das razões dos combustíveis. Não se pode perder de conta que precisamos de mais coletivos. Para tanto que todos estejam atentos e altivos.
Em que pese o lado forte ou patronal se digladiar por ganhos e mais  lucros, a ponta fraca desse confronto, qual seja a dos viajantes, não deixa de ter razão. Outra tese sobre os transtornos do transporte urbano quem a me deu foi ninguém menos que um médico parteiro. Disse-me esse profissional-cegonha que a causa maior das superlotações e ruindade nos coletivos é questão de descontrole da natalidade. Dito de outra maneira, mais fabrica-se criança do que se faz ônibus, por isso há escassez do tal veículo para deslocar tantas  pessoas  ou pingentes  nas metrópoles e grandes centros  que pululam de gente  num ritmo inclemente.   Julho/2015.   

  João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com      

DETOX

Crônica Detox  

João Joaquim


 Há certas ideias e coisas que só podem prosperar e vingar aqui no Brasil.  Não quero nem falar de ideologia política porque já é um campo minado de artigos os mais antagônicos, de sectarismo, de populismo, demagogismo e outros ismos que se tornou maçante discorrer ou ler sobre eles. Já bastam as mandiocadas e derrapadas da nossa presidente. Eu quero comentar sobre saúde, uma seara da qual eu retiro o sustento meu e de minha família.
Nós, discípulos de Hipócrates, que juramos solenemente seguir os postulados do grande mestre não podemos nos omitir frente ao rosário de besteiras que reina nos veículos de comunicação quando o assunto é saúde e as muitas ofertas de terapia para tudo.
O cardápio de asneiras e impropérios é tamanho que daria para montar brochuras e outras tantas coleções de artigos arrolando tais mentiras, ofensas e enganações aos clientes desses tipos de tratamento que vão da calvície até a deformidade genética do dedão do pé (joanete).
Assim, para ficar em situações mais badaladas aqui vão alguns exemplos dessas estultícias e idiotias que tomaram conta da televisão, dos jornais, da internet e placas de clínicas. E atenção! Não se trata apenas de profissionais técnicos ou amadores no ramo. No rol desse besteirol existem médicos, paramédicos diversos e muitos outros charlatões com diploma de curso superior. No campo do que podemos chamar de culto ao corpo temos o que se pode chamar de o suprassumo ou “non sense” em terapias diversas. Eu começo por uma que tenho lido e ouvido tanto que são as chamadas dietas detox. O termo (anglicismo) já constitui um pedantismo e mostra o quanto somos sugestionados por tudo quanto vem de fora. Somos um país de muitos complexos. Além do vira-lata e  dos vitamínicos temos muitos outros. O mais novo é este, o complexo do detox.
 O que me impressiona é o quanto de pessoas do alto clero ou de   “alta casta social” se envolvem nessas imbecilidades. Mais que usuária, essa gente grã-fina  se propõe a ser garoto(a) propaganda de tais recomendações fúteis e sem nenhum fundamento médico ou científico. Eu pergunto: onde estão as razões, as substâncias com tais efeitos terapêuticos em eliminar esta ou aquela toxina de nosso organismo. Só para fecho de questão: quando eu misturo e liquidifico frutas, grãos, folhas e sucos estou simplesmente fazendo uma dieta equilibrada e saudável. Limão, couve, beterraba e alho me fornecem tão somente fibras, vitaminas e alguns antioxidantes. Nada mais. Todas as pessoas , no seu dia a dia , devem ingerir tais alimentos. Eles fazem parte de uma dieta leve e salutar, apenas isto.
Outra grande imbecilidade que tenho lido e visto em nossas mídias são os tais laxantes e enemas (lavagens) intestinais para perder peso. Bem, aqui com um grande risco, o indivíduo além de não perder peso ele corre o risco de fazer uma colite, provocar  uma hipopotassemia(perda de potássio pela diarreia), com hipotensão e até arritmia cardíaca e ter que se hospedar em alguma UTI (menos grave) e outros desfechos mais atrozes.
 E as tais fórmulas para emagrecimento fácil?  Para essas terapias charlatanescas existe um filão enorme de clientes. São aquelas pessoas preguiçosas e que buscam o milagre na perda de peso. Ninguém quer suar a camiseta, gastar o tênis, caminhar ou praticar outro  exercício que o valha.  Nada de mais grotesco e anticientífico existe do que o indivíduo usar tais panaceias na redução de peso. Pensando simples e  sem muito gasto de fósforo ou  ATP (trifosfato de adenosina): se no uso de uma substância já existe algum risco para a saúde, agora imagina uma salada de 4 ou mais substâncias com hormônios da tireoide, diuréticos e os ditos  termogênicos! E aqui nesses fármacos  contra a obesidade é que entra o papel ou melhor a receita de muitos médicos. Alguns até de nome e sobrenome. Tudo com o firme propósito da fidelidade cliental (ops, criei um neologismo).
Dos anabolizantes, nem falo mais. Estão proibidos e deveriam ser abolidos do planeta, mas há até médicos que os empregam sob o belo título de reposição hormonal masculina. Quanto risco. Vale repisar que os hormônios exógenos (medicamentos) trazem graves riscos de eventos tromboembólicos, derrame cerebral, infarto do miocárdio , doença renal crônica, câncer de fígado e outros órgãos , infertilidade  e risco de morte súbita .
Enfim, e para não passar batido o que está no topo da moda em beleza e do culto ao corpo são as chamadas cirurgias plásticas e lipos. As estatísticas de erros médicos; de complicações e morte são de arrepiar. Mas, tudo que acontece no Brasil no varejo e a granel não causa impacto na opinião pública nem nas autoridades. Mas, embora estejamos no Brasil, não podemos desistir, um dia tudo pode melhorar.                          Julho/2015    

João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com - www.jjoaquim.blogspot.com

PETROPOLUIÇÃO

O PETRÓLEO E A POLUIÇÃO DO PLANETA
João Joaquim


 Aqueles que preocupam com ecologia, com a natureza, com a saúde do planeta devem estar preocupados. Preocupados e tristes com as últimas notícias sobre os investimentos propostos pela nossa maior petroleira, a Petrobras. Não bastasse a roubalheira que abateu sobre a empresa agora tem mais estas. Nos seus planos de desenvolvimento estratégico consta que ela continuará investindo maciçamente na exploração de combustível fóssil (petróleo). Não lemos ou vimos nos noticiários dela própria ou de outros jornais menção a qualquer investimento nas chamadas energias limpas. Eólica , hidrelétricas  e  energia solar como exemplos. Ou se fala em manter o meio ambiente limpo e saudável , são intenções muito tímidas .
Causa estranheza a mim e a tantos outros naturófilos esse planejamento de exploração do combustível fóssil do  meio ambiente( minas de petróleo , pré-sal), sem a preocupação com os mares e rios, com a saúde da terra. Vale lembrar que tais questões de sustentabilidade, de poluição da atmosfera e do planeta vêm sendo motivo de acirrados debates pelas potências mundiais, aquelas nações que mais gases poluentes lançam no planeta,  Estados Unidos , Japão e China como exemplos. Para informações mais substanciais eu recomendo ler as atas e relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), o chamado painel do clima, do qual participam vários países poluidores. Aliás, as nações mais sujonas  são as que mais entraves e polêmicas criam quando as premissas propostas são no sentido de estratégias que preservem a saúde de nossa terra. Novamente, os U.S.A são um daqueles sujismundos e porcalhões que mais poluem nossa atmosfera e mais emperram as políticas para menos produção de gases de efeito estufa e outros poluidores gasosos ou sólidos.
Para melhor contextualizar os riscos da exploração de combustíveis fósseis é oportuno que se lembre de dois grandes e graves acidentes com vazamento de petróleo. Desses o mais impactante foi da empresa anglo-holandesa Shell, no golfo do México em março de 2010. Foram milhares de barris de petróleo lançados ao mar com uma mortandade de um sem-número de espécie animais e vegetais. Foram várias regiões dos EUA afetadas nessa tragédia ecológica.
 Um outro acidente também calamitoso para a flora e fauna, já aqui no Brasil,  foi o da petroleira americana Chevron, no campo de Frade, na Bacia de Campos RJ, ocorrido em novembro de 2011. Foram mais de 3000 barris de óleo vazados para as águas da região com efeitos devastadores na vida marinha e terrestre . Atualmente , nem se fala mais nesse acidente, que estranho , não ? Só por que é mais uma bilionária do ramo ?
O alerta e as críticas que se fazem aos projetos de expansão dessas multinacionais não é no sentido de condenar ou demonizar a extração de combustíveis fósseis. São  fontes, é bom que se diga , não infinitas de energia a exemplo do petróleo de   nosso pré-natal. O que preocupa ao mundo, sobretudo aos ecologistas e ambientalistas, é a falta de estudos e estratégias das indústrias na prevenção de acidentes e medidas de saúde e sustentabilidade para o planeta. Como minimizar as toneladas de Co2 lançadas na atmosfera , de outros gases de efeito estufa, a redução e destinação dos resíduos sólidos?
 Tem sido noticiário que a Shell tem projetos de exploração de petróleo no Ártico. Uma região ainda preservada da qual não se sabe ainda quais seriam  as consequências desse tipo de atividade. As turmas do clima, ambientalista e do “Greenpeace” já estão encabuladas com esse plano da petroleira americana. Sejam a Petrobras, Shell ou Chevron; o que essas empresas  tinham que planejar seria a produção de energia limpa, perene e sem poluição. As usinas eólica e solar por exemplo. Assim ganham o planeta e a humanidade  Que assim seja! Será ?  Tomara!  Jul/15 .

 João Joaquim de Oliveira  médico e articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com

DEUS IMORTAL...

DEUS NÃO ESTÁ MORTO  
 João Joaquim

 Um dia desses estava eu sapeando (ou zapeando) pelos canais de TV e deparei-me com uma entrevista. Eu como gosto de ouvir e ver as ideias dos outros me detive naquele canal. Era um pai com a fisionomia plangente e lacrimosa. Uma expressão de dor emocional. Foi condoído para mim  aquele momento. Esse pai havia perdido o filho em um gravíssimo acidente de carro, cujas causas já se sabem foram alta velocidade e falta dos cintos de segurança. Uma ocorrência sinistra mas, rotineira nas cidades e rodovias de nosso Brasil (60.000 mortos/ano).
Os meus leitores cativos e outros fortuitos já devem estar pensando: lá vem de novo uma matéria e esse cronista a falar de vítimas de trânsito. De fato, assim pensando, e até  o que  fazem nossas autoridades; quando morre uma pessoa se torna uma tragédia , mas muitos de forma paulatina aqui e acolá acabam virando uma estatística da polícia rodoviária e do IBGE ao final de cada ano.
Entretanto , o  que me motiva nessa fala da dor do pai pela trágica morte do filho foi sua fá que agora estava sendo colocada em xeque. Confessou o pai: todos os dias quando o filho saia para seus compromissos profissionais, ele (pai) fazia orações e pedia proteção divina para o filho em suas lides e atividades diárias. Ele sempre tinha temor, medo mesmo quando o filho estava nas estradas.  Diante do fim tão imprevisto e doloroso do filho, esse pai nesse tormentoso transe indagou do repórter “será que Deus existe”?
Veja, meus leitores e leitoras, que dúvida das mais emblemáticas de parte da  humanidade. E para contextualizar tão insigne  e universal pergunta eu rememoro outras tragédias que abateram sobre a humanidade e que suscitaram as mesmas dúvidas. Como exemplos o terremoto de Lisboa em 1755 e mais recentemente o holocausto do nazismo (1938-45) e o terremoto sobre o miserável Haiti em 2010. Só aqui foram cerca de 300.000 mortos .
Eu me lembro de literaturas jornalística e de filosofia, quando diversas personalidades desses ramos do conhecimento fizeram as mesmas indagações. Os horrores e sofrimento humano com o nazifascismo  foram tamanhos que muitos questionaram da misericórdia e da existência de Deus. Eu acredito em outras razões que escapam ao nosso entendimento .
Acreditar ou não em Deus é questão de pura convicção ou  intuição  pessoal. Diante do infortúnio, da dor, das tragédias e dos cataclismos e de outras tsunamis , penso ser compreensível questionar a existência de uma força cósmica superior, um ser onipotente e ubíquo a que chamamos de Deus.
Vamos imaginar tal questão em outro viés, mas no mesmo contexto. E a explicação da existência humana? Ela também tem dois polos de discussão. Das duas hipóteses, para quem quer que sejam, uma é verdadeira. Independentemente da tese verdadeira( criacionista ou evolucionista), temos como certo e de consenso que o homem é uma espécie diferenciada, dotada de razão e para os crentes em Deus, com a dualidade corpo e alma.
Um outro atributo sublime de que somos dotados é o chamado livre-arbítrio. Ou seja, cada pessoa tem a plena liberdade e o poder de agir da forma que melhor lhe aprouver. Todavia, com uma condição, que o indivíduo tenha também a consciência do bônus ou ônus  dessa liberdade de ação. Em outros termos ( conforme  outras filosofias ou religiões) é o que se chama de lei do carma:  o que vai, vem. Num dito mais coloquial, quem planta vento certamente colherá tempestade. Quem planta paz e calmaria certamente colherá os frutos da bonança. Quem planta prudência e os cuidados elementares pela vida, certamente terá uma existência longeva e saudável .
Clareando mais a tese acima exposta. Deus, não pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares, mostrando o melhor caminho, a velocidade mais segura nos automóveis para os motoristas infratores. Ele também não pode evitar as fúrias da natureza contra as ações predatórias do homem em seu livre-arbítrio. Hoje os temas da moda são os efeitos dos desmatamentos predatórios , o efeito estufa, o impacto do ozônio, o derretimento das geleiras, o esgotamento da água potável , a desertificação da terra, a extinção de muitas espécies animais, etc. Culpa de quem ? Do homem no seu livre-arbítrio. Daqui a pouco corre-se até o risco da extinção da mandioca, “ uma invenção brasileira”( presidente Dilma Rousseff ).
Deus não pode impedir que um drogadito ou alcoólatra saia ao volante e morra ou mate alguém no asfalto. Ele assume as consequências sinistras na sua infinita liberdade de ação. Um indivíduo que passa décadas no vicio do álcool tem alto risco de morrer de cirrose hepática ou pancreatite crônica , todo fumante assume o risco de morrer de câncer de pulmão . Deus não proíbe ninguém da embriaguez , da dragadição , do tabagismo, de se desrespeitar as leis mais simplórias de segurança do trânsito. É o exercício dessa prerrogativa humana do livre-arbítrio , ainda que esta liberdade de poder e de ação seja para o bem ou para o mal. A escolha é de cada um.
Por isso, assim pensa este escriba, que cada um deve estar ciente de sua parte e seu dever em todo gesto e atitude. Deus tem outras coisas mais sérias para cuidar. A nós nos foi delegado fazer o que for possível . Para Deus deixemos o impossível e os milagres. 


  João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com  

ÉTICA x tragédia

A TRAGÉDIA E NOSSOS  SENTIMENTOS ÉTICOS
João Joaquim


 Nosso junho/2015 terminou com uma daquelas semanas de surtos. O que é um surto? É uma manifestação súbita de qualquer coisa, um surgimento repentino e brusco de um fato inusitado, algo  anormal; ou também de uma atitude ou comportamento que deveria ser uma constante ou característica de uma sociedade. O surto dessa última semana de junho foi de uma minitempestade de  ética. Comportamento ou  inclinação que deveria ser permanente na vida das pessoas.
Aliás, é oportuno repisar essa tendência de nosso Brasil. Mesmo quando o  Brasil era apenas pau-brasil  parece que já funcionava assim. Aí foi só Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha se aportarem por aqui que as coisas desandaram de vez. E bem o disse também o Jesuíta Padre Antonio Vieira( idos de 1600). O surto de ética, de decência, de solidariedade, de respeito à dor alheia, dessa última semana de junho/2015, veio com a morte de alguém e as imagens do cadáver destroçado veiculadas pelas redes anti-sociais ( que a sociedade chama de sociais). E aqui não importa a que classe pertença esse falecido, que atributos tenham esse personagem e sua família. Não deveria fazer diferença se ele é famoso e midiático ou importante. Ética e dor alheia, o luto, a luta de cada um devem merecer a mesma acolhida, a mesma consideração de todos nós e dos poderes constituídos; do Estado, das leis, da justiça e da imprensa.
Para bem situar a referência acima expressa, eu não conhecia o sertanejo Cristiano Araújo. Ele e sua namorada morreram em um grave acidente de carro (capotagem) em uma rodovia (Br 153) próxima a Goiânia(24.06.15). Funcionários de uma clínica  que prepararam os cadáveres postaram fotos na internet  dos corpos com graves mutilações decorrentes do sinistro. Como corolário pipocaram várias mensagens e matérias jornalísticas de protestos e condenação pela divulgação das fotos e vídeos. Nada mais correto, honesto e justo tais sentimentos de repulsa e de indignação contra a divulgação e repique de cenas tão fúnebres e dolorosas para amigos e familiares das vítimas. De imediato, ao ler tais notícias eu me neguei a ver tais cenas, condenei e as repudio de forma contundente. Eu nunca usei e tão cedo quero me aderir ao tal de whats-App.
Eu, por índole e formação , frente a morte de qualquer semelhante e irmão lembram-me as palavras do poeta e escritor britânico  John  Donne. “ A morte de qualquer pessoa me diminui porque estou envolto no contexto da humanidade. Portanto, não pergunte por quem os sinos tocam, eles dobram por você”.
O curioso e interessante é o quanto de outras lições podemos deduzir do fato aqui motivador desta digressão crítica. A primeira delas, dentro do princípio do surto das coisas. Nossa justiça, as autoridades, muitas vezes cumprem de forma célere e a contento o seu múnus público mediante rumoroso clamor popular ou incisivos pedidos de socorro. Isto deveria ser uma regra comezinha e rotineira de juízes com suas liminares, das polícias em instaurar inquérito; e não apenas nas tragédias de pessoas ricas, famosas e de grande visibilidade midiática.

 
O segundo aprendizado envolve uma lição e demonstração  de hipocrisia. Alguns canais de televisão que condenaram a divulgação das imagens da tragédia do casal morto são as mesmas mídias de TV que exibem os reality shows com enredos pornô-eróticos ou então os programas policiais diários com cenas e fotos de crimes os mais perversos  em tempo real. Nesses programas, exibidos à luz do dia, nas horas de lazer de nossas crianças, são mostradas matérias com o que há de mais vil, sórdido e chocante ao coração e sentimentos de bondade e de humanidade das pessoas. Seria o equivalente àquele conselho: façam o que eu louvo mas não o que eu exibo e faço. A estratégia aqui é ter audiência . E ela se dá pelos índices de nossa cultura, nossa educação.
Toda essa vilania e baixaria se dão em nome de uma tal de liberdade de imprensa e expressão. Na verdade temos aqui uma libertinagem de imprensa e comunicação tal o teor e natureza desse jornalismo de baixo calão , que aliás, tem um público seleto e cativo, os mesmos usuários das maledicentes e perniciosas mídias virtuais.
O Brasil que vive de tantos surtos e epidemias , deveria sofrer também de um surto de qualidade. Um outro surto que vez e outra acomete nossa sociedade é a consciência  da podridão , da fetidez, da hediondez que reina na Internet e suas mídias com seus múltiplos aplicativos de comunicação a exemplo das redes sociais . Para o afloramento  dessa consciência ética  é sempre necessária alguma tragédia , algum crime hediondo de pessoa pública e famosa etc.  Os tão propalados e massivos facebook  e  whats-App têm sido colocados a serviços de um cardápio infinito de futilidades, de baixaria, de mexerico, de fofocas e muitas outras inutilidades e delitos de pessoas parvas, cretinas, idiotas ,  insensatas, desocupadas e criminosas. 
 Está faltando muitos outros surtos construtivos  em nossa sociedade. Cada cidadão , cada classe de profissionais e de gente têm ,sim, uma Ética. Bandidos e criminosos têm a sua ética . Os regimes autoritários até, têm a sua ética. Cada um tem a sua visão do que é certo e errado para ele. A boa e verdadeira ética é aquela que vem do DNA da família de boa ética , ela é hereditária. Eu posso ser uma pessoa cidadã, que sabe viver em sociedade e inclinado ao bem e à virtude ou ao mal e aos vícios. Ética se aprende, sim, de berço. Boa ou má vai depender dos valores que são impingidos à criança desde a chupeta. Um vez adulto  mal educado e mal formado não há  código profissional , civil ou penal que dê jeito.  Que triste ciclo estamos vivendo . Junho/15.  

 João Joaquim de Oliveira  médico – articulista do DM joaomedicina.ufg@gmail.com     

JALECO BRANCO...

UM CARTÃO VERMELHO PARA O USO DO  JALECO BRANCO NA RUA 

 João Joaquim 

 Gostei de uma pesquisa realizada por um grupo de estudantes de enfermagem de uma  universidade de Cochabamba , Bolívia ,  sobre os usos e significados do jaleco branco. Quem achava que a indumentária era exclusiva ou símbolo de status do médico está quadradamente enganado. Advirto que não me venha perguntar por que do nome  Cochabamba. Ainda que, lá como cá, alguém coxeie das pernas ou do intelecto . Enviaram-me essa pesquisa. Trata-se de alguém  do Brasil que estuda naquela frequentada universidade.  
Quanto à origem do Jaleco branco . Para falar a verdade nua e crua, os médicos foram de fato os pioneiros no uso da roupa branca. Mas, com o passar dos anos, todos sabem a tendência em ser a moda adotada por outras profissões. Tipo tatuagem. Foi só alguns famosos emporcalhar o corpo, aí todos os outros admiradores e seguidores adotaram as pinturas. Muitos tatuam tanto a pele que mais parecem lagartixas ou taturanas( lagartas-de-fogo). A tatuagem, só como nota, surgiu no Haiti.
O porquê do branco. A cor tem tudo a ver com questões de biossegurança para o profissional e os pacientes. A cor branca facilita em saber se realmente a roupa está limpa de manchas, resíduos hospitalares e mesmo respingos de alguma secreção ou sangue. Até metade do século XIX as doenças infecto-contagiosas eram pouco conhecidas. O médico Francês Luis Pasteur foi um dos pioneiros na área de microbiologia. Foi ele quem documentou a estreita relação entre falta de higiene e sujeira (falta de assepsia) e doenças infecciosas. Vem dessa época o jaleco branco como equipamento de proteção individual (EPI). Um outro Francês, o fisiologista Claude Bernard aparece em algumas pinturas vestindo jaleco branco em fins do século XIX (1889).
Na maioria das culturas o branco traz um significado positivista. Bandeira branca numa guerra significa armistício, convite à paz. A pomba branca idem. A maioria das noivas se veste de branco como símbolo de amor, candura e pureza. Na passagem de ano, simboliza renovação e vida nova. Como exceção, na Índia o branco tem a conotação de luto.
 Alguns dados curiosos da pesquisa, que foi feita com entrevistas em vias públicas, com aquelas pessoas que se vestiam de jaleco branco. Cerca de 45% das pessoas que usavam jaleco branco eram médicos, 15% eram enfermeiros, 10% eram outros profissionais de saúde, 30% outras profissões como açougueiro, feirantes, barbeiros, pai de santo etc.  Dos motivos e significados da cor branca do jaleco. Entre os médicos, cerca de 40% não sabiam o símbolo do branco na indumentária médica. Nas outras profissões, quase 100% não sabiam a origem e símbolo da cor alva de sua indumentária.
Uma lição interessante que se tira dessa singular pesquisa é aquela constatação de que a maioria das pessoas usa ou emprega este ou aquele hábito, este e outro objeto sem se perguntar de onde veio, o como e porquê de tal expediente. Elas o fazem de forma imitativa, repetitiva, copiando uma tradição. É o caso de se indagar a razão da venda(tapa-olhos) nos olhos da deusa da justiça ou da cobra enroscada num bastão como símbolo da Medicina.
Assim se sucede com muitos estudantes de Medicina e mesmo médicos já rodados que gostam de exibir o estetoscópio no pescoço e esvoaçantes jalecos brancos nos corredores dos hospitais. E nesses ambientes nosocomiais( nosocômio , hospital) eles devem fazê-lo; afinal são instrumentos e símbolos da profissão. Entretanto, o que presenciamos hoje entre muitos profissionais de saúde é um absoluto desleixo e descaso, tanto nos cuidados de lavagem e assepsia dessas roupas quanto portá-las fora do ambiente hospitalar ou de consultórios. Nessas circunstâncias essas roupas brancas servem de vetores de microrganismos do hospital para a rua e vice-versa. Ou seja, em total desacordo com os objetivos de proteção e demonstração de rígida higiene e biossegurança para si e para as pessoas contatantes com o profissional. É útil lembrar que bactérias de ambiente hospitalar costumam ser extremamente resistentes a múltiplos antibióticos. Portanto, olha aí o risco de se contrair uma grave infecção justamente pela proximidade de um profissional de saúde que deveria ter este zelo e esta conduta de biossegurança.  
Assim , ficam aqui algumas dicas para todos os trabalhadores de saúde. Jaleco branco tem que estar branco (isento) de qualquer impureza ou mancha. Ele deve ser trocado todos os dias. Além de lavado, deve ser esterilizado e não misturado com outras roupas pessoais. Andar de jaleco na rua não é hábito próprio e recomendado para profissionais de saúde. Quando se vê algumas pessoas de jaleco branco em vias públicas pode-se pensá-las como barbeiro, açougueiro, feirante ou encanador. E sem nenhum demérito para esses trabalhadores porque eles não atendem doentes e não são portadores de agentes microbianos vindos de hospital, locais de alto risco de infecções de difícil tratamento.
Dito e comentado  assim penso que ficou mais claro e cristalino o emprego de uniforme branco por todos aqueles que cuidam de doentes, médicos e enfermeiros como exemplos.   Junho/15   
João Joaquim - médico - articulista DM - joaomedicina.ufg@gmail.com

Assassínios de Reputações

Quando se fala em assassinato, tem-se logo o conceito desse delituoso feito. Ato de matar, de eliminar o outro, também chamado de crime cont...